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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O MUNDO NÃO O VÊ NEM O CONHECE "O Mestre afirmou aos apóstolos que eles conheciam o Espírito de Verdade, mas o mesmo não acontecia com o mundo. Este não o conhecia e nem o podia receber, porque não estava suficientemente preparado para isso.


“O Espírito de Verdade, que o mundo do não pode receber, porque não o vê, nem o conhece.” (João, 14: 17)

Afiançam os porta-vozes de algumas religiões que o Espírito de Verdade, ou o
Consolador, veio ao mundo no chamado dia de Pentecostes, e que, como decorrência, nada há mais a esperar.

Entretanto, se a evolução humana é tão vagarosa, não dá saltos e se processa harmoniosamente, por que razão em poucos meses teria operado transformação tão brusca? Na Terra ainda estavam os mesmos homens, dentre eles os acerbos inimigos do Cristo, os mesmos que o levaram ao cimo do Calvário.

O Mestre afirmou aos apóstolos que eles conheciam o Espírito de Verdade, mas o mesmo não acontecia com o mundo. Este não o conhecia e nem o podia receber, porque não estava suficientemente preparado para isso.

Alguns poderão redargüir, dizendo: o Espírito de Verdade veio somente aos apóstolos, no dia de Pentecostes. Isso também não tem lógica, pois a promessa feita por Jesus não abrangia somente os apóstolos, mas toda a Humanidade.

Os apóstolos de Jesus eram evoluídos espiritualmente, e, dada essa circunstância, antes de nascerem na Terra, teriam forçosamente de saber quem era o Espírito de Verdade.

A segunda revelação foi trazida à Terra por Jesus Cristo, dois mil anos após a primeira, trazida por Moisés. O Espírito de Verdade trouxe à Humanidade a Terceira Revelação, quase dois mil anos após o advento do Mestre Nazareno.

O Espírito de Verdade, ou o Consolador prometido por Jesus Cristo, veio ao mundo na segunda metade do século passado, quando foram lançadas as bases fundamentais do Espiritismo. É patente aos olhos de todos que a Humanidade não está suficientemente preparada para o receber, mas existe melhor adequação espiritual do que no tempo do advento da doutrina cristã.

As reformas que se concretizarão na Terra com o advento do Consolador, dentre outras, serão as seguintes:

— Implantação dos postulados da reencarnação e da multiplicidade dos mundos habitados;

— Demonstração da incoerência das doutrinas das penas eternas, do pecado original e da existência do inferno e do céu como lugares circunscritos de penalidades e de gozos;

— Comprovação da imortalidade da alma, da preexistência e persistência do Espírito e da sua evolução incessante rumo a Deus;

— Abolição de falsas teorias como as da Trindade, que nos apresenta um Deus trino; da crença num unigênito de Deus e outras doutrinas aberrantes.

Essas alterações far-se-ão com base nos próprios Evangelhos de Jesus. As maravilhosas parábolas ensinadas pelo Mestre, dentre elas a do Filho Pródigo, da Ovelha Perdida, encarregar-se-ão de destruir as teorias das penas eternas e do pecado original; o colóquio com Nicodemos e as palavras de Jesus alusivas a João Batista terão o mérito de destruir as teorias sobre a uni cidade das existências; as palavras do Senhor, sobre as muitas moradas da Casa do Pai, serão decisivas para a destruição da crença na existência de um só mundo habitado.

Destruindo as tendências humanas das encenações e da prática exterior do culto, combatidas pelo Cristo na passagem evangélica sobre a Mulher Samaritana, serão também decisivas para que o homem compreenda em toda a sua extensão a afirmação do Mestre, quando disse: “Deus é Espírito e deve em Espírito ser adorado, pelos verdadeiros adoradores”.

Já dizia o profeta Ezequiel: “Deus não quer a morte do ímpio, mas que ele se
redima e viva”. Conseqüentemente, o papel a ser desempenhado pelo Espírito de Verdade terá por finalidade básica situar a criatura em seu verdadeiro lugar, face ao Criador de todas as coisas.

Padrões Evangélicos-Paulo Alves de Godoy

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DESPERTAR OS QUE DORMEM - LAMMENAIS ''Os grandes acontecimentos são sempre precedidos de anúncios ou sinais para fixar a atenção dos homens na importância do fato que vai realizar-se, a fim de despertar os que dormem.[...]Recordai-vos do Espírito de Verdade prometido por Jesus Cristo - e esperai-o despertos e preparados.[...]algumas nuvens vos impedem de ver todo o esplendor da luz; mas essas nuvens serão varridas por uma vontade soberana, e a verdade brilhará em toda a sua pureza[...]

 


Os grandes acontecimentos são sempre precedidos de anúncios ou sinais para fixar a atenção dos homens na importância do fato que vai realizar-se, a fim de despertar os que dormem.

O fim da igreja pequena é um acontecimento solene, o mais solene e importante de quantos a Humanidade tem presenciado; porque o fim da Igreja de Roma é o começo da igreja universal e o estabelecimento da doutrina de Jesus no entendimento e no coração dos pobres desterrados da Terra.

Os séculos vindouros saudarão com júbilo essa jornada, com o júbilo com que saudais a encarnação e a memória do Cristo. Por isso, o fim da igreja pequena, que é o começo da igreja universal, vem precedido de sinais maravilhosos, que vereis multiplicar-se à medida que os tempos avancem.

E os tempos se precipitam, porque tudo conspira para isso, mesmo aquilo que parece aos homens empecilhos ou obstáculos.

O sinal que precede ao fim da igreja pequena e ao começo da igreja universal é o ensino manifesto dos Espíritos, derramado com maravilhosa e misericordiosa profusão, de um a outro extremo da Terra.

E o ensino dos Espíritos vem, porque é absolutamente necessário; pois é tal o vácuo que há nas crenças, que a Humanidade não poderia despertar sem esse auxílio superior. Antes, porém, do fim da igreja pequena de Roma e do começo da igreja universal de Jesus Cristo, vereis ainda outro sinal:

Ouvir-se-á uma voz que soará por toda parte.

Recordai-vos do Espírito de Verdade prometido por Jesus Cristo - e esperai-o despertos e preparados.

Os pobres filhos dos homens, os infelizes viajores da Terra, ouvirão essa voz suave e atraente, como o murmúrio da brisa e como o perfume da flor, e verão o céu aberto, porque os seus corações se abrirão à esperança e à fé.

Esses tempos vêm pertos; podeis pressenti-los, podeis vê-los, porque estão no vosso horizonte.

O Sol aparece obscurecido aos vossos olhos; algumas nuvens vos impedem de ver todo o esplendor da luz; mas essas nuvens serão varridas por uma vontade soberana, e a verdade brilhará em toda a sua pureza.

Mais um momento, e vereis cumpridas estas palavras.

Irmãos congregados, adorai a Deus.

Despeço-me de vós, deixando-vos o espírito de caridade, de humildade e de adoração do nosso Mestre Jesus Cristo.

A paz seja convosco e com todos os homens.

Lamennais

De Roma ao Evagelhos : Ensino dos Espíritos

domingo, 16 de março de 2014

O MORDOMO INFIEL

O MORDOMO INFIEL
E' admirável a maneira simples e clara com que o Mestre da Galiléia abordava certos assuntos, tidos, até hoje, como complexos e difíceis de serem apreendidos e solucionados. Jesus tudo esclarecia em poucas e concisas palavras. Os homens, porém, acham que as medidas propostas pelo Instrutor e Guia da Humanidade, acerca de vários problemas sociais, são impraticáveis.

Mas a grande verdade, verdade que cada vez mais e mais se impõe, é que os homens não conseguem resolver seus perturbadores problemas pelos processos e meios que se afastam daqueles, indicados e preconizados por Jesus. E' excusado tergiversar e contornar os casos. Os homens hão-de chegar à conclusão de que só seguindo as pegadas daquele que "é o caminho da verdadeira vida", lograrão sair do caos em que se acham.

A diferença entre os métodos humanos e aqueles adotados pelo divino Mestre, está em que os homens experimentam, procurando acertar, enquanto que Jesus vai, seguro e certo, ferindo o alvo, sem vacilações nem delongas; está ainda em que os homens agem influenciados pelo egoísmo, ao passo que o Filho de Deus atua sempre iluminado pelas claridades do amor, visando ao bem coletivo.

Vamos, pois, meditar a Parábola do Mordomo Infiel. Vejamos como o Senhor a concebeu, segundo o relato de Lucas — Cap. XVI, l a 13.
"Havia um homem rico que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjador dos seus bens. Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta da tua administração; pois já não podes mais ser meu administrador.

Disse o feitor consigo: Que hei-de fazer, já que o meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, e de mendigar tenho vergonha. Eu sei o que farei, para que, quando despedido do meu emprego, tenha quem me receba em suas casas. Convocando os devedores do seu amo, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo ? Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta; senta-te depressa e escreve cinquenta.

Depois perguntou a outro: Quanto deves tu? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-Ihe: Toma a tua conta e escreve oitenta. E o amo, sabendo de tudo, louvou o mordomo infiel, por haver procedido sabiamente; porque os filhos do século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.

Quem é fiel no pouco, também será no muito; e quem é infiel no pouco, também o será no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois há-de aborrecer a um e amar a outro, ou há-de unir-se a este e desprezar aqueles. Não podeis servir a Deus e as riquezas.

Em tal importa, em sua literalidade, a Parábola do Mordo infiel. Para sermos sintéticos, como é aconselhável que sejamos em crônicas desta natureza, comecemos por interpretar as personagens que figuram neste conto evangélico. Quem é o rico proprietário? Onde a sua propriedade agrícola? Quem é o administrador infiel? Quem são os devedores beneficiados pela astúcia do mordomo demissionário?

O proprietário prefigura indubitavelmente Aquele que é a Causa Suprema e Soberana, Aquele que é a Causa donde procede o Universo: Deus. Ele é o Senhor, criador, plasmador e mantenedor dos seres, dos mundos e dos sóis. Nele vivemos e nos movemos, porque dele somos geração — como disse Paulo de Tarso.

A propriedade a que alude a parábola é o planeta que habitamos: a Terra. O mordomo infiel — somos nós; é o homem. A nossa infidelidade procede do fato de nos apossarmos dos bens que nos foram confiados para administrar. Somos mordomos dolosos porque praticamos o delito que juridicamente se denomina — apropriação indébita.

Deste caráter são todos os haveres que retemos em mãos, considerando-os nossa propriedade. A realidade, no entanto, é que daqui, da Terra, nada é nosso. Não passamos de simples administradores. Tanto assim, que o dia de prestação de contas chega para todos. E' o que na parábola representa — a demissão. Todo mordomo infiel será, com a morte, despedido da mordomia, despojando-se, então, muito a contragosto, dos bens materiais em cuja posse se achava.

A despeito dos homens saberem que é assim, visto como estão vendo, todos os dias, os abastados serem privados das suas riquezas, as quais passam a pertencer, temporariamente, a terceiros, eles dedicam o melhor de sua inteligência e dos seus esforços na conquista e na retenção dos bens temporais. Iludem-se, deixando-se sugestionar com a idéia de posse. E, nesse delírio, os homens vivem, porfiam e lutam há milênios, sem que se convençam de que tudo, neste mundo, é precário e instável.
Não só as riquezas e fazendas não nos pertencem, como não são igualmente nossos aqueles que estão ligados a nós pelos laços da carne e do sangue. A esposa diz: meu marido. Este, de igual modo, reportando-se à companheira, diz: minha esposa. De fato, porém, não é assim. O estado de viuvez em que ficam homens e mulheres reflete, penosamente, a grande verdade: daqui, nada é nosso.

Com que profundo e sagrado apego as mães dizem: meu filho! Eis que esse filho das suas entranhas, carne da sua carne e sangue de seu sangue, é chamado para o Além, e a mãe fica sem ele! O próprio corpo com que nos apresentamos, essa vestidura carnal que nos dá a forma sob a qual somos conhecidos, também não nos pertence, pois podemos ser privados da sua posse.

E' assim tudo neste meio em que ora vivemos: nada é nosso. Somos meros depositários e usufrutuários, por tempo limitado e incerto, de tudo que nos vem às mãos, inclusive parentes, amigos, mocidade, saúde, beleza até mesmo o indumento físico com que nos achamos vestidos.

Não obstante, todos nos apegamos às coisas terrenas, como se realmente constituíssem legítima propriedade nossa. O egoísmo age em nós como velho instinto de conservação, determinando nossa conduta. Pois bem, já que nos apossamos indevidamente da propriedade que nos foi confiada para administrar, façamos, então, como o mordomo da parábola em apreço. Que fez ele? Conquistou amigos com a riqueza do seu amo. De que maneira? Convocando os devedores daquele, e reduzindo as suas dívidas, para que, após a demissão do cargo que exercia, pudesse contar com amigos que o favorecessem.
O amo, sabendo desse procedimento, longe de censurar, louvou a prudência e a sabedoria do mordomo. E Jesus termina a parábola, dizendo: Assim, eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniquidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles, nos tabernáculos eternos.

E' bastante claro o conselho do Mestre, o qual pode ser assim resumido: já que vos apoderais das riquezas terrenas como se fossem vossas, fazei ao menos como este mordomo — isto é, beneficiai os que sofrem, atentai para os necessitados, minorando as suas angústias e padecimentos. Toda vez, pois, que acudimos as necessidades do nosso próximo, reduzimos a conta dos devedores, de vez que toda a sorte de sofrimento importa, quase sempre, em resgate de débitos passados.
Procedendo desta maneira, quando, despojados dos bens terrenos, partirmos para os tabernáculos eternos, teremos ali quem nos receba e acolha com bondade e gratidão. Cumpre notarmos esta frase do Mestre: "Porque os filhos deste século são mais sábios na sua geração do que os filhos da luz. Quer isto dizer que o século, foi mais sábio, preparando o seu futuro, aqui no mundo, dos que os filhos da luz, no que respeita ao modo como procedem para assegurar o porvir que os espera após a morte.


Realmente, se os já esclarecidos sobre a vida futura agissem, procurando garantir a sua felicidade vindoura com o afã e o denodo com que os homens do século procedem no terreno utilitário, para satisfazerem suas ambições, certamente aqueles já teriam galgados planos superiores, deixando uma esteira de luz após a sua passagem por este orbe de trevas.
Basta considerarmos a soma dos esforços, de engenho, de arte, arrojo e sacrifício que os homens empregam na guerra, para ver como os filhos do século vão ao extremo, na loucura das suas ambições. Ora, o que não conseguiriam os filhos da luz, se, na esfera do bem, agissem com tamanha dedicação?
Razão tem o Mestre em proclamar que os homens do século são mais esforçados e diligentes, nas suas empresas, do que os filhos da luz em seus empreendimentos. Ratificando a assertiva de que toda riqueza é iníqua, Jesus borda as seguintes considerações : "Quem é fiel no pouco, também o será no muito; e quem se mostra infiel no pouco, por certo o será também no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas iníquas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?

Nenhum servo pode servir a dois senhores: a Deus e às riquezas." Está visto que o pouco, o iníquo e o alheio — que nos foram confiados — representam os bens terrenos; ao passo que o muito, as nossas legítimas riquezas estão expressas nos dons do espírito — tais como a sabedoria e a virtude. Estes, porém, só nos serão concedidos quando o merecermos, isto é, quando, experimentados no pouco, tenhamos dado boas contas.

Conforme vemos, a moralidade desta parábola é clara e edificante, envolvendo interessante caso de sociologia. Quando os homens se inteirarem de seu espírito, deixarão de ser ávidos e cúpidos, prestando o seu concurso aos menos favorecidos, não com aquela jactância e vaidade dos que buscam aplausos da sociedade, nem com a falsa visão dos que pretendem negociar com a Divindade uma posição de destaque no Céu —, mas como o cumprimento de um dever natural, de quem sabe que os bens terrenos não constituem privilégio de ninguém, mas devem ser utilizados por todos os filhos de Deus que envergaram a libré da carne neste mundo, a fim de resgatar as culpas do passado, elaborando, ao mesmo tempo, as premissas de um futuro auspicioso.

Ao gesto de dar esmolas, eivado de egoísmo, e, não raro, de hipocrisia, teremos a idéia de Justiça, derivada da compreensão das responsabilidades assumidas pelos detentores de riquezas, provindas desta ou daquela origem, pouco importa, visto como, consoante o critério evangélico, elas são sempre iníquas. E o meio de justificá-las está em proceder como o mordomo infiel, reduzindo a conta dos devedores, isto é, minorando as angústias materiais do próximo.

São esses os ensinamentos que nos dão os Espíritos do Senhor, que são as virtudes do Céu. Eles assim agem no desempenho do mandato que lhes foi confiado, consoante a seguinte promessa de Jesus:— "Em tempo oportuno, eu vos enviarei o Espírito da Verdade. Ele vos lembrará as minhas palavras e vos revelará novos conhecimentos, à medida que puderdes comportá-los."

Essa plêiade de Espíritos está em atividade. Não há forças nem traças humanas capazes de sustar a sua ação, a qual se exercerá; mau grado os interesses contrariados. Sua finalidade é esclarecer as consciências, revivendo, em espírito e verdade, a doutrina inconfundível de Jesus, o único Mestre, Senhor e Guia da Humanidade, luz do mundo e caminho da verdadeira vida!

Vinícius 
 http://www.acasadoespiritismo.com.br/

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

MISSÃO DO ESPIRITISMO


A missão do Espiritismo, tanto quanto o ministério do Cristianismo, não será destruir as
escolas de fé, até agora existentes.
Cristo acolheu a revelação de Moisés.
A Doutrina dos Espíritos apóia os princípios superiores de todos os sistemas religiosos.
Jesus não critica a nenhum dos Profetas do Velho Testamento.
O Consolador Prometido não vem para censurar os pioneiros dessa ou daquela forma de
crer em Deus.
O Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a
visão do homem alcance horizontes mais altos.
Há milênios, a mente humana gravita em derredor de patrimônios efêmeros, quais sejam
os da precária posse física, atormentada por pesadelos carnais de variada espécie.
Guerras de todos os matizes consomem-lhe as forças.
Flagelos de múltiplas expressões situam-lhe a existência em limitações aflitivas e
dolorosas.
Com a morte do corpo, não atinge a liberação.
Além-túmulo, prossegue atenta às imagens que a ilusão lhe armou no caminho,
escravizada a interesses inconfessáveis.
Em plena vida livre, guarda, ordinariamente, a posição da criatura que venda os olhos e
marcha, impermeável e cega, sob pesadas cargas a lhe dobrarem os ombros.
A obstinação em disputar satisfações egoísticas, entre os companheiros da carne,
constitui-lhe deplorável inibição e os preconceitos ruinosos, os terríveis enganos do
sentimento, os pontos de vista pessoais, as opiniões preconcebidas, as paixões
desvairadas, os laços enfermiços, as concepções cristalizadas, os propósitos menos
dignos, a imaginação intoxicada e os hábitos perniciosos representam fardos enormes
que constrangem a alma ao passo vacilante, de atenção voltada para as experiências
inferiores.
A nova fé vem alargar-lhe a senda para mais elevadas formas de evolução.
Chave de luz para os ensinamentos do Cristo, explica o Evangelho não como um tratado
de regras disciplinares, nascidas do capricho humano, mas como a salvadora mensagem
de fraternidade e alegria, comunhão e entendimento, abrangendo as leis mais simples da
vida.
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Aparece-nos, então, Jesus, em maior extensão de sua glória.
Não mais como um varão de angústia, insinuando a necessidade de amarguras e
lágrimas e sim na altura do herói da bondade e do amor, educando para a felicidade
integral, entre o serviço e a compreensão, entre a boa-vontade e o júbilo de viver.
Nesse aspecto, vemo-lo como o maior padrão de solidariedade e gentileza, apagando-se
na manjedoura, irmanando-se com todos na praça pública e amparando os malfeitores,
na cruz, à extrema hora, de passagem para a divina ressurreição.
O Espiritismo será, pois, indiscutivelmente, a força do Cristianismo em ação para reerguer
a alma humana e sublimar a vida.
O Espaço Infinito, pátria universal das constelações e dos mundos,é, sem dúvida, o clima
natural de nossas almas, entretanto, não podemos esquecer que somos filhos,
devedores, operários ou companheiros da Terra, cujo aperfeiçoamento constitui o nosso
trabalho mais imediato e mais digno.
Esqueçamos, por agora, o paraíso distante para ajudar na construção do nosso próprio
Céu.
Interfiramos menos na regeneração dos outros e cogitemos mais de nosso próprio
reajuste, perante a Lei do Bem Eterno, e, servindo incessantemente com a nossa fé à
vida que nos rodeia, a vida, por sua vez, nos servirá, infatigável, convertendo a Terra em
estação celestial de harmonia e luz para o acesso de nosso espírito à Vida Superior.

Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel

sábado, 29 de dezembro de 2012

MAIOR QUE SALOMÃO. . .


“E eis aqui está quem é maior do que Salomão.”
(Lucas, 11:31)
Nínive era uma cidade cuja população vivia subvertida pela imoralidade e desregramentos de toda a sorte.
Um Espírito do Senhor apresentou-se ao médium Jonas e ordenou-lhe que fosse lançar uma advertência à sua população. Jonas obedeceu, e, visando a cidade, conclamou os seus habitantes a interromperem a prática daqueles atos escândalos, sugerindo que todos elevassem rogativas a Deus, suplicando-lhe que poupasse Nínive de uma eventual destruição.
Dizia então o médium: “Quem sabe se Deus mudará os seus desígnios e desistirá de destruir a cidade”.
O povo de Nínive aceitou a admoestação de Jonas e se penitenciou, segundo os
costumes da época, vestindo-se com sacos e assentando-se na cinza, prometendo não
mais reincidirem no erro.
Em face dessa atitude da população, Deus poupou a cidade, uma vez que ele está sempre pronto a dar novas oportunidades a seus filhos.
O médium Jonas, vendo que a cidade não fora destruída, ficou ressentido.
Segundo o seu modo de pensar passaria aos olhos da população de Nínive como
autêntico falso profeta. Essa situação levou-o a lastimar-se amargamente de ter assumido aquela incumbência.
Retirando-se, edificou uma cabana e abrigou-se nela, na expectativa de uma
reconsideração dos Céus. Pensava ele que, devido ao seu modo de pensar e ao seu
protesto, Deus voltaria atrás em seus propósitos e destruiria a cidade, dando
autenticidade às suas palavras e evitando que passasse aos olhos dos ninivitas como
embusteiro e mentiroso.
Os Espíritos do Senhor, diante desse mesquinho capricho de Jonas, resolveram propiciar-lhe um edificante ensinamento: fizeram brotar perto da cabana de Jonas uma aboboreira, a qual, crescendo, cobriu-a, produzindo agradável sombra.
Esse fato causou grande satisfação a Jonas, o qual passou a nutrir afeição pela
planta. Entretanto, logo surgiu um bichinho que cortou a aboboreira perto da raiz e ela secou-se.
Logo surgiu um sol causticamente que fez com que Jonas desmaiasse. O profeta insurgiu-se contra os Céus, protestando contra aquele ato de fazer secar a planta que o resguardava do sol.
Nisso os Espíritos do Senhor lhe ponderaram: “Tiveste compaixão da aboboreira, que surgiu sem lhe dar qualquer trabalho e para cuja efêmera vida nada fizeste. E acha razoável que Deus não tenha compaixão da grande cidade de Nínive, cuja população soma cento e vinte mil almas, sem contar os animais, e cujos
habitantes não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua esquerda?”
O ponto alto desta passagem do Velho Testamento foi o fato de ter o povo de Nínive aceitado a advertência de Jonas e se encaminhado para a reforma, a ponto de evitar a destruição da cidade. Aproveitou Jesus essa ocorrência a fim de pôr em confronto a maleabilidade do povo de Nínive e o endurecimento do povo de Israel.
Os israelitas esperavam um Messias, entretanto o queriam nos moldes vaticinados por Moisés — “Um profeta igual a mim”. Um Cristo guerreiro e conquistador igual a Moisés e a Davi. Um Cristo que levasse a dor e a destruição a todos os povos que não comungassem com os ideais monopolistas dos escribas e
fariseus.
Quando surgiu um Cristo dócil, meigo, amoroso, fraternal, combatendo a
guerra e o ódio, os israelitas o repeliram. Passaram a exigir comprovações! Queriam
sinais. Aquele não era o Messias que eles aguardavam.
Mas o Mestre não quis dar-lhes outros sinais senão os que estava dando. Por isso exclamou: “Maligna é esta geração, ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas”.
O endurecimento do povo de Israel foi posto em confronto com o do povo de Nínive. Os ninivitas aceitaram Jonas e ali estava quem era maior do que Jonas.
O coração empedernido do povo de Israel repeliu o Cristo e o levou ao Calvário, apesar de ter dado ele a mais patente demonstração da sua autoridade, a despeito de enquadrar-se perfeitamente nos vaticínios de todos os antigos profetas e de estar produzindo fatos espantosos de curas de todos os matizes, de pleno
conhecimento de toda a cidade de Jerusalém.
O Mestre, por si só, era um sinal. Preenchia tudo aquilo que dele estava escrito.
Expulsava maus Espíritos, curava cegos, limpava leprosos e fazia levantar os paralíticos, e, além disso, discorria sobre a excelência do Reino de Deus. Nem assim conseguiu abalar o preconceito e o falso zelo religioso dos escribas, dos fariseus e do sumo sacerdote.
Na atualidade os homens ainda persistem na recalcitrância, não aceitando os sinais propiciados pelos Evangelhos, continuando a aguardar o advento de um Cristo moldado segundo os figurinos das velhas teologias: um Cristo intolerante, unilateral e eivado de imperfeições.
O Consolador prometido, novo sinal dos Céus, já está entre nós, personificado no Espiritismo, e com a missão primária de restabelecer todos os ensinamentos de
Jesus Cristo em seus devidos lugares.
A mensagem do Espírito de Verdade está em pleno processo de implantação na Terra e assim como “o Espírito sopra onde quer e nós não sabemos de onde vem e nem para onde vai”, segundo o dizer judicioso de Jesus a Nicodemos, essa mensagem fará com que a Humanidade descortine novos horizontes, fato novo que fará com que ele se liberte do jugo do fanatismo, dos dogmas e dos formalismos da letra que mata.
E, assim como: “a rainha de Sabá veio dos confins da Terra para apreciar a sabedoria de Salomão”, e a população de Nínive ouviu a advertência do profeta
Jonas, torna-se imperioso que demos guarida aos ensinamentos de Jesus, que é muito
maior do que Jonas e que Salomão.
Não aconteça que “os homens de Nínive” se levantem para também julgar esta
geração, pela sua inépcia e falta de assimilação dos preceitos evangélicos, contidos as
verdades reveladas há quase vinte séculos.

Os padrões Evangélicos
Paulo Alves de Godoy

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

BÍBLIA E EVANGELHO

VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA
l - NOTA DA EDITORA
O presente livro é a reunião de crônicas escritas por J. Herculano Pires e publicadas,
em sua maioria, no extinto jornal "Diário de São Paulo". Como os leitores poderão ver, a
atualidade destas páginas é indiscutível. Herculano Pires foi um dos mais felizes intérpretes
do pensamento espírita dentre os que reencarnaram e já retornaram ávida espiritual. Por
isso, seus escritos constituem páginas de grande importância para os estudiosos do
Espiritismo. Ao reuni-las em livro e apresentá-las ao público, Edições Correio Fraterno
presta homenagem a José Herculano Pires, no décimo ano de seu desencarne.
S. Bernardo do Campo. Março de 1989.

2 - BÍBLIA E EVANGELHO
A Bíblia (que o nome quer dizer simplesmente: O Livro) é na verdade uma
biblioteca, reunindo os livros diversos da religião hebraica. Representa a codificação da
primeira revelação do ciclo do Cristianismo. Livros escritos por vários autores estão nela
colecionados, em número de 42. Foram todos escritos em hebraico e aramaico e traduzidos
mais tarde para o latim, por São Jerônimo, na conhecida Vulgata Latina, no século quinto
da nossa era. As igrejas católicas e protestantes reuniram a esse livro os Evangelhos de
Jesus, dando a estes o nome geral de Novo Testamento.
O Evangelho, como se costuma designar o Novo Testamento, não pertence de fato à
Bíblia. É outro livro, escrito muito mais tarde, com a reunião dos vários escritos sobre Jesus
e seus ensinos. O Evangelho é a codificação da segunda revelação cristã. Traz uma nova
mensagem, substituindo o deus-guerreiro da Bíblia pelo deus-amor do Sermão da
Montanha. No Espiritismo não devemos confundir esses dois livros, mas devemos
reconhecer a linha histórica e profética, a linhagem espiritual que os liga. São, portanto,
dois livros distintos.
O Espiritismo
A antiga religião hebraica é geralmente conhecida como Mosaísmo, porque surgiu e
se desenvolveu com Moisés. A nova religião dos Evangelhos é designada como
Cristianismo, porque vem do ensino do Cristo. Mas, assim como nas páginas da Bíblia lado
o advento do Cristo, também nas páginas do está anunciado o advento do Espírito de
Verdade. Este advento se deu no século passado, com a terceira e última revelação cristã,
chamada revelação espírita. Cinco novos livros aparecem, então, escritos por Kardec, mas
ditados, inspirados e Orientados pelo Espírito de Verdade e outros Espíritos Superiores. Os
cinco livros fundamentais do Espiritismo, que têm como base O Livro dos Espíritos,
representam a codificação da terceira revelação. Essa revelação se chama Espiritismo
porque foi dada pelos Espíritos. Sua finalidade é esclarecer os ensinos anteriores, de acordo
com a mentalidade moderna, já suficientemente arejada e evoluída para entender as
alegorias e símbolos contidos na Bíblia e no Evangelho. Mas enganam-se os que pensam
que a Codificação do Espiritismo contraria ou reforma o Evangelho.

Livro: Visão Espírita da Bíblia por Herculano Pires

domingo, 9 de dezembro de 2012

2 - O MESTRE E O APÓSTOLO

Trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo:
Cap. 1" Não vim destruis as Leis-- As três revelações" item 7
7. Da mesma maneira que disse o Cristo: "Eu não venho destruir a lei, mas dar-lhe cumprimento", também diz o Espiritismo: "Eu não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe cumprimento". Ele nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica. Ele vem cumprir, na época predita, o que o Cristo anunciou, e preparar o cumprimento das coisas futuras. Ele é, portanto, obra do Cristo, que o preside, assim como preside ao que igualmente anunciou: a regeneração que se opera e que prepara o Reino de Deus sobre a Terra.
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2 - O MESTRE E O APÓSTOLO
E - Cap. 1 - Item 7
Luminosa, a coerência entre o Cristo e o Apóstolo que lhe restaurou a palavra.
Jesus, o Mestre.
Kardec, o professor.
Jesus refere-se a Deus, junto da fé sem obras.
Kardec fala de Deus, rente às obras sem fé.
Jesus é combatido, desde a primeira hora do Evangelho, pelos que se acomodam na
sombra.
Kardec é impugnado desde o primeiro dia do Espiritismo, pelos que fogem da luz.
Jesus caminha sem convenções.
Kardec age sem preconceitos.
Jesus exige coragem de atitudes
Kardec reclama independência mental.
Jesus convida ao amor.
Kardec impele à caridade.
Jesus consola a multidão.
Kardec esclarece o povo.
Jesus acorda o sentimento.
Kardec desperta a razão.
Jesus constrói
Kardec consolida.
Jesus revela.
Kardec descortina.
Jesus propõe.
Kardec expõe.
Jesus lança as bases do Cristianismo, entre fenômenos mediúnicos.
Kardec recebe os princípios da Doutrina Espírita, através da mediunidade.
Jesus afirma que é preciso nascer de novo.
Kardec explica a reencarnação.
Jesus reporta-se a outras moradas.
Kardec menciona outros mundos.
Jesus espera que a verdade emancipe os homens; ensina que a justiça atribui a cada um
pela próprias obras e anuncia que o Criador será adorado, na Terra, em espírito.
Kardec esculpe na consciência as leis do Universo.
Em suma, diante do acesso aos mais altos valores da vida,Jesus e Kardec estão
perfeitamente conjugados pela Sabedoria Divina.
Jesus, a porta.
Kardec, a chave.
( Livro : Opinião Espírita -Chico Xavier e Waldo Vieira  ditado por
Emmanuel e André Luiz)

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fraternidade


JUVANIR BORGES DE SOUZA
A Mensagem do Cristo de Deus dirigida às Humanidades, que se
sucedem e se renovam, é um apelo permanente à fraternidade entre todos os
homens – irmãos, amigos, ou inimigos.
“Amai-vos uns aos outros”; “Ama ao próximo como a ti mesmo”; “Ama ao
teu inimigo”; “Faça aos outros o que gostarias que te fizessem” – são fórmulas
com fulcro no amor, no entendimento, na compreensão, na fraternidade,
ensinadas e repetidas sucessivamente nos Evangelhos.
O Consolador, prometido e enviado pelo Mestre Incomparável, que já se
encontra entre os homens, reproduz e enfatiza os mesmos ensinamentos,
procurando despertar as almas para as fontes do Bem que todas possuem em
desenvolvimento ou em gérmen.
As vidas que se sucedem, para a ascensão contínua de cada ser espiritual,
são repetidas oportunidades que a Providência Divina oferece para o aprendizado
do amor fraterno entre as criaturas.
Aqueles que já despertaram e reconheceram a necessidade da vivência do
“maior dos mandamentos”- o amor a Deus e ao próximo – tornam-se não somente
os praticantes, mas também os auxiliares da obra divina da implantação da
fraternidade legítima entre os homens.
A tarefa que compete a cada ser realizar em si mesmo resume-se em
expandir seus conhecimentos e aprender a amar, exercitando esse sentimento,
que se desdobra em múltiplas formas no relacionamento com o Criador, com os
semelhantes e com a Natureza.
Todo o esforço, todo o trabalho do Espírito, ligado à matéria ou em estado
livre, constitui o carreiro da evolução, no qual o ser desenvolve a sabedoria e o
senso do Amor e da justiça, que resumem toda a Lei.
A fraternidade é decorrência natural da prática dessa Lei universal.
Dentre os homens, aqueles que, impelidos por idéias, religiões e filosofias
reconhecem o Ser Supremo e suas leis, constróem uma consciência esclarecida
pelo sentimento de amor e justiça. Suas vidas tornam-se exemplos de
fraternidade, de solidariedade e de serviço ao próximo.
O Consolador, a Doutrina dos Espíritos, é um manancial permanente onde
os aprendizes das verdades eternas aperfeiçoam seus conhecimentos e sua
consciência, reeducam-se, renovam-se intimamente, compreendem o porquê da
vida, das desigualdades, do sofrimento, da morte e das transformações.
Na medida em que o adepto espírita aplica sua vontade e determinação em
vivência dos princípios morais e espirituais que abraçou, ele se eleva, domina as
paixões e vicissitudes, que identifica em sua personalidade, renova-se, evolui,
identifica-se com sua verdadeira natureza que, mesmo em conjunção com a
matéria, é essencialmente espiritual.
Na trilha do Cristo e de seus ensinamentos, os trabalhadores da Nova
Revelação, especialmente os que constituíram a falange do Espírito da Verdade e
os que, nos dias atuais, apoiam e incentivam a propagação do Espiritismo no
mundo, dão ênfase especial à necessidade da fraternidade no relacionamento
entre seus seguidores.
Todos os que chegam às fileiras do Consolador despertam de um estado
de consciência anterior influenciado por religiões dogmáticas, ou por filosofias
limitativas, ou pelo materialismo incongruente, ou por uma indiferença
comprometedora quanto ao próprio destino.
Na realidade, são influências de determinado estado de ignorância em que
se encontra o Espírito, cerceando seu desenvolvimento e melhor compreensão de
sua própria natureza e destino.
Esse estágio de ignorância não é um mal em si mesmo, mas uma condição
transitória, superável pelo advento de novos conhecimentos e pela aceitação de
realidades que se tornam patentes.
A evolução é feita pela substituição contínua de conhecimentos e
sentimentos por outros superiores, concordantes coma lei divina.
Uma Doutrina Superior, como a dos Espíritos, em consonância com as
verdades e realidades, isenta dos prejuízos das paixões e interesses humanos,
porque tem origem divina, auxilia de forma decisiva o progresso daqueles que a
aceitam e a praticam com sinceridade.
Ela vem em socorro de todos os que estão à procura de um novo estágio
evolutivo, saturados e inconformados com dogmas impróprios, superados pelas
luzes dos novos conhecimentos.
É o Consolador prometido por Jesus, para repor as coisas nos seus
devidos lugares, retificando entendimentos e interpretações e trazendo novas
idéias, informações e experiências para os homens.
Aceitando a Nova Revelação o homem sente-se como que liberto de liames
de um longo passado de ignorância e de insatisfação. Reconhece ter chegado a
um novo estágio evolutivo, em um terreno favorável ao desenvolvimento de ideais
que o encaminham para o Alto, com a segurança que as leis divinas proporcionam
aos que as praticam.
Nesse despertar para a luz, as reações de cada ser variam de
conformidade com os próprios valores individuais.
Há os que se sentem felizes e libertos, transformando suas vidas e
dominando as vicissitudes e os óbices com vontade e determinação. Tornam-se
servidores conscientes, espíritas sinceros, trabalhadores dedicados da Grande
Causa, nas mais variadas atividades a que se dedicam: oradores, escritores,
dirigentes, médiuns, evangelizadores, obreiros da assistência espiritual e material.
Outros esforçam-se por se modificarem, conscientes de que precisam
dominar ora o egoísmo, ora a vaidade, ora o personalismo que identificam em
suas individualidades. Travam luta interior consigo mesmos, das quais nem
sempre saem vencedores imediatamente. Em todo caso, a lei natural e a Doutrina
Consoladora oferecem tempo indeterminado para a reforma interior, aguardando
que os esforços de cada um produzam seus efeitos, nesta ou noutra vida.
Há, também, os que se entusiasmam com os princípios edificantes, que
lhes descortinam uma nova realidade, nesta e na vida futura, mas que temem
romper com suas antigas concepções religiosas ou filosóficas, dominados que
são por preconceitos arraigados.
Perdem a oportunidade preciosa que lhe oferece o conhecimento espírita
de uma renovação consciente e proveitosa, preferindo o comodismo a que se
afeiçoaram por séculos.
As ilusões, as miragens e as quimeras próprias de um mundo material de
expiações e provas, como o nosso, exercem poderosa influência sobre as almas,
mesmo sobre as que já vislumbram novos horizontes. Daí a dificuldade da
divulgação das idéias novas superiores e da sua vivência pelos que as aceitam.

Muitos não têm ainda a capacidade de entender e absorver as verdades da
Nova Revelação. Suas inteligências se comprazem no que aprenderam antes, em
conceitos e preconceitos seculares cristalizados de tal forma em seus
entendimentos que se torna inviável removê-los pela razão e pela evidência de
um valor novo. Nesses casos há que se confiar na Providência Divina, que tem
muitos meios para fazer chegar a essas almas as verdades superiores: a dor,
novas reencarnações, novos meios de reeducação, reencontro com novas
oportunidades.
*
Compete a nós, espíritas, que nos sentimos beneficiados pelo
conhecimento da Nova Luz, antes de tudo vivenciar os seus ensinos. Mas
cumpre-nos também levar essa luz aos nossos semelhantes, companheiros de
jornada de diferentes condições individuais.
Divulgar a Doutrina Espírita é, pois, nosso dever, como forma de praticar a
caridade moral do esclarecimento.
Mas é preciso não confundir o dever moral do esclarecimento e da
exemplificação com as imposições, o fanatismo, o desrespeito à pessoa humana,
grandes erros em que incorrem, ainda hoje, fanáticos de diferentes denominações
religiosas.
O Espiritismo é doutrina de amor e de compreensão. Não podemos forçar o
entendimento de quem não tem condições de aceitar seus princípios, como, por
exemplo, a lei das reencarnações, a lei de causa e efeito, a distinção entre Deus,
o Criador de todas as coisas, e Jesus, o Cristo, seu enviado, questões que,
entendidas espontaneamente, conduzem ao sólido terreno de todo o acervo
doutrinário.
Não podemos esquecer que, ao lado do amor ao próximo, como regra de
comportamento, estão também o dever de respeito à liberdade da pessoa
humana, que não devemos violar, sob pena de repetir erros do passado.
O sentimento de fraternidade para com os nossos semelhantes quaisquer
sejam suas condições individuais, conduz-nos com segurança à prática do que
preconiza a Doutrina Espírita, aos seus princípios morais.
É a vivência dos ensinos de Jesus resumidos no grande mandamento do
amor ao próximo como a si mesmo, que não exclui ninguém, nem mesmo os
inimigos.
A fraternidade liga entre si todos os seres, e nesse aspecto, confunde-se
com a solidariedade, já que todos os Espíritos são criaturas do mesmo Criador,
têm o mesmo destino e são regidos pelas mesmas leis.
Não é por outro motivo que os Espíritos Superiores, a serviço do Cristo,
exortam continuamente ao Movimento Espírita, vale dizer a todos os que se unem
sob a égide do Consolador, a cultivarem a fraternidade, a se entenderem como
irmãos.
Como assinala Emmanuel (“O Consolador”, item 349 – FEB), a fraternidade
é a lei da assistência mútua e da solidariedade comum, sem a qual todo
progresso, no planeta, seria praticamente impossível.
Bezerra de Menezes, o incansável trabalhador das hostes espiritistas,
inconfundível batalhador da união fraternal de todos os espíritas, por ocasião da
inauguração da primeira construção da sede da Federação em Brasília,
conclamava a todos à fraternidade, nestes termos:

“Estamos enchendo a nossa Casa com o espírito de amor e com a luz do Espírito
Redivivo, para albergar no seio generoso da fraternidade os que virão depois de nós,
sedentos de luz, necessitados de paz”. (Médium Divaldo P. Franco – REFORMADOR de
junho de 1967 – grifos nossos).
E o Espírito da Verdade, em “O Evangelho segundo o Espiritismo” - Os
Obreiros do Senhor -, assim convoca os trabalhadores dedicados à obra
grandiosa de transformação da Humanidade:
“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar,
encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: ”Vinde a mim, vós que sois bons
servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias,
a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas
dissensões, houverem retardado a hora da colheita (...)”. (Grifos nossos)
O desafio que os espíritas, “os trabalhadores da última hora”, que têm os
esclarecimentos e os conhecimentos mais belos e generosos que vieram à Terra,
têm diante de si mesmos é o de assimilá-los e pô-los em prática em seu
Movimento.Revista O Reformador Fevereiro de 1999

terça-feira, 13 de novembro de 2012

No Limiar do Amanhã /A Terceira Revelação



Herculano Pires

“Por que o Espiritismo se apresenta como a Terceira Revelação, se sabemos que houve muito mais do que três revelações no mundo? Kardec não sabia disso?”
Kardec sabia, perfeitamente. Mas acontece o seguinte: as numerosas revelações que houve no mundo, desde a época primitiva, entre os povos primitivos, podemos classificar como as revelações entre os homens da caverna, porque sabemos que os mesmos, como crianças que se iniciavam na vida, tiveram os seus preceptores, aqueles Espíritos superiores que cuidaram deles e os orientaram.
Todas essas revelações têm um sentido preparatório, no tocante a uma revelação de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização, que foi a revelação Mosaica, que, como sabemos, deu origem à Bíblia – a Bíblia dos judeus, que é também a Bíblia dos Cristãos. Porque o Cristianismo é uma reforma do Judaísmo, feita por Jesus, que era judeu. Essa revelação é de importância fundamental, porque estabelecia uma modificação muito profunda nos conceitos sobre Deus e o homem, sobre a vida na Terra e o destino do próprio homem.
A respeito de Deus, podemos acentuar um ponto capital: enquanto as revelações, ocorridas nas diversas partes do mundo, nos davam uma idéia de Deus como distanciado do homem, alguém que houvesse, por assim dizer, criado o mundo e depois pouco se tivesse importado com ele, a revelação judaica nos mostra um Deus providencial. É aquilo que estudam os filósofos e se chama providencialismo.
O providencialismo judeu modificou por completo o conceito de Deus. Deus não está ausente do mundo; Deus está presente; Deus faz a História. Ora, Deus, em fazendo a História, a sua participação no mundo dos homens é permanente, é constante. Essa primeira modificação é de uma importância decisiva. É para o homem uma concepção de Deus mais consentânea com a realidade daquilo que nós chamamos, hoje, a estrutura unitária do Universo.
Além disso, a revelação Mosaica nos deu a idéia de que Deus havia criado o mundo, não se servindo de material já existente, mas produzindo, ele mesmo, os materiais necessários. É o dogma bíblico da criação a partir do nada. Deus não criou o mundo do nada. O nada parece não ter condições para dar elemento algum a Deus, para que Ele pudesse criar o mundo. O nada bíblico, como nós o entendemos, na sua significação mais profunda, é como o nirvana de Buda, que parece ser o nada, a negação de tudo o que existe. Um nada apenas simbólico; um nada relativo; um nada em relação ao tudo que consideramos na Terra.
A matéria e todas as conseqüências da matéria, na vida terrena, não existem, no mundo espiritual superior. Então, vem daí a designação do nada. Além desse ponto, que é de importância fundamental para a compreensão do Universo e do processo criador de Deus, temos ainda um outro aspecto na revelação Mosaica, que é fundamental. Enquanto entre os povos das diversas religiões do mundo, não só mitológicas de que são exemplos típico e clássico as mitologias grega e romana, mas sim todas as religiões da Antigüidade, as revelações dessas religiões colocavam o problema de Deus numa situação múltipla. Havia deuses múltiplos, para todos os setores da natureza e para todos os aspectos da atividade humana. Alguns desses deuses sobreviveram até o nosso tempo. Hoje, quando falamos em Mercúrio, estamos nos referindo ao deus do comércio. Estamos voltando o nosso pensamento para os primórdios do desenvolvimento das religiões na Terra, e assim por diante.
A revelação Mosaica firmou a idéia do Deus único. Nasceu com ela o monoteísmo. Deus é um só. Isso foi de grande importância para a humanidade, porque mostrou que a humanidade havia atingido um plano de evolução mental capaz de encarar o Universo como um processo total, de maneira global; não só provou isto, como trouxe conseqüências sociais muito importantes. Quando nos lembramos de que no passado os povos tinham os seus deuses particulares, por exemplo, os egípcios, os babilônios, os gregos, os indianos e os judeus, que tinham seu Deus pessoal, Iavé, vemos que esses deuses, representando os protetores especiais de um desses povos e até mesmo seus criadores, estabeleciam diferenças fundamentais entre as raças, entre os povos.
Essas diferenças incentivavam as guerras de conquistas, de dominação e escravização dos povos. Os judeus, por exemplo, foram escravizados na Babilônia e no Egito; os gregos foram escravizados pelos romanos e assim por diante, porque quando Júpiter, o deus dos romanos, conseguiu vencer a batalha contra Zeus, o deus dos gregos, isso mostrou que o deus dos romanos era mais poderoso e o povo grego teve que se submeter, então, ao domínio e à escravização do povo romano.
Assim, a idéia do Deus único vinha abrir nova compreensão entre os homens, no sentido de uma maior possibilidade de harmonia entre as nações e os povos. Isso não quer dizer que as guerras se acabariam imediatamente, porque as mesmas têm vários motivos e elas continuam até os nossos dias. Mas aquelas guerras absolutas, do passado, em que o povo dominador tinha todos os direitos sobre o povo dominado, mudaram completamente de aspecto. Os povos conquistadores viam-se obrigados a respeitar, daí por diante, os outros povos, considerando que eles, embora subjugados temporariamente pela força, não obstante eram também filhos do mesmo Deus, que dera força ao povo conquistador.
Dessa maneira e graças a essas revelações especiais da revelação Mosaica, ela se tornou uma revelação de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização no mundo. Por outro lado, a revelação Mosaica anunciava a vinda do Messias; a vinda de Jesus; a vinda do Cristo; conseqüentemente, essa revelação era também profética e já determinava uma relação entre ela e a próxima revelação que surgiria, ou seja, a vinda do Cristo.
Foi por isso que Kardec adotou a tese das três revelações fundamentais:
  primeira – a revelação judaica;
  segunda – a revelação cristã;
  terceira – a revelação espírita, que está prometida no Evangelho de Jesus.
Quando lemos, por exemplo, o capítulo 16 do Evangelho de João, encontramos a promessa do Consolador, do Espírito de Verdade, do Parácleto, que é aquele que virá restabelecer a verdade do destino do Cristo sobre o destino do homem na Terra. É aquela revelação que vem, ao mesmo tempo, completar a revelação cristã, a segunda revelação. É por isso, então, que Kardec chamou o Espiritismo de Terceira Revelação.

sábado, 27 de outubro de 2012

O Consolador


Juvanir Borges de Souza
Seria grande erro supor que a Mensagem do Cristo de Deus terminara com sua passagem pela Terra.
O Mestre não se limitou a deixar à Humanidade seu Evangelho que ilumina os caminhos humanos.
Sabia Ele que as imperfeições e rebeldias dos homens não seriam removidas somente com seu serviço ativo e com a dedicação dos primeiros discípulos e seguidores, a trabalhar nos corações e nas mentes.
Ele mesmo declarou que não viera para ensinar tudo aos homens, que não possuíam ainda as condições necessárias ao entendimento de lições que transcendiam à compreensão de então.
O caminho que indicou foi o do amor, o do esforço individual, o do sacrifício em prol da elevação moral de cada um.
Ficaria para o futuro a complementação da Boa Nova.
São palavras do Mestre incomparável:
"Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas presentemente não as podeis suportar."
E acrescenta:
"Se me amais, guardai os meus mandamentos - e eu pedirei ao meu Pai
e ele vos enviará outro Consolador a fim de que fique eternamente convosco: - o
Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê; vós, porém, o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós - mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e fará vos lembreis de tudo o que vos tenho dito."
(João, 14:15-17 e 26).
O que as palavras de Jesus, registradas pelo evangelista, deixam muito claro é que Ele não ensinara tudo a seus discípulos, pela simples razão de que não podiam, não tinham condições de compreender o que estivesse acima de sua capacidade de entendimento.
Torna-se evidente, na passagem evangélica, confirmada pelos fatos, que o Mestre não esgotou seus ensinamentos naquele pequeno período de vivência entre os homens.
Ao contrário, tornou claro que sua Mensagem se desdobraria em etapas: o Consolador prometido complementaria suas lições de há dois mil anos, e lembraria tudo o que fosse esquecido ou desvirtuado, restabelecendo as verdades ensinadas.
As religiões tradicionais que se baseiam nos Evangelhos, ao lado dos muitos desvios interpretativos, cometeram o grave erro de considerar os ensinamentos de Jesus como completos e definitivos, em contraposição às próprias palavras do Mestre.
Esqueceram do papel importantíssimo do Consolador, que viria futuramente, mas que dependeria dos desígnios do Alto, para complementar a grande Mensagem.
Com esse posicionamento as igrejas denominadas cristãs tornaram imutáveis e estratificadas suas Doutrinas. Decorridos os séculos, essas doutrinas foram se desvirtuando não só diante da verdadeira Mensagem
Crística, mal interpretada em muitas de suas passagens, mas também perante os conhecimentos novos trazidos pelas Ciências. Apenas os ensinos morais do Cristo permaneceram incólumes.

REFORMADOR, ABRIL, 1998
A reconsideração da Igreja Romana quanto ao tristíssimo Tribunal do Santo Ofício, no tocante à Inquisição, nos episódios que envolveram muitos sábios e escritores como Galileu Galilei e Charles Darwin, Giordano Bruno e Dante, Descartes e Diderot, Erasmo e Fénelon, João Huss e Lutero, Montesquieu, Pascal, Rousseau, Voltaire e muitos outros são alguns dos muitos enganos em que incorreu a milenar instituição, que se tornaram insuportáveis por ela mesma.
Para os estudiosos e seguidores do Espiritismo não há dificuldade de compreensão da promessa do Cristo, já que os acontecimentos mostraram claramente que a Doutrina dos Espíritos é o próprio Consolador prometido.
Eis alguns sinais que confirmam não a presunção, mas a certeza da vinda do Consolador com a Terceira Revelação ("A Gênese" - A. Kardec - Cap. XVII):
- Desde a vinda do Cristo até meados do século XIX, nenhuma outra revelação significativa apareceu no mundo que tenha completado os Evangelhos e elucidado suas passagens obscuras.
- Com "O Livro dos Espíritos" (1857) e as demais obras da Codificação corporificou-se a Doutrina Espírita, a Terceira Revelação.
- A Nova Revelação, obra coletiva, caracterizando o "Espírito Santo" - os Espíritos do Senhor - tem à sua frente o Espírito de Verdade.
- Toda a Nova Revelação se ocupa do Evangelho de Jesus, interpretando-o em espírito e não somente na letra.
- Coisas novas são anunciadas pelos Espíritos reveladores, especialmente no que concerne à Vida Espiritual e ao Mundo Invisível.
- A Nova Revelação está destinada a ficar eternamente com os habitantes deste Planeta, o que corresponde à promessa do Cristo.
- A Doutrina dos Espíritos, além de toda a parte moral da Doutrina do Cristo, é profundamente consoladora, inspirada pelo Espírito de Verdade,
representando o Cristo.
- O Espiritismo, doutrina não individual, mas extremamente abrangente, é o resultado do ensino coletivo de muitos Espíritos, orientados pelo Espírito de Verdade.
- O Espiritismo, o Consolador, teve precursores, preparadores de seu advento.
Pela sua força moralizadora já está preparando o advento da Era da Regeneração.
Quanto ao fenômeno do dia de Pentecostes, que muitos entendem como sendo a manifestação do Espírito Santo e a vinda do Consolador, pode-se entender que as aptidões mediúnicas de muitos dos discípulos foram desenvolvidas pelos Espíritos, auxiliando-lhes as futuras tarefas e missões.
Entretanto, o fenômeno nada acrescentou aos ensinos de Jesus, não trazendo conhecimentos novos e nem aclarando o que se achava obscuro.
Por isso, o Pentecostes não se pode confundir com o Consolador, cujas características o Mestre enunciou com precisão, e só se corporificaria com um mínimo de progresso geral do mundo, com o avanço espetacular das ciências; a partir dos últimos séculos, e com o triunfo da liberdade, contra as imposições
dogmáticas dos poderes absolutistas dos governos e das religiões.
De outro lado, afirmando aos apóstolos que o Consolador vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito, Jesus proclama a doutrina da reencarnação, já que aqueles a quem se dirigia só poderiam aproveitar dos novos ensinos no futuro indefinido, naturalmente em outras vidas.
REFORMADOR, ABRIL, 1998 5
E a doutrina da reencarnação, tal como a apresenta a Doutrina Espírita, de suma importância para a compreensão das leis divinas do Amor e da Justiça, não poderia ser compreendida, em toda a sua abrangência, senão com o advento do Consolador prometido, que já está no mundo.
O caráter consolador da Doutrina dos Espíritos manifesta-se a todos os sofredores do mundo, mostrando-lhes a causa dos sofrimentos e dores, que reside na ignorância, na maldade e nos transvios dos próprios homens com relação às leis naturais, ou divinas.
A Doutrina mostra a justiça dos sofrimentos sem esquecer a consolação  da busca da felicidade na vida presente ou futura.
Ela é inspiradora da fé viva e racional e da esperança, por pior que seja a situação individual. Afasta as dúvidas cruéis, decorrentes da descrença materialista e das crenças infundadas no inferno dos sofrimentos eternos.

O testemunho da verdade

“Não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade.”
(João, 18:37.)
JUVANIR BORGES DE SOUZA
Essas palavras de Jesus, registradas no Evangelho de João, são parte do diálogo do Mestre com Pilatos, o governador romano que quis ouvir aquele que era perseguido pelos detentores do poder religioso, os
quais prenderam e tudo fizeram para o condenar à morte na cruz infamante.
A fraqueza do representante do poder romano ficou evidenciada por não ter encontrado nenhuma
transgressão de parte do acusado, conforme declarou, e, mesmo assim, cedeu às acusações infundadas
dos perseguidores fanáticos, que demonstraram sua profunda ignorância, diante não só de suas
próprias crenças, mas também perante um ser superior que viera a este mundo, então mais atrasado
que na atualidade, “para dar testemunho da verdade”.
O Mestre sabia perfeitamente da profunda ignorância daqueles que já haviam sido beneficiados
pela revelação mosaica, pela presença de diversos profetas, pela libertação da escravidão no Egito e
pelo encontro da terra prometida, que já habitavam há séculos.
Pela palavra do Mestre, sua excepcional missão, que abrange inúmeros aspectos da vida de
todos os habitantes da Terra, tanto dos que aqui viveram antes de sua vinda, quanto dos que renasceriam
após sua presença entre os homens, foi por Ele resumida numa afirmação, que encerra as mais vastas consequências para a renovação deste mundo e de todos os homens que o habitam.
“Dar testemunho da verdade” corresponde à reafirmação de um ser superior, o Governador espiritual
da Terra, de que seus habitantes de todos os tempos necessitam retificar inúmeras concepções,
crenças, ideias, sentimentos e tudo mais que constitui a vida em um mundo inferior, ajustando-os
à realidade e à verdade.
Sua missão foi a continuação dos esforços que já vinham sendo feitos por outros missionários a
seu serviço, desde tempos imemoriais, para que os habitantes deste orbe alcançassem melhores estágios
evolutivos.
Na época em que o Mestre resolveu estar presente entre seus irmãos menores, após a anunciação
de sua vinda pelos profetas, com cerca de oito séculos de antecedência, a Humanidade, muito
atrasada em suas ideias e crenças, era dominada pelo politeísmo multiforme e por costumes variados,
com a predominância da força entre os povos, como é prova o domínio do Império Romano sobre
grande parte das nações.
Vindo no seio do povo judeu, o único que acreditava na existência de um só Deus, mesmo assim
teve de enfrentar a profunda ignorância dos mandatários dos poderes temporal e religioso.
Sua luta foi constante e poucos foram os que compreenderam sua missão, seus ensinos superiores e
seus exemplos.
Procurou entre as pessoas simples e sinceras aqueles que se tornaram seus discípulos e continuadores
de sua obra excepcional.
O testemunho da verdade, a que se referia o Mestre, era o cumprimento das leis de Deus, que os
judeus já conheciam através das revelações recebidas por Moisés, mas que nem o povo hebreu e muito
menos os demais habitantes do mundo de então, com suas crenças politeístas e pagãs, conseguiam entender
no seu real sentido.
A base para o início do entendimento da lei suprema estava nos deveres e no amor para com o
Criador, o Deus único, e para com o próximo.
Jesus a formulou sinteticamente, de forma simples, para ser entendida sem a menor dificuldade
naquela época, nos dias atuais e no futuro:“Amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo”. (Mateus, 22:37-39.)
A autoridade e a sabedoria do Mestre ressaltam, ao formular esse ensinamento para a Humanidade
de todos os tempos, uma lei suprema, ao mesmo tempo geral, inteligível, simples, profunda e aplicável
a todas as criaturas.
A essa síntese admirável Jesus acrescenta que nela estão toda a lei e os profetas, antecipando futuros
enganos interpretativos, práticas exteriores e deformações que, mesmo dentro do Cristianismo,
foram inevitáveis, pelo atraso dos homens.
Em outra oportunidade, Jesus deixou claro que as leis divinas devem ser cumpridas integralmente,
em toda parte e em toda a sua pureza.
Por isso, podemos compreender que mundos atrasados, como o nosso, habitado por populações muito
diversificadas em suas crenças, conhecimentos e, sobretudo, no desconhecimento da vida e da verdade,
evoluem tão lentamente.
É que as leis divinas não são privilégio das minorias que as conhecem e as praticam, mas precisam
ser entendidas e cumpridas por toda a população de determinado mundo, para que todos possam
evoluir.
Daí a existência de diferentes esferas, tanto materiais quanto espirituais, num mesmo mundo como a Terra.
Foi o próprio Cristo que declarou: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até
o último iota”. (Mateus, 5:28.)
Podemos deduzir dessas palavras que é um erro grave a falta de compreensão e de solidariedade
entre os indivíduos, assim como entre os povos e nações, em diferentes condições de adiantamento,
de conhecimentos, de riqueza e de pobreza, todos vivendo em um mesmo mundo, o que
não impede o progresso individual e coletivo.
Daí a dedução lógica de que o mundo regenerado só será alcançado quando as leis divinas forem
conhecidas e praticadas pela grande maioria da população planetária, exceção feita a uma pequena
minoria de Espíritos rebeldes, que serão encaminhados a outro mundo condizente com suas
condições evolutivas.
A presença do Consolador no mundo já é indício de nova orientação e compreensão sobre a verdade
e a vida, como o foi a vinda do Cristo, há cerca de dois mil anos.
Vivemos tempos novos em que os ensinos e os exemplos do Governador espiritual deste orbe precisam ser entendidos e vivenciados em seu verdadeiro sentido.
As ciências e as religiões, em vez de se complementarem e se entenderem reciprocamente, em geral se repelem, impulsionadas pelos prejuízos do materialismo multifário, de um lado, e por crenças e interpretações distorcidas, de outro.
Agora, com o avanço dos conhecimentos das leis universais, dos mundos e das esferas espirituais,
que os colocam em relacionamento com o mundo material em que vivemos, um novo entendimento,
uma nova luz é percebida, aproximando a fé e a razão e fortalecendo a ambas.
Cumpre restabelecer a verdadeira doutrina do Cristo, cujos princípios essenciais encontram-se em seu Evangelho e foram profundamente alterados pelo entendimento infeliz dos homens e por interesses
imediatistas, com a criação de um Cristianismo dogmatizado, em que o culto exterior quase sempre
abafa a fé verdadeira.
Para Jesus, uma só palavra poderia resumir toda a filosofia e todas as religiões: o Amor
Tudo se resume no amor a Deus sobre todas as coisas e no amor ao próximo como a si mesmo.
O Espiritismo, o Consolador prometido, vem para restabelecer o entendimento de tudo o que ensinara
o Mestre, sem as distorções interpretativas, além de nos trazer o conhecimento de coisas novas,
mostrando-nos forças e inteligências atuantes na Natureza e dando outra compreensão da vida, através
da fenomenologia espiritual.
Essas novas percepções do Espírito imortal, que tanto pode estar livre da matéria, nas esferas espirituais,
como renascer múltiplas vezes, ligado a um corpo especial, material, que lhe permite novas experiências
e adiantamentos, é outro ângulo da realidade, da qual o Mestre continua dando testemunho a todos
aqueles que despertam para o conhecimento da verdade.

Revista O Reformador de agosto de 2009

domingo, 21 de outubro de 2012

VOLTARÁ O CRISTO?


"A volta de Jesus será como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente." (Mateus, 24:27)
Sustentam os Evangelhos que Jesus Cristo virá com grande poder e glória e, diante de todas as nações reunidas, "separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas", (Mateus, 25:31-32)

Este e outros trechos dos Evangelhos fizeram e fazem com que muitas criaturas humanas acalentassem e acalentem a idéia da volta de Jesus no "final dos tempos".

Não haverá necessidade da volta do Cristo da maneira como o fez há 20 séculos, nem de nenhuma outra forma, uma vez que os Espíritos Superiores, emissários da sua vontade, estão enviando à Terra um aluvião de mensagens espirituais que estão suplementando a revelação cristã, que, por sua vez, já está também sendo complementada pelos ensinamentos provenientes da Terceira Revelação, ocorrida há pouco mais de um século e consubstanciada na Doutrina dos Espíritos.

Considerando-se que o processo de revelação emanado do Alto não sofrer solução de continuidade, é óbvio que os Mensageiros de Jesus não cessam nem cessarão de nos enviar mensagens e novos ensinamentos, fazendo-o numa progressão geométrica, à medida que os homens vão evoluindo espiritualmente ou, pelo menos, capacitando-se para a assimilação de novas verdades.
A separação dos bodes das ovelhas — dos Espíritos bons e dos maus — é um simbolismo, e far-se-á de modo harmonioso, sem sobressaltos, sem retumbância, consoante a própria afirmação do Mestre, que recomendou: "quando vos disser que O Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito." É óbvio que essa separação se concretizará no âmbito das vidas sucessivas do Espírito na carne.

A passagem evangélica citada abaixo foi uma das causas que deram origem à crença na volta do Cristo: Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra, porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem. (Mateus, 10:23) Com fundamento nestas palavras de Jesus, contidas no Evangelho segundo Mateus, tornou-se universal a crença de que Jesus voltaria à Terra, mesmo antes que seus apóstolos ou discípulos percorressem todas as cidades de Israel.

Esperançosos desse novo advento do Mestre, mas pressionados por tremenda perseguição, os cristãos passaram a adotar palavras que encerravam um sentido velado. A fim de se reconhecerem entre si e formarem um elo entre todos, empregavam a expressão Maranatha, que quer dizer O Senhor não tardará, isso porque supunham que, antes que tivessem de percorrer todas as cidades de Israel, a volta do Cristo se consumaria revestida de todo poder e glória, pondo, assim, termo às perseguições e implantando, definitivamente, o seu reino entre os homens. Supunham que o retorno de Jesus seria quase que imediato.

De forma idêntica, os chamados pagãos, nos primórdios do Cristianismo, admirados de que os cristãos se abstivessem do culto oficial, lhes perguntavam qual era o seu Deus, ao que os interrogados respondiam: ÍCTHUS, palavra grega que literalmente significa peixe. Então, os satíricos zombavam daqueles ateus, que, não crendo nos deuses, adoravam um peixe. O sentido, porém, era muito diferente, no espírito dos cristãos: as cinco letras que compõem aquela palavra em grego são as letras iniciais das cinco palavras: 'léous Christos Théon Yos Soter', que significam: "Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador."

De modo geral, os homens são imediatistas e acreditam que muitas coisas devem ocorrer de modo retumbante, repentino, miraculoso. Muitas vezes, não conseguem, pelo menos, ponderar que as coisas do Espírito produzem seus benefícios ou se concretizam a longo prazo.

Num dos seus maravilhosos ensinamentos, Jesus Cristo afirmou que muitas coisas teria a dizer, mas os homens ainda não estavam preparados para recebê-las, adiantando, entretanto, que enviaria, em tempo oportuno, o Espírito de Verdade, o Consolador, para restabelecer todas as coisas em seus devidos lugares. É óbvio que o advento desse Paráclito se processaria muitos séculos após, quando os homens estivessem mais amadurecidos e quando sua evolução estivesse mais adequada. No entanto, logo após a crucificação de Jesus ocorreu a eclosão mediúnica, descrita em Atos dos Apóstolos (2:1-13), quando os apóstolos tiveram suas mediunidades desabrochadas.
Hoje, os adeptos de muitas religiões cristãs acreditam piamente que o Pentecostes representou o advento do Espírito consolador, cumprindo-se, assim, a promessa de Jesus. Se os apóstolos não estiveram preparados para receberem todos os ensinamentos do Mestre poucos meses antes, por que razão o estariam logo após o sacrifício do Calvário? Seria a consagração do contra-senso. Seria acreditar que a evolução dá saltos miraculosos.

O Espírito de Verdade, o Consolador (João, 15:26), deveria, como de fato ocorreu, vir quase 20 séculos após, através da Codificação do Espiritismo. Mateus afirma em seu Evangelho (24:25-28) que não deveremos procurar o Cristo no deserto, nem no interior das casas. Não devemos crer que Ele esteja aqui, ali ou acolá, porque "como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem". O mesmo evangelista sustenta que Jesus virá com "poder e glória". (24:30)

É verdade que o Cristo voltará para exercer realmente, entre nós, o seu reinado de paz e amor. Entretanto, não o fará da forma como o fez anteriormente. Se Ele disse que tudo na lei deverá ser cumprido, que nenhum til se omitirá, que passarão o Céu e a Terra, mas suas palavras não passarão, ou melhor, não deixarão de ser cumpridas, é certo que o seu novo advento se consumará através da implantação definitiva das suas palavras, dos seus ensinamentos em todos os corações. O Evangelho será a lei magna que presidirá a superior destinação do homem. Os ensinamentos que o Mestre nos legou, há quase vinte séculos, constituem o roteiro seguro para a Humanidade do futuro.

A nova vinda de Jesus se processará não mais na forma física deste mundo, mas sim pela implantação de toda a Verdade na face da Terra. "O poder e grande glória" de que nos fala o evangelista estão encerrados nos mananciais dos grandes livros que orientarão o proceder do homem do futuro. Já temos entre nós O Evangelho Segundo o Espiritismo, que constitui o marco inicial de um processo de descortino de novos horizontes para a criatura sofredora, equacionando muitos dos angustiantes problemas humanos e abrindo a porta para a solução de muitos outros.

Os tempos são realmente chegados, e o homem não deverá protelar mais a sua estagnação nos abismos do erro, da superstição, do obscurantismo e das coisas mesquinhas do mundo. Deverá, pelo contrário, dinamizar a assimilação das palavras do Cristo, vivê-las e aplicá-las em sua vida de relação, para que a Terra ascenda à posição de Planeta ditoso, onde reine, definitivamente, a fraternidade, e onde todas as lágrimas serão enxutas.

A expressão o Senhor não tardará, que os nossos antepassados adotavam sob a forma de Maranatha, deverá consumar-se, através : uma ação coletiva dos grandes benfeitores espirituais, ação essa que os antigos chamavam de Poder do Espírito, repetindo-se, em grande escala, não só para os homens, mas também para a coletividade humana o grande e definitivo Pentecostes, quando, no dizer do profeta: O Espírito será derramado sobre toda a carne.

O amor passará, então, a imperar sobre a Terra. Jesus Cristo será definitivamente tomado como o nosso paradigma, e a humanidade verá raiar o Sol da esperança, do amor e da paz, e todos os Espíritos se rejubilarão com o grande dia do Senhor.

Paulo A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho