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terça-feira, 1 de janeiro de 2013
MISSÃO DO ESPIRITISMO
A missão do Espiritismo, tanto quanto o ministério do Cristianismo, não será destruir as
escolas de fé, até agora existentes.
Cristo acolheu a revelação de Moisés.
A Doutrina dos Espíritos apóia os princípios superiores de todos os sistemas religiosos.
Jesus não critica a nenhum dos Profetas do Velho Testamento.
O Consolador Prometido não vem para censurar os pioneiros dessa ou daquela forma de
crer em Deus.
O Espiritismo é, acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a
visão do homem alcance horizontes mais altos.
Há milênios, a mente humana gravita em derredor de patrimônios efêmeros, quais sejam
os da precária posse física, atormentada por pesadelos carnais de variada espécie.
Guerras de todos os matizes consomem-lhe as forças.
Flagelos de múltiplas expressões situam-lhe a existência em limitações aflitivas e
dolorosas.
Com a morte do corpo, não atinge a liberação.
Além-túmulo, prossegue atenta às imagens que a ilusão lhe armou no caminho,
escravizada a interesses inconfessáveis.
Em plena vida livre, guarda, ordinariamente, a posição da criatura que venda os olhos e
marcha, impermeável e cega, sob pesadas cargas a lhe dobrarem os ombros.
A obstinação em disputar satisfações egoísticas, entre os companheiros da carne,
constitui-lhe deplorável inibição e os preconceitos ruinosos, os terríveis enganos do
sentimento, os pontos de vista pessoais, as opiniões preconcebidas, as paixões
desvairadas, os laços enfermiços, as concepções cristalizadas, os propósitos menos
dignos, a imaginação intoxicada e os hábitos perniciosos representam fardos enormes
que constrangem a alma ao passo vacilante, de atenção voltada para as experiências
inferiores.
A nova fé vem alargar-lhe a senda para mais elevadas formas de evolução.
Chave de luz para os ensinamentos do Cristo, explica o Evangelho não como um tratado
de regras disciplinares, nascidas do capricho humano, mas como a salvadora mensagem
de fraternidade e alegria, comunhão e entendimento, abrangendo as leis mais simples da
vida.
79
Aparece-nos, então, Jesus, em maior extensão de sua glória.
Não mais como um varão de angústia, insinuando a necessidade de amarguras e
lágrimas e sim na altura do herói da bondade e do amor, educando para a felicidade
integral, entre o serviço e a compreensão, entre a boa-vontade e o júbilo de viver.
Nesse aspecto, vemo-lo como o maior padrão de solidariedade e gentileza, apagando-se
na manjedoura, irmanando-se com todos na praça pública e amparando os malfeitores,
na cruz, à extrema hora, de passagem para a divina ressurreição.
O Espiritismo será, pois, indiscutivelmente, a força do Cristianismo em ação para reerguer
a alma humana e sublimar a vida.
O Espaço Infinito, pátria universal das constelações e dos mundos,é, sem dúvida, o clima
natural de nossas almas, entretanto, não podemos esquecer que somos filhos,
devedores, operários ou companheiros da Terra, cujo aperfeiçoamento constitui o nosso
trabalho mais imediato e mais digno.
Esqueçamos, por agora, o paraíso distante para ajudar na construção do nosso próprio
Céu.
Interfiramos menos na regeneração dos outros e cogitemos mais de nosso próprio
reajuste, perante a Lei do Bem Eterno, e, servindo incessantemente com a nossa fé à
vida que nos rodeia, a vida, por sua vez, nos servirá, infatigável, convertendo a Terra em
estação celestial de harmonia e luz para o acesso de nosso espírito à Vida Superior.
Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel
CONHECE-TE A TI MESMO
A
felicidade foi, é e será sempre a maior e a mais profunda aspiração
do homem.
Ninguém
há que não deseje conquistá-la, tê-la como companheira
inseparável de sua existência.
Raros,
no entanto, aqueles que a têm connseguido.
E'
que grande parte dos terrícolas, não se conhecendo a si mesmos,
quais "imagem e semelhança de Deus", e ignorando os altos destinos
para que foram criados, não compreendem ainda que a verdadeira felicidade
não consiste na posse nem no desfrute de algo que o mundo nos possa dar
e que, em nos sendo negado ou retirado, nos torna infelizes.
Com
efeito, aquilo que venha de fora ou dependa de outrem (bens materiais, poder,
fama, glória, comprazimento dos sentidos, etc) é precário,
instável, contingente. Não nos pode oferecer, por conseguinte,
nenhuma garantia de continuidade. Além disso, conduz fatalmente à
desilusão, ao fastio, à vacuidade.
«O
reino dos céus está dentro de vós», proclamou Jesus.
Importa,
então, que cultivemos nossa alma, a "pérola" de subido
preço de que nos fala a parábola, e cuja aquisição
compensa o sacrifício de todos os tesouros de menor valor a que nos temos
apegado, porquanto é na auto-realização espiritual, no
aprimoramento de nosso próprio ser, que haveremos de encontrar a plenitude
da paz e da alegria com que sonhamos.
A
Doutrina Espírita, em exata consonância com os ensinamentos do
Mestre, elucida-nos que, tanto aqui na Terra como no outro lado da Vida, a felicidade
é inerente e proporcional ao grau de pureza e de progresso moral de cada
um.
