Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
Mostrando postagens com marcador Evangelização Infantil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Evangelização Infantil. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

No trabalho profilático. "Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!


O trabalho do Espiritismo dirigido à humanidade deve atender aos esforços da cura da alma, mas não deverá perder o foco quanto às lidas preventivas em nossa seara.
Tem sido comum a chegada de grandes levas de necessitados às instituições espíritas, tangidas por dramas intensos e dores pungentes, aguardando socorro para toda gama de dificuldades que se abatem sobre as suas vidas.
Ergue-se, porém, a urgência de tratar desses magotes de padecentes aproveitando o ensejo para vacinar a todos com as medicações que o Espiritismo oferece, a fim de se evitar a reincidência dolorosa.
Como é importante no seio do nosso Movimento o atendimento aos sofredores e perturbados da erraticidade, para que sejam liberados de tormentos e conflitos!
Será indispensável, contudo, que haja empenho nosso para que as populações sejam instruídas, orientadas para o bem, a tal ponto que não haja, no futuro, necessidade de novos enfermos desencarnados, tendo em vista que o Espiritismo pode prevenir, no íntimo dos seres, a eclosão das infelicidades que os conduzem às reuniões em que os padecentes são atendidos.
Como é indispensável o labor da evangelização da criança quanto do jovem, de modo a termos no porvir do mundo as almas devidamente preparadas, para os embates a serem superados, desde as fases iniciais da reencarnação, o que diminuirá as dores físicas e morais do Planeta!
Com esse mister evangelizador, a criança e o moço de agora lograrão a referida vacinação, considerando-se a condição de carência espiritual em que renasce na Terra a grande massa dos Espíritos.
A profilaxia é importantíssima para que, aos poucos, eliminemos os quadros de dores e de lágrimas de sofrimentos na Terra.
O trabalho da orientação dos mais jovens, desde a atualidade, diminuirá a quantidade de pobres materiais e de desditosos morais, uma vez que, embora o Espiritismo nos inspire o atendimento e o socorro a quem precisa, esclarece-nos, ao mesmo tempo, quanto às razões de haverem chegado à reencarnação com essas carências.
Somente o ensinamento do bem, iniciado no âmago dos lares e fortificado e emoldurado pelo trabalho de verdadeiros bandeirantes do amor fraterno, os evangelizadores, será capaz de dinamizar os planos do Criador para as Suas criaturas terrenas, e será desse modo que o glorioso Espiritismo atenderá, por nosso intermédio, à sua missão de consolador, sem qualquer dúvida, mas, fundamentalmente, expressará a sua marca de Verdade, que deverá acompanhar-nos até os tempos vindouros do Planeta, quando seremos, então, um único rebanho conduzido por um só Pastor, que é o nosso amado Jesus.
Trabalhar, sim, para resolver os enigmáticos dramas do mundo mas prevenir, também e principalmente, pois que há problemas no orbe que já não precisariam mais ocorrer nesses dias venturosos do Espiritismo implantado entre nós.

Benedita Fernandes
Mensagem psicográfica recebida pelo médium José Raul Teixeira, na Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no dia 8 de novembro de 2008, em Brasília, DF.


Fonte: http://www.sef.org.br/sef/no-trabalho-profilatico-mensagem-psicografada-medium-raul-teixeira/

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Da importância da Evangelização Espírita infanto-juvenil na formação da Sociedade do Terceiro Milênio."Legiões de obreiros espirituais insinuam e sugerem, orientam e estimulam, convocam e determinam, dirigem e comandam, participam e servem, diretamente, no seio das comunidades espíritas, junto aos serviços de evangelização, notadamente de crianças e jovens."



Bezerra de Menezes
Reconhecendo- se no Espiritismo evangélico a presença do Consolador, disseminando por toda a Terra as luzes cristalinas da Verdade e despertando a consciência humana para a era porvindoura de uma autêntica compreensão espiritual da Vida, não é difícil entender- lhe a abençoada missão evangelizadora do mundo c om vistas ao futuro onde as mais sublimes esperanças de felicidade na T erra se concretizarão.

Considerando- se, naturalmente a criança como o porvir acenando- nos agora, e o jovem como o adulto de amanhã, não podemos, sem graves comprometimentos espirituais, sonegar- lhes a educação, as luzes do evangelho de Nosso Senhor Jesus- Cristo, fazendo brilhar em seus corações as excelências das lições do excelso Mestre c om vistas à transformação das sociedades terrestres para uma nova Humanidade.

O momento que atravessamos no mundo é difícil e sombrio... O sublime ministério da evangelização Espírita Infanto- Juvenil nos pede prosseguir e avançar.

Nestes anos de transição que nos separam de novo milênio terrestre, é imprescindível abracemos, com empenho e afinco, a tarefa de evangelização junto às almas infanto- juvenis, tão carentes de amor e sabedoria, porém receptivas e propícias aos novos ensinamentos.

Assim, faz- se inadiável buscarmos os serviços que nos competem junto à evangelização da criança e do jovem, para que as comunidades terrestres, edificadas em Jesus, adentrem o Terceiro Milênio   como alicerces ótimos de uma nova civilização que espelhe, no mundo o Reino de Deus.

Da intensidade com que o Plano Espiritual tem apoiado o Movimento de Evangelização Espírita Infanto- Juvenil e como isto se opera.

Legiões de obreiros espirituais insinuam e sugerem, orientam e estimulam, convocam e determinam, dirigem e comandam, participam e servem, diretamente, no seio das comunidades espíritas, junto aos serviços de evangelização, notadamente de crianças e jovens.

Como os Espíritos Superiores veem a participação dos companheiros encarnados nas tarefas da Evangelização.

Conquanto os operários da gleba humana disponham de livre- arbítrio bastante para debandar ou desertar, esquecer ou adiar compromissos assumidos com a Vida, ..., existe excelente caravana de denodados lidadores da Evangelização Espírita Infanto- Juvenil, de corações voltados para um melhor desempenho, coesos no interesse de sempre produzir o máximo pela dedicação de todos os dias. São jovens ou adultos, de ambos os sexos, afanosos, idealistas, conscientizados, cada vez mais, de que a obra não nos pertence, mas ao Mestre Amado que, por misericórdia, utiliza a todos por instrumentos de iluminação do mundo.

A especialidade da tarefa não se compraz com improvisações descabidas... os servidores integrados na evangelização devem buscar, continuamente, a atualização de conteúdos e procedimentos didático- pedagógicos, visando a um melhor rendimento, em face da economia da vida na trajetória da existência, considerando- se que, de fato, os tempos são chegados...

Como os Espíritos Superiores situam, no conjunto das atividades da Instituição Espírita, a tarefa de Evangelização.

...a tarefa é do mais alto significado dentre as atividades desenvolvidas pelas Instituições Espíritas, na sua ampla e valiosa programação de apoio à obra educativa do homem. Não fosse a evangelização, o Espiritismo, distante de sua feição evangélica, perderia sua missão de Consolador...

...Espiritismo sem aprimoramento moral, sem evangelização do homem, é como um templo sem luz.

...uma Instituição Espírita representa uma equipe de Jesus em ação e, como tal, deverá concretizar seus sublimes programas de iluminação das almas, dedicando- se, c om todo empenho, à evangelização da infância e da mocidade.

Condições essenciais para que alguém possa desempenhar a tarefa.

Nas bases de todo programa educativo, o amor é a pedra angular, favorecendo o entusiasmo e a dedicação, a especialização e o interesse, o devotamento e a continuidade, a disciplina e a renovação, uma vez que no trato com a criança e o jovem, o esforço renovador pela evangelização jamais prescindirá da força da exemplificação para quem ensina.

Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu- se- nos por amor, ensinou até o último instante, fez- se o exemplo permanente aos nossos corações e..., pregado ao madeiro ignominioso, perdoou- nos as defecções de maus aprendizes. É justo, pois, que o evangelizador deva estudar e rever, quanto possível, todos os ensinos da Verdade...

Papel que c abe aos espíritas que não atuam diretamente na tarefa, para o seu crescimento e maior êxito
Todos os espíritas engajados realmente nas fileiras da fé raciocinada, devem estar, de certo modo, empenhados na tarefa de evangelização que é, sem dúvida, o sublime objetivo da Doutrina Espírita.

Solidariedade de propósitos, maior empenho, incentivo, ver c om simpatia e apreço a tarefa dos evangelizadores, sobretudo como um trabalho integrado nos objetivos da instituição e jamais como atividade à parte.

Orientação aos pais espíritas.

Jamais deverão descuidar de aproximar os filhos dos serviços da evangelização, em cujas abençoadas atividades se propiciará a formação espiritual da criança e do jovem diante do porvir. Há pais espíritas que, erroneamente, têm deixado, em nome da liberdade e do livre- arbítrio, que os filhos avancem na idade cronológica para então escolherem este ou aquele c aminho religioso... Tal medida tem gerado sofrimento e desespero, luto e mágoa, inconformação e dor. Porque, uma vez perdido o ensejo educativo na idade propícia à sementeira evangélica, os corações se mostram endurecidos..., desperdiçando- se valioso período de ajuda e orientação...

Recursos sugeridos para dinamização da tarefa.

§ Renovar a mentalidade dos adultos (pais, preceptores, dirigentes e servidores do Movimento Espírita) sobre a importância e necessidade da Evangelização Espírita Infanto- Juvenil;

§ Promover campanhas de esclarecimento junto à família cristã, às Instituições Espíritas, como também aos próprios evangelizadores;

§ Atrair novos colaboradores aos quais não faltarão os recursos da fé e as inspirações do Mais Alto para que se efetivem as semeaduras da luz;

§ Buscar apoio de novos métodos de ensino.

 Papel da Evangelização espírita Infanto- Juvenil na expansão do Movimento espírita brasileiro.

…a expansão em número e qualidade está assentada na participação da criança e do jovem, naturais continuadores da causa e do ideal. Preparando- os convenientemente para o porvir, aformoseando- lhes o caráter, iluminando- lhes os corações, forjando- lhes uma nova mentalidade cristã, será o mesmo que fornecer- lhes recursos de crescimento para a responsabilidade e o dever, na conquista de si mesmos.

...somente assim a Evangelização Espírita Infanto- Juvenil estará atingindo seu abençoado desiderato, não apenas pela expansão do Espiritismo no Brasil, mas, sobretudo, contribuindo para a formação do homem evangelizado que há de penetrar a alvorada de um novo milênio de alma liberta e coração devotado à construção de sua própria felicidade.

Algo mais a ser dito...

Filhos,
Roguemos a Jesus pela obra que prossegue sob o divino amparo. Que não haja desânimo nem apressamento, mas, acima de tudo, equilíbrio e amor. Muito amor e devotamento!
A Evangelização Espírita Infanto - Juvenil amplia- se como um Sol benfazejo, abençoando os campos ao alvorecer.
O próprio serviço, sem palavras articuladas, mas à luz da experiência, falará conosco sobre quaisquer alterações que se façam necessárias, enquanto, no sustento da prece, estabeleceremos o conúbio de forças c om o Alto, de modo a nos sentirmos amparados pelas inspirações do bem.
De tempos em tempos ser- nos- á necessário uma pausa avaliativa para revermos a extensão e a qualidade dos serviços prestados e das tarefas realizadas. Somente assim poderemos verificar o melhor rendimento de nossos propósitos.
Unamo- nos, que a tarefa é de todos nós. Somente a união nos proporciona forças para o cumprimento de nossos serviços, trazendo a fraternidade por lema e a humildade por garantia do êxito.
Com Jesus nos empreendimentos do amor e com Kardec na força da Verdade, teremos toda orientação aos nossos passos, todo equilíbrio à nossa conduta.
Irmanemo- nos no sublime ministério da evangelização de almas e caminhemos adiante, avançando c om otimismo.
Os amigos e companheiros desencarnados podem inspirar e sugerir, alertar e esclarecer, mas é necessário reconhecer que a oportunidade do trabalho efetivo é ensejo bendito junto aos que desfrutam a bênção da reencarnação.
Jesus aguarda!
Cooperemos com o Cristo na evangelização do Homem.
Paz!
(Extratos de mensagem recebida pelo médium Júlio Cezar Grandi Ribeiro, em 02/08/82, em Vila Velha/ES, transcrita da Separata do Reformador, 1985)






domingo, 21 de setembro de 2014

Primeiras lições de moral da infância

Primeiras lições de moral da infância

(Revista Espírita, fevereiro de 1864)

De todas as chagas morais da Sociedade, parece que o egoísmo é a mais difícil de desarraigar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais é alimentada pelos próprios hábitos da educação. Parece que se toma a tarefa de excitar, desde o berço, certas paixões que mais tarde tornam-se uma segunda natureza. E admiram-se dos vícios da Sociedade, quando as crianças o sugam com o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção.
Numa família de nosso conhecimento há uma menina de quatro a cinco anos, de uma inteligência rara, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas, isto é, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem sempre agradece quando lhe dão qualquer coisa, o que os pais cuidam bem de corrigir, porque fora esses defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada. Vejamos como eles se conduzem para lhe tirar essas pequenas manchas e conservar o ouro em sua pureza.
Um dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: “Tu o comerás se fores boazinha”. Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não dizem a uma criança que não comerá tal petisco se chorar. “Faze isto, ou faze aquilo”, dizem, “e terás creme” ou qualquer outra coisa que lhe apeteça, e a criança se constrange, não pela razão, mas em vista de satisfazer a um desejo sensual que aguilhoam.
É ainda muito pior quando lhe dizem, o que não é menos frequente, que darão o seu pedaço a uma outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe dizem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem dar-lhe uma lição de generosidade? Então lhe dizem: “Dá esta fruta ou este brinquedo a fulaninho”. Se ela recusa, não deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei um outro”, de modo que a criança não se decide a ser generosa senão quando está certa de nada perder.
Certo dia testemunhamos um fato bem característico neste gênero. Era uma criança de cerca de dois anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: “Nós o daremos ao teu irmãozinho, e tu ficarás sem nada.” Para tornar a lição mais sensível, puseram o pedaço no prato do irmãozinho, que levou a coisa a sério e comeu a porção. À vista disso, o outro ficou vermelho e não era preciso ser nem o pai nem a mãe para ver o relâmpago de cólera e de ódio que partiu de seus olhos. A semente estava lançada: poderia produzir bom grão?
Voltemos à menina, da qual falamos. Como ela não se deu conta da ameaça, sabendo por experiência que raramente a cumpriam, desta vez foram mais firmes, pois compreenderam que era necessário dominar esse pequeno caráter, e não esperar que com a idade ela adquirisse um mau hábito. Diziam que é preciso formar cedo as crianças, máxima muito sábia e, para a pôr em prática, eis o que fizeram: “Eu te prometo, disse a mãe, que se não obedeceres, amanhã cedo darei o teu bolo à primeira menina pobre que passar.” Dito e feito. Desta vez queriam manter a promessa e dar-lhe uma boa liçãoAssim, no dia seguinte, de manhã, tendo visto uma pequena mendiga na rua, fizeram-na entrar e obrigaram a filha a tomá-la pela mão e ela mesma lhe dar o seu bolo. Então elogiaram a sua docilidade. Moral da história: A filha disse: “Se eu soubesse disto teria me apressado em comer o bolo ontem.” E todos aplaudiram esta resposta espirituosa. Com efeito, a criança tinha recebido uma forte lição, mas de puro egoísmo, da qual não deixará de aproveitar-se uma outra vez, pois agora sabe quanto custa a generosidade forçada. Resta saber que frutos dará mais tarde esta semente quando, com mais idade, a criança fizer a aplicação dessa moral em coisas mais sérias que um bolo.
Sabe-se todos os pensamentos que este único fato pode ter feito germinar nessa cabecinha? Depois disto, como querem que uma criança não seja egoísta quando, em vez de nela despertar o prazer de dar e de lhe representar a felicidade de quem recebe, impõem-lhe um sacrifício como punição? Não é inspirar aversão ao ato de dar e àqueles que necessitam?
Outro hábito, igualmente frequente, é o de castigar a criança mandando-a comer na cozinha com os criados. A punição está menos na exclusão da mesa do que na humilhação de ir para a mesa dos serviçais. Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que com razão são consideradas como as chagas da Humanidade.
É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável, na qual não podem encontrar o contrapeso nem da vontade, nem da experiência. Assim, por pouco que aí se ache o germe das más paixões, o que é o caso mais ordinário, dada a natureza da maioria dos Espíritos que se encarnam na Terra, ele não pode deixar de desenvolver-se sob tais influências, ao passo que seria preciso observar-lhe os menores traços para reprimi-los.
A falta, sem dúvida, é dos pais, mas é preciso dizer que muitas vezes estes pecam mais por ignorância do que por má vontade. Em muitos há, incontestavelmente, uma culposa despreocupação, mas em muitos outros a intenção é boa, no entanto, é o remédio que nada vale, ou que é mal aplicado.
Sendo os primeiros médicos da alma de seus filhos, os pais deveriam ser instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los. Não basta ao médico saber que deve procurar curar, é preciso saber como agir. Ora, para os pais, onde estão os meios de instruir-se nesta parte tão importante de sua tarefa? Hoje dá-se muita instrução à mulher; fazem-na passar por exames rigorosos, mas algum dia foi exigido da mãe que soubesse como fazer para formar o moral de seu filho? Ensinam-lhe receitas caseiras, mas foi iniciada aos mil e um segredos de governar os jovens corações?
Os pais, portanto, são abandonados sem guia à sua iniciativa. É por isto que tantas vezes seguem caminhos errados. Assim recolhem, nos erros dos filhos já crescidos, o fruto amargo de sua inexperiência ou de uma ternura mal compreendida, e a Sociedade inteira lhes recebe o contragolpe.
Considerando-se que o egoísmo e o orgulho são reconhecidamente a fonte da maioria das misérias humanas; que enquanto eles reinarem na Terra não se pode esperar nem paz, nem caridade, nem fraternidade, então é preciso atacá-los no estado de embrião, sem esperar que fiquem vivazes.
Pode o Espiritismo remediar esse mal? Sem dúvida nenhuma, e não hesitamos em dizer que ele é o único suficientemente poderoso para fazê-lo cessar, pelo novo ponto de vista com o qual ele permite perceber a missão e a responsabilidade dos pais; dando a conhecer a fonte das qualidades inatas, boas ou más; mostrando a ação que se pode exercer sobre os Espíritos encarnados e desencarnados; dando a fé inquebrantável que sanciona os deveres; enfim, moralizando os próprios pais. Ele já prova sua eficácia pela maneira mais racional empregada na educação das crianças nas famílias verdadeiramente espíritas. Os novos horizontes que abre o Espiritismo fazem ver as coisas de outra maneira. Sendo o seu objetivo o progresso moral da Humanidade, ele forçosamente deverá iluminar o grave problema da educação moral, primeira fonte da moralização das massas. Um dia compreender-se-á que este ramo da educação tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa palavra, que é uma verdadeira ciência. Talvez um dia, também, será imposta a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como se impõe ao advogado a de conhecer o Direito.
Allan Kardec