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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

GARIMPO DE AMOR "...As vidas possuem o amor no seu imo, mas não o conhe­cem. Necessitam de alguém que as desperte para o significa­do profundo e o valor incomparável desse tesouro."

GARIMPO  DE AMOR
 

Narra antiga lenda persa que um homem residia em prós­pera herdade, na cidade de Golconda, com sua família, al­guns camelos e outros animais, um pomar generoso e um rio de águas cantantes que lhe passava pelos fundos da proprie­dade.
 
A existência sorria-lhe bênçãos e nenhuma outra preo­cupação o afligia.
 
Oportunamente passou pela sua vivenda um homem re­ligioso, que viajava convidando as almas à reflexão e à fé. Pediu-lhe hospedagem e foi recebido com carinho.
 
Após o jantar, na primeira noite da sua estada, o visi­tante indagou-lhe:
 
- És feliz, homem? Observo que sorris e desfrutas de algumas regalias da vida. Gostaria de saber se possuis dia­mantes ou pedras outras preciosas, que são as bases da felicidade?
 
O anfitrião, algo surpreendido, respondeu-lhe:
 
- Em realidade, sinto-me muito feliz. Tenho uma família saudável, que amo e pela qual sou amado, desfrutamos to­dos de saúde e confiamos em Deus. Sou negociante próspero, mas não ambicioso, dispondo do necessário para prover o lar de tudo quanto se faz indispensável. Mas não tenho jóias, nem mesmo quaisquer outras pedras preciosas. Apesar dis­so, sim, sou feliz.
 
- Lamento decepcionar-te - redargüiu o vicejante. - Se não possuis diamantes, talvez jamais os hajas visto, não sabes o que é a felicidade, tampouco és realmente fe­liz.
 
Passando a outros temas, logo depois, recolheram-se ao leito.
 
O homem, que se sentia feliz, começou a pensar na in­formação que recebera, e pôs-se a ponderar a respeito do valor dos diamantes. Passou uma noite maldormida.
 
No dia seguinte, o hóspede foi-se adiante, e, ao despe­dir-se, insistiu, sugerindo:
 
- Pensa nos diamantes, conforme te falei.
 
A partir dali, o homem tranqüilo passou a cobiçar dia­mantes. Procurou conhecer alguns, e perdeu a paz.
 
Resolveu, por fim, vender a propriedade, deixou uma grande parte do dinheiro com um cunhado, a quem confiou a família, enquanto seguiu em longa viagem na busca de diamantes.
 
Vadeou rios, atravessou florestas, visitou montanhas e vales, venceu desertos, buscando sempre diamantes, sem ja­rnais os conseguir.
 
Passaram-se os anos, ele envelheceu procurando dia­mantes, a enfermidade o vitimou e a morte arrebatou-o, sem que houvesse alcançado a felicidade através das pedras famosas.
 
Sua família, que houvera perdido o contato com ele, dis­persou-se e sofreu amargamente o abandono, a miséria, a separação...
 
Aquele que lhe houvera comprado a propriedade, vivia feliz e era generoso para com todos.
 
Mais de um decênio transcorrido, o religioso viajante retornou à propriedade e procurou informar-se a respeito do antigo generoso anfitrião. Foi informado de que já não resi­dia ali, de que houvera vendido a casa e as terras, sem que se soubesse do destino que elegera.
 
Convidado a pernoitar na mesma residência, após o jan­tar, enquanto conversava com o senhor que o hospedava, observou sobre a lareira algumas pedras que brilhavam no crepitar das labaredas. Levantou-se, segurou algumas delas, aproximou-as da claridade, e perguntou, emocionado:
 
- Onde encontraste estas gemas?
 
- Entre os seixos e outras pedras no riacho - respondeu-­lhe o anfitrião, desinteressado. - Os animais pisam-nas, en­quanto sorvem a água transparente, e porque me pareceram muito originais, trouxe algumas para decorar a lareira.
 
- Homem de Deus! - exclamou o religioso, trêmulo, quase a desvairar. - Estas pedras são diamantes. Amanhã, muito cedo, leva-me ao córrego...
 
... E passou uma noite inquieta, aflito.
 
Pela alva, seguiu com o proprietário na direção do rega­to, e quando lá chegaram, o religioso, com olhar- de lince, constatou que as águas transparentes deslizavam sobre um leito de diamantes brutos, negros, brancos, amarelos, des­prestigiados entre calhaus sem valor.
 
Desse modo, descobriu-se uma das maiores minas de diamantes do mundo, de onde saíram pedras, fábulosas, al­gumas denominadas como Príncipe Orloff, Ko-i-Noor, etc., que dormem em museus famosos do mundo ou brilham nas coroas de muitos reis.
 
O homem, que era feliz sem conhecer diamantes, dei­xou-os no quintal da residência para ir procurá-los, mundo afora, sem nunca os encontrar...
 
 
*
 
 
O mesmo fenômeno ocorre com o amor.
 
