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sexta-feira, 10 de maio de 2013

A EUCARISTIA

A EUCARISTIA

"... Eu sou o pão vivo que desci do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. .. Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna... e permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que vive me enviou e eu também vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá de mim... Isto vos escandaliza?.. . O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita: as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida..." — S. João, VI - 61 a 63.

As afirmativas acima transcritas, proferidas pelo Mestre e Senhor, causaram escândalo aos fariseus formalistas de outrora, constituindo, ainda neste século, pedra de tropeço para as várias formas vigentes de gentilidade.

Nada obstante, aquelas assertivas exprimem a maior e a mais transcendental revelação que, qual estrela de primeira grandeza, refulge no céu da espiritualidade.

O nosso corpo procede da terra, pois que resulta do alimento que ingerimos, da água que bebemos e do ar que respiramos. Tomamo-lo de empréstimo ao orbe que ora nos hospeda, e o restituiremos, quando daqui partirmos, de acordo com a sentença exarada no primeiro livro do Pentateuco: "Memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris".

Toda a carne tem essa mesma origem, seja ela animal ou humana, da raça branca, preta ou amarela; da saxônica, judaica ou latina. Quanto, porém, ao Espírito, donde viemos? Como a matéria, tem a alma um só princípio, uma só gênese: Deus. Nele vivemos, nos movemos e existimos: porque dele somos geração — disse o grande apóstolo dos Gentios. Descobrir, pois, a linhagem divina em nós, cultivá-la, desenvolvê-la progressivamente — eis o alvo e o senso da Vida em sua mais sublime e excelente expressão.
Essa é a maravilhosa revelação que nos trouxe o Profeta de Nazaré. E, não só a anunciou, como a fez concreta em si própria, mostrando-nos ao vivo, através dos poderes espirituais enunciados, a divina natureza.

Filho de Deus é Jesus, e o são, a seu turno, todos os homens com a diferença que o Mestre conhece, sente e revela em sua vida a pulcra e santa estirpe, enquanto aqueles a ignoram de fato e de experiência, por isso que ainda a conservam em estado latente. Dessa ignorância resultam as dúvidas, os desatinos, a fraqueza, os erros e delitos em que os homens permanecem.
Sua conduta é dos que andam em trevas. As paixões os agitam, o egoísmo os conduz. E assim permanecerão até que comam a carne e bebam o sangue de Cristo, começando, então, a viver da vida que Ele vive, que é a vida que vem de Deus. Quem ingerir aquele alimento viverá eternamente, porquanto, vencendo a morte, não se encarcerará mais na prisão da carne.
O que nutre o corpo é o que é gerado da terra, e o que sustenta o Espírito é o que desce do céu. As necessidades do corpo se relacionam com o planeta, onde temporariamente permanecem. As do Espírito se harmonizam com o infinito, que o atrai e arrebata.

Sendo como é, uma só a fonte da Vida espiritual, que é eterna, a missão de Jesus é integrar-nos nessa fonte como Ele se acha integrado, conscientemente, percebendo, sentindo e gozando a plenitude da Vida. Quero que o meu gozo esteja em vós e o vosso gozo seja completo. Eu vim a este mundo para que tenhais vida, e vida em abundância.

Para compreendermos e assimilarmos, como discípulos, os ensinamentos do Mestre excelso, é preciso que dele nos aproximemos progressivamente, até que com Ele nos identifiquemos. Onde eu estou estará aquele que me serve. Já não sou eu mais quem vive: é Cristo que vive em mim, disse Paulo.

Da mesma sorte que se faz a transfusão de sangue para salvar o doente extenuado, prestes a sucumbir, assim também é necessário que se opere a transfusão da vida de Cristo em nós, para que possamos vencer a enfermidade moral que nos vexa, degrada e infelicita. Em verdade, em verdade vos digo que se não comerdes a carne e beberdes o sangue do Filho do homem, não tereis vida em vós. Só a vida de Cristo vertida na humanidade resolverá, de vez, todos os problemas sociais que vêm convulsionando o mundo através dos séculos, sem que até o presente encontrassem solução.

Eu sou a videira e o meu Pai é o viticultor; vós sois varas; aquele que permanece em mim, e no qual eu permaneço, dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer. É integral e perfeita a comunhão entre a videira e os sarmentos. Só assim estes frutificam, mercê da seiva que do tronco nele se transfunde. Da mesma sorte é mister que nossas relações com Cristo sejam cada vez mais íntimas e estreitas, para que possamos haurir do seu coração, escrínio insondável da graça, o amor que é a vida do Espírito, como o sangue é a vida do corpo, e a seiva é a vida da planta.

Em tal importa a Eucaristia em espírito e verdade. Simbólicas são as expressões com que Jesus no-la apresenta; todavia, na prática, não se trata de cerimônia, ritual ou símbolo, mas de realidade positiva, de potência espiritual incoercível que transformará o mundo no dia em que os homens a compreenderem, entrando em sintonização com ela.

A passagem acima comentada é a confirmação do que Jesus, mais tarde, no decurso da ceia pascal, disse aos se discípulos, com relação ao pão e ao vinho: Tomai e com este é o meu corpo, que é dado por vós. Empunhando e seguida o cálice acrescentou: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós.

Vinícius