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sábado, 9 de novembro de 2013

PEDRO, O APÓSTOLO



Humberto de Campos

25 de agosto de 1936
 
Enquanto a Capital dos mineiros, dirigida pelos seus elementos eclesiásticos, se prepara, esperando as grandes manifestações de fé do segundo Congresso Eucarístico Nacional, chegam os turistas elegantes e os peregrinos invisíveis. Também eu quis conhecer de perto as atividades religiosas dos conterrâneos de Augusto de Lima.
Na Praça Raul Soares, espaçosa e ornamentada, vi o monumento dos congressistas, elevando-se em forma de altar, onde os altos religiosos serão celebrados. No topo, a custódia, rodeada de arcanjos petrificados, guardando o símbolo suave e branco da eucaristia, e, cá em baixo, nas linhas irregulares da terra, as acomodações largas e fartas, de onde o povo assistirá, comovido, às manifestações de Minas católica.
Foi nesse ambiente que a figura de um homem trajado à israelita, lembrando alguns tipos que em Jerusalém se dirigem, freqüentemente, para o lugar sagrado das lamentações, aguçou a minha curiosidade incorrigível de jornalista.
- Um judeu?! – exclamei, aguardando as novidades de uma entrevista.
- Sim, fui judeu, há algumas centenas de anos – respondeu laconicamente o interpelado.
Sua réplica exaltou a minha bisbilhotice e procurei atrair a atenção da singular personagem.
- Vosso nome? – continuei.
- Simão Pedro.
- O Apóstolo?
E a veneranda figura respondeu afirmativamente, colando ao peito os cabelos respeitáveis da barba encanecida.
Surpreso e sedento da sua palavra, contemplei aquela figura hebraica, cheia de simplicidade e simpatia. Ao meu cérebro afluíam centenas de perguntas, sem que pudesse coordená-las devidamente.
- Mestre – disse-lhe, por fim -, Vossa palavra tem para o mundo um valor inestimável. A cristandade nunca vos julgou acessível na face da Terra, acreditando que vos conserváveis no Céu, de cujas portas resplandecentes guardáveis a chave maravilhosa. Não teríeis algumas mensagens do Senhor para transmitir à Humanidade, neste momento angustioso que as criaturas estão vivendo?
E o Apóstolo venerável, dentro da sua expressão resignada e humilde, começou a falar:
- Ignoro a razão por que revestiram a minha figura, na Terra, de semelhantes honrarias. Como homem, não fui mais que um obscuro pescador da Galiléia e, como discípulo do Divino Mestre, não tive a fé necessária nos momentos oportunos. O Senhor não poderia, portanto, conferir-me privilégios, quando amava todos os seus apóstolos com igual amor.
- É conhecida, na história das origens do Cristianismo, a vossa desinteligência com Paulo de Tarso. Tudo isso é verdadeiro?
- De alguma forma, tudo isso é verdade – declarou bondosamente o Apóstolo. – Mas, Paulo tinha razão. Sua palavra enérgica evitou que se criasse uma aristocracia injustificável, que, sem ele, teria que desenvolver-se fatalmente entre os amigos de Jesus, que se haviam retirado de Jerusalém para as regiões da Batanéia.
- Nada desejais dizer ao mundo sobre a autenticidade dos Evangelhos?
- Expressão autêntica da biografia e dos atos do Divino Mestre, não seria possível acrescentar qualquer coisa a esse livro sagrado. Muita iniqüidade se tem verificado no mundo em nome do estatuto divino, quando todas as hipocrisias e injustiças estão nele sumariamente condenadas.
- E no capítulo dos milagres?
- Não é propriamente milagre o que caracterizou as ações práticas do Senhor. Todos os seus atos foram resultantes do seu imenso poder espiritual. Todas as obras a que se referem os Evangelistas são profundamente verdadeiras.
E, como quem retrocede no tempo, o Apóstolo monologou:
- Em Carfanaum, perto de Genesaré, e em Betsaida, muitas vezes acompanhei o Senhor nas suas abençoadas peregrinações. Na Samaria, ao lado de Cesaréia de Felipe, vi suas mãos carinhosas dar vistas aos cegos e consolação aos desesperados. Aquele sol claro e ardente da Galiléia ainda hoje ilumina toda a minha alma e, tantos séculos depois de minhas lutas no mundo, ao lado de alguns companheiros procuro reivindicar para os homens a vida perfeita do Cristianismo, com o advento do Reino de Deus, que Jesus desejou fundar, com o seu exemplo, em cada coração...
- Os filósofos terrenos são quase unânimes em afirmar que o Cristo não conhecia a evolução da ciência grega, naquela época, e que as suas parábolas fazem supor a sua ignorância acerca da organização política do Império Romano: seus apóstolos falam de reis e príncipes que não poderiam ter existido.
- A ação do Cristo – retrucou o Apóstolo – vai mais além que todas as atividades e investigações das filosofias humanas. Cada século que passa imprime um brilho novo à sua figura e um novo fulgor ao seu ensinamento. Ele não foi alheio aos trabalhos do pensamento dos seus contemporâneos. Naquele tempo, as teorias de Lucrécio, expandidas alguns anos antes da obra do Senhor, e as lições de Filon em Alexandria, eram muito inferiores às verdades celestes que Ele vinha trazer à Humanidade atormentada e sofredora...
E, quando a figura venerada de Simão parecia prestes a prosseguir na sua jornada, inquiri, abruptamente:
- Qual o vosso objetivo, atualmente, no Brasil?
- Venho visitar a obra do Evangelho aqui instituída por Ismael, filho de Abraão e de Agar, e dirigida dos espaços por abnegados apóstolos da fraternidade cristã.
- E estais igualmente associado às festas do segundo Congresso Eucarístico Nacional? – perguntei.
Mas, o bondoso Apóstolo expressou uma atitude de profunda incompreensão, ao ouvir as minhas derradeiras palavras.
Foi quando, então, lhe mostrei o rico monumento festivo, as igrejas enfeitadas de ouro, os movimentos de recepção aos prelados, exclamando ele, afinal:
- Não, meu filho!... Esperam-me longe destas ostentações mentirosas os humildes e os desconsolados. O Reino de Deus ainda é a promessa para todos os pobres e para todos os aflitos da Terra. A Igreja romana, cujo chefe se diz possuidor de um trono que me pertence, está condenada no próprio Evangelho, com todas as suas grandezas bem tristes e bem miseráveis. A cadeira de São Pedro é para mim uma ironia muito amarga... Nestes templos faustosos não há lugares para Jesus, nem para os seus continuadores...
- E que sugeris, Mestre, para esclarecer a verdade?
Mas, nesse momento, o Apóstolo venerando enviou-me um gesto compassivo e piedoso, continuando o seu caminho, depois de amarrar, resignadamente, o cordão das sandálias.
  

Do livro Crônico de Além Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

AMANHECE



(Prefácio do Livro Amanhece)
Emmanuel
 
Referíamo-nos ao Cristianismo Redivivo por dia novo na Terra.
As referências explodiam relampagueantes, quando um amigo pintor aduziu, fazendo surpresa:
– “E se fixássemos o alvorecer da Era Nova em traços e cores?”.
Impossível a execução de um plano assim arrojado: no entanto, alguém lembrou que um livro, na essência, é um quadro de idéias, definindo determinadas realizações.
Foi assim que o projeto deste volume se nos configurou, de imediato, e 'aqui reunimos páginas nossas, em que nos reportamos às criações espirituais, necessárias à instalação da paz e da felicidade para a Terra de hoje.
Cada companheiro, nesta despretensiosa galeria de pensamentos, expõe a contribuição que lhe é própria e, de comentário a comentário, tentamos formar a tela espiritual de nossas esperanças.
Aqui, um de nós espalha as tintas da fé; ali, outro oferta destaque à beneficência; além, aparece quem procura fixar as cores da alegria; mais adiante, surgem obreiros salientando o espírito de serviço.
O quadro, confeccionado dentro das nossas estreitas possibilidades, aqui se encontra em forma de livro.
AMANHECE é o nome deste noticiário da alma, condensado numa palavra única.
E entregando-te, leitor amigo, estas páginas simples, convidamos-te a refletir nas luzes de nossa época, em que a Terra começa a envolver-se nos clarões de novo amanhecer, rogando ao Senhor nos conceda o privilégio de trabalhar para que esse novo dia nos encontre – a nós todos, espíritos em evolução no Planeta, irmanados no mesmo anseio de paz, com a benção do amor a encaminhar-nos para Deus.
 
EMMANUEL
Uberaba (MG), 18 de abril de 1976.
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

DETERMINISMO E LIBERDADE

A  LIÇÃO  DO  TRÂNSITO

  
  Francisco C.Xavier
 
Após a leitura da questão 851 de O Livro dos Espíritos, e debates sobre o livre-arbítrio, Emmanuel nos deu a página mediúnica da noite – Determinismo e Liberdade – com que nos oferece a lição do trânsito, muito oportuna e fácil de compreendermos.
 
 
DETERMINISMO E LIBERDADE
 
Emmanuel
 
Observando que determinismo e livre-arbítrio coexistem nos destinos humanos, ajustemos o assunto às lições do trânsito no mundo, regido por leis que nos lembram a temática em exame.
Imaginemo-nos assumindo o compromisso de realizar certa viagem na Terra, que, no caso, seria uma nova reencarnação.
Nas diretrizes do inevitável, estão ingredientes importantes, como sejam:
O carro significando o corpo físico.
As companhias expressando a equipe familiar.
A estrada a percorrer.
A tarefa de base.
A obediência aos sinais.
O acatamento às ordens da guarda.
A apresentação de documentos legais.
A condução de recursos socorristas, indispensáveis à sustentação do veículo.
O pagamento de pedagem.
Os riscos naturais.
No campo da ação livre, se-nos-á lícito considerar os pontos seguintes:
A proteção em favor da máquina para que a máquina nos corresponda à expectativa.
A observância aos preceitos do trânsito.
A colaboração espontânea com aqueles que nos cruzem o caminho para que acidentes sejam evitados.
O cuidado nas ultrapassagens.
A cautela contra brincadeiras e imprudências.
O apreço para com as autoridades.
A abstenção de avanços temerários.
O sustento da atenção no trabalho.
A previsão de crises prováveis com os elementos de solução aos problemas que possam surgir.
Segundo é fácil de ver, em qualquer viagem terrestre, estão juntas as obrigações fatais e as decisões independentes, em função concomitante.
Assim é a romagem da reencarnação nos caminhos planetários.
O espírito jaz temporariamente submetido a deveres inevitáveis, mas dispõe de livre-arbítrio para melhorar ou comprometer qualquer situação.
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

ATÉ QUE PONTO SOMOS LIVRES?


  
  Francisco C.Xavier
 
Com alguns companheiros, tivemos rápida troca de idéias sobre conceitos de liberdade. Em que termos somos livres na Terra? Como entender tantas autoridades das ciências psicológicas de hoje que justificam a liberação dos impulsos sentimentais, desde que se evitem atos de delinqüência? Como entender os sistemas de educação com bases na liberdade irrestrita? Até que ponto somos livres?
Essas indagações nos proporcionavam apaixonante dialogo, quando nos dirigimos à oração. O Livro dos Espíritos nos deu a questão 825 para estudo. Depois da troca de comentários sobre essa questão, quem escreveu por nosso intermédio foi o caro amigo Cid Franco, hoje na Espiritualidade.
 
LIBERDADE
 
Cid Franco
 
Estudando a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho.
O esplendor me cercava, mas o Sol afirmou :
– Para libertar a luz devo permanecer em minha própria órbita.
 
Disse o Mar :
– Como nutrir as forças da Vida sem aceitar as minhas limitações?
 
A Fonte declarou :
– Não posso emancipar o beneficio de minhas águas, sem atender às linhas que me orientam o curso.
 
Explicou-se a Flor :
– Impossível abrir-me para o festival dos perfumes, sem deixar-me prender.
 
A Ponte murmurou:
– Nada seria eu se não guardasse a disposição de servir.
 
Não longe, a Eletricidade comentou, movimentando uma fábrica :
– Fora da disciplina, em vão procuraria ser mais útil.
 
Um Automóvel parado entrou na conversação :
– Posso ganhar tempo e vencer o espaço, mas infeliz daquele que me use sem breques!
 
Então, voltando-me para dentro do próprio coração, exclamei em prece:
– Deus, meu Deus, fizeste-me livre no pensamento para criar o bem e estendê-lo aos meus irmãos ; no entanto, que será de mim, sem ajustar-me às tuas leis?
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

NOS PRIMEIROS TEMPOS


  
  Francisco C.Xavier
 
Alguns companheiros iniciantes nas tarefas espíritas estiveram conosco pela manhã. O tema principal de nossa conversação foi a mediunidade nos primeiros tempos de prática. Falávamos da necessidade de orientação e esclarecimento a respeito, destacando os estudos e as observações de Allan Kardec. De quando em quando, fixávamo-nos na indagação: Como começar?
Nossos comentários se alongaram. Quando nos decidimos à prece em conjunto, em ligeira reunião de estudos, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu o item 3 do capítulo XXV, que comentamos em animado diálogo. Chegando ao final de nossa tarefa, nosso amigo espiritual André Luiz escreveu a página Começo Mediúnico.
 
 
COMEÇO MEDIÚNICO
 
André Luiz
 
"Se você deseja cooperar com os Bons Espíritos na Causa do Bem, não exija mediunidade espetacular.
Procure engajar-se numa equipe de criaturas dedicadas à compreensão e ao auxílio em favor do próximo.
Estude, agindo para colaborar com mais segurança.
Comece na certeza de que você precisa muito mais dos outros que os outros de você.
Não se queixe nem acuse a ninguém.
Se esse ou aquele companheiro lhe experimenta a humildade ou a paciência, ao invés de lamentar-se, agradeça a oportunidade de aprender e progredir.
Não olvide que você se encontra em atividade do Plano Espiritual, numa construção de paz e amor.
Para ser canal do bem, é preciso ajustar-se ao reservatórios do bem.
Os mensageiros da Bênção de Deus, para abençoarem por seu intermédio, esperam que você igualmente abençoe.
Quando você estiver trabalhando e auxiliando, entendendo que mediunidade com Jesus é serviço ao próximo, encontrará o seu próprio caminho e a sua própria orientação na intimidade dos Benfeitores Espirituais, compartilhando-lhes a paz e a alegria que decorrem do bem aos outros, que é e será o Bem de Todos para sempre."
 
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

ASPECTOS DA CARIDADE


  
  Francisco C.Xavier
 
Os diversos aspectos da caridade constituíram o assunto de nossas conversações antes da reunião. O tema sugeria ao nosso grupo de amigos variadas considerações. Iniciadas as tarefas públicas da noite, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu para estudo o item 11 do seu capítulo XIII e o assunto continuou a ser debatido.
Ao término da reunião, Emmanuel escreveu a página Caridade Difícil.
 
CARIDADE DIFÍCIL
 
Emmanuel
 
Caridade habitualmente incompreendida e sempre difícil de ser praticada - o amparo em regime de repetição.
 
Ergue-se a casa, elemento a elemento. Realiza-se a viagem passo a passo. Entretanto, freqüentemente exigimos a recuperação de criaturas determinada, de momento para outro, qual se as realizações da vida interior fossem estranhas às funções do tempo.
 
Se te encontras num problema assim, de cuja solução esperas segurança e paz, não te aflijas pela obtenção do fruto nos esforços a que te empenhas, nem esmoreças ante as situações que te solicitam tolerância e paciência.
 
O companheiro que se te afigura incorrigível pelos desgostos que te impõe é um enfermo da alma a pedir-te doses reiteradas de compreensão e socorro, de modo a refazer-se.
 
E a pessoa querida que te pareça ingrata pelos golpes com que te alanceia o coração, é doente da alma a solicitar-te medicamentos renovados de ternura e entendimento, a fim de restaurar-se.
 
Quase sempre, antes da corporificação em novo berço terrestre, rogamos à Divina Providência para que se nos confie a laboriosa tarefa da assistência espiritual, em benefício da alguém que só o tratamento longo na reencarnação consegue melhorar ou recuperar.
 
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

SERVIDOR DA ÚLTIMA HORA

Emmanuel
 
No estudo da posição daquele trabalhador de última hora, credor de precioso salário, a que se reporta o Evangelho, mentalizemos uma oficina com determinada tarefa a realizar.  Revelando as diretrizes, que lhe governam a experiência, convocou diversos operários para o serviço em expectação.
Os primeiros chegados, quando a manhã surgia promissora, começaram a examinar indefinidamente a obra, discutindo particularidades e nugas, com menosprezo do tempo.
Os segundos, trazidos a realização, sentiram-se repentinamente cansados, acreditando muito mais na própria indisposição orgânica que no poder de agir que lhes era peculiar.
Os terceiros, transportados ao recinto quando o Sol avançava, preferiram invariável repouso, à espera de orientação e esclarecimento, como se a oficina lhes não houvesse ofertado, previamente, o programa de ação.
Os demais, conduzidos à casa nas derradeiras horas do dia, estacionaram na queixa e no desânimo, no medo e na distração...
Acotovelavam-se todos, inutilmente, esquecidos de que o serviço lhes rogava devotamento e consagração.
Eis, porém, que nos últimos instantes do dia, o servidor diligente é trazido ao trabalho e atende-o sem discussão.
Naturalmente que a esse o vencimento é mais justo, pelo esforço construtivo que lhe assinalou a presença e lhe marcou a decisão.
Conserva contigo o ensinamento do Divino Mestre e não desfaleças.
Ao longo de teus passos, aparece no mundo a sementeira do bem, que te pede renúncia e boa vontade, sacrifício e compreensão.
Desperta e efetua a obra de amor a que foste chamado, porque o valor de tua existência na carne não será conferido pelos dias longos que desfrutes na Terra ou pelos tesouros do corpo e da alma que retenhas contigo, mas, sim, pela tarefa executada no bem incessante que te será coroa de luz, na luz da Vida Real.
 
Onde fores defrontado pela calúnia, sê a palavra amiga do esclarecimento benéfico.
Indolência e desânimo, são ervas parasitárias, aniquilando-te a produção.
 
 
 Livro: ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel
 

PIEDADE EM CASA

Emmanuel
 
Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a flor da piedade no coração.
Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde estiveres.
No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o cultivo da celeste virtude.
Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem sob o teto que te agasalha.
Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se ausentou por algumas horas.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Na tarefa de esposo, desculpa a franqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.
Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha, ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança mental.
Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que tuas horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxilio.
Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.
Compadece-te sempre.
Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te ainda, ampara e espera, sem reclamar.
Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.
Habituemo-nos a ignorar todo mal, fazendo todo o bem ao nosso alcance.
A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida, transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante pelo soerguimento do mundo inteiro.
 
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Auxiliar é a honra que nos compete.
 
 Livro: ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanue