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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

JUDAS ISCARIOTES, O APÓSTOLO.(...)"Embora Jesus Cristo já soubesse que o plano de Judas era irreversível, o bom senso nos diz que o ato na natureza fatal, uma vez que, com o uso do seu livre-arbítrio ele poderia ter-se furtado à execução do seu plano de traí-lo. O Evangelista João afirma que logo após Jesus ter-lhe dado o bocado de pão, entrou nele satanás, o que que Judas se tornou dócil instrumento de um possessor, o qual insuflou em seu coração o desiderato de consumar o ato de traição..."


"TENDO POIS, JUDAS RECEBIDO A COORTE E OFICIAIS DOS PRINCIPAIS
DOS SACERDOTES FARISEUS, VEIO PARA ALI COM LANTERNAS,
ARCHOTES E ARMAS". (JOÃO 18:3)
O nome de Judas Iscariotes provém da sua cidade de origem: Karioth, na Samaria, a qual, por sua vez, teve a sua raiz no nome de Issacar, um dos filhos de Jacó, que deu o título a uma das doze tribos de Israel. O papel de Judas Iscariotes no processo de revelação do Cristianismo, pelo que podemos deduzir das narrativas evangéIicas, não foi muito significativo. As poucas referências ali feitas sobre ele foram de natureza negativa, haja vista, por exemplo, o que diz o evangelista João sobre o episódio do do Jantar de Betânia: Logo após ter Maria derramado sobre o Mestre o vaso de unguento, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse: por que não se vendeu esse unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, tirava o que ali se lançava. Dizemos eventual traidor porque, embora naquela altura dos acontecimentos ele já tivesse pactuado com o sumo sacerdote, no sentido de entregar o Mestre mediante o prêmio de trinta moedas de prata, ele poderia bem ter voltado atrás em seu intento, uma vez que Deus jamais condena alguém à prática do mal

Em O Liuro dos Espíritos, de Allan Kardec, deparamos com os seguintes esclarecimentos:— No estado errante, antes de tomar uma existência corpórea, o Espírito escolhe o gênero de provas que sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio.— Nada acontece sem a permissão de Deus, foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem o universo.
Dando ao Espírito a liberdade de escolha, deixa-lhe responsabilidade dos seus atos e das suas consequências nada lhe estorva o futuro; o caminho do bem está à sua frente, como o do mal. Mas, se sucumbir, ainda se resta uma consolação, a de que nem tudo se acabou para ele, pois Deus, na sua bondade, permite-lhe recomeçar o que foi mal feito.

Embora Jesus Cristo já soubesse que o plano de Judas era irreversível, o bom senso nos diz que o ato na natureza fatal, uma vez que, com o uso do seu livre-arbítrio ele poderia ter-se furtado à execução do seu plano de traí-lo. O Evangelista João afirma que logo após Jesus ter-lhe dado o bocado de pão, entrou nele satanás, o que que Judas se tornou dócil instrumento de um possessor, o qual insuflou em seu coração o desiderato de consumar o ato de traição.

Com base nos ensinamentos acima, podemos afirmar que Judas Iscariotes não veio predestinado para aquele ato nefando. Ele poderia tê-lo praticado ou não. Na eventualidade de ter modificado a sua decisão, teria naturalmente surgido outro traidor, ou o Cristo teria sido preso em circunstâncias diferentes, embora o Mestre, profundo conhecedor dos homens e profeta que era, soubesse de antemão que Judas não mudaria o que já havia deliberado fazer, e que, portanto, os vaticínios sobre essa ocorrência aconteceriam em seus mínimos detalhes.

Estando Jesus falando, chegou Judas, um dos doze, e com ele uma grande multidão com espadas e varapaus, que eram os ministros enviados pelos principais dos sacerdotes e pelos anciãos do povo, e deu-lhe um beijo, dizendo: Deus te salve Mestre, sinal esse que havia anteriormente combinado com os detratares do Senhor. Profundamente arrependido do ato de traição após ver a flagelação do Mestre, voltou Judas ao Templo e ali pretendeu reparar a sua falta, exclamando: Pequei, traindo o sangue inocente, ao que os principais dos sacerdotes replicaram:
Que nos importa? Isso é contigo. Desesperado diante dessa recusa, atirou as trinta moedas aos pés dos sacerdotes e, retirando-se para um campo, ali suicidou-se. Os mentores do Templo, tomando do dinheiro, disseram: Não é lícito deitá-lo na arca das esmolas, porque é preço de sangue, e em conselho deliberaram comprar com ele o campo de um oleiro, para servir de cemitério aos forasteiros. Por essa razão se ficou chamando aquele campo, Haceldama, isto é, campo de sangue. Com esse ato, aparentemente caridoso, os principais dos sacerdotes julgavam poder enganar a Deus, enganando-se a si próprios.
Esta passagem foi prevista no livro de Zacarias (11:12-13): E eu disse-lhes: Se parecer bem aos vossos olhos, dai-me o que é devido e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário trinta moedas de prata. O Senhor, pois, me disse: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trintas moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Senhor.
É inegável que o Espírito de Judas já se redimiu no decurso de várias lutas expiatórias (NOTA: isto feito em centenas de reencarnações) e hoje forçosamente é um Espírito de ordem elevada, não se justificando as campanhas que se movem contra ele no mundo, principalmente com as chamadas malhações e coisas semelhantes.
É fato inconteste, porém, que a História do Cristianismo registra a passagem pela Terra de muitos outros Judas, que não traindo o Mestre traíram, entretanto, a sua Doutrina, impregnados com ritualismos e encenações exteriores que ele jamais ensinou.
Paulo A. Godoy

SIMÃO, DORMES? (...)"As pessoas que não se capacitam das responsabilidades de que se acham investidas, ou que não despertam para a vivência dos ensinamentos evangélicos, passam pela vida sem ter vivido, pois uma existência perdida poderá redundar em séculos de retardamento no processo evolutivo do Espírito..."


"E, CHEGANDO, ACHOU-OS DORMINDO, E DISSE A PEDRO: SIMÃO, DORMES? NÃO PODES VIGIAR UMA HORA?"
"E ESTANDO UM CERTO MANCEBO, POR NOME EUTICO, ASSENTADO NUMA JANELA,
CAIU DO TERCEIRO ANDAR, TOMADO DE SONO PROFUNDO QUE LHE SOBREVEIO
DURANTE O EXTENSO DISCURSO DE PAULO". (ATOS, 20:9)
Os apóstolos Pedro, Tiago e João acompanharam o Mestre ao Horto das Oliveiras, onde o assessoraram numa invocação espiritual das mais decisivas, cuja finalidade principal consistiu em entrar em contato com o plano espiritual superior a fim de sondar, uma vez mais, os sábios desígnios de Deus em torno do desfecho do Messiado de Jesus na Terra.
Numa autêntica sessão espírita, o Cristo entrou em comunicação com o Alto e rogou: Pai, se for possível, passa de mim este cálice, mas faça-se a tua e não a minha vontade. Os três apóstolos, entretanto, subjugados por forças inferiores do plano espiritual, interessadas no malogro da missão redentora de Jesus, adormeceram e, apesar de o Mestre acordá-los mais de uma vez, persistiram naquele sono profundo.
Eutico, por sua vez, atraído pela maravilhosa pregação de Paulo, na cidade de Troas, assentara-se numa janela do terceiro andar do prédio onde o apóstolo fazia a sua pregação. O discurso fora bastante prolixo e o jovem não vigiou suficientemente, sendo tomado também de profundo sono, caiu de grande altura, sendo dado por morto. O apóstolo dos Gentios, descendo, inclinou-se sobre ele e disse: Não vós perturbeis, que a sua alma nele está.
O Evangelho segundo Lucas (12:35-38) nos legou o seguinte ensinamento de Jesus: Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu Senhor quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando. Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar-se à mesa e chegando servirá. E se vier na segunda vigília, e se vier na terceira e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos.

Todas essas narrativas evangélicas têm um escopo: demonstrar que o Espírito é pronto, mas a carne é fraca. O Mestre recomendou aos três apóstolos que participando daquela fase decisiva e angustiante do seu Messiado: Orai e vigiai para não cairdes em tentação.
A advertência de Jesus é extensiva aos homens de todos os tempos, que dormem no esquecimento dos mais rudimentares deveres de ordem espiritual, malbaratam os talentos que lhe foram confiados agindo semelhantemente àquele homem da parábola que egoisticamente, enterrou o talento que lhe fora confiado tornando-o improdutivo e destituído de qualquer benefício para o próximo.

As pessoas que não se capacitam das responsabilidades
de que se acham investidas, ou que não despertam para a vivência dos ensinamentos evangélicos, passam pela vida sem ter vivido, pois uma existência perdida poderá redundar em séculos de retardamento no processo evolutivo do Espírito.

Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito. Muitos homens se configuram animosos no desempenho de tarefas relevantes, mas não tomam o devido cuidado no trato de assuntos que dizem respeito ao Espírito, preferindo antes se engolfarem no desfiladeiro do erro, pervertendo seus valores morais e aniquilando os atributos que, por força das tarefas de que se acham investidos, lhe são outorgados na Terra.
Na Parábola do Semeador, notamos que uma parte da semente caiu à beira da estrada e foi devorada pelas aves. Eutico se enquadrou perfeitamente no rol dos homens que são simbolizados por essa parte da semente, são os que, no dizer evangélico, recebem as palavras oriundas do plano superior, mas não lhes dão guarida, sendo elas racilmente subtraídas pelos Espíritos malignos, interessados am manter os homens distanciados de Deus.

Entretanto, pelo menos uma semente ficou semeada no coração daquele mancebo. Ele foi dado por morto, mas Paulo afirmou que ele ainda estava vivo, para comprovar aquilo que Jesus ensinou: Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (João, 5:24)

Eutico já não poderia morrer para as coisas do Espírito,
pois já havia vislumbrado a centelha dos ensinamentos evangélicos, que Paulo fora divulgar em Troas. Na realidade ele dormira, pois a carne é fraca e naquela contingência investida dos Espíritos trevosos fora arrasadora, entretanto o seu Espírito estava pronto para assimilar o conhecimentos novos que Paulo ali fora ministrar, o qual o levaria descortinar um novo mundo onde todos se sentiam felizes, úteis a Deus, abominando o servilismo às coisas de César.

Os três apóstolos de Jesus também sofreram o impacto da ofensiva dos espíritos das trevas, porém, suas almas estavam iluminadas pelas luzes da consoladora Doutrina que Jesus Cristo viera revelar, o que fazia com que estivessem vigilantes interiormente.

O ensinamento propiciado por estas duas passagens evangélicas representa incisiva admoestação àqueles dormem sobre as riquezas e as glórias efêmeras da Terra, tornando-se avaros, egoístas e orgulhosos, aos que repousam sobre as várias formas de viciações, esquecidos das aquisições de ordem espiritual que impulsionam a criatura para o Criador, aos que se locupletam com as vantagens temporárias que muitas vezes a vida oferece e postergam as coisas que enobrecem a alma, as únicas que são permanentes e que acompanham os Espíritos em sua trajetória evolutiva.
A Parábola do Trigo e do Joio, narrada em Mateus, 13:24-30, descreve: Assemelha-se o reino dos céu homem que semeou boa semente em seu campo. Enquanto porém, dormiam os homens veio inimigo dele e semeou por cima do joio. Jerônimo, o grande doutor da igreja (Patrol, Lat. vol 26 col. 93), previne os chefes da igreja para que não durmam, para que não se façam semeaduras de heresias entre os fiéis.
Deparamos, portanto, também nessa parábola com a necessidade de nos mantermos vigilantes, a fim de que as deturpações doutrinárias não venham a se constituir em embaraços para a propagação das verdades enunciadas pelo Cristo e hoje consagradas pelo Espiritismo.
Paulo A. Godoy
Livro: Crônicas Evangélicas

A FÉ E AS MONTANHAS


"Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta montanha:
passa-te daqui para acolá, e há de passar, e nada vos será impossível." - (Mateus, 17:19)
É evidente que não estava na cogitação do Mestre Jesus fazer com que os seus discípulos acreditassem que bastava ter uma fé robusta, para fazer com que uma montanha se transladasse de um lugar para outro, o que, obviamente, seria um milagre, e o milagre não existe nas coisas de Deus.

As montanhas que poderemos remover de nossa frente, pelo uso da fé, são as montanhas dos erros, das transgressões, das viciações, da avareza, do egoísmo, do orgulho e de todas as coisas negativas que denigrem os homens, as quais dormitam dentro dos corações. Pela fé em Deus poderemos aprimorar as nossas qualidades, fazendo surgir dentro de nós um homem novo, reformado, disposto a fazer com que o nosso proceder na Terra seja orientado sempre no caminho do bem, considerando-se que a prática das boas obras é o caminho mais curto para se conquistar a redenção espiritual.

Entretanto, no desenvolvimento de nossa vida terrena surgem diante de nós montanhas de aspectos diferentes, tais como:— as inúmeras montanhas representadas pelas provações e expiações terrenas, as enfermidades muitas vezes incuráveis, os tropeços representados pelo desemprego, pelos acidentes, pelas mutilações, pela fome, pelas calúnias assacadas contra a nossa integridade moral e também pelas investidas dos Espíritos trevosos, que atuam sobre nós, através das fascinações, das obsessões e das possessões;
— tais montanhas também devem ser escaladas, ultrapassadas, e isso se faz pela fé que depositamos na equitativa Justiça Divina; pela perseverança na prática do bem, pela conformação com os desígnios de Deus, pela resignação diante dos sofrimentos, não ignorando que dois são os caminhos que nos aproximam de Deus: a dor e o amor.

Pelo despertar de uma fé viva em seu coração, Maria Madalena removeu as montanhas das coisas negativas que, até então, vinham empolgando o seu Espírito, sob o império de entidades trevosas, que dela se haviam aproximado, chegando a perverter sua vida. Essa fé brotou em sua alma, quando o Mestre, referindo-se a ela, sentenciou: "Muitos pecados lhe são perdoados porque ela muito amou."

Paulo de Tarso, por sua vez, ultrapassou as montanhas do fanatismo e do falso zelo religioso, quando teve a visão do Espírito de Jesus, na Estrada de Damasco, e ouviu: "Saulo, Saulo, duro te é recalcitrar contra o aguilhão."

Apesar de a fé ser portentosa alavanca que nos ajuda a superar várias montanhas de males que ocorrem em nossa vida, por si só, ela não é suficiente para atingirmos a nossa redenção espiritual, comumente chamada de salvação.

Embora algumas religiões sustentem que a chamada salvação se consegue pela fé ou pela graça, Jesus Cristo apresentou um caminho diferente para se alcançar esse objetivo: "A cada um será dado segundo as suas obras", o que evidencia que somente a prática das boas obras encerra o potencial para galgarmos uma posição de relevo na vida futura, ou seja, na plenitude da vida eterna, desiderato esse que o Espírito passa a usufruir, após ter atingido a sua redenção, quando, então, passará a gozar do status de Espírito Puro.

Essa assertiva é corroborada por Paulo de Tarso, em sua Primeira Epístola aos Coríntios (13:1-3), quando escreveu: "Ainda que eu tivesse toda a fé de maneira que transportasse uma montanha, se eu não tivesse caridade isso nada seria."
Tiago Menor, em sua Espístola Universal, também escreveu: "Meus irmãos, que aproveitará se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Porventura a fé pode salvá-lo?" (cap. 2:14)
"Assim, também, a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma." (Cap. 2:17)
"Tu tens a fé e eu tenho as obras, mostra-me a tua fé sem as tuas obras e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras."(Cap. 2:18)
"Assim como o corpo sem o Espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta". (Cap. 2:26)
O Apóstolo Pedro, também, em sua Primeira Epístola, (cap. 4:8) afirmou: "A Caridade cobre a multidão do pecados".
A REDENÇÃO ESPIRITUAL é atingida quando, através da multiplicidade das existências, o Espírito tiver se libertado "pelo conhecimento da Verdade", conforme exarado por Jesus Cristo; quando o homem tiver removido todas as montanhas que impedem a sua ascenção rumo a Deus, tais como o obscurantismo, as supertições, o egoísmo, a avareza, o orgulho, o ódio, a inveja e tantas outras viciações que o acometem, no decurso do seu processo evolutivo, e retardam a sua aproximação do Criador de todas as coisas, do Senhor do Céu e da Terra.
Paulo A. Godoy

NAS TREVAS E NA LUZ


"Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido,
e o que falastes ao ouvido, no gabinete, sobre os telhados
será apregoado". - (Lucas, 12:3)
E óbvio que essas palavras do Evangelho de Lucas, pronunciados por Jesus Cristo, referiam-se a épocas distintas.

Nos tempos em que ocorreram as grandes perseguições contra os cristãos, muitas coisas eram ensinadas no recôndito dos lares, nas noites trevosas dos campos ou nas catacumbas. Outras eram murmuradas aos ouvidos, por causa do receio das grandes represálias que eram levadas a efeito, logo após a crucificação de Jesus Cristo.

Esse procedimento ocorreu durante alguns séculos, quando as palavras evangélicas eram pronunciadas na obscuridade, nos recintos fechados e quando os cristãos apenas se comunicavam por sinais convencionais.

Na atualidade, as palavras são apregoadas sobre os telhados, por todos os meios de comunicação, pois as idéias que emanam do Alto se propagam com os homens, sem os homens, contra os homens ou apesar dos homens, nada havendo que possa obstar a marcha avassaladora desses conceitos.

As idéias provindas de Deus jamais podem ficar na dependência dos homens, pois, do contrário, elas permaneceriam no marasmo, na estagnação, e a Humanidade jamais evoluiria.
Muitas idéias suscitadas na Terra ferem, frontalmente, os interesses de grupos ou de pessoas e, por isso, sempre encontram opositores sistemáticos.
Quando Jesus Cristo revelou as concepções renovadoras do Cristianismo, elas constituíram um verdadeiro impacto contra as prevalecentes idéias sustentadas pelos pagãos e mesmo pelos judeus ortodoxos.
Entretanto, como elas vieram do Mundo Maior, era imperioso que a sua propagação não ficasse circunscrita aos humildes cenáculos dos primitivos cristãos, motivo que levou a Doutrina Cristã a demandar as massas, fazendo-o através dos Apóstolos, de vários Enviados e, sobretudo, do Apóstolo Paulo.

O povo precisa ser impressionado, e isso se faz de várias maneiras. O Cristo, a fim de fazer propagar as suas idéias, deixou-se imolar no Alto do Calvário, e a sua crucificação impressionou toda a Humanidade.

O grande Apóstolo de Matão, Cairbar Schutel, certa feita programou uma palestra num cinema de uma das cidades vizinhas. À hora aprazada, o salão estava vazio. Apenas três ou quatro companheiros ali estavam.

O grande seareiro não desanimou. Mandou comprar meia dúzia de rojões (fogos de artifícios) e soltou-os à porta do cinema que havia alugado para o encontro. Após 30 a 40 minutos, o salão estava repleto, e Cairbar levou avante a conferência programada.

Quando o Cristo previu que suas palavras seriam apregoadas sobre os telhados, vaticinou que elas entrariam nos lares, através de programas radiofônicos ou da televisão.
Paulo A. Godoy

SALVAÇÃO OU REDENÇÃO?


"Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está no Céu" - (Mateus, 5:48)
Os vocábulos "Redenção" e "Salvação" têm significados bem diferentes. O primeiro expressa o fato de libertar alguém que está emaranhado nas teias do obscurantismo e dos preconceitos, evitando, deste modo, que resvale nos abismos do pecado, e propicia meios de fazer com que ele se aproxime, cada vez mais, do seu Criador. O segundo tem o significado da salvação de alguém que está mergulhado no pecado e na prática de transgressões às Leis de Deus.

As teologias terrenas apregoam que, com o sacrifício do Calvário, Jesus tomou sobre seus ombros os pecados de todos os homens. Contudo, uma ligeira análise a luz da Lei de Ação e Reação, ou de Causa e Efeito, mostra que ninguém jamais poderá assumir os pecados de outrem; cada um é responsável pelos seus atos e a cada um será dado segundo as suas obras.
Não se pode conceber que, após o martírio do Mestre, todos os seres humanos tivessem ficado a salvo das suas transgressões e mesmo daquilo que se convencionou chamar de "pecado original", ou seja, o "pecado" cometido pelos lendários Adão e Eva, o qual, segundo essas mesmas teologias, contaminou todos os homens, o que, aliás, não é compatível com a misericórdia infinita de Deus.

Jesus Cristo desceu ao nosso mundo com o objetivo básico de ensinar ao homem a fórmula mais adequada, para se redimir dos males que o acomete, como o obscurantismo, a superstição, o preconceito, o falso zelo religioso, o engodo, a deturpação, a idolatria e muitos outros, e, para a consecução desse desiderato, legou-
nos uma diretriz das mais seguras: "Conhecei a Verdade e ela vos libertará." (João, 8:32)

O conhecimento da Verdade torna-se um objetivo bastante remoto no atual nível evolutivo da Humanidade, algo sumamente difícil de atingir; no entanto, o que mais tem contribuído para manter a Humanidade no presente marasmo têm sido os dogmas, que fazem com que Evangelhos, nos moldes como são consagrados por algumas religiões, se distanciem da verdadeira essência dos nínfos ensinamentos deixados por Jesus Cristo como base fundamental de conduzir o homem à redenção espiritual.

Os Evangelhos relatam a vida de muitos personagens que levaram vida edificante, os quais, indubitavelmente, atingiram a salvação do Espírito. Citamos, exemplo, Paulo de Tarso e três mulheres, com o nome de Maria.— Maria de Nazaré, mãe carnal de Jesus Cristo veio à Terra com a gloriosa missão de receber em seu seio a figura magistral do Cristo de Deus; além de ter sido mãe carinhosa, dedicada, experimentou a crueldade das dores, vendo o seu filho inocente, que apenas havia praticado o Bem e disseminado a Verdade, açoitado e finalmente crucificado entre dois facínoras.

— Maria de Magdala, mais conhecida por Maria Madalena; vivia na ostentação, no luxo, na vaidade; encontrar-se com Jesus deu uma guinada em sua vida desprendendo-se de todas as vantagens que o mundo lhe oferecia, para levar uma vida diferente, inteira dedicada ao Mestre, tornando-se, assim, a sua mais fiel e dedicada seguidora. Referindo-se a ela disse: "Muitos pecados lhe são perdoados, porque ela amou."

— Maria de Betânia, uma jovem amável e dedicada, após conhecer Jesus, tornou-se uma das suas mais fiéis seguidoras, o que levou o Mestre, quando de sua visita à casa de Lázaro, a sentenciar que Maria "entre coisas da Terra e as coisas do Céu, preferiu a melhor parte, a qual jamais lhe seria tirada". (Lucas, 10:38-42) Maria de Betânia foi a mulher que, a fim de demonstrar o seu apreço ao Cristo de Deus, "ungiu os seus pés com unguento de nardo puro e os enxugou com os seus cabelos ". (João, 12:3)
- Paulo de Tarso, o grande Apóstolo dos Gentios, tornou-se um dos grandes paladinos no que tange à libertação de homens que estavam mergulhados em erros crassos, tais como o falso zelo religioso, a idolatria, a observância de vãs tradições e, sobretudo, dos dogmas férreos que prevaleciam na religião do seu tempo.
Ele foi o "vaso escolhido" para levar a palavra de Jesus aos israelitas, aos gentios, aos reis e aos povos de todas as nações circunvizinhas, Roma e Atenas, inclusive, as cidades mais importantes do mundo de então.
Paulo A. Godoy