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sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes? Reflexão em torno da mensagem no Livro Entre a Terra e o Céu.

Trecho retirado do Livro,Entre o Céu e a Terra,no capítulo 8, intitulada"Deliciosa Excursão". Uma linda mensagem para refletirmos acerca de nossos compromissos com o trabalho em pró de nossa evolução e da necessidade missionária de servirmos ao próximo.


...Antonina, porém, como se estivesse irradiando insopitável curiosidade, mesclada de alegria, voltou a exclamar:

Ah! se morrêssemos hoje!... se a carne não nos pesasse mais!...

( Nota  do Blog: nesta altura, as irmãs encarnadas estavam junto ao mentor espiritual, após o sono, para reverem seus filhos ,já desencarnados, em uma col
ônia , observando, maravilhadas, a beleza do plano Espiritual , com sentimento de permanecerem nesta região.)


O Ministro, contudo, imprimindo mais grave entonação à voz, mas sem perder a brandura que lhe era peculiar, considerou, de imediato:

Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes? Quem de nós obterá a suprema ventura, sem a perfeita sublimação pessoal?

E, fitando Antonina com bondade misturada de compaixão, observou:
Agora, vocês visitarão filhinhos abençoados que a morte lhes arrebatou temporariamente ao convívio terrestre. Vocês se sentem como que num palácio dourado, em pleno paraíso de amor, mas, e os filhinhos que ficam? Haverá Céu sem a presença daqueles que amamos? Teremos paz sem alegria para os que moram em nosso coração? Imaginemos que as algemas do cárcere físico se partissem agora... O atormentado lar humano cresceria de vulto na saudade que as tomaria de assalto... A lembrança dos filhos aprisionados no Planeta acorrentá-las-ia ao mundo carnal, à maneira de forte raiz retendo a árvore no solo escuro. Os rogos e os gemidos, as lutas e as provas dos rebentos menos felizes da existência lhes falariam ao espírito mais imperiosamente que os cânticos de bem-aventurança dos filhos afortunados e, naturalmente, desceriam do Céu para a Terra, preferindo a posição de angustiadas servas invisíveis, trocando a resplendente glória da liberdade pelos dolorosos padecimentos da prisão, de vez que a ventura maior de quem ama reside em dar de si mesmo, a favor das criaturas amadas...

( Notas do Blog:nesta altura, Clarêncio,o mentor espiritual, se referia a felicidade de nossas irmãs, naquela ocasião, por estarem indo de encontro aos seus filhos, já desencarnados, fazendo-as refletirem,quanto ao desejo de renunciar a vida,sobre as consequências , onde estariam algemadas aos entes queridos, no plano físico, caso elas desencarnassem, naquele instante, por conta de não haverem  conquistado, ainda, a evolução espiritual , assim sendo seriam elementos de perturbação aos seus familiares levando angústias ao invés de os ajudarem de forma consciente , com amor e zelo ,sem paixões)

As duas mulheres ouviram as sensatas ponderações sem dizer palavra.
Finda a pausa ligeira, o instrutor continuou:
— Somos devedores uns dos outros!... Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto, não há paraíso perfeito para quem volta da Terra, tanto quanto não existe purgatório integral para quem regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força divina, alimentando-nos em todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio é o trabalho com que nos compete ajudar-nos mutuamente.

Na paisagem banhada de luz, experimentei mais alta veneração pela Natureza, que, em todas as esferas, é sempre um livro revelador da Eterna Sabedoria...
Nossas irmãs, tocadas por júbilo inexprimível, afiguravam-se-me formosas madonas de sonho, repentinamente vivificadas, diante de nós.

É pelo trabalho — prosseguiu o orientador — que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo trabalho incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escada evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço... O verme, arrastando-se, trabalha em benefício, do solo e de si mesmo; o vegetal, respirando e frutescendo, ajuda a atmosfera e auxilia-se. O animal, em luta perene, é útil à gleba em que se desenvolve, adquirindo experiências que lhe são valiosas, e nossa alma, em constantes peregrinações, através de for-mas variadas, conquista os valores indispensáveis à sublime ascensão... Somos filhos da eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa marcha!

(Nota
 do Blog:A felicidade dos nossos grandes Missionários é o trabalho incessante em favor dos que necessitam, auxiliando nos para que possamos crescer espiritualmente, além de zelar pelo progresso de nosso planeta)

Antonina, que parecia mais acordada que a sua companheira, para a contemplação do excelso quadro que nos circundava, perguntou, com enlevo:
- Porque não guardamos a viva recordação de nossas existências anteriores? não seria bendita felicidade o reencontro consciente com aqueles que mais amamos?...
— Sim, sim... — confirmava Clarêncio, enquanto nossa deliciosa excursão prosseguia, célere — mas, na condição espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos orientar os nossos desejos para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante migalha de luz, sepultada nas trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe no chão, em porções infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como as fibras do cérebro são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos, em definitivo, no templo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases iniciais de desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são fragmentárias... Todavia, de existência a existência, de ascensão em ascensão, nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de nosso espírito imortal...

( Nota do Blog:Diante de nossas emoções desequilibradas, se soubéssemos do nosso passado, fatalmente, seríamos influenciados, sucumbindo. O objetivo  da reencarnação é o da  possibilidade  de construirmos uma nova história,onde possamos conquistar nossa evolução moral , nos redimindo do passado delituoso, reunindo com nossos irmãos ,de outrora, os nossos desafetos, e reconciliarmos , como nos recomenda o Evangelho, sem rancor e mácula, com Amor e Perdão.)

Mas se pudéssemos reconhecer no mundo os nossos antigos afetos, se pudéssemos rever os semblantes amigos de outras eras, identificando-os... — aventurou Antonina, reverente.
Retomar o contacto com os melhores, seria recuperar igualmente os piores — atalhou Clarêncio, bondoso — e, indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala todos os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os lances da vida, para formar com eles o mapa do destino, de acordo com os princípios de causa e efeito que nos governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua feição total...
O Ministro fez ligeiro intervalo, sorriu paternalmente para nós e rematou:
— A Lei, contudo, é invariavelmente a Lei. Viveremos em qualquer parte, com os resultados de nossas ações, assim como a árvore, em qualquer trato do solo, produzirá conforme a espécie a que se subordina.
O firmamento parecia responder às sugestões da palestra admirável.
Bandos de aves mansas pousavam na ramaria que brilhava não longe de nós.
O Sol apresentava perceptíveis raios diferentes, até agora desconhecidos à apreciação comum na Terra, provocando indefiníveis combinações de cor e luz.
Por abençoada e colorida colméia de amor, harmonioso casario surgiu ao nosso olhar.
Centenas de gárrulas crianças brincavam entre fontes e flores de maravilhoso jardim...

Fonte: Livro “Entre a Terra e o Céu” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito de André Luiz

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Cólera: ..."A cólera é comparável a uma implosão mental de conseqüências imprevisíveis..." // ..."Pela brecha da irritação, caímos sem perceber nos mais baixos padrões vibratórios, arremessando, infelizes e incontroláveis, os raios da destruição e da morte que, partindo de nós para os outros, volvem dos outros para nós, em forma de angústia e miséria, perseguição e sofrimento"... // "Quando a tempestade da cólera explode no ambiente, despedindo granizos dilacerantes, vemo-la por antena de amor, isolando-lhes os raios..."




IMPLOSÃO  MENTAL
Emmanuel

A cólera é comparável a uma implosão mental de conseqüências imprevisíveis.

Quando te sintas sob a ameaça de semelhante flagelo, antes de falar ou escrever, usa o método conhecido de permanecer em silêncio contando até cem. Se os impulsos negativos continuam, afaste-te para um lugar à parte e faze uma oração que te reequilibre.

Notando que a medida não alcançou os fins necessários, busca um recanto da natureza, onde encontres plantas e flores, cujas emanações te balsamizem o espírito.

Na hipótese de não retornares à tranqüilidade, procura algum templo religioso e confia-te novamente à prece, esforçando-te para que a paz te fale no coração.

No entanto, se essa providência ainda falhar, dirige-te a um remédio amigo que, com certeza, te aliviará com sedativos adequados, a fim de evitares a implosão de tuas próprias forças.

Emmanuel - Do livro: Luz e Vida - Psicografia: Francisco Cândido Xavier
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UM  MINUTO  DE  CÓLERA


 Emmanuel

Um minuto de cólera pode ser uma invocação às forças tenebrosas do crime, operando a ruptura de largas e abençoadas tarefas que vínhamos efetuando na sementeira do sacrifício.

Por esse momento impensado, muitas vezes, esposamos escuros compromissos, descendo da harmonia à perturbação e vagueando nos labirintos da prova por tempo indeterminado à procura da necessária reconciliação com a vida em nós mesmos.

Pela brecha da irritação, caímos sem perceber nos mais baixos padrões vibratórios, arremessando, infelizes e incontroláveis, os raios da destruição e da morte que, partindo de nós para os outros, volvem dos outros para nós, em forma de angústia e miséria, perseguição e sofrimento.

Em muitos lances da luta evolutiva, semelhante minuto é o fator de longa expiação, na qual, no corpo de carne ou fora dele, somos fantasmas da aflição, exibindo na alma desorientada e enfermiça as chagas da loucura, acorrentados às conseqüências de nossos erros a reagirem sobre nós, à feição de arrasadora tormenta.

Se te dispões, desse modo, à jornada com  Jesus em busca da própria sublimação, aprende a dominar os próprios impulsos e elege a serenidade por clima de cada hora.

Ama e serve, perdoa e auxilia sempre, recordando que cada semente deve germinar no instante próprio e que cada fruto amadurece na ocasião adequada.

Toda violência é explosão de energia, cujos resultados ninguém pode prever.

Guardemos o ensinamento do Cristo no coração, para que o Cristo nos sustente as almas na luta salvadora em que nos cabe atingir a redenção, dia a dia.

Livro: Semeador Em Tempos Novos - Francisco Cândido Xavier


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ESTRELA   OCULTA
Emmanuel
Quando a tempestade da cólera explode no ambiente, despedindo granizos dilacerantes, vemo-la por antena de amor, isolando-lhes os raios, e se o temporal da revolta encharca os que tombam na estrada sob o visco da lama, ei-la que surge igualmente por força neutralizante, subtraindo o lodo e aclarando o caminho...

Remédio nas feridas profundas que se escondem  na alma, ante os golpes da injúria, é bálsamo invisível, lenindo toda chaga.

Socorro nobre e justo, é a luz doce da ausência ajudando e servindo onde a leviandade arroja fogo e fel.

Filha da compaixão, auxilia sem paga impedindo a extensão da maldade infeliz...

Ante a sua presença, a queixa descabida interrompe-se e pára e o verbo contundente empalidece e morre.

Onde vibra, amparando, todo ódio contém-se, e o incêndio da impiedade apaga-se de chofre...

Acessível a todos, vemo-la em toda parte, onde o homem cultive a caridade simples, debruçando-se, pura, à maneira de aroma envolvente e sublime, anulando o veneno em que a treva se nutre...

Guardemo-la conosco, onde formos chamados, sempre que o mal responde, delinqüente e sombrio, porque essa estrela oculta, ao alcance de todos, é a prece do silêncio em clima de perdão.
  
Livro Paz e Renovação. Diversos Espíritos. Psicografia Chico Xavier
 

AINDA NÃO TENDES FÉ? "Se estivermos munidos da fé racional que não consiste meramente em acreditar, mas em discernir, em ter bom ânimo e disposição firme para enfrentar a luta, estaremos em condições de receber de Jesus a ajuda e orientação necessária para que a tempestade que nos assola seja amainada.


“E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia. E ele estava na popa dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo: Mestre, não se te dá que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: aquieta-te. E o vento se aquietou e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tímidos? Ainda não tendes fé?”
(Marcos. 4:37-40)

Haveria necessidade de o Mestre fazer interromper o processo de um fenômeno
da Natureza, a fim de demonstrar a sua autoridade ou revelar o poder de que se
achava investido.

Jesus sempre foi partidário da fé espontânea e durante todo o seu Messiado nunca se preocupou com a produção de fatos retumbantes. Quando os seus discípulos pediram-lhe que fizesse descer fogo sobre uma aldeia da Samaria, que não os havia recebido, admoestou: “Não sabeis o espírito da vossa vocação”.

Quando alguns gregos e judeus proeminentes pediram-lhe que produzisse um fato sobrenatural, para que vissem e acreditassem, negou-se a dar qualquer espécie de sinal.

Pelo contrário, a sua alegria foi das mais intensas quando um centurião acreditou que bastavam algumas palavras suas, à distância, para que seu servo ficasse curado, e quando uma mulher curou-se apenas pelo leve toque em sua túnica, segundo a sua crença.

O significado da passagem evangélica narrada por Marcos é de nos ensinar que, qualquer que seja a tempestade que assolar nosso coração, bastará um apelo ao Cristo para que ela se amenize.

Por mais impetuosa que seja a tempestade que ruge dentro da nossa alma, encontraremos na vivência dos ensinamentos evangélicos o meio de fazer com que ela se aquiete.

Quem estiver prestes a sucumbir no mar encapelado da vida, ou sentir suas forças periclitar devido ao vendaval da adversidade, bastará clamar ao Mestre, e o socorro virá prontamente.

Nas pautas dos Evangelhos deparamos com promessas vivas como as que se seguem:

— Vinde a mim vós que estais sobrecarregados e eu vos aliviarei.

— Buscai antes o reino dos Céus e sua justiça, e tudo vos será dado por
acréscimo.

— Bem-aventurado aquele que sofre porque será consolado.

Somos devedores relapsos da Justiça Divina e reiteradamente fazemos uso 
do nosso livre arbítrio,escolhendo determinado gênero de vida. Muito freqüentemente tornamo-nos veículos transmissores em lamentável processo de falência, e, por isso, solicitamos a Deus nos propicie meios que nos impulsionem na trajetória evolutiva, objetivo comum de todas as almas.

Se solicitamos esses favores e Deus, devido aos imperativos das nossas provações e expiações terrenas previamente escolhidas, não no-los concede, é óbvio que uma vez açoitados pela tempestade da adversidade devemos nos lembrar da palavra do Mestre: 

“Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?”

Se estivermos munidos da fé racional que não consiste meramente em acreditar, mas em discernir, em ter bom ânimo e disposição firme para enfrentar a luta, estaremos em condições de receber de Jesus a ajuda e orientação necessária para que a tempestade que nos assola seja amainada.

Devemos fazer com que o Mestre esteja sempre atuante, imponente, vivo dentro dos nossos corações. Assim como os apóstolos acordaram-no num momento cruciante, devemos tê-lo presente todas as vezes que carecemos de sustentação.

“Pedi, e dar-se-vos-á,. buscai e encontrareis; batei, e abrirse-vos-á. Porque aquele que pede, recebe,. e o que busca, encontra, e, ao que bate, se abre” (Mateus, 7-8)
Ensinando-nos desse modo, o Mestre nos faz compreender que a Justiça Divina não é surda aos que pedem, que buscam, que batem pedindo amparo, desde que o queassim faz, seja digno de receber essas dádivas.

Nicodemos sentiu dentro de si a dúvida em tomo do renascimento do Espírito em novo corpo, e foi, altas horas da noite, solicitar a Jesus que, através do esclarecimento, amainasse aquela tempestade que ameaçava tão seriamente a sua fé.

O publicano Zaqueu, cujo coração vivia atormentado pelo sopro do remorso oriundo de usurpações cometidas, também procurou o Cristo, durante uma visita que ele fez à sua cidade, tendo o ensejo de recebê-lo em sua casa, onde, numa explosão de júbilo, prontificou-se a repartir metade dos seus bens com os pobres, amainando assim aquela tempestade que ameaçava retardar o processo evolutivo de sua alma

Maria Madalena, assolada pela tempestade das paixões terrenas, demandou o concurso do Mestre, que serenou seu coração e soergueu seu Espírito, predispondo-a para a reforma íntima.

Paulo de Tarso, envolvido pela tempestade do ódio e do fanatismo, recebeu na Estrada de Damasco o convite generoso de Jesus, transmutando-se de perseguidor implacável em defensor incondicional da Boa Nova.

Simão Pedro, atormentado pela tempestade da dúvida, defrontou-se com oepisódio da negação (João, 18:25), chorando amargamente e transformando-se num dos mais lídimos paladinos do Evangelho.

Paulo Alves de Godoy

"Os Padrões Evangélicos"

quinta-feira, 13 de maio de 2021

PERDA DO DISCERNIMENTO."...Quando o obsidiado luta contra as ideias estranhas que lhe são sugeridas, ainda há esperança de rápida reversão no quadro obsessivo que se desenha, mas quando ele as "incorpora" de modo totalmente passivo, o problema torna-se por demais preocupante e sem qualquer previsão de melhora..."


"... o espirito conduz aquele que veio a dominar como o faria a um cego e pode fazê-lo aceitar as mais bizarras doutrinas, as mais falsas teorias como sendo a única expressão da verdade; bem mais, pode excitá-lo a diligências ridículas, comprometedoras e mesmo perigosas." (Segunda Parte, cap. XXIII, item 239, segundo parágrafo-Livro dos Médiuns)

A obsessão, de início, nem sempre se instala com todo o ímpeto sobre o obsidiado. Poderíamos compará-la a pequena tumoração, que, a pouco e pouco, se desenvolve, chegando, não raro, a tomar conta de todo um órgão...

A obsessão alcança o seu estado de maior gravidade justamente quando o obsidiado perde a faculdade de discernir o que é certo do que é errado.

Confuso, praticamente anulado em suas condições intelectuais, o obsidiado coloca-se à mercê dos espíritos obsessores que lhe substituem a vontade.

Quando o obsidiado luta contra as ideias estranhas que lhe são sugeridas, ainda há esperança de rápida reversão no quadro obsessivo que se desenha, mas quando ele as "incorpora" de modo totalmente passivo, o problema torna-se por demais preocupante e sem qualquer previsão de melhora.

Quando encarnado, em minhas reflexões de jovem adepto da Doutrina Espírita, acreditava que o homem é fruto de si mesmo, ou seja, cada qual colheria rigorosamente de acordo com a própria semeadura; imaginava que a bênção divina não privilegiaria quem dela não se fizesse credor, à custa de esforço intransferível... Depois, quando já mais maduro pela experiência e pelo sofrimento, alterei substancialmente o meu modo de pensar. 

Hoje, mais que nunca, creio que ninguém consegue sair de determinadas situações, sem a intervenção "direta" da mão da Divindade...

Vejamos o exemplo de Paulo de Tarso, o inolvidável Apóstolo dos Gentios. Como ele, sem a sublime visão do Cristo redivivo, às portas de Damasco, poderia modificar o seu interior, passando instantaneamente de ferrenho perseguidor dos cristãos ao maior propagador da Boa-Nova?!...

"Milagres" existem, sim! O Supremo Poder da Vida encerra consigo a prerrogativa de fazer cumprir decretos ou revogá-los, precipitar ou adiar acontecimentos, tornar possível o impossível, sem a efetiva participação da vontade humana!...

Perdoem-me os companheiros de fé que não consigam concordar com semelhante observação, mas, por acaso, a justiça dos homens, embora tão imperfeita quanto a interpretação dos magistrados que a fazem cumprir? A Justiça Divina seria menos magnânima?...

Mutilado no que se refere ao discernimento que deveria norteá-lo, ao médium falta chão para pisar com segurança, mostrando-se prestes a desabar a qualquer instante, no desastre mediúnico inevitável.

Quando no medianeiro ainda sobra alguma luz e ele, então, seja capaz de vislumbrar o perigo a que se expõe, convém que, asserenando intimamente no clima da oração, abdique de qualquer ideia que lhe esteja sub-repticiamente fomentando o personalismo e se auto-interne no anonimato do serviço no bem, procurando, de preferência, socorrer com as próprias mãos os pobres mais pobres na periferia da cidade. 

No entanto, mesmo da prática da caridade genuína, que o médium se acautele contra a falsa noção de santidade que, temerariamente, poderá começar a acalentar a respeito de si mesmo!

Como percebemos, o assunto é complexo e demandaria abordagens meticulosas à exaustão.

Que o médium creia firmemente não ser nada além de um seareiro entre tantos outros, batalhando na difícil tarefa do aperfeiçoamento íntimo, que lhe exigirá repetidas experiências no corpo, já que lhe seria loucura pretender alcançar o Céu de assalto...

Médiuns houve que, infelizmente, passaram a existência inteira dominados por ideias messiânicas, sempre perigosas, crendo-se investidos de alto poder missionário, quando não passavam de mendigos do pão espiritual mais simples que lhes socorresse a fome de luz. 

Muitos deles ainda se podem ver nas ruas das grandes cidades, discursando e gesticulando ao vento em seus delírios de grandeza, quando não ostentando altivo porte em meio à plebe ignara, imperadores que caminhassem entre súditos reverentes...

Quantos deles, de regresso ao Além, não dificilmente são demovidos de suas concepções bizarras, referindo-se ao Cristo, como se o Cristo sequer se lhes igualasse à estatura espiritual?!...

Temamos, pois, a perda do discernimento mais do que a perda da luz do próprio Sol no firmamento!

Livro: Mediunidade e Obsessão-cap.8
Pelo Espírito :Odilon Fernandes em parceria com Carlos Baccelli

segunda-feira, 3 de maio de 2021

COMER PÃO, BEBER VINHO "... pão representa o corpo doutrinário de sua doutrina e o vinho significa que ela se fundamenta sobre o Espírito"...Por isso, os seguidores de Moisés comeram o maná e morreram porque o pão que pretendiam era meramente para o sustento do corpo. Jesus, no entanto, trouxe o pão espiritual, do qual quem comer terá a vida eterna, isto é, passará a assimilar as coisas que dizem respeito ao Espírito. ..."







COMER PÃO , BEBER VINHO 

"E, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo: Isto é meu corpo que vos é dado.
Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o Novo testamento do meu sangue, que é derramado por vós". (Lucas, 22:19-20)

O ato comemorativo da Páscoa, da forma como é realizado na atualidade, representa flagrante contraste com tudo aquilo que Jesus Cristo objetivou ensinar através do singelo ato da última ceia, quando congregou os apóstolos para o último encontro que antecedeu a sua crucificação.

A realização da chamada última ceia tem um sentido bem mais profundo, pois o anseio do Mestre era de propiciar aos seus apóstolos um ensinamento sobre a necessidade de troca de idéias sobre a nova doutrina, confraternização, entrelaçamento, fraternidade, unificação, e obviamente constituiu um grandioso ensino endereçado à posteridade.

Entretanto, o ato realizado pelo Mestre, quando cada um dos presentes comeu um pedaço de pão e tomou um pouco de vinho, após sofrer o impacto de constante deturpações, tem servido, no decurso dos tempos, para justificar a realização de verdadeiros festins materiais, quando o vinho é utilizado em excesso, muitas vezes com danosas conseqüências, e o uso de carnes das mais variadas espécies suplantou o singelo uso do pão.

O ato tem servido mesmo para que alguns homens procurem nele uma justificativa para os excessos no uso do vinho, afirmando que Jesus Cristo era apologista do seu uso, tendo mesmo, nas Bodas de Caná, convertido água em vinho, esquecendo-se de que ainda nesse caso o Senhor teve por objetivo ensinar que as doutrinas religiosas que se fundamentam sobre as coisas do mundo, sobre as coisas materiais, terão que se espiritualizar, para atender o reclamo dos seus seguidores, pois só assim poderão tomar parte no grande festim que o Cristo definiu como "conquista do reino dos céus".
Teria Jesus Cristo se reunido com os apóstolos meramente para que juntos comessem pão e bebessem vinho, ou objetivou ele propiciar aos seus pósteros um ensinamento de grande profundidade?

Nenhum dos atos comuns da vida do Mestre deixa de encerrar uma mensagem e é óbvio que nesse caso não poderia haver exceção. O pão representa o corpo doutrinário de sua doutrina e o vinho significa que ela se fundamenta sobre o Espírito.

São numerosos os ensinos de Jesus sobre o pão espiritual e para se verificar isso basta recorrer aos Evangelhos:
"Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre" (João, 6:48-51;57-58).

Moisés prometia as coisas da Terra. Os judeus daquela época ambicionavam possuir a Terra da Promissão.
Jesus veio trazer a mensagem para ensinar aos homens a conquista das coisas do Espírito.
Por isso, os seguidores de Moisés comeram o maná e morreram porque o pão que pretendiam era meramente para o sustento do corpo. Jesus, no entanto, trouxe o pão espiritual, do qual quem comer terá a vida eterna, isto é, passará a assimilar as coisas que dizem respeito ao Espírito.

Além dos doze apóstolos, Jesus Cristo também teve outros setenta discípulos mais ou menos dedicados. Certa vez, conforme relata o evangelista João (6: 60-65), após ter proferido um discurso sobre o sentido de sua doutrina, dizendo "minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida", foi sumariamente abandonado por esses setenta discípulos, os quais disseram: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?".

O Mestre asseverou que não se pode pôr vinho novo em odres velhos, do contrário ele não suportará a fermentação e se romperá. A sua doutrina, embora tenha como um dos seus fundamentos nas leis morais recebidas por Moisés no Monte Sinai, é sempre nova e não poderá ser suportada pelos "odres velhos" de antigas concepções religiosas, pelo sistema arcaico que se fundamenta sobre leis transitórias destinadas a servirem determinada época, ou em dogmas estabelecidos por grupos ou pessoas, que sempre se insurgiram contra as idéias reformistas.

Ainda desta vez o Senhor teve por objetivo proclamar que o sentido profundo de sua doutrina estava contido na expressão "carne e sangue". Carne porque ela é um corpo individual, inalterável, sangue porque ela é dinâmica e não estática. A sua doutrina é um corpo ativo, atuante, que não pode ser compreendida nos moldes como o era até há pouco tempo: uma doutrina estanque, sem vibração, divorciada da ciência, ciosa de ser a exclusiva, monopolizadora de toda a verdade, zelosa dos seus dogmas e portadora de outros prejuízos.

O corpo doutrinário é animado pela força e pela vibração. Se qualquer uma das veias desse corpo deixar de receber o influxo do sangue, ela se esclerosa, se petrifica.

fonte:
Autor: Paulo A. Godoy
Livro: Padrões Evangélicos.

quinta-feira, 15 de abril de 2021

INTERFERÊNCIA OBSESSIVA."(...)Lembremo-nos do Cristo quando nos advertiu: "... se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem"...



"A obsessão simples tem lugar quando um espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu malgrado, nas comunicações que recebe, o impede de comunicar-se com outros espíritos e o substitui àqueles que são evocados." (Segunda Parte, cap. XXIII, item 238)


Por mais exímio seja um violinista, sua atuação ficará prejudicada, caso o instrumento musical não lhe corresponda às expectativas...

Todo médium, na tarefa a que se dedique pode sofrer interferências de caráter obsessivo, empanando-lhe o brilho. A interferência obsessiva a que nos referimos, em muitos medianeiros acontece de forma intermitente, ou seja, em crises mais ou menos periódicas, tirando-lhes a confiabilidade indispensável junto aos companheiros.

O médium que, do ponto de vista emocional e doutrinário, hoje esteja bem, amanhã não está, não inspira confiança nos comunicados dos quais se faça intérprete por parte dos Mensageiros da Vida Maior. Poderá até operar com relativo desembaraço, intermediando espíritos infelizes, mas nem sempre estará apto para refletir o pensamento que promana das Esferas Superiores.

Até certo ponto, a interferência obsessiva é normal em quase todo medianeiro ainda em luta com as próprias imperfeições, mas quando ela se demore ou se torne, digamos, repetitiva, a faculdade mediúnica "adoece" e reclama tratamento.

O tratamento do médium cuja mediunidade se encontra "doente", à semelhança de leito de rio repleto de calhaus a lhe tornarem revoltas as águas, deve principiar com o próprio medianeiro, em conscientizar-se da necessidade da suspensão provisória de suas faculdades, a fim de que a sintonia estabelecida com os espíritos perturbadores se desfaça...

Atentemos para o fato de que não estamos aconselhando o afastamento sumário do médium enfermo das atividades nas quais encontrará oportunidade de reerguer-se; consideramos de bom alvitre que as faculdades psíquicas do medianeiro em questão sejam saneadas, através do concurso terapêutico do passe, da água fluidificada, da prece, da reflexão conduzida por amigos que por ele se interessem, da leitura que lhe possibilite a renovação das energias e, sobretudo, do trabalho no bem, que lhe permita recomeçar a percorrer o caminho...

Cometem descaridade quando passem a exigir dos médiuns uma conduta moral ilibada, quase que assim lhe cassando a boa-vontade em servir, como possam, aos propósitos do Senhor.

Compreendamos que, sobre a Terra, nenhum médium estará o tempo todo isento dessa ou daquela influência espiritual perniciosa. Repetiríamos, com Kardec, que o melhor médium seria o que menos sofresse o assédio dos espíritos interessados em desnorteá-lo e, através dele, deixando sem rumo dezenas de pessoas... Aliás, da parte dos espíritos desafetos da Luz, há grande interesse em derrubar os médiuns que funcionariam como ponto de referência para os que orbitam à sua volta, promovendo um "desastre" de proporções inimagináveis na rota evolutiva dos companheiros que através deles foram agrupados.

Imprescindível se torna que os amigos dos sensitivos sob interferência obsessiva — seja ela constante ou periódica — ajam em seu benefício, procurando preservá-lo de deslizes
maiores, conscientes de que o pequeno e inevitável tropeço será sempre melhor do que a queda espetacular.

Quanto aos Espíritos Superiores, não os julguemos piores do que nos julgamos a nós, quando chegamos ao absurdo de supô-lo capazes de "virar as costas" aos que não lhes apresentem invariável certificado de santidade e equilíbrio... Lembremo-nos do Cristo quando nos advertiu: "... se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem"...

É lógico que, quando o violino se apresente danificado, o concertista procurará substituí-lo provisoriamente por outro, sem significar que lançará o primeiro (que talvez o tenha servido por tantos anos) na lata de lixo... Logo que o violino cujas cordas se romperam seja reparado, revelando-se capaz de emitir o mesmo som de antanho, o violinista o retomará em seus braços, regozijando-se ao acariciá-lo de encontro ao peito.

Não nos esqueçamos ainda de que, mesmo por entre as nuvens promissoras de borrasca, o Sol costuma brilhar, descortinando caminhos aos que desejem avançar.

Livro: Mediunidade e Obsessão
Autor : Odilon Fernandes psicografia de Carlos Baccelli

sábado, 10 de abril de 2021

EU VENCI O MUNDO: O poder da carne é sempre precário. A vitória do número e das armas é ilusória, efêmera e bastarda. Só o Espírito vence em definitivo, pelo amor e pela dor, com altruísmo e nobreza. O seu triunfo, uma vêz alcançado, consolida-se na eternidade. Jamais oscila nas bases em que se assenta. Sua superioridade se revela em todo o terreno, mesmo naquele que parece inadequado à sua manifestação.[....] Jesus venceu com a verdade, triunfou pelo amor. Felizes daqueles que já perceberam em sua mente e sentiram em seu coração esse acontecimento"






EU VENCI O MUNDO

Jesus, conforme atestam os fatos que com Ele se passaram, sucumbiu no madeiro infamante após haver suportado uma série de afrontas, insultos e flagelações. Os seus o abandonaram; as autoridades civis, cedendo às imposições da clerezia, arrastaram-no ao patíbulo da cruz, depois de publicamente açoitado.

Não obstante, ou apesar disso, o Filho de Deus ousa afirmar categoricamente: Eu venci o mundo! Como, Senhor, se o mundo tripudiou sobre ti e o teu Verbo? Que singular vitória é essa que proclamas? Como devemos entendê-la?

Sim, Mestre e Senhor, realmente venceste, como jamais alguém soube vencer com tamanha glória. Teu objetivo nunca foi o extermínio dos teus adversários, por isso que eles, nas trevas em que se achavam, não sabiam o que faziam.

Os mesmos sacerdotes, que foram os teus ferozes inimigos, não podiam compreender-te, dentro do materialismo religioso em que viviam. O povo aproximava-se de ti atraído pelos benefícios materiais que distribuías.
Ignorava, por completo, quem eras e qual a missão que vinhas desempenhar na Terra. Estavas, portanto, isolado no seio duma geração ignara, adúltera e incrédula. Tudo isso não constituía surpresa nem novidade, pois de tudo tinhas pleno conhecimento.

A materialidade própria e inerente aos mundos expiatórios reinava infrene entre os habitantes deste orbe. Só uma razão, um poder e um direito os homens conheciam: a força.

Competia-te ensinar-lhes, pela palava e pelo exemplo, a descobrir o poder por excelência, a força nobre e soberana que sobrepuja todas as manifestações de valor e fortaleza, expressas no número e nas armas: a força da Verdade e o poder do Amor, que, entrelaçados, representam o reduto inexpugnável do Espírito. 

Para lograres êxito no desempenho do programa que a ti próprio te traçaras, só havia um meio: a renúncia progressiva de ti mesmo, culminando com o sacrifício! Assim o fizeste, atingindo, em cheio, o alvo colimado. Portanto, venceste de fato, triunfaste em toda a linha, podendo, com justeza, proclamar a tua incomparável vitória, dizendo: Eu venci o mundo!

O poder da carne é sempre precário. A vitória do número e das armas é ilusória, efêmera e bastarda. Só o Espírito vence em definitivo, pelo amor e pela dor, com altruísmo e nobreza. O seu triunfo, uma vêz alcançado, consolida-se na eternidade. Jamais oscila nas bases em que se assenta. Sua superioridade se revela em todo o terreno, mesmo naquele que parece inadequado à sua manifestação.

A prova desta assertiva deu a Jesus sobejamente no momento em que, apresentando-se à corte romana, que o procurava no Jardim das Oliveiras, disse: Aqui estou ! Ao proferir, porém, esta frase, exteriorizou o fulgor do seu Espírito a cujo desusado brilho caíram por terra os quadrilheiros, de armas em punho!

Só depois que a Luz do Mundo se encobriu no seu envoltório, é que a soldadesca logrou voltar a si, prendendo o indigitado criminoso. Jesus, pois, não foi capturado: entregou-se voluntariamente à prisão. Um só instante de irradiação da sua potência espiritual fora bastante para demonstrar cabalmente a inanidade de todo o poderio de César, caso o humilde Cordeiro de Deus quisesse prevalecer-se da sua imensa reserva psíquica.

E não se diga que Jesus dissimulou, deixando de usar em sua defesa tamanha força. Como Mestre, o que lhe interessava era exemplificar.

A edificante exemplificação aí está, para os que têm olhos de ver e inteligência capaz de assimilar o que ela significa. O poder verdadeiro reside no Espírito, como resultado do conhecimento adquirido. Jesus manejava os próprios elementos, porque conhecia as leis que os regem sob todas as suas particularidades.

Para Ele não há mistérios na Natureza, nem segredos inescrutáveis no coração dos homens. Seu poder está na razão direta do seu saber. Suas obras dizem o grau da sua evolução intelectual e moral. A maior demonstração de sua grandeza está em fazer-se pequeno, sendo grande; insipiente, sendo sábio; fraco, sendo forte; vencido, sendo vencedor!

A convicção íntima do próprio valor torna o indivíduo paciente, tolerante e longânimo. A Verdade não tem pressa. O amor tudo suporta, tudo espera, tudo sofre.

Jesus venceu com a verdade, triunfou pelo amor. Felizes daqueles que já perceberam em sua mente e sentiram em seu coração esse acontecimento, o maior por certo e o mais significativo que a história humana registrou em suas páginas, por isso que é a vitória do Espírito sobre a carne, da Vida sobre a morte!

Autor : Vinícius
Na Escola do Mestre

domingo, 26 de maio de 2019

Mediunidade em Exercício

Nenhum médium é orientador-mor da casa espírita. Ele não é infalível e os espíritos que se expressam por seu intermédio ainda não são conhecedores da verdade integral.

Não deve, portando, o medianeiro extrapolar de suas funções,tanto quanto possível evitando se imiscuir nos assuntos de ordem administrativa,e nem colocar a sua mediunidade a serviço da curiosidade dos dirigentes que desejam abordar o Mundo Espiritual na solução dos impasses que surgem.
A mediunidade deve ser um fator de crescimento para o grupo, não centralizando decisões e transferindo responsabilidades.

Os Espíritos Amigos não se envolvem nas questões que competem aos integrantes da equipe cabe-lhes desenvolver o bom senso, dialogando fraternalmente na exposição transparente de suas idéias. As orientações espirituais neste sentido,quando acontecem,são sempre de ordem geral, e , da parte dos espíritos esclarecidos,jamais descem a detalhes onde o excesso de palavras anula a ação.

Não se deve marginalizar a opinião do medianeiro em assuntos administrativos, mas, por outro lado, dele não deve ser a última palavra.

Imaginemos a casa espírita onde nada se fizesse sem que o médium, guindado à condição de oráculo, fosse consultado...A mediunidade é assessoria espiritual a que se deve recorrer quando estritamente necessário,sob pena de banalização.Os Espíritos Superiores não existem para substituir o esforço humano, e a mediunidade não tem a função de isentar o homem das experiências que necessite vivenciar.

Espíritos desencarnados dominadores estimam controlar o grupo em suas decisões, desde , é evidente, que encontrem no instrumento mediúnico a ressonância indispensável.Médiuns personalistas, com extrema facilidade concedem passividade aos espíritos centralizadores.Associam-se em seus propósitos,assumindo grave responsabilidade pela manipulação psicológica do grupo..

Neste sentido, seria mesmo interessante que o medianeiro, evitando ser manipulado por dirigentes inescrupulosos, por outro lado se eximisse de aceitar qualquer cargo de direção, limitando-se a cumprir com a sua tarefa de médium.
Muitos medianeiros se perdem quando aceitam, de encarnados e desencarnados, as sugestões que lhes excitam a vaidade, induzido-os a pretender posição de liderança no movimento, ou esta ou aquela condição de relevo no templo espírita.

A sintonia com o Mundo Espiritual Superior carece de ser acalentada; se o medianeiro interessado em melhores contatos psíquicos não conceder espaço mental para as idéias que deseja intermediar, as suas faculdades não se verticalizarão...

A influência do trabalho do médium no grupo a que se vincule acontecerá naturalmente, desde, é claro, que as suas conseqüências morais se façam sentir.

Quando sincero, o medianeiro irradiará as suas vibrações convincentes que, através do exemplo nobre, terminarão por se impor sem que, na maioria das vezes, as palavras articuladas sejam necessárias. Nenhum discurso mais eloqüente do que o da própria conduta!

Que medianeiro algum pretenda o poder, revivendo as experiências infelizes do pretérito quando, em outra roupagem física, estimava a presença de vassalos aos seus pés.

Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

domingo, 16 de julho de 2017

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 202

 
Comentário de Miramez
 
Em toda época de fechamento de ciclo, como a que se aproxima da Terra, aparecem grandes tribulações. É a concessão de Deus aos Espíritos, de várias qualidades morais, que descem à Terra, e muitos deles se melhoram no ambiente de esperança. Também no mundo espiritual a movimentação é muito grande nesse sentido. Os benfeitores já sabem o que vai acontecer e estão preparando lugar para a avalanche de Espíritos que irão desencarnar de uma vez, dentro de provações coletivas, preparando Espíritos para trabalharem no socorro espiritual. O trabalho é gigantesco, mas a casa é grande e Deus é sempre Pai amoroso. Nas proximidades do planeta, já se encontram milhares de pronto-socorros espirituais preparados. É nesse sentido que o amor cresce, e a fraternidade toma caráter amplo, na sua amplitude de ser a caridade em ação permanente.
  Fonte:http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/fev4q202c.html