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domingo, 25 de outubro de 2015

O estudo do Evangelho pelo espírita

O estudo do Evangelho pelo espírita

--- Questão [#001]
No capítulo XVII do Evangelho de S. Mateus, está evidente a reencarnação,
porque as pessoas não espíritas não concordam?

Resposta: Todos nós, no decorrer  de nosso processo evolutivo, criamos pontos
de vistas e temos enorme dificuldade de aceitar algo novo, principalmente se
nossos interesses mais imediatos são atingidos; mesmo que as coisas se tornem
claras insistimos na rebeldia de não enxergar o que é natural. Foi referindo-se
a estes, que Jesus disse: "eles vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem, nem
compreendem." (Mateus, 13: 13)

--- Questão [#002]
O espírita deve seguir apenas a decodificação do Evangelho trazida no ESE, ou
se deve procurar ampliar o trabalho começado por Kardec?

Resposta: A Doutrina Espírita é uma doutrina evolucionista, o próprio Kardec
deixou claro que a Codificação era o princípio e não o fim. Desta forma,
entendo, que não só no que diz respeito ao Evangelho, mas em todos os seus
aspectos, devemos ampliar o trabalho do ilustre codificador.

--- Questão [#003]
Qual a melhor forma para estudar o Evangelho segundo o Espiritismo?

Resposta: O Espiritismo por ser a chave que nos permite compreender com mais
clareza a mensagem deixada pelo Meigo Rabi da Galiléia, deve ser sempre levado
em conta no estudo da Boa Nova. Assim, é preciso aplicar seus princípios a
nortear-nos no entendimento do texto evangélico.
Outra questão importante é realizar esse estudo em grupo para que várias idéias
possam ser levadas em conta na interpretação dos textos, pois não podemos
fechar questão num único modo de compreender determinada passagem, pois o
entendimento se amplia à medida que evoluímos e um grupo de pessoas voltadas
para um interesse comum no bem, tem sempre mais a contribuir para um melhor
andamento do estudo.
No livro Renúncia, do Espírito Emmanuel psicografado por Francisco Cândido
Xavier, nas páginas 331 a 333  temos ótima referência de como realizar o estudo
do Evangelho à luz da Doutrina Espírita. Ainda podemos sugerir o Livro "Luz
Imperecível" editado pela União Espírita Mineira, e um estudo de nossa autoria
disponibilizado para download no site do CEPAK, sobre como estudar o Evangelho:
http://br.groups.yahoo.com/group/CEPAK/files/Novo%20Testamento/Evangelho.zip


--- Questão [#004]
Existem numerosos livros e metodologias de estudo do Evangelho na atualidade.
Em sua opinião, quais são mais enriquecedores: aqueles que exploram mais
minuciosamente os textos evangélicos ou os que partem da interpretação
Kardequiana, expressa na Codificação?

Resposta: As duas formas se completam, como dissemos anteriormente é preciso
levarmos em conta os princípios espíritas na interpretação evangélica, e do
mesmo modo interpretarmos minuciosamente os versículos, pois como nos diz
Alcíone na obra de Emmanuel citada:

"Chegamos à conclusão de que o Evangelho, em sua expressão total, é um vasto
caminho ascensional, cujo fim não poderemos atingir, legitimamente, sem
conhecimento e aplicação de todos detalhes. Muitos estudiosos presumem haver
alcançado o termo da lição do Mestre, com uma simples leitura vagamente
raciocinada. Isso contudo, é erro grave. A mensagem do Cristo precisa ser 
conhecida, meditada, sentida e vivida. Nesta ordem de aquisições, não basta
estar informado. Um preceptor do mundo nos ensinará a ler; o Mestre, porém, nos
ensina a proceder, tornando-se-nos, portanto, indispensável a cada passo da
existência. Eis por que, excetuados os versículos de saudação apostólica,
qualquer dos demais conterá ensinamentos grandiosos e imorredouros, que impende
conhecer e empregar, a benefício próprio."
(Renúncia, pág. 333)

--- Questão [#005]
Porque a obra de Kardec é chamada Evangelho "segundo Espiritismo"?