"Toda
imperfeição - di-lo Kardec - é causa de sofrimento e de
privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição
adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos. Não há
uma só ação, um só pensamento mau que não
acarrete funestas e inevitáveis consequências, como não
há uma só qualidade boa que se perca. Destarte, a alma que tem
dez imperrfeições, p. ex., sofre mais do que a que tem três
ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar
mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, a alma
será perfeitamente feliz."
Pela
natureza dos seus sofrimentos e vicissitudes na vida corpórea, pode cada
qual conhecer a natureza das fraquezas e mazelas de que se ressente e, conhecendo-as,
esforçar-se no sentido de vencê-las, caminhando, assim, para a
felicidade completa reservada aos justos.
A
máxima - "nosce te ipsum" - inscrita no frontão do templo
de Delfos e atribuída a um dos mais sábios filósofos da
Antiguidade, constitui-se até hoje a chave de nossa evolução,
isto é, continua sendo o melhor meio de melhorar-nos e alcançarmos
a bem-aventurança.
E'
verdade que esse autoconhecimento não é muito fácil, já
que nosso amor-próprio sempre atenua as faltas que cometemos, tornando-as
desculpáveis, assim como rotula como qualidades meritórias o que
não passa de vícios e paixões.
Urge,
porém, que aprendamos a ser sinceros com nós mesmos e procuremos
aquilatar o real valor de nossas ações, indagando-nos como as
qualificaríamos se praticadas por outrem.
Se
forem censuráveis em outra pessoa, também o serão em nós,
eis que "Deus não usa de duas medidas na aplicação
de Sua justiça" .
Será
útil conhecermos, igualmente, qual o juízo que delas fazem os
outros, principalmente aqueles que não pertencem ao círculo de
nossas amizades, porque, livres de qualquer constrangimento, podem estes expressar-se
com mais franqueza.
Uma
entidade sublimada, em magnífica mensagem a respeito, aconselha-nos:
"Aquele
que, possuído do propósito de melhorar-se, a fim de extirpar de
si os maus pendores, como de seu jardim arranca as ervas daninhas, evocasse
todas as noites as ações que praticara durante o dia e inquirisse
de si próprio o bem ou o mal que houvera feito, grande força adquiriria
para aperfeiçoar-se porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois,
a vós mesmos, questões nítidas e precisas, interrogai-vos
sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou qual circunstância,
sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis
confessar. Perguntai ainda mais: se aprouvesse a Deus chamar-me neste momennto,
teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos,
onde nada pode ser ocultado? Examinai o que puderdes ter obrado contra Deus,
depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos.
As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência,
ou a indicação de um mal que precise ser curado. Não trabalhais
todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice?
Não constitui esse repouso o fim que vos faz suportar fadigas e privações
temporárias? Pois bem! que é esse descanso de alguns dias, turbado
sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação do corpo, em
comparação com o que espera o homem de bem?" ( Cap. XII,
q. 919 e seguintes.
Rodolfo
Calligaris
Livro: Leis Morais
Livro: Leis Morais
MULTIDÃO E JESUS
A
multidão! Sempre o Senhor esteve visitado pela multidão.
A multidão, porém, são as chagas sociais, as dores superlativas, as agonias e decepções, as lutas e angústias, as dificuldades.
Em toda parte o Mestre esteve sempre cercado pela multidão.
Através das Suas mãos perpassavam as misericórdias, as blandícias, manifestava-se o amor. . .
O seu dúlcido e suave olhar penetrava a massa amorfa sob a dor repleta de aflitos e ansiosos lenindo as desesperações e angústias que penetram as almas como punhais afiados e doridos.
A multidão são o imenso vale de mil nonadas e muitas necessidades humanas mesquinhas, onde fermentam os ódios, e os miasmas da morte semeiam luto e disseminam a peste em avalanche desesperadora num contágio de longo porte. . .
Ele viera para a multidão, que somos todos nós, os sedentos de paz, os esfaimados de justiça, os atormentados pelo pão do corpo e na alma. ..
Todos os grandes Missionários desceram das altas planuras para as multidões que são o nadir da Humanidade.
Por isto sempre encontraremos Jesus cercado pela multidão.
A multidão, porém, são as chagas sociais, as dores superlativas, as agonias e decepções, as lutas e angústias, as dificuldades.
Em toda parte o Mestre esteve sempre cercado pela multidão.
Através das Suas mãos perpassavam as misericórdias, as blandícias, manifestava-se o amor. . .
O seu dúlcido e suave olhar penetrava a massa amorfa sob a dor repleta de aflitos e ansiosos lenindo as desesperações e angústias que penetram as almas como punhais afiados e doridos.
A multidão são o imenso vale de mil nonadas e muitas necessidades humanas mesquinhas, onde fermentam os ódios, e os miasmas da morte semeiam luto e disseminam a peste em avalanche desesperadora num contágio de longo porte. . .
Ele viera para a multidão, que somos todos nós, os sedentos de paz, os esfaimados de justiça, os atormentados pelo pão do corpo e na alma. ..
Todos os grandes Missionários desceram das altas planuras para as multidões que são o nadir da Humanidade.
Por isto sempre encontraremos Jesus cercado pela multidão.
Ele
é paz.
Sua presença acalma, diminuindo o fragor da batalha, amainando guerras de fora quanto conflitos de dentro.
Ele é amor.
O penetrar do seu magnetismo dulcifica, fazendo que os valores negativos se convertam em posições refletidas, em aquisições de bênçãos.
Quando Ele passa, asserenam-se as ansiedades. Rei Solar, onde esteja, haverá sempre a claridade de um perene amanhecer.
Sua presença acalma, diminuindo o fragor da batalha, amainando guerras de fora quanto conflitos de dentro.
Ele é amor.
O penetrar do seu magnetismo dulcifica, fazendo que os valores negativos se convertam em posições refletidas, em aquisições de bênçãos.
Quando Ele passa, asserenam-se as ansiedades. Rei Solar, onde esteja, haverá sempre a claridade de um perene amanhecer.
Ele
tomara a barca com os Amigos do ministério e vencera o mar na serenidade
do dia.
As águas tépidas, aos ósculos do Astro-rei, refletem o céu azul de nuvens brancas e garças. . .
Há salmodias que cantam no ar, expectativas que dormem e despertam nos espíritos. . .
Chegando às praias de Genesaré, a notícia voa nos pés alígeros da ansiedade e a multidão se adensa. ..
As informações se alargam pelas aldeias vizinhas, pelos povoados ribeirinhos. . .
Todos trazem os seus. . . Os seus pacientes, familiares e conhecidos, problemas e querelas. . .
Exibem chagas purulentas, paralisias, dificuldades morais, misérias e tormentos de toda espécie.
Obsessos ululam e leprosos choram, cegos clamam e surdos-mudos atordoam-se.
A atroada dos atropelos que o egoísmo desatrelado produz, a inquietação individual, o medo de perder-se a oportunidade tumultua todos, os semblantes se angustiam, os ruídos se fazem perturbadores, enquanto Ele, impávido, sereno, acerca-se e toca, deixando-se tocar. . .
Transfiguram-se as faces, sorriem os rostos antes deformados, inovimentam-se os membros hirtos e os sorrisos, em lírios brancos ngastados nas molduras dos lábios arroxeados, abrem-se, exaltam o Rabi, cantam aleluias.
A música da saúde substitui a patética da enfermidade, a paz adorna a fronte fatigada dos guerreiros inglórios.
Partem os que louvam, chegam os que rogam. . .
Há silêncios que se quebram em ribombar de solicitações contínuas. Há vozes que emudecem na asfixia das lágrimas.
Das fímbrias das suas vestes, que brilham em claridade desconhecida, desprendem-se as virtudes e estas curam, libertam, asserenam, felicitam. . .
Genesaré encontra o seu apogeu, encanta-se com o Profeta. . . O Rabi, o Aguardado, reveste-se de misericórdia e todos exultam.
Narram os evangelistas que naquela visita à cidade formosa e humilde ocorreram todos os milagres que o amor produz.
No entanto, por cima de tais expectativas e conquistas transitórias, Jesus alonga o olhar para o futuro e descortina, além dos painéis porvindouros, a Nova Humanidade destituída das cangas atribulatórias, constringentes e justiçadoras com que o homem se libera, marchando na direção do Pai.
Até este momento, o Senhor sabe que os homens ainda são as suas necessidades imediatas e tormentosas em cantochões de agonia lenta. . .
Por muitos séculos soarão as vozes das multidões necessitadas e torpes, no festival demorado das lágrimas.
As águas tépidas, aos ósculos do Astro-rei, refletem o céu azul de nuvens brancas e garças. . .
Há salmodias que cantam no ar, expectativas que dormem e despertam nos espíritos. . .
Chegando às praias de Genesaré, a notícia voa nos pés alígeros da ansiedade e a multidão se adensa. ..
As informações se alargam pelas aldeias vizinhas, pelos povoados ribeirinhos. . .
Todos trazem os seus. . . Os seus pacientes, familiares e conhecidos, problemas e querelas. . .
Exibem chagas purulentas, paralisias, dificuldades morais, misérias e tormentos de toda espécie.
Obsessos ululam e leprosos choram, cegos clamam e surdos-mudos atordoam-se.
A atroada dos atropelos que o egoísmo desatrelado produz, a inquietação individual, o medo de perder-se a oportunidade tumultua todos, os semblantes se angustiam, os ruídos se fazem perturbadores, enquanto Ele, impávido, sereno, acerca-se e toca, deixando-se tocar. . .
Transfiguram-se as faces, sorriem os rostos antes deformados, inovimentam-se os membros hirtos e os sorrisos, em lírios brancos ngastados nas molduras dos lábios arroxeados, abrem-se, exaltam o Rabi, cantam aleluias.
A música da saúde substitui a patética da enfermidade, a paz adorna a fronte fatigada dos guerreiros inglórios.
Partem os que louvam, chegam os que rogam. . .
Há silêncios que se quebram em ribombar de solicitações contínuas. Há vozes que emudecem na asfixia das lágrimas.
Das fímbrias das suas vestes, que brilham em claridade desconhecida, desprendem-se as virtudes e estas curam, libertam, asserenam, felicitam. . .
Genesaré encontra o seu apogeu, encanta-se com o Profeta. . . O Rabi, o Aguardado, reveste-se de misericórdia e todos exultam.
Narram os evangelistas que naquela visita à cidade formosa e humilde ocorreram todos os milagres que o amor produz.
No entanto, por cima de tais expectativas e conquistas transitórias, Jesus alonga o olhar para o futuro e descortina, além dos painéis porvindouros, a Nova Humanidade destituída das cangas atribulatórias, constringentes e justiçadoras com que o homem se libera, marchando na direção do Pai.
Até este momento, o Senhor sabe que os homens ainda são as suas necessidades imediatas e tormentosas em cantochões de agonia lenta. . .
Por muitos séculos soarão as vozes das multidões necessitadas e torpes, no festival demorado das lágrimas.
Mesmo
hoje, evocando os acontecimentos de Genesaré, defrontam-se as multidões
buscando as soluções imediatas para o corpo, no pressuposto de
que estão tentando atender o espírito exculpando-se das paixões,
aparentando manter os compromissos com Jesus mediante um comércio infeliz
para com as informações e conquistas imperecíveis. . .
Cristianismo, todavia, é Jesus em nós, insculpido no santuário dos sentimentos, esflorando esperança e fé.
Atendamos à enfermidade, à viuvez, ao abandono, à solidão e à fome sem nos esquecermos de que, revivendo o Mestre Insuperável, os Imortais que ora retornam, buscam, essencialmente, libertar o homem de si mesmo, arrebentando os elos escravocratas que os fixam às mansardas soezes do primitivismo espiritual de cada um, a fim de alçá-lo à luz perene e conduzi-lo às praias da nova Genesaré do amor, onde Ele, até hoje, espera por todos nós, a aturdida multidão de todos os tempos.
(*) Mateus 14:34-36. Marcos 6:53-56. (Notas da Autora espiritual).
Cristianismo, todavia, é Jesus em nós, insculpido no santuário dos sentimentos, esflorando esperança e fé.
Atendamos à enfermidade, à viuvez, ao abandono, à solidão e à fome sem nos esquecermos de que, revivendo o Mestre Insuperável, os Imortais que ora retornam, buscam, essencialmente, libertar o homem de si mesmo, arrebentando os elos escravocratas que os fixam às mansardas soezes do primitivismo espiritual de cada um, a fim de alçá-lo à luz perene e conduzi-lo às praias da nova Genesaré do amor, onde Ele, até hoje, espera por todos nós, a aturdida multidão de todos os tempos.
(*) Mateus 14:34-36. Marcos 6:53-56. (Notas da Autora espiritual).
Amélia
Rodrigues
Livro: Quando voltar a Primavera
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SIMÃO, O CIRINEU
Nenhuma
voz que se erguesse para defendê-lO.
Pessoa alguma que se resolvesse falar a Seu favor.
Todos os verbos estavam calados, e o silêncio era a resposta da frágil gratidão humana Àquele que não titubeava entregar-se em holocausto de amor.
Tudo se realizava como se fosse uma patética entoando as tristes notas de uma mensagem fúnebre.
O medo aparvalhava os amigos e a palidez da covardia moral cobria os rostos dos beneficiados, a distância, com a mortalha da injustificação.
Não obstante as arbitrariedades da Lei, Israel mantinha no seu estatuto que qualquer pessoa podia levantar a voz a favor de um condenado. Isto bastaria para revisar o processo, concedendo outra oportunidade ao réu, embora já estivesse julgado. ..
Com Ele a acorrência se fazia diferente.
Cinco dias apenas eram transcorridos do sucesso que obtivera na Idade regorgitante que O exaltara, dizendo-O o Messias, o Esperado! naquela ocasião todos comentavam publicamente os Seus feitos, enquanto ofereciam tóxico para que os ódios fermentassem, culminando na tragédia que ora se consumava.
Pessoa alguma que se resolvesse falar a Seu favor.
Todos os verbos estavam calados, e o silêncio era a resposta da frágil gratidão humana Àquele que não titubeava entregar-se em holocausto de amor.
Tudo se realizava como se fosse uma patética entoando as tristes notas de uma mensagem fúnebre.
O medo aparvalhava os amigos e a palidez da covardia moral cobria os rostos dos beneficiados, a distância, com a mortalha da injustificação.
Não obstante as arbitrariedades da Lei, Israel mantinha no seu estatuto que qualquer pessoa podia levantar a voz a favor de um condenado. Isto bastaria para revisar o processo, concedendo outra oportunidade ao réu, embora já estivesse julgado. ..
Com Ele a acorrência se fazia diferente.
Cinco dias apenas eram transcorridos do sucesso que obtivera na Idade regorgitante que O exaltara, dizendo-O o Messias, o Esperado! naquela ocasião todos comentavam publicamente os Seus feitos, enquanto ofereciam tóxico para que os ódios fermentassem, culminando na tragédia que ora se consumava.
Curtos
são os sentimentos da gratidão humana e breve o caminho dos que
dizem amar. . .
Ele não enganara a ninguém, porquanto sempre se reportava a um reino que não era deste mundo.
Apesar disso, esparzira a ternura e a misericórdia como um Sol generoso aquecendo o pantanal e o transformando em campo fértil.
Agora se encontrava só. . . A sós, com Deus como, aliás, sempre estivera.
Tantos se haviam beneficiado, inobstante permaneciam silentes, distantes. ..
A estranha procissão percorreu a distância inferior a quinhentos metros, atravessou a porta Judiciária, e a silhueta do monte sombrio se desenhou entre o fulgor do dia em plenitude e o fundo azul abrazado da Natureza. ..
Abril já é período de seca, de calor, de sol intenso.. . A terra se torna de cor ocre, morrem as anémonas e os tons de chumbo substituem o verdor que embeleza.
Àquela hora, mais ou menos às onze, a atmosfera carregada alcançava índices de cansaço que desagradavam, abafados. . .
De semblantes sinistros, com varapaus, os membros da peregrinação torturam o Justo, agridem-nO com acrimônia, mordacidade e zombaria.
