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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita(FEB) Livro I- Espiritismo e Cristianismo Roteiro 5

EADE - LIVRO I
ROTEIRO
5
Objetivos
• Esclarecer, em linhas gerais, a missão desempenhada por
Moisés.
• Justificar a importância do Decálogo para a humanidade.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO I - ANTECEDENTES DO CRISTIANISMO
• Moisés foi um judeu criado na casa real do faraó egípcio. Estando Moisés com
na idade de quarenta anos fugiu para o deserto, após ter agredido um egípcio
que maltratou um judeu. (Êxodo, 2:11-12. Atos dos Apóstolos, 7:23-24)
• Na lei moisaica há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte
Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra,
apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo. A lei de
Deus está formulada nos Dez Mandamentos. Allan Kardec: O evangelho segundo
o espiritismo. Cap. 1, item 2.
• Moisés [...] foi inspirado a reunir todos os elementos úteis à sua grandiosa missão,
vulgarizando o monoteísmo e estabelecendo o Decálogo, sob a inspiração divina
[...]. Emmanuel: Emmanuel. Cap. 2.
MOISÉS, O MENSAGEIRO DA
PRIMEIRA REVELAÇÃO
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. Informações históricas
A Bíblia nos relata que Abraão teve dois filhos: Isaac, nascido de sua esposa
Sarah, e Ismael, de sua escrava egípcia, Hagar. (Gênesis, 21:1-21. Atos dos
Apóstolos, 7: 2-8) Isaac, considerado o legítimo herdeiro, casou-se com Rebeca
(Gênesis, capítulo 24) e teve dois filhos: Esaú e Jacó. Este, cuja progenitura
ganhou do irmão em troca de um prato de lentilhas, casou-se com Raquel,
com quem teve dois filhos: José e Benjamim. No entanto, Jacó teve mais dez
filhos, cinco de Lia, irmã de Raquel, com quem se casara primeiro, e cinco de
escravas. (Gênesis, 35: 23-26.)
Os hebreus, descendentes de Jacó, chamavam a si próprios de filhos de
Israel ou israelitas, e formaram as doze tribos de Israel. Os irmãos de José
venderam-no como escravo ao faraó egípcio, mas, em razão de sua sabedoria e
influência, tornou-se vice-rei do Egito. (Gênesis, 37:1-36. Atos dos Apóstolos,
7:8-10)
Devido à fome reinante, os judeus foram viver no Egito, inclusive os
irmãos de José. (Gênesis, 42 a 50) Por influência deste, os judeus se tornaram
numerosos no Egito. No entanto, ocorrendo substituição no trono egípcio,
o novo faraó temendo que os filhos de Israel se tornassem demasiadamente
poderosos, como estava acontecendo, tornou-os escravos. (Atos dos Apóstolos,
7:11-18)
O povo hebreu esteve cativo no Egito por cerca de quatrocentos anos,
oprimido por penosos trabalhos de construção e de cultivo de cereais. Mais
SUBSÍDIOS
MÓDULO I
Roteiro 5
60
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
tarde, o faraó determinou que se lançassem ao Nilo todos os meninos hebreus,
recém-nascidos para que não se mantivesse a progenitura racial judaíca. (Êxodo,
1:15-22. Atos dos Apóstolos, 7)
Uma das mães israelitas, da casa de Levi (um dos filhos de Jacob), teve
um filho, escondendo-o durante três meses. Porém, não podendo conservá-lo
oculto por mais tempo, tomou um cesto de junco betumado com resina e pez,
meteu dentro o menino e deixou o cesto boiar entre os canaviais, à margem
do rio Nilo. A irmã do menino conservou-se escondida a alguma distância
para ver o que aconteceria. Chegou a filha do faraó e, vendo o cesto no meio
do canavial, mandou uma criada buscá-lo. Abriu-o e viu o menino chorando.
Ficou cheia de pena e disse: “É um filho de hebreus”. A irmã da criança
aproximou-se e perguntou: “Quereis que vá chamar uma mulher israelita para
amamentar esse menino?” Ela respondeu: “Vai, sim”. A menina foi chamar a
própria mãe, que, sob a proteção da filha do faraó, amamentou o menino e
acompanhou de perto sua educação, sem revelar o parentesco que havia entre
ambos. A mãe adotiva de Moisés deu-lhe este nome porque das águas o tinha
tirado. (Êxodo, 2:1-10)
Moisés, judeu de nascimento, foi, portanto, educado por uma egípcia da
casa real. (Atos dos Apóstolos, 7:20-22) Estando Moisés com aproximadamente
quarenta anos de idade, não suportava mais ver a aflição dos israelitas, cativos
do rei do Egito. Certa vez, ao ver um judeu sendo maltratado, Moisés, defendeu
o irmão de raça, matando ou ferindo o egípcio. (Êxodo, 2:11-12. Atos dos
Apóstolos, 7:23-24)
Sentenciado à morte pelo faraó, Moisés fugiu para a terra de Midian (ou
Madian), vivendo com a família de Jertro, um sacerdote. Moisés casa-se, então
com Zípora, uma das seis filha do sacerdote, com quem teve um filho chamado
Gérson (Êxodo, 2:15-22) e, mais tarde, outro de nome Elieser.
Na solidão do deserto, cuidando de ovelhas, Moisés meditava a respeito de
tudo o que lhe tinha ocorrido, desde o nascimento. Elaborou então um plano
que serviria, no futuro, de base para a constituição da fé judaica. O sofrimento
e a solidão do deserto fizeram Moisés entender que os deuses egípcios jamais
ajudariam os hebreus, cujas práticas devocionais eram muito simples, se comparadas
com os rituais egípcios. Percebeu, assim que todos os descendentes
de Jacó adoravam ídolos caseiros, os therafins tribais, e os obscuros deuses da
natureza, os elohins. Moisés concluiu, por inspiração, que, na verdade, existia
apenas um único e poderoso Deus, capaz de agir sobre os demais e sobre
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
todas as coisas, tal como um século antes afirmara o faraó Amenotep IV, que
pregava a existência de um único Deus (a divindade solar Athen/Athon). 4
(Êxodo, capítulos 3 e 4)
2. Moisés: o mensageiro da primeira revelação divina
Certo dia, andando pelo deserto com suas ovelhas, perto do monte Sinai,
pertencente à cadeia montanhosa do Horeb, Moisés viu um anjo, que surgiu
numa chama de fogo, dentro de uma sarça. Reparou que o fogo ardia, mas a
sarça não se consumia. Então, o anjo disse:
Moisés, Moisés! Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac, e o Deus
de Jacob! Certamente vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor.
Conheço-lhe o sofrimento. [...] Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o
meu povo, os filhos de Israel, do Egito. Então disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir
a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este
será o sinal de que eu te enviei: depois de haver tirado o povo do Egito, servireis a Deus
neste monte. (Êxodo, 3:1-22)
Conta a tradição judaica que, a partir daquele instante, Deus concedeu
poderes a Moisés, permitindo, com o auxílio de seu irmão Aarão, o resgate
dos judeus das terras egípcias. A retirada dos judeus ocorreu após árduas lutas,
entremeadas com as manifestações da prodigiosa mediunidade de Moisés,
que culminaram no surgimento das dez pragas, a saber: transformação das
águas dos reservatórios naturais e dos utensílios em sangue; invasão de rãs;
disseminação de piolhos; invasão de enxames de moscas; peste nos animais;
úlceras e tumores nos homens e animais; chuva de pedras; invasão de gafanhotos;
surgimento das trevas, transformando o dia em noite; condenação à
morte de todos os filhos primogênitos dos egípcios, inclusive o filho de faraó
(Êxodo, 4-14).
Ao sair do Egito, transportando uma multidão de judeus, os exércitos de
faraó fazem a última tentativa de mantê-los prisioneiros, mas Moisés consegue,
pela sua mediunidade, o prodígio de abrir caminho nas águas do Mar
Vermelho (Êxodo, 14: 1-31).
Contam, ainda, as tradições do Judaísmo que Moisés conduziu os israelitas
pelo deserto, durante quarenta anos, antes de localizarem a Canaã,
a terra prometida por Deus a Abraão. (Êxodo, capítulo 17 a 40) A vida dos
judeus no deserto foi dura, repleta de grandes e pequenos obstáculos, antes de
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
se organizarem como nação e de se unirem em torno de uma única religião,
fundada com o recebimento do Decálogo ou Dez Mandamentos, no monte
Sinai. (Êxodo, 20: 1-26)
Consta que, para suprir a fome de milhares de judeus (cerca de 600 mil),
Deus teria concedido o manah, alimento que caía do céu em forma de chuva.
(Êxodo, 16:4-5) Estando Moisés com o povo num lugar sem água, viu-se em
extrema dificuldade, já que as pessoas ameaçavam apedrejá-lo. Ele, então, recorre
a Deus no sentido de solucionar o problema. O Senhor orienta Moisés
a ir até a pedra de Horeb e feri-la com a mesma vara com a qual ele tocara o
rio. Moisés segue as orientações dadas pelo Senhor, e a água surge para saciar
a sede do povo. (Êxodo, 15: 23-27. Capítulo 17)
No terceiro mês após a saída do Egito, diz a tradição, que os israelitas chegaram
ao pé do Sinai, armaram suas tendas e Moisés subiu até o cimo, onde o
Senhor lhe disse: “Manda que lavem as vestes e estejam prontos para o terceiro
dia. Nesse dia, quando soar a trombeta, que todos se aproximem do monte”.
Moisés obedeceu ao Senhor e, na madrugada do terceiro dia, houve trovões e
relâmpagos, e uma espessa nuvem envolveu o Sinai. Ouviu-se o som estridente
de trombetas.Todos se atemorizaram. (Êxodo, capítulo 19)
Moisés levou os israelitas para junto da montanha, e o Senhor promulgou,
então, o Decálogo, pelas mãos de Moisés, em duas tábuas de pedra (Êxodo, 20:
1-21. Deuteronômio, 5:6-21).
Na lei moisaica há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a
lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. Uma é invariável; a outra, apropriada aos
costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo. A lei de Deus está formulada
nos Dez Mandamentos seguintes:
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da servidão. Não tereis,
diante de mim, outros deuses estrangeiros. – Não fareis imagem es- culpida, nem figura
alguma do que está em cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja
nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto soberano.
II. Não pronunciareis em vão o nome do Senhor, vosso Deus.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na terra que o Senhor
vosso Deus vos dará.
V. Não mateis.
VI. Não cometais adultério.
VII. Não roubeis.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi,
nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam. 1
Esclarecem, ainda, os Espíritos da Codificação:
É de todos os tempos e de todos os países essa lei e tem, por isso mesmo, caráter divino.
Todas as outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor,
um povo de seu natural turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados
abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir
autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos
os legisladores dos povos primitivos. A autoridade do homem precisava apoiar-se na
autoridade de Deus; mas, só a idéia de um Deus terrível podia impressionar criaturas
ignorantes, em as quais ainda pouco desenvolvidos se encontravam o senso moral e o
sentimento de uma justiça reta. 1
Com o Decálogo inicia-se verdadeiramente a religião judaica, organizada
por Moisés, ficando estabelecidas as bases da teocracia do Judaísmo.
Além de médium, Moisés era legislador e homem como os demais. A grande lei, diz
ele, foi transmitida diretamente por Deus. Mas, conhecidos, como hoje se conhecem, os
fenômenos psíquicos, logo se percebe que um Espírito elevado foi o mensageiro daqueles
mandamentos, que o profeta transmitiu à posteridade com as falhas infalíveis do crivo
humano e os acréscimos que a época impunha. 3
Devemos considerar que, devido ao nível evolutivo de Moisés, é improvável
que ele conversasse diretamente com Deus.
A [...] Lei ou a base da Lei, nos dez mandamentos, foi-lhe ditada pelos emissários de Jesus,
porquanto todos os movimentos de evolução material e espiritual do orbe se processaram,
como até hoje se processam, sob o seu augusto e misericordioso patrocínio. 8
É importante destacar também o seguinte:
As [...] seitas religiosas, de todos os tempos, pela influenciação dos seus sacerdotes,
procuram modificar os textos sagrados; todavia, apesar das alterações transitórias, os
dez mandamentos, transmitidos à Terra por intermédio de Moisés, voltam sempre a
ressurgir na sua pureza primitiva, como base de todo o direito no mundo, sustentáculo
de todos os códigos da justiça terrestre. 7
Moisés possuía uma mediunidade prodigiosa, desenvolvida na intimidade
do templo egípcio. Todavia, o seu Espírito ainda tinha muito o que evoluir.
Por esse motivo há discrepâncias entre o que ensinava, tendo como base o
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Decálogo, e o que exemplificava.
A legislação de Moisés está cheia de lendas e de crueldades compatíveis com a época,
mas, escoimada de todos os comentários fabulosos a seu respeito, a sua figura é, de fato,
a de um homem extraordinário, revestido dos mais elevados poderes espirituais. Foi o
primeiro a tornar acessíveis às massas populares os ensinamentos somente conseguidos
à custa de longa e penosa iniciação, com a síntese luminosa de grandes verdades. 6
A saída do Egito é comemorada como sendo a Páscoa Judaica. É uma
das tradições primitivas mais festejadas, mas sem o cerimonial e a concepção
extremista do passado. A tradição transmitida às gerações futuras diz que essa
festa foi, até a morte de Moisés, comandada por Miriam, sua irmã (a que ficou
vigiando-o quando, em criança, foi colocado numa cesta no Nilo), e se caracterizava
por danças e cânticos alegres, animados pelos sons de tamborins. 4
Moisés era possuidor de uma personalidade magnética, dominadora, hábil manipulador
das massas e grande líder. Sabia incutir nas almas supersticiosas e ignorantes os temores
animistas de um Deus vingador e zeloso. A sua prodigiosa mediunidade de efeitos físicos,
associada à de outros auxiliares diretos, sobretudo a do seu irmão Aarão, que tinha
o dom da fala e do convencimento, foram fatores que contribuíram para organizar a
nação e a religião judaicas. Contudo, Moisés era um produto do meio onde fora criado
em que o conhecimento espiritual era usado para obter domínio junto às mentes vacilantes.
Outro costume herdado da sua educação egípcia está relacionado à infidelidade
conjugal, incomum entre os judeus mas difundida entre os não-hebreus. Acredita-se
que Moisés desentendeu vezes sem conta com a sua irmã Miriam a este respeito, pois, é
sabido que o missionário teve outras esposas, além de Zipporah [Zípora]. 4 (Números,
12:1-16. Juízes, 4:11)
Acredita-se que Moisés, educado na cultura egípcia, teria sido um sacerdote
de Osíris. 2 Ele julgava o ritual da religião faraônica muito complicado
e que merecia ser simplificado. Para ele os rituais mais significativos estavam
diretamente relacionados aos números, fazendo surgir, assim, as bases da
Cabala Judaica.
Este foi o ponto inicial da cisão ocorrida entre Moisés e os egípcios. Dessa
forma, rompe com a tradição dos chamados iniciados. Ele ensinou, a todos, os
mistérios da Cabala, mas sob o véu do simbolismo, de forma que somente os
Espíritos mais adiantados ou argutos conseguiram entende-la. Por essa razão
é que muitos livros de Moisés podem parecer infantis aos que desconhecem o
lado oculto dos ensinamentos, transmitidos de forma oral. 2,4 e 5
A tradição ora da Cabalal não é repassada a qualquer adepto do Judaísmo.
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
É, antes, confiada a 70 discípulos escolhidos segundo as idéias existentes em
Números, 11:16-17 e 25. A esotérica iniciação judaíca acontece com a compreensão
do Livro da Criação, ou Sepher Jersirah, e do Livro dos Princípios,
ou Zohah. São obras de leitura e entendimento difíceis, uma vez que a linguagem
abstrata é incompreensível para quem não tem a chave da iniciação
(transmitida oralmente). Um dos mestres do pensamento esotérico moderno,
Eduardo Schuré, não tem dúvidas de que Moisés teria escrito o livro Gênesis
em hieróglifos, em três sentidos diferentes, confiando a chave da interpretação
e a explicação dos mesmos, oralmente, aos seus sucessores.
A chave e as explicações estariam relacionadas não apenas aos números,
mas à sonoridade da pronúncia das palavras que, parece, induziriam a um
estado de transe e ligação com Espíritos. Ainda segundo este estudioso, na
época de Salomão o livro Gênesis teria sido traduzido em caracteres fenícios
e, quando em cativeiro na Babilônia, Esdras o teria redigido em caracteres
arianos caldaicos. Os tradutores gregos da Bíblia tinham uma informação
superficial da chave e explicações de Moisés. São Jerônimo, que fez a versão
da Bíblia para o latim, nada sabia das tradições. Foi assim que se perdeu, pelo
menos para os religiosos não-judeus, o entendimento esotérico dos ensinamentos
de Moisés. 2, 4 e 5
Até agora, a Humanidade da era cristã recebeu a grande Revelação em três aspectos
essenciais: Moisés trouxe a missão de Justiça; O Evangelho, a revelação de insuperável
Amor, e o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo redivivo, traz, por sua vez, a sublime
tarefa da Verdade. No centro das três revelações encontra-se Jesus-Cristo, como o
fundamento de toda a luz e de toda a sabedoria. É que, com o Amor, a Lei manifestou-se
na Terra no seu esplendor máximo; a Justiça e a Verdade nada mais são que os instrumentos
divinos de sua exteriorização, com aquele Cordeiro de Deus, alma da redenção
de toda a Humanidade. A Justiça, portanto, lhe aplainou os caminhos, e a Verdade,
conseguintemente, esclarece os seus divinos ensinamentos [...]. 9
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
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Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon
Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro, FEB, 2005. Cap. 1, item 2, p. 53-55.
2. DURVILLE, Henri – A ciência secreta. Tradução. de um membro do círculo
esotérico. São Paulo: O Pensamento, s/d, p. 293-340.
3. IMBASSAHY, Carlos. Religião. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002.Cap. O Espiritismo
entre as religiões, item Moisés, p. 173.
4. POTTER, Charles – História das religiões. Tradução de J. Sampaio Ferraz.
São Paulo: Ed. Universitária. 1994, cap. 1 (Moisés), p. 41-80.
5. SMITH, Huston – As religiões do mundo. Tradução de Merle Scoss. São
Paulo, Editora Cultrix, 2002. Cap. 7 (Judaísmo), p. 261-301.
6. XAVIER, Francisco Cândido. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 2 (A ascendência do evangelho), item: A
lei moisaica, p. 27.
7. ______. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006, questão 268, p. 161.
8. ______. Questão 269, p. 161.
9. ______. Questão 271, p. 162.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 5 - Moisés, o mensageiro da primeira revelação
67
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Dinamizar o estudo por meio de pequenos
grupos que deverão ser orientados a ler, analisar
e debater a missão desempenhada por Moisés e a
importância do Decálogo.