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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A FÉ, A ESPERANÇA E A CARIDADE


A FÉ, A ESPERANÇA E A CARIDADE
 
(Bordeaux - médium: Sra. Cazemajoux)

(Publicado na Revista Espírita, fevereiro de 1862)

A FÉ

Sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade. Chamo-me Fé.
Sou grande e forte. Aquele que me possui não teme o ferro nem o fogo, pois ele é à prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um facho cujos jatos brilhantes se refletem no fundo dos vossos corações e vos comunico a força e a vida. Entre vós, dizem que transporto montanhas, mas eu vos digo: venho erguer o mundo, porque o Espiritismo é a alavanca que me deve ajudar. Uni-vos a mim. Eu venho convidar-vos. Eu sou a Fé.
Eu sou a Fé! Moro com a Esperança, a Caridade e o Amor, no mundo dos Espíritos Puros. Muitas vezes deixei as regiões etéreas e vim à Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do espírito; mas, fora os mártires dos primeiros tempos do cristianismo e alguns fervorosos sacrifícios, de tempos em tempos feitos ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, não encontrei entre os homens senão indiferença e frieza, e tristemente retomei o meu voo para os céus. Julgais-me em vosso meio, mas vos enganais, porque a Fé sem obras é uma aparência de Fé. A verdadeira Fé é a vida e a ação.
Antes da revelação do Espiritismo a vida era estéril; era uma árvore ressequida pelos raios e que nenhum fruto produzia. Reconhecem-me por meus atos: eu ilumino as inteligências; aqueço e fortaleço os corações; afasto para bem longe as influências enganadoras e vos conduzo para Deus pela perfeição do espírito e do coração. Vinde colocar-vos sob minha bandeira. Eu sou poderosa e forte. Eu sou a Fé.
Sou a Fé, e o meu reino começa entre os homens, reino pacífico que os tornará felizes no presente e na eternidade. A aurora do meu aparecimento entre vós é pura e serena; seu sol será resplendente e seu ocaso virá docemente embalar a Humanidade nos braços de eternas felicidades. Espiritismo! Derrama sobre os homens o teu batismo regenerador. Eu lhes faço um apelo supremo. Eu sou a Fé.
GEORGES, bispo de Périgueux

A ESPERANÇA

Meu nome é Esperança. Sorrio à vossa entrada na vida; sigo-vos passo a passo e não vos deixo senão nos mundos onde para vós se realizam as promessas de felicidade, incessantemente murmuradas aos vossos ouvidos. Sou vossa fiel amiga. Não repilais minhas inspirações. Eu sou a Esperança.
Sou eu que canto através do rouxinol e que solto, aos ecos das florestas, essas notas lamentosas e cadenciadas que vos fazem sonhar com o céu. Sou eu que inspiro à andorinha o desejo de aquecer os seus amores ao abrigo de vossas moradas; que brinco na brisa ligeira que acaricia os vossos cabelos; que espalho aos vossos pés o suave perfume das flores dos vossos canteiros, e quase não pensais nesta amiga tão devotada! Não a repilais: é a Esperança!
Tomo todas as formas para me aproximar de vós: Sou a estrela que brilha no azul; o quente raio de sol que vos vivifica; embalo as vossas noites com sonhos ridentes; expulso para longe as negras preocupações e os pensamentos sombrios; guio vossos passos para o caminho da virtude; acompanho-vos nas visitas aos pobres, aos aflitos, aos moribundos, e vos inspiro palavras afetuosas e consoladoras. Não me repilais. Eu sou a Esperança.
Eu sou a Esperança! Sou eu que, no inverno, faço crescer na casca dos carvalhos o musgo espesso com que os passarinhos fazem seus ninhos; sou eu que, na primavera, coroo a macieira e a amendoeira de flores rosas e brancas e as espalho sobre a Terra como um tapete celeste, que faz aspirar a mundos felizes. Estou convosco principalmente quando sois pobres e sofredores, e minha voz ressoa incessantemente aos vossos ouvidos. Não me repilais. Eu sou a Esperança.
Não me repilais, porque o anjo do desespero me faz uma guerra cruel e se esgota em vãos esforços para junto de vós tomar o meu lugar. Nem sempre sou a mais forte, e quando ele consegue me afastar vos envolve com suas asas fúnebres; desvia os vossos pensamentos de Deus e vos conduz ao suicídio. Uni-vos a mim para afastar sua funesta influência, e deixai-vos embalar docemente em meus braços, porque eu sou a Esperança.

FELÍCIA, filha da médium.

A CARIDADE

Eu sou a Caridade, sim, a verdadeira Caridade. Em nada me pareço com a caridade cujas práticas seguis. Aquela que entre vós usurpou o meu nome é fantasista, caprichosa, exclusiva, orgulhosa. Venho premunir-vos contra os defeitos que, aos olhos de Deus, empanam o mérito e o brilho de suas boas ações. Sede dóceis às lições que o Espírito de Verdade vos dá por minha voz. Segui-me, meus fiéis: eu sou a Caridade.
Segui-me. Conheço todos os infortúnios, todas as dores, todos os sofrimentos, todas as aflições que assediam a Humanidade. Sou a mãe dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora e suporte das viúvas. Curo as chagas infectas; trato de todos os doentes; visto, alimento e abrigo os que nada têm; subo aos mais humildes tugúrios e às mais miseráveis mansardas; bato à porta dos ricos e poderosos porque onde quer que exista uma criatura humana, há, sob a máscara da felicidade, dores amargas e cruciantes. Oh! Como é grande minha tarefa! Não poderei cumpri-la se não vierdes em meu auxílio. Vinde a mim: eu sou a Caridade.
Não tenho preferência por ninguém. Jamais digo aos que de mim necessitam: “Tenho os meus pobres; procurai alhures.” Oh! falsa caridade, quanto mal fazes! Amigos, nós nos devemos a todos. Crede-me. Não recuseis assistência a ninguém. Socorrei-vos uns aos outros com bastante desinteresse para não exigirdes reconhecimento da parte dos que tiverdes socorrido. A paz do coração e da consciência é a suave recompensa de minhas obras: eu sou a verdadeira Caridade.
Ninguém sabe na Terra o número e a natureza de meus benefícios.
Só a falsa caridade fere e humilha aqueles a quem beneficia. Evitai esse funesto desvio. As ações desse gênero não têm mérito perante Deus e atraem a sua cólera. Só ele deve saber e conhecer os generosos impulsos de vossos corações, quando vos tornais os dispensadores de seus benefícios. Guardai-vos, pois, amigos, de dar publicidade à prática da assistência mútua; não mais lhe deis o nome de esmola; crede em mim: eu sou a Caridade.
Tenho tantos infortúnios a aliviar que por vezes tenho os seios e as mãos vazios. Venho dizer-vos que espero em vós. O Espiritismo tem como divisa Amor e Caridade, e todos os verdadeiros espíritas quererão, no futuro, conformar-se a esse sublime preceito ensinado pelo Cristo há dezoito séculos. Segui-me, pois, irmãos, e eu vos conduzirei ao Reino de Deus, nosso pai. Eu sou a Caridade.

ADOLFO, bispo de Argel.

Instruções dadas por nossos Guias sobre as três comunicações acima

Meus amigos, vós deveis ter pensado que um de nós havia dado os ensinamentos sobre a fé, a esperança e a caridade. E tínheis razão.
Felizes por ver Espíritos tão elevados vos dando, com frequência, conselhos que vos devem guiar em vossos trabalhos espirituais, não é menor nossa suave e pura alegria, quando vimos ajudar-vos na tarefa do vosso apostolado espírita.
Podeis, pois, atribuir ao Espírito de Georges a comunicação sobre a Fé; sobre a Esperança, a Felícia: aí encontrareis o estilo poético que tinha em vida; e a da Caridade ao senhor Dupuch, bispo de Argel, que na Terra foi um de seus fervorosos apóstolos.
Ainda teremos que tratar da caridade sob outro ponto de vista. Fá-lo-emos dentro de alguns dias.
VOSSOS GUIAS