As vidas possuem o amor no seu imo, mas não o conhe­cem. Necessitam de alguém que as desperte para o significa­do profundo e o valor incomparável desse tesouro. No entan­to, muitos se referem ao amor como algo que está em tal ou qual lugar, apresenta-se nesta ou naquela situação, sob uma ou outra condição, indicando lugares onde raramente pode ser encontrado.
 
O amor radica-se no imo de todos os seres pensantes, esperando somente ser identificado, para realizar o mister para o qual se destina.
 
Não exige sacrifício nem qualquer imposição externa, pois que pulsa, mesmo quando ignorado, realizando o seu mister até o momento em que estua de beleza e harmonia, dominando as paisagens que o agasalham.
 
La Fontaine escreveu que "nada tem poder sobre o amor; o amor tem-no sobre todas as coisas."
 
O amor converte os sentimentos humanos e sublima-os, tornando-os santificados e libertadores.
 
Gandhi afirmava que "por mais duro que alguém seja, der­reterá no fogo do amor; se não derreter, é porque o fogo não é bastante forte."
 
O amor espera pacientemente no leito do rio existencial humano até o momento em que seja descoberto, passando pelo período de desbaste da ganga externa, a fim de que a sua luminescência esplenda em toda a sua glória estelar.
 
Não surge completo, acabado. Necessita ser trabalha­do, aprimorado, bem orientado.
 
Quanto mais é aplicado, mais se aformoseia, e quanto mais é repartido, mais se multiplica em poder, valor e signifi­cado.
 
É o grande desafio para a existência humana, para a conquista do Espírito imortal.
 
 
*
 
 
O amor é um garimpo de diamantes estelares que deve ser explorado.
 
Possui gemas de diferentes qualidades e valores muito diversos.
 
De acordo com a coragem e a decisão de quem busca encontrar as suas riquezas insuperáveis, sempre oferece no­vos matizes e configurações especiais.
 
Assim pensando, ocorreu-nos compor uma pequena obra na qual pudéssemos apresentar- o amor sob diferentes enfo­ques, relacionando-o com variadas situações e em relação a alguns desafios existenciais.
 
Não se trata de um trabalho original, nem de profundidade, pois que não foram esses os objetivos a que nos propumos.
 
Buscamos expressar o nosso pensamento conforme as propostas de Jesus exaradas no Seu Evangelho, em atual colocação psicológica, com caráter terapêutico para o cor­po, para a emoção, para a mente, para o ser eterno que somos todos nós.
 
Esperando haver alcançado a meta que desenhamos, exoramos as bênçãos de Deus para todos nós, guardando a certeza de que os amáveis leitores que viajarem conosco através das páginas que lhes trazemos, concluí-las-ão certamen­te renovados e confiantes na vitória do amor em qualquer contingência existencial.
 
Joanna de Ângelis
 
Maia (Portugal), 1º de novembro de 2002.
 
(prefácio da obra Garimpo de Amor - Editora LEAL)

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 63

 
 
A matéria bruta é o primeiro estágio; o tempo a coloca em estado receptivo, e a força vital dar-lhe-á movimento. Assim, ela avança pelo desabrochar das suas qualidades intrínsecas, buscando vida, modificando estruturas e criando condições para servir de corpo ao Espírito imortal, na qualidade de filho mais próximo do Senhor. Tudo vem de Deus. A própria Bíblia afirma essa verdade, e ela realmente é filha do Criador em todos os seus aspectos. Tudo se processa em variadas concordâncias, na luz universal. Devemos estudar para conhecer, para discernir, e a razão não deve ficar estática; ela também obedece à lei da ascensão, a que chamamos de evolução, caindo com o tempo em um reino mais amplo, o da intuição. Esta avança com o tempo e nas bênçãos do espaço, buscando pela maturidade o estado de conscientização, que é o fenômeno da consciência, antes dividida em vários estágios, em um só volume unificado, reunindo todas as experiências absorvidas em inúmeras reencarnações, mostrando todas as qualidades como em um livro, a quem quer que seja. É a luz em cima do alqueire a que se referem os ensinamentos do Senhor Jesus.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 62

 
 
O Espírito desejoso de conhecer a si mesmo e o ambiente onde vive é aquele que está disposto a dar o primeiro passo na eternidade dos esclarecimentos espirituais, e não perde tempo, no tempo que passa a nosso favor. A matéria é a presença divina a nossa frente. Pode-se dizer que é o seio da geração que transforma constantemente os seus próprios valores, em claridades benfeitoras. Tudo na vida é fecundado. O sexo vai desde a forma unicelular até os anjos, em uma ascensão de esplendor, dando e fazendo ambiente para que a vida se expresse nas bênçãos de Deus. O princípio vital fecunda a matéria, que vira mãe por se consubstanciar em movimento, expressando a vida com maior fulgor e mostrando tonalidades de belezas em todos os seus gestos e que, conseqüentemente, busca outras formas mais elevadas.
O estudo das transformações já é fascinante, e se torna muito mais, quando nos conscientizamos destes valores em nós mesmos. O ser espiritual, encarnado ou desencarnado, quando começa a auto-educação, no silêncio de cada dia, sem reclamar, sem discutir, ou sem exigir, mesmo em detrimento de sua própria paz transitória, com o espaço de tempo acenderá uma luz no seu próprio céu interior, em conexão com a luz que sustenta e gera vidas, que lhe bafejará todo o ser, garantindo-lhe uma paz imperturbável no coração e no reino da consciência, mostrando-lhe que valeu a pena sofrer, lutar e confiar no trabalho empreendido por dentro, porque todo o exterior passou a lhe obedecer, para a conquista dá felicidade que todos almejamos. Abençoemos a matéria, pois ela é nosso veículo de trabalho e de esperança!

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 61

 
 
Há diferentes estados da matéria, dependendo do grau que ela se encontra na pauta da ascensão, entretanto, em se buscando o princípio, ela é a mesma em qualquer lugar a que foi chamada a servir. O agente ideador de todos os corpos que buscam a perfeição é pois, o movimento. As forças se intercruzam em um campo formado pelo cinetismo e formam corpos diferentes, com diferenciação na própria matéria; essa é a riqueza das coisas que foram estabelecidas pelo grande Arquiteto do Universo. A Inteligência Suprema é sábia e soberana, e se nós outros achamos que existem muitos segredos na natureza, na verdade existem muito mais do que imaginamos. É, pois, infinita a lavoura de pesquisas. O que os homens, e nós mesmos, já conseguimos entender e, por vezes, dominar, ainda não é um traço na imensa escrita divina nas mãos dos arcanos da divindade.
Os corpos orgânicos e inorgânicos mostram alguma diferenciação no que toca a sua presença, todavia, nos seus fundamentos é a mesma matéria primitiva a obedecer ao tempo, à força da gravidade e ao agente universal que encontra campo de afinidade na profundidade do seu seio e ali ativa outros movimentos, objetivando o despertamento dos valores que em tudo existe, doados pelo amor d'Aquele que nos deu a própria vida. Devemos saber que toda a matéria é visitada por fora e por dentro por esse agente universal, entretanto, nos corpos que já mostram maturidade e que passam a ser corpos orgânicos, ele encontra coesão, animalizando a própria matéria e dando aspectos de mais vida. Ele, esse agente divino, é que lhe faz surgir movimento próprio, caindo o corpo na classificação de outro reino, que é o dos corpos orgânicos.
O que tentamos escrever sobre esse assunto são leves traços, para que possas achar “onde enfiar a linha na agulha e costurar livremente" a vida toda. Cada criatura é um pesquisador, e é da sua obrigação estudar, meditar, examinar e chegar às conclusões que correspondem à verdade. Cada um de nós temos de dar a nossa cooperação na grande estrutura universal do saber, porque todos nós estamos procurando saber o que Deus escreveu no grande livro da natureza, e isso é altamente compensador; desperta no nosso coração uma alegria grandiosa pelo domínio que vamos alcançando nas direções que nos compete percorrer. Não podemos nunca desprezar a matéria. Ela é o primeiro passo para o nosso aprendizado. Se o Espírito não precisasse da matéria, ela não existiria. O Espírito é irmão da matéria em toda a sua extensão de vida, a luz é irmã das trevas, onde quer que estejam essas duas forças, e Deus é Pai de tudo que existe e que, porventura, venha a existir.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 60

 
 
As divisões dos seres são inumeráveis, no reino da Terra; contudo, eles se encontram existindo com a mesma força espiritual de Deus. As divisões dos reinos são escalas, onde cabe a cada um existir e viver do modo que a sua constituição comportar, pelo despertar de valores existentes na gradatividade das eras. Os seres a que chamamos inorgânicos estão se preparando, no seio do tempo, para alcançarem organismos compatíveis com as suas necessidades de viver melhor. Todos os seres da Terra, todos os animais e mesmo as plantas, começaram há milhões de anos como sendo unicelulares, para depois serem transformados em formas variadas, pelas mãos invisíveis dos benfeitores da eternidade, Espíritos angélicos que se ocupam com o despertamento dos dons que dormem nos animais, nos homens e na natureza.
Os seres que têm movimento próprio se encontram em uma escala mais elevada de vida. A árvore está em estado de sonho, com o seu psiquismo em fase de formação, já com certas sensibilidades que retratam algumas emoções. Os animais tanto mostram os movimentos internos dos seus órgãos, como os externos, e o próprio instinto se consagra em uma escala maior do que nas árvores. Os homens já mostram as claridades evolutivas como criaturas superiores, porque são dotados de razão. Nesses, a inteligência se manifesta pela força da evolução - se esse é bem o termo -, que põe a pensar todos os sábios do mundo, principalmente os materialistas, que sempre perguntam no silêncio dos laboratórios: de onde vem a inteligência? Somente a presença do Espírito no corpo pode responder. Verdade é que eles ainda não acreditam, mesmo vendo e tocando, negam por imaturidade espiritual. Deus não fez nada escondido: nós é que não temos qualidades para assimilar as verdades estabelecidas pelas leis do Criador, porém, a maturidade nos confere os meios de descobrir segredos escondidos desde o princípio, nas dobras do próprio tempo, de acordo com as nossas necessidades.