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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A DIFERENÇA - "Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas"

 

 

A reunião alcançava a parte final, e, na organização mediúnica, Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O Benfeitor distribuía consolações, quando um companheiro o alvejou com azedume:

– Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou cansado de ser hipócrita. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou espírita-cristão?

Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me seguem constantemente.

Posso declarar-me espírita-cristão com tantos defeitos?

O venerável Bezerra de Menezes respondeu sereno:

– Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou espírita-cristão...

– Como assim? – revidou o consulente agitado.

– Perfeitamente – concluiu Bezerra de Menezes, sem alterar-se. – Todas essas qualidades negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço força para fugir delas todas...

E Bezerra de Menezes, sorrindo:

– Como vê meu amigo, há muita diferença.  



Irmão X

Do livro Momentos de Ouro, capítulo nº 12, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, de autoria de Espíritos diversos.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Intercessão Providencial

"A hora exige atenção e cuidado , ante o número expressivo de lobos disfarçados de ovelhas , com vozes mansas e venenos nas palavras , que aparentam humildade forçada e são possuidores de ira incontrolável.[...] " A tribuna espírita não é pódio para disputas de exaltação do personalismo nem instrumento de projeção da mesquinha necessidade de aplauso...





" Fôramos informados que nobre mensageira de Estância Superior viria comunicar-se conosco,obedecendo a uma programação adrede organizada , para socorrer algumas instituições Espíritas terrenas, seriamente sitiadas por tenebrosa organização do Mal.
Labores antes realizados com abnegação , agora sofriam sórdida perseguição de inimigos do progresso já desencarnados ,que se comprazem em semear intranquilidade entre as criaturas[...]Especialmente convidados , Dr. José Carneiro de Campos.
[...] Às 20h, a sala encontrava-se repleta, tendo o nosso respeitável administrador, Ovídio[...]De imediato, apresentou a venerável senhora desencarnada cuja aura refulgia em tonalidades diamantinas, demonstrando seu estágio evolutivo.( Segue abaixo suas palavras)

" O amor a Jesus em todas as épocas da Humanidade sempre tem provocado a ira dos adversários da Verdade que O temem, investindo com ferocidade contra os seus vexilários ( porta bandeira) , na ilusão de que ao destruírem os seus corpos, aniquilam os seus ideais libertadores.

[...]" Utilizando-se da debilidade moral de muitos conversos que não amadureceram psicologicamente nos estudos sérios do Espiritismo , deles se utilizam como insatisfeitos e agressivos, perturbadores das hostes doutrinárias, de modo a criarem situações embaraçosas , de difícil solução pelos arrastamentos de outros invigilantes que a ação maléfica lhe proporciona.

" A intriga e a infâmia - armas mortíferas e de grande alcance - são utilizadas para denegrir os companheiros , lançá-los uns contra os outros , com desgastes de energia e de tempo malbaratados inutilmente.

"Embora pregando-se a tolerância , não a praticam , antes mantêm injustificáveis ressentimentos, filhos do orgulho em predomínio e da presunção doentia.

[...]" Atormentados pelas paixões servis, transformam os núcleos espíritas, que devem ser dedicados ao estudo, à oração, ao recolhimento dos sofredores, a santuário de comunhão com o Mundo Espiritual superior, em clubes de futilidades, de divertimentos, de comentários desairosos , de convívio para o lazer e de lancharias comum...

[...] A soberba e o falso intelectualismo, a necessidade de variações de comportamento, vêm conduzindo expressivo número de adeptos da Revelação dos guias da Humanidade; as propostas agressivas conforme a sua maneira de entender e alguns se atrevem a dar nova interpretação às obras da Codificação, num alucinado projeto de atualizar a Verdade , as reflexões do codificador inspirado pelo Senhor e vaso escolhido para a construção do mundo melhor.

"Dominados pela vaidade , deixam se outros dominar por Entidades intelectualizadas e de baixo nível moral, que os mistificam, assacando acusações indébitas contra tudo e contra todos que lhes não compartem as ideias esdrúxulas e extravagantes.

[...] "Piorando o quadro , no entanto, as disputas por cargos administrativos , a fim de imporem suas maneiras especiais de governança das consciências , em lamentáveis ressonâncias  do passado, quando , em outros credos, foram impiedosos e dominadores, vem-se tornando trivial, sempre em olvido das diretrizes do Mestre ao afirmar: - Quem desejar ser o maior , seja o servidor de todos...

[...] "A hora exige atenção e cuidado , ante o número expressivo de lobos disfarçados de ovelhas , com vozes mansas e venenos nas palavras , que aparentam humildade forçada e são possuidores de ira incontrolável.

[...] " A tribuna espírita não é pódio para disputas de exaltação do personalismo nem instrumento de projeção da mesquinha necessidade de aplauso.[...] Isto porque, conhecendo as debilidades morais dos que ali se apresentam , os adversários espirituais seguem-nos , empurram-nos a compromissos afetivos ilusórios e desgastes sexuais resultantes do fascínio que exercem em pessoas viciadas e de mente pervertida.Dominados pela vã cultura e pelo entusiasmo dos insensatos, abrem espaços emocionais muito amplos para a instalação de conflitos que os atormentarão, que os levarão ao abandono das tarefas , quando contrariados ou simplesmente entediados , a caminho de desditosas depressões e obsessões soezes...

" A Instituição Espírita de hoje deve evocar a Casa do Caminho, onde Pedro, Tiago e João viveram os ensinamentos de Jesus e mantiveram a continuação do contato com o Mestre, a fim de que tivessem forças para o testemunho , o sublime holocausto da própria vida."


Franco, Divaldo.Perturbações espirituais.1.ed./Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda[psicografado  por]Divaldo Pereira Franco. salvador: LEAL,2015. 248P. 
Trechos retirados das páginas 11 à 19.

sábado, 15 de abril de 2017

Em sessão prática


A situação no grupo doutrinário apresentava anormalidades significativas. Desentendiam-se os companheiros entre si. Olvidando obrigações respeitáveis, confiavam-se a críticas acerbas. Acentuavam-se hostilidades mal-disfarçadas de cizânia, orientadas pela incompreensão. Ninguém se lembrava d’Aquele humilde e divino servidor que lavara os pés dos próprios companheiros. Cada aprendiz da comunidade chamava a si a posição de comando e o direito de julgar asperamente.
Debalde os mentores espirituais da casa convidavam à ponderação e ao entendimento recíproco.
Os operários descuidados recebiam-lhes as palavras, sem maior atenção pelas advertências educativas.
É que Cláudio e Elias, os dois abnegados diretores invisíveis do agrupamento, não se inclinavam a exortações contundentes.
Entre os desencarnados de nobre estirpe, há também fidalguia, cavalheirismo e gentileza e, na opinião deles, não deviam tratar os irmãos de trabalho como se fossem crianças inconscientes.
Certa noite em que as vibrações antagônicas se fizeram mais fortes, anulando os melhores esforços no campo da espiritualidade edificante, Elias dirigiu-se a Cláudio, sugerindo, esperançoso:
— Creio de grande eficácia a visita de alguns sofredores ao núcleo dos nossos amigos encarnados. Poderiam assim observar, de perto, os efeitos escuros da vaidade e da indisciplina. Amanhã, teremos sessão prática, de há muito tempo esperada, e admito a oportunidade de semelhante lição.
— Excelente medida! — exclamou o colega, satisfeito — não seria razoável recordar obrigações comuns, de modo direto, a cooperadores nossos que estudam o Evangelho, todos os dias. Afinal de contas, não obstante mergulhados na carne, possuem tantos deveres para com Jesus quanto nós, e, se já receberam inúmeras mensagens sobre as necessidades de ordem e concurso fraterno, como insistir com eles no serviço a fazer? O alvitre é, portanto, providencial. Traremos à reunião alguns infelizes, desviados da reta conduta. Observando-lhes os padecimentos, é provável que sintam a lição, com segurança, tornando aos rumos legítimos…
Com efeito, na, noite imediata, duas entidades perturbadas foram trazidas à sessão.
Mais de trinta frequentadores passaram a ouvir a palestra dolorosa.
O doutrinador Silvério Matoso fazia paciente esforço para acalmar os desventurados que choravam ruidosamente, através das organizações mediúnicas.
— Desgraçado de mim! — comentava um deles — sou um réprobo, amaldiçoado de todos! onde o meu equilíbrio? perdi tudo… Não tenho recursos para a locomoção, quanto antigamente!… Vivo no seio de tempestade sem bonança…
Enquanto as lágrimas lhe corriam, copiosas, da face, clamava o outro:
— Que será de mim, relegado às trevas? para onde se foram os miseráveis que me ataram ao poste do martírio? Malditos sejam!.
Acostumado à doutrinação, Matoso dizia, fraternalmente:
— Meus amigos, abstende-vos da desesperação e da revolta! confiemos no Divino Poder! Inspirado diretamente por Elias, o benfeitor espiritual que se esforçava intensamente por gravar a lição da hora, prosseguia, enérgico:
— Viveis presentemente as realidades da alma. Notastes agora que o relaxamento interior no mundo ocasiona grandes males. Desditosos todos aqueles que conhecem o bem e o não praticam! desventurados os rebeldes, os hipócritas e os indiferentes, porque a morte do corpo revela a verdade pura, e as almas transviadas não encontram senão abismos e trevas, lágrimas e tormentos. Jesus, porém, é a fonte inesgotável das bênçãos de paz renovadora. Tende calma e esperança!…
— Sou, todavia, um infame — soluçava uma das entidades comunicantes —, repetidamente escutei palavras da fé santificante e do bem salvador, mas nunca cedi a ninguém. Quis viver as minhas fraquezas, alimentá-las e defendê-las com todas as forças. Nunca ponderei, intimamente, quanto às realidades eternas. Ao alcance de meu coração, fluíam ensinamentos e socorros de toda sorte. Fui muita vez convidado ao Evangelho do Cristo; entretanto, zombei de todas as oportunidades de renovação espiritual. Considerava meus melhores amigos, no capítulo da religião, tão egoístas e mentirosos quanto eu mesmo. Agora… quantas lágrimas devo chorar, eu que desprezei a paz divina e preferi as vibrações infernais?
— E eu? — exclamava o mais revoltado poderá haver trevas mais densas que as minhas? haverá dor maior que esta a devastar-me? Sinto-me desequilibrado, sem direção… Um náufrago perdido no abismo é mais feliz que eu… Rodeiam-me quadros de horror… Experimento fogo e gelo ao mesmo tempo… Podereis, acaso, compreender-me, a mim que penetrei o vale fundo da desgraça?!…
Matoso, porém, orientado espiritualmente por Elias, interferiu, solícito:
— Olvidai, meus irmãos, as algemas da vida material e ligai-vos ao Senhor, pelo coração. É indispensável extirpar a raiz dos enganos adquiridos na Terra! A vida não se resume a impressões físicas, a fantasia corporal; é vibração da eternidade, da divina eternidade! acalmai os sentimentos em desequilíbrio para recolherdes a dádiva dos conhecimentos superiores. Esquecei o mal, tornai ao caminho reto! Atravessais, agora, a zona escura das consequências do erro. É necessário renovar as próprias forças, a fim de reacenderdes a lâmpada da fé.
Assim, Matoso, devagarinho, convenceu as pobres almas desiludidas e desesperadas. Exaltou a necessidade de disciplina, com a desistência do egoísmo e da vaidade, azorragando os maus costumes e os vícios vulgares.
Em terminando a longa palestra, ambos os comunicantes se revelavam diferentes. Despediram-se, revestidos de coragem, esperança e bom ânimo.
A assembleia de ouvintes encarnados mantinha-se sob forte impressão e, entre os invisíveis, Elias e Cláudio aguardavam, ansiosos, a colheita de ensinamentos.
Teriam os circunstantes compreendido que as lições se destinavam a eles mesmos? que ainda se encontravam na carne, com sublimes oportunidades em mão? guardariam as experiências ouvidas? ponderariam sobre as lutas que aguardam os rixosos e imprevidentes, além do túmulo? modificariam as diretrizes?
Ambos os orientadores, benevolentes e sábios, esperavam a manifestação dos amigos, por identificarem o aproveitamento havido, quando a Senhora Costa quebrou o silêncio, murmurando:
— Viram vocês quanta dureza e intransigência?
— É… é… — comentou o velho Silva Torres — pregam eles numerosas peças neste mundo para chorarem no outro..
— E nós, os médiuns — acrescentou Dona Segismunda Fernandes —, devemos suportar semelhantes Espíritos como se fôssemos caixas de pancada.
— Esses infelizes não chegaram a ser identificados — observou Alberto Lima, um dos companheiros mais entusiastas do núcleo —, e foi pena. Pareciam muito cultos e, sobremaneira, versados em matéria religiosa.
— Notei, porém — aduziu outro confrade —, que se não fora a palavra convincente de Matoso teríamos sofrido desastre. Tenho a ideia de que tratamos com entidades não somente sofredoras, mas igualmente perversas.
E o próprio doutrinador da casa,, que recebera a inspiração brilhante de Elias, partilhando a conversação, afiançou, contente:
— Em suma, estou satisfeito. Guardo a convicção de que esses desventurados integram a falange perturbadora que me persegue o lar.
Elias e Cláudio, invisíveis ao raio de observação comum, entreolhavam-se com indizível desapontamento.
Os companheiros encarnados mantinham-se prontos para o comentário cintilante e vivo. Qualificavam os comunicantes, queixavam-se dos sacrifícios a que eram obrigados por semelhantes visitas, reclamavam-lhes a ficha individual, situavam-nos entre os verdugos da vida privada; todavia, não houve um só que entendesse a lição legítima da noite, nela reconhecendo uma advertência do Alto para reajustamento de roteiro, enquanto era tempo.
Ninguém percebeu que, doutrinando os Espíritos, o grupo estava sendo igualmente doutrinado.

.Irmão X
(.Humberto de Campos)
Livro: Pontos e Contos