Resposta: Na questão 625 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos nos afirmam ser
Jesus, o Guia e o Modelo mais perfeito para que a humanidade se espelhasse na
condução de seu processo evolucional. Na conclusão do mesmo livro, dizem ser a
moral espírita e a moral cristã, a mesma.
Assim, era preciso estudar o Evangelho, mas não da mesma forma em que ele até
então vinha sendo estudado, era necessário dar um novo entendimento ao mesmo
usando os avanços da ciência espiritual. Por isso, Evangelho "segundo o
Espiritismo", ou seja, Evangelho segundo a ótica espírita.


--- Questão [#006]
Se Herodes morreu no ano -4 a.c, isso significa que Jesus nasceu entre o ano -4
e o ano -7 a.c, e morreu entre  o ano 26 e 30. Como se explica que no livro Há
Dois Mil Anos, Publio Lentulus coloque a data da morte de Jesus no ano  33 (o
convencional)? Se ele viveu na época de Jesus, narrando os acontecimentos,
jamais poderia errar a data da morte  de Jesus.

Resposta: Eu confesso que não sei responder essa questão com a precisão
necessária, porém tenho algumas opiniões, opiniões essas que é bom se fique
claro, são pessoais.
Segundo entendemos, Emmanuel tem uma missão muito grande de evangelizador no
Brasil. Conforme palavras do próprio Chico Xavier em entrevista à Folha
Espírita, ele foi um dos Espíritos colaboradores na época da Codificação. Sendo
assim, Emmanuel não é um Espírito qualquer, e sim alguém não só bem informado,
como de boa evolução espiritual. Portanto, Emmanuel sabe quando foi que Jesus
desencarnou.
Então por que diz ele algo contrário à tendência dos estudos científicos
atuais? Como já disse, não sei, porém pensemos:
Pode ter havido erro por parte do médium. Segundo os próprios Espíritos, em
matéria de mediunidade, quando o médium é excelente, ele retrata numa proporção
de 50% o que o Espírito quer dizer, os outros 50 é por conta do médium. O livro
"Há Dois Mil Anos" foi um dos primeiros dos Chico, ele ainda tinha muito a
amadurecer.
Outra coisa que precisa ser levado em conta, é que nem a Ciência nem os
historiadores têm conclusão fechada sobre a morte de Jesus. Dizem alguns que
não há nem mesmo prova que ele tenha morrido na cruz. Dizem estes que o corpo
não foi encontrado, e se não há corpo, como comprovar a morte? Ou seja, nem
eles mesmos se entendem, desta forma, os Espíritos podem estar aguardando, para
no momento oportuno revelarem as coisas como realmente aconteceram.
Muita coisa poderia ainda ser dita sobre o assunto, mas talvez sem tanta
importância. Por isso preferimos priorizar o aspecto moral do Evangelho.
O próprio Emmanuel afirma no prefácio do Livro Paulo e Estevão:
"Desde já, vejo os críticos consultando textos e combinando versículos para
trazerem à tona os erros do nosso tentame singelo. Aos bem intencionados
agradecemos sinceramente, por conhecer a nossa expressão de criatura falível,
declarando que este livro modesto foi grafado por um Espírito para que os que
vivam em espírito; e ao pedantismo dogmático, ou literário, de todos os tempos,
recorremos ao próprio Evangelho para repetir que, se a letra mata, o espírito
vivifica."


--- Questão [#007]
Será que eu como simpatizante e participante das palestras de um centro
espírita posso estudar o evangelho  em casa, sozinha? Se posso, qual o
procedimento correto a ser tomado?

Resposta: Pode sim, apesar de que, o estudo em grupo é sempre mais
aconselhável. Não existe um procedimento único, correto ou incorreto. É preciso
alguns quesitos, porém nada radical, como por exemplo: um estudo constante dos
princípios espíritas, uma mente aberta para aceitar o novo, uma boa disposição
para o auto-conhecimento e para o  estudo de obras ligadas ao Evangelho, entre
outros.

--- Questão [#008]
O estudo pelo espírita do evangelho, deve-se apenas proceder através do livro
"O Evangelho Segundo o Espiritismo",ou tem algum livro de apoio que servirá de
complemento didático para maior fixação do assunto estudado, como no caso de
perguntas e respostas de O Livro dos Espíritos?

Resposta: O Evangelho Segundo o Espiritismo é um livro imprescindível no estudo
do Evangelho de Jesus, entretanto existem outros também importantes, como a
série de Emmanuel sobre o Evangelho, Estudando o Evangelho de Martins Peralva,
Jesus Terapeuta editado pela AME de Belo Horizonte, o já citado Luz
Imperecível, alguns livros do Djalma Mota Argolo, Vinícius, entre outros;
inclusive os 6 Volumes Sabedoria do Evangelho do Pastorino, que infelizmente já
se acham entre os livros raros e não mais editados.

--- Questão [#009]
Como deve ser feito o estudo do Evangelho em grupo?

Resposta: Creio já ter respondido essa pergunta, quando da resposta da questão
n° 3

--- Questão [#010]
Pode acontecer de haver alguma manifestação espiritual, uma vez que um grupo se
reuna apenas para se fazerem estudos através do Evangelho? E já se sabendo de
antemão que dentre os participantes desse grupo se encontrem médiuns ja
desenvolvidos? Uma vez que isso venha a acontecer, e que o médium sinta a
presença de um espírito, deve ele deixar que esse se manifeste?

Resposta: Pode acontecer sim, todavia não acho aconselhável. Deve-se deixar
manifestações mediúnicas para reuniões específicas dentro da Casa  Espírita. A
reunião de estudos deve ser só para estudo, apesar de servir de apoio para as
próprias reuniões mediúnicas.

--- Questão [#011]
Por que o velho testamento não é abordado no Evangelho Segundo o Espiritismo?

Resposta: Por não ser essa a proposta dos Espíritos codificadores para aquela
obra, apesar de nele (ESE), existirem algumas citações do Velho Testamento.
Kardec ainda cita o Velho Testamento no Livro dos Espíritos, e faz um estudo
mais amplo no livro A Gênese.

--- Questão [#012]
Acho difícil o velho testamento. Por isso me dedico a leitura do novo, onde os
ensinamentos de Jesus são melhor absorvidos. Isto está correto?

Resposta: Não é que esteja correto ou incorreto, pode ser um caminho. No ESE
Kardec fala nas 3 revelações, sendo que a 1a está contida no Velho Testamento.
Desta forma é importante estudá-lo; ele é útil até mesmo para compreensão de
algumas passagens do Novo Testamento, porém, como você mesmo disse, sua
compreensão não é simples, assim podemos num primeiro momento estudar mais o
Novo Testamento, e quando estivermos mais preparados, estudarmos o Velho. Há
muitos espíritas que têm excelente interpretação dos textos do Velho
Testamento, podendo deste modo, nos auxiliarem.

--- Questão [#013]
Por que Jesus disse a Maria Madalena: "Não me toques, porque ainda não subi ao
Pai"? E ainda: Se Maria Madalena o tivesse tocado, o que poderia ter
acontecido? Como o espírita deve entender essa passagem?

Resposta: Se me permite, para comentar esse versículo prefiro citar o texto
conforme a tradução de Almeida:

"Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai
para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e
vosso Deus." (João, 20: 17)

Pensemos na cena como ela aconteceu segundo a narrativa dos evangelistas.
Jesus, a quem Maria amava, tinha sido sacrificado. Eles, os discípulos, estavam
profundamente tristes com a perda daquele que eles consideravam como uma
referência, aquele com quem há três anos ladeavam numa ampla relação de
amizade. É de se compreender, deste modo, a tristeza que reinava entre eles.
Quem já viu um ser amado partir para o além, sabe como é esse momento.
Neste clima Maria foi visitar o túmulo do Senhor, e não vendo o corpo no
sepulcro chora, pois pensava que tinham roubado o corpo do Rabi. Após uma
conversa com dois espíritos, ela viu Jesus e se certificou que ele não havia
morrido, apenas mudado de plano, pois a morte não existe. Imagine o que ela
sentiu nesse momento. Ela que já estava sensibilizada deve ter transbordado de
emoção. Segundo a narrativa de Mateus (Mt, 28:9), as mulheres que visitaram o
túmulo abraçaram os pés do Senhor. É aí que ele diz: "Não me detenhas, porque
ainda não subi para meu Pai."
Jesus queria dizer que ele já havia cumprido sua excelente missão de educador,
cabia a ela, agora, continuar seu processo auto educativo, ele,a partir daquele
momento, realizaria sua missão de um outro modo, não mais da mesma forma que
vinha desempenhando no corpo físico.
Fica para nós a lição de que não devemos nos vincular às pessoas a ponto de
prejudicá-las quando do seu desencarne, retendo-as emocionalmente a nós que
aqui ficamos. A separação às vezes é necessária e cada um terá que cumprir sua
nova missão, não podendo um prejudicar o outro no andamento natural da vida.Se
a vinculação é o meio, a desvinculação é o fim.


--- Questão [#014]
Nas casas espíritas ouço muito falar sobre  "Ensinamento da Doutrina e do
Evangelho para as Crianças " mas nunca vi  um programa aberto a todos 
direcionado ao Adulto. No Centro que freqüento só pode passar por orientação se
achar que necessita, temos as palestra do dia e depois tomamos o passe. Mas
sinto falta de ESTUDAR o Evangelho  "A BIBLIA", a palavra de DEUS e debate-las.

Resposta: Você tem razão, Centro Espírita é local de trabalho e de estudo, é
preciso que os dirigentes das Casas Espíritas se apercebam disto. Além das
importantes palestras, dos passes, e da distribuição de água fluídica, é
preciso que se crie nas CEs grupos onde possa ser estudado com mais
profundidade os temas doutrinários e evangélicos. Há casas que já os possuem,
porém é imperioso que se criem grupos de estudos para que seja estudado o
Evangelho de Jesus, pois é nele que temos os fundamentos para nossa reeducação;
e o principal objetivo da Doutrina Espírita segundo Kardec e os Espíritos
envolvidos na Codificação é a melhoria moral do ser humano.

--- Questão [#015]
Se o espiritismo não se baseia nos Evangelhos e é aberto a todos as religiões,
porque um livro da codificação dedicado somente ao Cristianismo.

Resposta: Os Espíritos Codificadores entendem ser a moral cristã a mais elevada
entre todas. Dizem eles ser a mesma, a moral espírita e a moral cristã. Jesus
quando nos falou do Consolador disse que ele, o Consolador, nos faria lembrar
de tudo que ele estava ensinando. Desta forma, é grande a ligação entre
cristianismo e espiritismo. O Espiritismo é uma filosofia cristã, por isso um
livro dedicado ao Evangelho. O que é preciso que não se confunda, é o que é
cristianismo conforme os ensinamentos de Jesus, e o que os homens fizeram dele.
É aí que está a diferença. A missão do Espiritismo é reviver na essência os
ensinamentos de Jesus.

--- Questão [#016]
O estudo da parte histórica dos evangelhos é importante para o espírita?

Resposta: Importante sim, digo mesmo, importantíssimo; porém, não prioritário.
Estou com Kardec quando diz que o essencial é o aspecto moral do Evangelho.
Devemos no estudo dos textos da Boa Nova buscar sempre o componente
reeducacional contido nos mesmos. No entanto, por experiência própria, digo que
o estudo da parte histórica, dos costumes, e da geografia do Evangelho ajudam e
muito no objetivo maior de melhorar-nos a todo instante.
Autor: Cláudio Fajardo
Todo esse material provém dos sites: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo e da Revista Eletrônica O Consolador.
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UM pouco desse grande pesquisador espírita: CANUTO DE ABREU

CANUTO ABREU
O MAIOR PESQUISADOR ESPÍRITA BRASILEIRO
(1892 - 1980)
Biografia de Canuto Abreu:
Silvino Canuto Abreu nasceu em Taubaté, Estado de São Paulo, no dia 19 de janeiro de 1892.
Formou-se em Farmácia aos 17 anos de idade, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, na qual também concluiu, em 1923, o curso de Medicina.
Bacharelou-se, ainda, em Direito da Universidade do Rio de Janeiro.
Dr. Canuto logo cedo acostumou-se aos fenômenos mediúnicos, encarando-os como fatos normais em sua vida já que, segundo ele, toda a família era constituída de médiuns.
Entretanto, foi levado definitivamente ao Espiritismo pelos fenômenos provocados, em sua própria casa, pelo espírito Afonso Moreira, com o concurso da médium Maria Leopoldina Barros, conhecida como Mariquita.
Afonso Moreira fora antigo amigo de seu pai e manifestava-se assobiando, conversando baixinho (fenômeno de voz direta), provocada batidas nas portas e janelas, além de aumentar ou diminuir a luz do lampião de gás de xisto betuminoso, comum nas casas daquela época.
Tais fenômenos duram aproximadamente cinco meses, após o que o Espírito Afonso Moreira despediu-se, informando que ia ser levado para um lugar que desconhecia.
Entretanto, ainda uma vez manifestou-se, abrindo a porteira do curral e libertando o gado que lá estava, em virtude de ter ficado bastante zangado com a irmã do Dr. Canuto que, ouvindo-o bater na porta não a abriu, embora sabendo que se trata dele. Dr. Canuto Abreu possuía vasta cultura e sua biblioteca, especializada em metapsíquica, parapsicologia e assuntos correlatos, composta por mais de 10.000 volumes, é o atestado veemente da sua cultura.
Na esfera teológica, empreendeu entre outros trabalhos, a versão direta dos Evangelhos gregos, tomando por base o mais antigo manuscrito do Novo Testamento.
Pesquisou nas bibliotecas do Museu Britânico, do Vaticano e na Biblioteca Nacional de Paris. Profundo conhecedor do Espiritismo no Brasil e no mundo, escreveu, quando ainda circulava a revista "Metapsíquica", vários artigos abordando fatos ocorridos no Brasil, detendo-se com profundeza de detalhes na atuação do Dr. Bezerra de Menezes.
Em 1957, quando da comemoração do primeiro centenário de "O Livro dos Espíritos", o Dr. Canuto Abreu fez publicar, em edição bilíngüe, referida obra, tal qual foi lançada pelo Codificador.
Silvino Canuto Abreu e J. Herculano Pires, à esquerda, compondo a mesa no evento dos 100 anos de O Livros dos Espíritos.
O Espiritismo muito lhe deve pelo muito que fez em favor da divulgação dos seus postulados e pelo incomparável esforço em favor das pesquisas que formam sua parte histórica. Dr. Silvino Canuto Abreu desencarnou na cidade de São Paulo, no dia 2 de maio de 1980.
"Seu desencarne representa uma lacuna nas fileiras do Espiritismo, difícil de ser preenchida, a não ser com a profunda saudade que ele deixou no coração de seus familiares e amigos".
Bibliografia: Anuário Espírita 1981 Folha Espírita - Julho de 1980 - Palavras do Dr. Hernani Guimarães Extraído de "A Caminho da Luz", nº 61, maio/ 81.
Canuto Abreu no Congresso Espírita de 2004
Nas comemorações do bicentenário de Allan Kardec, realizadas em Paris em outubro de 2004, ocorreu um fato muito curioso. No congresso internacional preparado para homenagear o nascimento Codificador registrou-se a presença de centenas de representantes de diversos países – a maioria brasileiros – e de médiuns de grande prestígio no movimento espírita brasileiro. Uma grande expectativa estava no ar. Que personalidades espirituais se manifestariam naquele evento histórico? Talvez os Espíritos que colaboraram na Codificação e na Sociedade Espírita de Paris? Talvez Chico Xavier, Emmanuel, André Luiz, Herculano Pires? Ou então Amélie Boudet ou mesmo o próprio Allan Kardec? Nenhum deles. Muitos participantes confessaram uma certa decepção e surpresa com a manifestação já aguardada do Espírito Léon Denis, mas poucos esperavam uma comunicação de Canuto Abreu, um dos maiores admiradores e divulgadores da obra de Kardec e que caiu no esquecimento e na desconsideração de muitos espíritas.
Mensagem de Canuto Abreu no Congresso Espírita de 2004
Allan Kardec!
Este nome é um marco de um tempo novo. É uma legenda de luz e de força moral que edifica um tempo especial de regeneração humana, e que, ao longo de mais de seis décadas, esteve no mundo das formas para materializar os ensinamentos do Mundo Etéreo, junto às almas terrenas.
Alma de escol, sem embargo, Allan Kardec veio ao planeta para representar no campo físico a Equipe Luminosa do Espírito da Verdade, que jorrava claridade sobre o orbe sob a ação venturosa do Cristo Excelso.
Nesse tempo em que o Espiritismo está no mundo, como esplendente Sol diluindo os miasmas da longa noite moral humana, ainda que pouco a pouco, são incontáveis aqueles que vêm recebendo o sustento para viver com entusiasmo, a motivação para prosseguir nas árduas lutas, sem pensar em fugir dos proscênios dificultosos dessas graves experiências das sociedades terrenas.
Quantos se arredaram das idéias suicidas, pelo entendimento de que ninguém morre essencialmente?
Quantos desistiram do abortamento por terem admitido o acinte que tal coisa representa contra as divinas leis de Deus?
Quantos se decidiram por manter iluminada por Jesus a estrutura do lar, ao verificarem sua importância para o progresso familiar?
Quantos se dedicaram a estudar as leis da vida e a estudar-se, anelando o entendimento e a melhoria de si mesmos?
Quantos abriram mão dos preconceitos de raça, de cor da epiderme, de gênero, de cultura e tantos outros, libertando-se dessa forma de ignorância que se demora no seio das sociedades?
Quantos que se esforçam por servir, por amar, desejosos de se tornarem cada vez mais úteis no campo da existência?
Quantos hão renunciado às pressões do homem-velho, na corajosa busca dos valores do homem-novo, conforme as considerações do Apóstolo Paulo?
Quantos sofrem e choram seus tormentos de agora, conscientes quanto às razões desses complexos dramas, sem se permitir murchar pelo desânimo, ante a visão lúcida que o Espiritismo enseja?
Hoje, quando reconhecemos, na Pátria Espiritual, os inúmeros equívocos que costumamos cometer, quando caminhantes da vilegiatura corporal, vale considerar a importância de fazer com que a gloriosa informação da Codificação penetre nossa intimidade, a fim de que respiremos esse portentoso pensamento espírita, convertendo-o em nossa real filosofia de vida, o que nos capacitará para a conquista da felicidade.
Quantos que ainda supõem que é possível ser espírita sem ajustar a própria existência aos preceitos da Codificação, e que se enganam com essa suposição?
Quantos que ainda crêem na ventura post-mortem longe dos esforços para a superação de limitações e obstáculos encontrados nas vias mundanas, e que se frustram no além?
Acho-me sob intensa emoção. Lutamos, durante um tempo longo, junto aos valorosos Benfeitores do nosso Movimento Espírita Internacional, para que este momento fosse corporificado aqui, nos campos fluídicos da alma francesa. E o Senhor da Vida no-lo consentiu. Mais do que isso, destacou eminentes Numes de vários países para formar a coordenação deste evento, a efeméride do IV Congresso Espírita Mundial, sob a inspiração do próprio Codificador.
Cabe-nos vibrar, então, ao se fecharem as cortinas deste Congresso, certos de que suas luzes não se apagarão. Os elementos energéticos que absorvemos aqui, resguardados por luminosos Prepostos de Jesus, acompanhar-nos-ão como inspiração para os trabalhos futuros e como medicação valiosa para que, daqui para a frente, logremos o fortalecimento da alma para estudar, para amar e servir, mais conscientes dos nossos deveres para conosco, para com Jesus e para com a vida, agora aclarada em seus fundamentos pelos ensinamentos do Espiritismo que, vitorioso no mundo, impulsiona-nos a ter maior clareza e penetração da razão, ao mesmo tempo que, dedicados ao bem, possamos ser felizes.
Deixo o meu abraço emocionado a todos quantos vibraram, vibram e vibrarão com essa realização bendita no solo francês, e a todos desejo paz e muita luz junto à Seara do Espiritismo.
Servidor de todos, agradecido e vibrante,
Silvino Canuto Abreu
(Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, por ocasião da sessão de encerramento do IV Congresso Espírita Mundial, em 05.10.2004, Paris-França)


Fonte:http://www.autoresespiritasclassicos.com/autores%20espiritas%20classicos%20%20diversos/Canuto%20Abreu/Canuto%20Abreu.htm

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 168

 
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Evangelho Segundo o Espiritismo:

                                                                            SÃO LUIS                                                                                                  Paris, 1859
                24Quais são os limites da encarnação?                           
    A encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados, se por isto se entende o envoltório que constitui o corpo do Espírito, pois a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Em certos mundos, mais avançados que a Terra, ele já se apresenta menos compacto, menos pesado e menos grosseiro, e conseqüentemente menos sujeito a vicissitudes. Num grau mais elevado, desmaterializa-se e acaba por se confundir com o perispírito. De acordo com o mundo a que o Espírito é chamado a viver, ele se reveste do envoltório apropriado à natureza desse mundo.
                O perispírito mesmo sofre transformações sucessivas. Eteriza-se mais e mais, até a purificação completa, que constitui a natureza dos Espíritos puros. Se mundos especiais estão destinados, como estações, aos Espíritos mais avançados, estes não ficam sujeitos a eles, como nos mundos inferiores: o estado de libertação que já atingiram permite-lhes viajar para toda parte, onde quer que sejam chamados pelas missões que lhes foram confiadas.
                Se considerarmos a encarnação do ponto de vista material, tal como a vemos na Terra, podemos dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende do Espírito, portanto, libertar-se mais ou menos rapidamente da encarnação, trabalhando pela sua purificação.
                Temos ainda a considerar que, no estado de erraticidade, ou seja, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito está em relação com a natureza do mundo a que o liga o seu grau de adiantamento. Assim, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, segundo for mais ou menos desmaterializado.
                                                                        

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 167

 

 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 166

 
Comentários de Miramez:
 
A pluralidade das existências é um fato em todos os reinos onde palpita a vida. A mônada espiritual desperta e passa a recolher experiências em corpos variados. O que podemos falar, é que a alma dorme na pedra, em processos que ainda muitos não entendem, mas o tempo haverá de conferir a todos o conhecimento dessa modalidade de avanço espiritual. Ela sonha no vegetal. Também se virá, a saber, quais os processos desses sonhos e porque este estágio. Age no animal, com inumeráveis movimentos, buscando, por meios instintivos, os próprios dons guardados no coração. Finalmente, a alma desperta no homem, onde, como certo tempo, alcança a razão e se ilumina no super-homem, em busca da angelitude. Eis porque não se deve negar a reencarnação, verdade das verdades, que marca a chama divina com todas as experiências do saber e do amor.
As reencarnações são incontáveis, passando-se de mundo para mundo, a ascender ao infinito. O Espírito vai se despojando da animalidade e acordando para o Criador, com recursos valiosos capazes de lhe fazer sentir a felicidade. Muitos perguntam: porque a reencarnação? Não poderia o Espírito despertar os seus valores sem ela? Claro que, se Deus quisesse, poderia. Acontece que foi Ele mesmo o criador desta lei das vidas sucessivas. Criou o Senhor o Espírito simples e ignorante, para que ele por esses processos estabelecidos pela lei universal, fosse despertando e recolhendo experiências grandiosas através de reencarnações sem conta. Se o Criador é Todo Poderoso e Todo Saber, não iria errar, criando uma lei como essa. Estudemos, pois, os nossos caminhos, de modo a nos facultar a viagem pelos processos das vidas múltiplas. Se procurarmos meditar nas reencarnações, reconheceremos a justiça que se manifesta nos enfermos e doentes, pobres e ricos, primitivos e civilizados, enfim, em, todas as diferentes situações dos homens no curso da vida.
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 165

 
Aquela perturbação apresenta circunstâncias especiais, de acordo com os caracteres dos indivíduos e, principalmente, com o gênero de morte. Nos casos de morte violenta, por suicídio, suplício, acidente, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito fica surpreendido, espantado e não acredita estar morto. Obstinadamente sustenta que não o está. No entanto, vê o seu próprio corpo, reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele. Acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem. Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito. Só então o Espírito se reconhece como tal e compreende que não pertence mais ao número dos vivos. Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou; considera ainda a morte como sinônimo de destruição, de aniquilamento. Ora, porque pensa, vê, ouve, tem a sensação de não estar morto. Mais lhe aumenta a ilusão o fato de se ver com um corpo semelhante, na forma, ao precedente, mas cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar. Julga-o sólido e compacto como o primeiro e, quando se lhe chama a atenção para esse ponto, admira-se de não poder palpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao que ocorre com alguns sonâmbulos inexperientes, que não crêem dormir. É que têm sono por sinônimo de suspensão das faculdades. Ora, como pensam livremente e vêem, julgam naturalmente que não dormem. Certos Espíritos revelam essa particularidade, se bem que a morte não lhes tenha sobrevindo inopinadamente. Todavia, sempre mais generalizada se apresenta entre os que, embora doentes, não pensavam em morrer. Observa-se então o singular espetáculo de um Espírito assistir ao seu próprio enterramento como se fora o de um estranho, falando desse ato como de coisa que lhe não diz respeito, até ao momento em que compreende a verdade.
Nos casos de morte coletiva, tem sido observado que todos os que perecem ao mesmo tempo nem sempre tornam a ver-se logo. Presas da perturbação que se segue à morte, cada um vai para seu lado, ou só se preocupa com os que lhe interessam

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Comentários de Miramez: