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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

A TERRA PROMETIDA


(Enviada pelo Sr. Rodolfo, de Mulhouse)
O Espiritismo se levanta e logo sua luz fecunda vai
alumiar o mundo; seu brilho magnífico protestará contra os ataques
dos interessados em conservar os abusos e contra a incredulidade
do materialismo. Os que duvidam sentir-se-ão felizes por encontrar
nesta doutrina nova, tão bela, tão pura, o bálsamo consolador que
os curará do cepticismo e os tornará aptos a melhorar e progredir,
como todas as demais criaturas. Privilegiados serão os que,
renunciando às impurezas da matéria, se lançarem em vôo rápido
até o topo das idéias mais puras e buscarem desmaterializar-se
completamente.
Povos! erguei-vos para assistir à aurora desta vida nova,
que vem para a vossa regeneração; que, enviada por Deus, vem para vos unir numa santa comunhão fraterna. Oh! como serão felizes os que, ouvindo esta voz abençoada do Espiritismo, seguirem sua bandeira e cumprirem o apostolado, que deve reconduzir os irmãos extraviados pela dúvida e pela ignorância, ou embrutecidos pelo vício!
Voltai, ovelhas desgarradas, voltai ao aprisco; levantai a
cabeça, contemplai o vosso Criador e rendereis homenagem ao seu
amor por vós. Retirai prontamente o véu que vos ocultava o
Espírito da Divindade; admirai-o em toda a sua bondade; prostrai
a face contra a terra e arrependei-vos. O arrependimento vos abrirá
as portas da felicidade: as de um mundo melhor, onde reinam o
amor mais puro, a fraternidade mais estreita, onde cada um sente
alegria na alegria do próximo.
Não sentis que se aproxima o momento em que vão
surgir coisas novas? Não sentis que a Terra está em trabalho de
parto? Que querem esses povos que se remexem, que se agitam,
que se aprestam para a luta? Por que vão combater? Para romper as
cadeias que estancam o progresso de sua inteligência, absorvem a
sua seiva, semeiam a desconfiança e a discórdia, armam o filho
contra o pai, o irmão contra o irmão, corrompem as nobres
aspirações e matam o gênio. Ó liberdade! Ó independência! nobres
atributos dos filhos de Deus, que alargais o coração e elevais a alma, é por vós que os homens se tornam bons, grandes e generosos; por vós nossas aspirações se voltam para o bem, a injustiça desaparece, os ódios se extinguem e a discórdia, envergonhada, foge e apaga seu facho, temendo irradiar seus sinistros clarões. Irmãos! escutai a voz que vos diz: Marchai! marchai para esse brilhante objetivo que vedes despontar mais além! Marchai para esse brilhante raio de luz que está à vossa frente, como a coluna luminosa adiante do povo de Israel; ele vos conduzirá à verdadeira Terra Prometida, onde reina
a eterna felicidade, reservada aos Espíritos puros. Armai-vos de
virtudes; purificai-vos das impurezas e, então a rota vos parecerá
fácil e a encontrareis coberta de flores; percorrê-la-eis com um
inefável sentimento de alegria, porque, a cada passo,
compreendereis que vos aproximais do alvo onde podeis
conquistar as palmas eternas.
Mardochée
Revista Espírita de 1861-Outubro

A LEI DE MOISÉS E A LEI DO CRISTO."... O Sábado é um dia consagrado ao repouso, à prece. É o emblema da felicidade eterna, a que aspiram todos os Espíritos e ao qual não chegarão senão depois de se haverem aperfeiçoado pelo trabalho e se despojado, pelas encarnações, de todas as impurezas do coração humano..."

Ensinos e Dissertações Espíritas
A LEI DE MOISÉS E A LEI DO CRISTO

(Comunicação obtida pelo Sr. R..., de Mulhouse)
Um de nossos assinantes de Mulhouse nos envia a carta
e a comunicação seguintes:
“...Aproveito a ocasião que se apresenta de vos
escrever, para vos informar sobre uma comunicação que recebi,
como médium, de meu Espírito protetor, e que me parece
interessante e instrutiva por todos os títulos. Se assim entenderdes,
eu vos autorizo a fazer dela o uso que julgardes mais útil.
Eis qual foi o princípio. Inicialmente devo dizer-vos que professo o culto israelita e, naturalmente, sou levado às idéias religiosas nas quais fui educado. Eu tinha notado que, em todas as comunicações dadas pelos Espíritos, não se tratava senão da moral cristã, pregada pelo Cristo, e que nunca se falava da lei de Moisés. No entanto, eu dizia a mim mesmo que os mandamentos de Deus, revelados por
Moisés, me pareciam ser o fundamento da moral cristã; que o
Cristo poderia ter ampliado o quadro e desenvolvido suas
conseqüências, mas que o germe estava na lei ditada no Sinai.
Então me perguntei se a menção, tantas vezes repetida, da moral do
Cristo, embora a de Moisés não lhe fosse estranha, não provinha do
fato de que a maior parte das comunicações recebidas emanavam
de Espíritos que tinham pertencido à religião dominante, e se elas
não seriam uma lembrança das idéias terrenas. Dominado por tais
pensamentos, evoquei meu Espírito protetor, que foi um dos meus
parentes próximos e se chamava Mardoché R... Eis as
perguntas que lhe dirigi e as respostas dadas por ele, etc...(13)

1. Em todas as comunicações feitas à Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, cita-se Jesus como sendo o que
ensinou a mais bela moral. Que devo pensar disto?

Resp. – Sim, o Cristo foi o iniciador da moral mais pura,
a mais sublime; a moral evangélica cristã, que deve renovar o
mundo, aproximar os homens e os tornar a todos irmãos; a moral
que deve fazer jorrar de todos os corações humanos a caridade, o
amor do próximo; que deve criar entre todos os homens uma
solidariedade comum; enfim, uma moral que deve transformar a
Terra e dela fazer uma morada para Espíritos superiores aos que
hoje a habitam. É a lei do progresso, à qual está submetida a
Natureza; e o Espiritismo é uma das forças vivas de que Deus se
serve para fazer a Humanidade avançar na via do progresso moral.
São chegados os tempos em que as idéias morais devem
desenvolver-se para realizar o progresso que está nos desígnios de
Deus; elas devem seguir a mesma rota percorrida pelas idéias de
liberdade, das quais eram precursoras. Mas não se deve crer que
esse desenvolvimento se fará sem lutas.
Não; para chegar àmaturidade, elas necessitam de abalos e discussões, a fim de quepossam atrair a atenção das massas; mas, uma vez fixada a atenção,a beleza e a santidade da moral impressionarão os Espíritos e estesse ligarão a uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e lhes abre as portas da felicidade eterna.
Deus é único e Moisés é o Espírito que Ele enviou em missão para torná-lo conhecido não só dos hebreus, como também dos povos pagãos. O povo hebreu foi o instrumento de que se serviu Deus para o revelar por Moisés e pelos profetas, e as vicissitudes por que passou esse povo tão notável destinavam-se a chamar a atenção geral e fazer cair o véu que ocultava aos homens a divindade.

2. Em que, pois, a moral de Moisés é inferior à do Cristo?

Resp. – A moral que Moisés ensinou era apropriada
ao estado de adiantamento em que se encontravam os povos que
ele se propunha regenerar, e esses povos, semi-selvagens quanto ao
aperfeiçoamento da alma, não teriam compreendido que se
pudesse adorar a Deus de outro modo que não por meio de
holocaustos, nem que se devesse perdoar a um inimigo.
Notável do ponto de vista da matéria e mesmo do das artes e ciências, a inteligência deles muito atrasada se achava em moralidade e não se houvera convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual.
Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica.
Os holocaustos lhes falavam aos sentidos, ao passo que a idéia de Deus lhes falava ao espírito.
Os mandamentos de Deus, dados por intermédio de Moisés, contêm os germes da mais ampla moral cristã.
Os comentários da Bíblia, porém, restringiam-lhe o sentido, porque,
praticada em toda a sua pureza, não na teriam então compreendido.
Mas, nem por isso os dez mandamentos de Deus deixavam de ser
um como frontispício brilhante, qual farol destinado a clarear a
estrada que a Humanidade tinha de percorrer. Moisés abriu o
caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.

3. O Sábado é um dia consagrado?

Resp. – Sim. O Sábado é um dia consagrado ao repouso,
à prece. É o emblema da felicidade eterna, a que aspiram todos os
Espíritos e ao qual não chegarão senão depois de se haverem
aperfeiçoado pelo trabalho e se despojado, pelas encarnações, de
todas as impurezas do coração humano.

4. Como se explica que cada seita tenha consagrado um
dia diferente?
Resp. – Cada seita, é verdade, consagrou um dia
diferente, mas isto não é motivo para nos pormos em desacordo.
Deus aceita as preces e as formas de cada religião, desde que os atos correspondam aos ensinamentos. Seja qual for a forma pela qual seja invocado, a prece lhe é agradável, se a intenção é pura.

5. Pode-se esperar o estabelecimento de uma religião universal?

Resp. – Não; não no nosso planeta, ou, pelo menos, não
antes que tenha feito progressos. Por enquanto, milhares e milhares
de gerações ainda não o verão.

Mardoché R...

(13 N. do T.: Parte considerável das respostas obtidas neste questionário
foi transcrita por Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo,
capítulo I, item 9 – Instruções dos Espíritos: A nova era.)
Revista Espírita 1861 -Março