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terça-feira, 19 de novembro de 2013

ALLAN KARDEC E O CONTROLE UNIVERSAL DO ENSINO DOS ESPÍRITOS






                                                        Suely Caldas Schubert

         “Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos: a concordância que haja entre          as revelações que eles façam espontaneamente, servindo-se de grande número de          médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares. (...) Essa verificação universal          constitui uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias          contraditórias. Aí é que, no porvir, se encontrará o critério da verdade.”
                   Allan Kardec  (ESE  Introdução: Autoridade da Doutrina Espírita)

         A visão criteriosa e profunda do Codificador estabeleceu que a autoridade da Doutrina Espírita repousa na universalidade do ensino dos espíritos e na concordância entre estes ensinos.
         Trata Kardec, porém, não de comunicações relativas a interesses secundários, mas dos princípios da Doutrina. Quer isso dizer que as revelações dos espíritos, a partir da Codificação aos tempos atuais e futuros, deverão sempre ser submetidas a esse controle, ou seja, ao crivo da razão. Tudo o que venha dos espíritos necessita ser analisado, conforme aconselha Kardec. 
         Esse processo, utilizado por Kardec na composição de O Livro dos Espíritos e demais obras da Codificação, é bem o exemplo  do cuidado e atenção que se deve ter em relação a tudo o que venha da Espiritualidade por intermédio dos médiuns.
         Nas reuniões mediúnicas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, bem como naquelas realizadas nos lares da sra. Plainemaison e da família Baudin, especialmente, o mestre lionês  constatou, no intercâmbio com os espíritos, as suas diferentes condições e capacidades e que estes, considerados individualmente,  não estão de posse de toda a verdade; que o conhecimento de cada um é proporcional ao seu estado evolutivo.
         Desde o início de suas pesquisas, Kardec compreendeu que os espíritos inferiores e mal intencionados procuram enganar os encarnados, mistificando, encobrindo a sua verdadeira condição, utilizando nomes famosos, de vultos veneráveis, utilizando termos como Deus, amor, caridade, citações de frases do Evangelho, às vezes com tal sutileza que enganam até os mais experientes médiuns e outras pessoas, ingênuas e de boa-fé , que tomam conhecimento dessas mensagens. Esses espíritos, não raramente, propõem mudanças, dizem-se encarregados de alguma missão elevada cujo finalidade, segundo eles, é ajudar as pessoas a progredir.
         Ressalta o Codificador :
         “Toda teoria, em manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada por mais respeitável que seja o nome que traga como assinatura.” (ESE Introdução pág.31)
         Na advertência acima encontramos pontos importantes que devem merecer  uma reflexão mais atenta. Observemos que é uma frase bastante incisiva, que não deixa margem a dúvidas. Qualquer teoria, portanto, que apresente os três pontos citados: contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com dados positivos já adquiridos, deve ser rejeitada. E acrescenta: por mais respeitável  seja o nome que a assina. Este o crivo da razão.
         Interessante mencionarmos que os espíritos bem-intencionados, os bons espíritos, os espíritos superiores, enfim, não temem a análise de suas mensagens, não ficam melindrados, aborrecidos ou magoados; primeiro porque já venceram esses sentimentos negativos;  segundo porque  nada têm a temer quanto ao conteúdo das suas comunicações. Só os espíritos inferiores, os mistificadores, os pseudo-sábios se agastam com isso, tanto quanto os médiuns pelos quais transmitem suas mensagens. As armas  que esses espíritos utilizam são, via de regra, a ironia, o sarcasmo, o deboche, as insinuações dúbias, o tom acusador.
         Para se ter uma idéia da forma como atuam recomendamos a leitura do capítulo 31 de O Livro dos Médiuns, onde estão registradas algumas comunicações apócrifas. Em nota ao final do capítulo, Kardec leciona:
         “De fato, a facilidade com que algumas pessoas aceitam tudo o que vem do mundo invisível, sob o pálio de um grande nome, é que anima os Espíritos embusteiros. A lhes frustar os embustes é que todos devem consagrar a máxima atenção; mas, a tanto ninguém pode chegar, senão com a ajuda da experiência adquirida por meio de um estudo sério. Daí o repetirmos incessantemente: Estudai, antes de praticardes, é esse o único meio de não adquirirdes experiência à vossa própria custa.” (grifamos)
         Temos observado que, nos últimos tempos, esses critérios têm sido deixados de lado, pois aceita-se tudo o que é novidade, algumas realmente estranhas, sem nenhum respaldo doutrinário, que contrariam o bom-senso, e tudo isso fartamente divulgado, como se não fosse importante manter-se a fidelidade à Codificação.
         A falta de estudo, a inexperiência, a ingenuidade podem levar a pessoa a uma situação difícil.  O espírito Erasto, um dos expoentes da falange do Espírito de Verdade, faz uma advertência em O Livro dos Médiuns que requer a nossa atenção:
         “Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom-senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.” (grifamos) (cap. XX it.230)
         A Doutrina Espírita, como é do conhecimento geral, não proíbe nada, cada um escolhe livremente o seu caminho e as opções de vida, no uso do seu livre-arbítrio,  tornando-se responsável pela própria conduta.
         Entretanto é imprescindível atentar para o fato de que, acima de tudo, como espíritas, devemos ser fiéis à Doutrina dos Espíritos.
         Ao comemoramos o sesquicentenário do lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS,  nosso pensamento se volta à data de 18 de abril de 1857, no momento em que Allan Kardec, emocionado, tem em suas mãos, pela primeira vez, a obra impressa, a 1ª edição. Talvez não avaliasse, em sua natural modéstia, que naquele instante o advento do Consolador prometido por Jesus estava se concretizando. Seu esforço, sua abnegação ao cumprimento da missão que lhe fora confiada, sua renúncia íntima e silenciosa o levaram a dedicar os anos restantes de sua vida à causa da Doutrina Espírita.
         Assim, que a nossa homenagem ao Codificador esteja impregnada de nosso profundo amor  e respeito à grandiosa obra por ele empreendida.
         Amar a Doutrina é preservá-la de alterações, de mudanças, de atualizações que lhe desfigurariam os princípios norteadores e luminosos.
         Sejam para Allan Kardec as palavras do Espírito de Verdade:
         “As grandes missões só aos homens de escol são confiadas e Deus mesmo os coloca, sem que eles o procurem, no meio e na posição em que possam prestar concurso eficaz.” (O Livro dos Médiuns cap. XXXI it. XV)

 Fonte:http://suelycaldasschubert.webnode.com.br/artigos/