Sempre se fará assim com aqueles que se elevam acima da craveira da banalidade, com os que se erguem nas grimpas dos ideais de enobrecimento da Humanidade.
Ele viera para isto, para ensinar cada homem a carregar sua cruz conforme o fazia, sem queixas nem murmurações.
Ele não enganara a ninguém, porquanto sempre se reportava a um reino que não era deste mundo.
Apesar disso, esparzira a ternura e a misericórdia como um Sol generoso aquecendo o pantanal e o transformando em campo fértil.
Agora se encontrava só. . . A sós, com Deus como, aliás, sempre estivera.
Tantos se haviam beneficiado, inobstante permaneciam silentes, distantes. ..
A estranha procissão percorreu a distância inferior a quinhentos metros, atravessou a porta Judiciária, e a silhueta do monte sombrio se desenhou entre o fulgor do dia em plenitude e o fundo azul abrazado da Natureza. ..
Abril já é período de seca, de calor, de sol intenso.. . A terra se torna de cor ocre, morrem as anémonas e os tons de chumbo substituem o verdor que embeleza.
Àquela hora, mais ou menos às onze, a atmosfera carregada alcançava índices de cansaço que desagradavam, abafados. . .
De semblantes sinistros, com varapaus, os membros da peregrinação torturam o Justo, agridem-nO com acrimônia, mordacidade e zombaria.
Sempre se fará assim com aqueles que se elevam acima da craveira da banalidade, com os que se erguem nas grimpas dos ideais de enobrecimento da Humanidade.
Ele viera para isto, para ensinar cada homem a carregar sua cruz conforme o fazia, sem queixas nem murmurações.
Cirenaica,
o antigo reino, fora colonizado pelos gregos, que fundaram Cirene. Posteriormente,
sob a dinastia que tivera origem com Bato, de Tera, progrediu, nascendo outras
cidades. Depois da desencarnação de Alexandre, o Grande, caiu
em mãos dos Ptolomeus que passaram a chamá-la Pentápolis,
em razão das cinco cidades que a formavam: Arsinoé, Berenice,
Ptolomaide, Apolônia e Cirene.
No ano 67 a. C, passou à Província romana. São de Cirene: Aristipo, Calímaco, Eratóstenes...
Cirene, sua capital, passaria à narração evangélica graças a Simão, ali nascido, judeu de família grega que se encontrava acompanhando a sinistra procissão pelas vias estreitas de Jerusalém, naquele dia.
Aquele homem de olhar triste fascinou-o.
A pesada cruz, com quase setenta quilos, a dilacerar os ombros e as mãos do condenado, que cambaleia, comove-o.
A noite de vigília demorada, as viagens entre Anaz e Caifaz, o Pretório exauriram o Filho de Deus.
O centurião fustigava o preso, a fim de que não desfalecesse. A penalidade deveria ser cumprida.
Enfurecido, experimenta o soldado um misto de piedade e dever, ferido pelo amor do prisioneiro pacífico e escravo, serviçal pela paixão a César. No tormento que o vence, deseja diminuir a carga que ameaça esmagá-l0. Perpassa o olhar injetado pelas filas de mudos espectadores e chama o homem de Cirene.
O convocado não reage. Parece até que se rejubila interiormente. Submisso curva-se, oferece o ombro e auxilia o estranho.
A cruz se ergue mais leve. Jesus dirige-lhe um olhar de profundo amor.
Lampeja um lucilar de ternura e de gratidão que penetra o benfeitor inesperado e fá-lo tremer de emoção desconhecida.. .
Pai de dois jovens, Rufo e Alexandre, pensa nos filhos e apiada-se dos pais do condenado, umedecendo os olhos.
Estranha voz balbucia no seu coração uma cantilena de esperança. ..
No ano 67 a. C, passou à Província romana. São de Cirene: Aristipo, Calímaco, Eratóstenes...
Cirene, sua capital, passaria à narração evangélica graças a Simão, ali nascido, judeu de família grega que se encontrava acompanhando a sinistra procissão pelas vias estreitas de Jerusalém, naquele dia.
Aquele homem de olhar triste fascinou-o.
A pesada cruz, com quase setenta quilos, a dilacerar os ombros e as mãos do condenado, que cambaleia, comove-o.
A noite de vigília demorada, as viagens entre Anaz e Caifaz, o Pretório exauriram o Filho de Deus.
O centurião fustigava o preso, a fim de que não desfalecesse. A penalidade deveria ser cumprida.
Enfurecido, experimenta o soldado um misto de piedade e dever, ferido pelo amor do prisioneiro pacífico e escravo, serviçal pela paixão a César. No tormento que o vence, deseja diminuir a carga que ameaça esmagá-l0. Perpassa o olhar injetado pelas filas de mudos espectadores e chama o homem de Cirene.
O convocado não reage. Parece até que se rejubila interiormente. Submisso curva-se, oferece o ombro e auxilia o estranho.
A cruz se ergue mais leve. Jesus dirige-lhe um olhar de profundo amor.
Lampeja um lucilar de ternura e de gratidão que penetra o benfeitor inesperado e fá-lo tremer de emoção desconhecida.. .
Pai de dois jovens, Rufo e Alexandre, pensa nos filhos e apiada-se dos pais do condenado, umedecendo os olhos.
Estranha voz balbucia no seu coração uma cantilena de esperança. ..
Tem
a impressão de que o Homem lhe devassa o pensamento e responde às
inquirições que lhe brotam nalma, espontâneas.
As lágrimas se misturam ao suor que molha o rosto queimado, coberto de pó.
Viera do campo, sendo surpreendido pela alucinação da intolerância e do ódio.
Claro, que ouvira falar de Jesus. Conhecia-O, admirava-O à distância. Agora, porém, O amava.
O amor é um sentimento veloz. Toma do coração e reina absoluto. Dar-lhe-ia a vida se fosse necessário — pensou.
Nesse momento, a comitiva torva chegava ao topo do monte. O crime deveria ser consumado antes do cair do dia, quando se iniciava o sábado, reservado ao repouso, ao esconder-se o Sol. . .
As lágrimas se misturam ao suor que molha o rosto queimado, coberto de pó.
Viera do campo, sendo surpreendido pela alucinação da intolerância e do ódio.
Claro, que ouvira falar de Jesus. Conhecia-O, admirava-O à distância. Agora, porém, O amava.
O amor é um sentimento veloz. Toma do coração e reina absoluto. Dar-lhe-ia a vida se fosse necessário — pensou.
Nesse momento, a comitiva torva chegava ao topo do monte. O crime deveria ser consumado antes do cair do dia, quando se iniciava o sábado, reservado ao repouso, ao esconder-se o Sol. . .
Viu-0
ser preso ao madeiro.
A patética do martelo nos pregos repercutiria nos seus ouvidos por muito tempo. ..
O som metálico e as contrações musculares do Submisso dilaceraram-no, também. Os semblantes suarentos dos crucificadores e os olhares de lince, a agonia e o sangue a fluir abundante, eram a moldura vergonhosa que contrastava com a nobre serenidade dEle.
Quando as cordas O arrastaram nas traves, Ele oscilou no ar. O corpo arriou, rasgado. A linha vertical tombou no fundo da grota calcada por pedras que a impediam de cair. Culminava a injustiça criminosa dos homens que se arrastariam por milênios futuros, tentando repará-la.
Permitiu-se ficar a contemplá-lO...
Percebeu as mulheres que choravam e participou, intimamente, daquela dor honesta e corajosa.
Era, sim, o estoicismo feminino que se Lhe fazia solidário, quando todos O abandonaram. . .
Quedou-se ali, petrificado, a meditar até o Seu último hausto.
Jamais O esqueceria.
Volveu ao lar e penetrou-se do Espírito de Jesus.
Buscou mais tarde os Seus discípulos, ouviu-lhes as narrativas tardias e luminosas, passando a seguí-los e fazendo que seus filhos se convertessem àquele incomparável amor. . .
Simão, o cireneu, é o testemunho da solidariedade que o mundo nos solicita até hoje.
Símbolo e ação de bondade, imortaliza-se e liberta-se da timidez, da escravidão a que se jugula crescendo no rumo do Infinito.
Quinhentos metros eram a distância a percorrer entre o local do julgamento arbitrário e o acume do monte da Caveira. . .
Em curta distância, a impiedade e a zombaria são grandes. Também o testemunho da solidariedade fraternal fez-se enorme.
Todos encontraremos pelo caminho da aflição os cireneus em nome e honra de Jesus. A nosso turno devemos tornar-nos novos homens de Cirene a ajudar os que passam sobrecarregados aguardando, esperando socorro.
A patética do martelo nos pregos repercutiria nos seus ouvidos por muito tempo. ..
O som metálico e as contrações musculares do Submisso dilaceraram-no, também. Os semblantes suarentos dos crucificadores e os olhares de lince, a agonia e o sangue a fluir abundante, eram a moldura vergonhosa que contrastava com a nobre serenidade dEle.
Quando as cordas O arrastaram nas traves, Ele oscilou no ar. O corpo arriou, rasgado. A linha vertical tombou no fundo da grota calcada por pedras que a impediam de cair. Culminava a injustiça criminosa dos homens que se arrastariam por milênios futuros, tentando repará-la.
Permitiu-se ficar a contemplá-lO...
Percebeu as mulheres que choravam e participou, intimamente, daquela dor honesta e corajosa.
Era, sim, o estoicismo feminino que se Lhe fazia solidário, quando todos O abandonaram. . .
Quedou-se ali, petrificado, a meditar até o Seu último hausto.
Jamais O esqueceria.
Volveu ao lar e penetrou-se do Espírito de Jesus.
Buscou mais tarde os Seus discípulos, ouviu-lhes as narrativas tardias e luminosas, passando a seguí-los e fazendo que seus filhos se convertessem àquele incomparável amor. . .
Simão, o cireneu, é o testemunho da solidariedade que o mundo nos solicita até hoje.
Símbolo e ação de bondade, imortaliza-se e liberta-se da timidez, da escravidão a que se jugula crescendo no rumo do Infinito.
Quinhentos metros eram a distância a percorrer entre o local do julgamento arbitrário e o acume do monte da Caveira. . .
Em curta distância, a impiedade e a zombaria são grandes. Também o testemunho da solidariedade fraternal fez-se enorme.
Todos encontraremos pelo caminho da aflição os cireneus em nome e honra de Jesus. A nosso turno devemos tornar-nos novos homens de Cirene a ajudar os que passam sobrecarregados aguardando, esperando socorro.
Amélia
Rodrigues
Livro: Quando voltar a Primavera-Divaldo
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Meu reino não é deste mundo,
solidariedade
AS PRECES :"A prece é, pois, poderosa alavanca que nos ajuda a remover as imperfeições.."
"E,
quando orardes, não sejais como os hipócritas: pois se comprazem
em orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem
vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a porta, ora a teu
Pai que está em oculto, e teu Pai, que vê em secreto, recompensar-te-á.
E, orando, não useis de vãs repetições, como os
gentios, que pensam que por muito falarem serão atendidos" (Mateus
6: 5-7).
A
prece deve ser concisa e emanada do âmago dos corações,
para que possa atingir o seu objetivo.
Acrescentou
ainda o Mestre que "Deus sabe o que nos é necessário antes
de nós lho pedirmos" (Mateus 6:8).
Com
o objetivo de ensinar a seus discípulos como fazer uma prece singela,
curta, mas de elevado poder de síntese, o Senhor nos prescreveu a prece
do Pai Nosso, ou Oração Dominical:
"Pai
Nosso, que estas nos céus, santificado seja o seu nome: venha o teu reino,
seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu: o pão nosso
de cada dia nos dá hoje: e perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores: não nos deixes cair em
tentação, mas livrai-nos do ma! Assim seja !" (Mateus 6:9-13).
Na
parábola do ''Fariseu e o Publicano ", Lucas 18:9-14, Jesus nos
ensinou que entre a prece humilde do publicano, que apenas disse: "Meu
Pai, sê propício a mim, pecador", e a prece prolongada do
fariseu enaltecendo suas próprias qualidades e acusando o seu próximo,
Deus apenas ouviu a prece do primeiro, o qual saiu do Templo justificado.
Ladainhas
intermináveis, preces repetidas e prolongadas, orações
impregnadas de orgulho e de vaidade, preces pagas ou encomendadas, não
são formas eficazes de dirigirmo-nos a Deus.
"Deus
é Espírito e em Espírito e em Verdade deve ser adorado
pelos seus adoradores", conforme asseverou o Mestre à Mulher Samaritana
(João 4:24).
No
Horto das Oliveiras, Jesus Cristo elevou fervorosa prece ao Criador: 'Meu Pai:
Se possível, passa de mim este cálice. Todavia, nâo seja
como eu quero, e sim, como tu queres" (Mateus 26:39). Entretanto, apesar
de o Mestre conhecer o valor da prece e a sua rogativa ser justa, Ele tinha
de ser glorificado no sacrifício do Calvário, por isso a Sua prece
foi indeferida e o grande drama consumou-se em seus mínimos detalhes.
Recomendou-nos
Jesus Cristo que tudo aquilo que por meio da oração pedíssemos
ao Pai, Ele nos daria, entretanto, estabeleceu uma fórmula: ''Pedi e
dar-se-vos-á; buscai, e acharás, batei e abrir-se-'a". Isso
implica em dizer que, para pedir e receber, é também necessário
buscar. Para recebermos os talentos que os céus nos concedem sob as mais
variadas modalidades, é imperioso também darmos algo de nós.
Isso é implícito na recomendação de Jesus Cristo:
"Buscai antes o Reino dos Céus e sua justiça e todas as coisas
serâo acrescentadas': (Mateus 6-33). Buscar o reino dos céus significa
lutar pelo próprio aprimoramento e, sobretudo, amar a Deus sobre todas
as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O
Evangelho é pródigo na demonstração do valor da
prece: - Jesus orou ao Pai para que Espíritos trevosos fossem afastados
do apóstolo Pedro, não abalando as suas convicções
e fé (Lucas.22:31-32).
-
O apóstolo Paulo orou a Jesus para que afastasse dele os emissários
das trevas que, idênticos a espinhos na carne, procuravam
tolher o seu trabalho de divulgação da Boa Nova (lI Cor., 12:7-8).
A
prece é um apelo veemente que dirigimos aos céus, imprecando sustentação,
orientação e suavização daquilo que nos aflige.
A
prece é mais do que simples enunciação de palavras belas
ou ininteligíveis: é muito mais sublime do que um amontoado de
vocábulos repetidos um após outro, de forma maquinal, emanado
dos lábios e sem a participação dos corações.
É
por intermédio dessa forma de elevarmos os nossos corações
a Deus, que buscamos a assistência dos Bons Espíritos para as nossas
dificuldades e tribulações. Na prece encontramos refúgio
para as nossas tristezas e desencontros; nela haurimos forças para levar
avante a nossa caminhada rumo à perfeição .
Na
prece encontramos meios de interceder junto a Deus, mediante Seus prepostos,
em favor dos nossos irmãos sofredores de todos os matizes: nela mantemos
um colóquio interior com aqueles que nos foram caros na Terra, isto é,
com os Espíritos que formaram a nossa família terrena e aos quais
continuamos ligados por sentimentos de simpatia e amor.
A
prece é, pois, poderosa alavanca que nos ajuda a remover as imperfeições
que dormitam dentro de nossa alma, fazendo com que, um dia, possamos nos enquadrar
na assertiva do Mestre: . 'Sede perfeito como perfeito é o nosso Pai
Celeste" (Mateus 5-48).
Paulo
Alves Godoy
Os quatro sermões
Os quatro sermões
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus"
"Bem-aventurados
os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus
... (Mateus 5:3)
Parece
um contra-senso Jesus oferecer a bem-aventurança aos pobres de espírito,
se considerarmos o conceito que essas palavras têm entre nós: outro
era, no entanto, o pensamento de Jesus.
Pobre
de espírito não é o homem néscio e baldo de inteligência,
mas os simples, os humildes, pois para estes está reservada a conquista
do reino dos céus, que tem entre nós o sentido de reforma interior.
Os orgulhosos, aqueles que se deixaram dominar pela soberbia, os recalcitrantes,
estes julgam-se superiores e acham que as coisas divinas não merecem
sua atenção.
Preeocupam-se em demasia com as conquistas do mundo e relegam para plano secundário
a sua reforma íntima.
Os
simples e humildes compreendem a sublimidade da justiça divina, conformam-se
com os seus ditames e, como decorrência, ajustam-se para atingir siituações
mais relevantes na vida futura.
Certa
vez os apóstolos indagaram de Jesus: "Quem é o maior no reino
dos céus", e o Mestre, tomando de um menino e assentando-o em seu
joelho, disse:
-"Quem
não se fizer pequenino como este menino, não entrará no
reino dos Céus".
É
fora de cogitação que o menino mereceria o acesso aos planos espirituais
superiores, simplesmente pelo fato de ser criança.
O
objetivo do Mestre foi ensinar que quem não se fizer simples ou pequenino
em humildade, não merecerá o tão almejado acesso a essas
regiões elevadas.
Não
afirmou o Senhor que o reino de Deus é para elas, mas para aqueles que
se lhes assemelham.
Pois, não tendo a criança ainda podido manifestar nenhuma tendência
perversa, oferece-nos a imagem da inocência e da candura.
Paulo
Alves Godoy
Os quatro Sermões
Os quatro Sermões
CONSTRUIR O REINO DE DEUS EM NOSSOS CORAÇÕES
O
reino de Deus não vem com visível aparência (Lucas 17:.20):
precisamos construí-lo pacientemente em nossos corações.
O reino de Deus não é subjetivo, ou pertencente a um mundo estranho.
Ele foi implantado na Terra, e está crescendo entre os homens e as nações
de boa vontade.
Aditou
Jesus que o reino de Deus será subtraído ao povo que se tornar
infiel e dado a um outro que apresentar melhores condições de
assimilação.
A
razão primária do preparo do povo de Israel para a gloriosa missão
que lhe estava reservada, residia no fato de ser a única comunidade monoteísta
da época - o único povo que esposava a crença num Deus
uno e indivisível -, tornando-se, como decorrência, a nação
que apresenta, as melhores condições para receber em seu seio
o Messias prometido.
Por
essa razão fundamental, o povo judeu foi alvo de intensa preparação
por parte de entidades espirituais, sob a égide do Espírito Jeová,
sendo desta forma propiciado para o advento sucessivo de numerosos profetas
e missionários, precursores da vinda de Jesus Cristo.
Não
houve, entretanto, a ressonância devida: muitos profetas foram apedrejados
e mortos e o Messias foi crucificado. Cumpriu-se, assim, o vaticínio
de Jesus contido em Mateus (23:37-39) "Jerusalém, que matas os profetase
apedrejamos que te são enviados.
Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus
pintainhos debaixo das asas, e não o quiseste! Eis que a vossa casa vai
ficar-vos deserta. Pois eu vos digo que desde agora já não me
vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor".
As
hostes romanas de Tito invadiram a famosa cidade, no ano 69, destruindo-a e
forçando o povo israelita a se dispersar pelo mundo, perdendo a sua própria
pátria. A sua terra foi dada a um povo diferente.
O
reino de Deus, entretanto, tem sido dado e retirado de outros povos. Muitas
nações tiveram em suas mãos a viabilidade de disseminar
o conhecimento desse reino, porém assoberbadas pela glória terrena,
pelo orgulho e pela vaidade, pouco ou nada fizeram a fim de corresponder à
expectativa do Alto .
A
Espanha dos reis católicos, em cujos domínios jamais se deixava
de ver o sol, experimentou glória e opulência. Poderia ter sido
consolidado no mundo um reino de paz e solidariedade, no entanto, ofuscou-se
com o fausto e com o orgulho. Muitos emissários do Alto foram devorados
pelas suas fogueiras inquisitoriais e perseguidos pela sanha intolerante daqueles
que tinham em suas mãos o cetro do poder. O reino de Deus não
encontrou terreno adequado. A velha nação entrou numa fase de
decadência e de expiação.
A
França napoleônica, cujos domínios se estenderam a boa parcela
do mundo, não soube levar a paz e a concórdia às nações
conquistadas
.. A vaidade e a presunção passaram a nortear os rumos dos seus
governantes. A possibilidade de amoldar-se às normas evangélicas
simbolizadas no reino de Deus não encontrou guarida.
O
Reino de Deus se fundamenta na primazia dos ensinamentos do Evangelho. A sua
lei básica é o Amor; a sua bandeira é a Justiça:
o seu escudo é a Verdade; o seu símbolo é a Paz. Seu objetivo
é irmanar o gênero humano de modo a haver "um só rebanho
sob a égide de um só pastor". Não é um reino
que se impõe, mas que expõe: que não quer vencer, mas convencer;
que quer ação em vez de adoração: que pretende transformar
os homens em lídimos herdeiros de um Pai soberanamente justo e bom. Suas
guerras são apenas intelectuais feitas contra o egoísmo, o orgulho,
a vaidade, a inveja, o ódio, o ciúme e outras formas de defeitos
e ócios.
O
reino de Deus pode ser subtraído das comunidades religiosas, quando elas
se divorciam dos ditames evangélicos; quando se distanciam das massas
sofredoras; quando se encastelam no orgulho e na vaidade: quando passam somente
a cogitar das riquezas temporais, esquecidas do tesouro que o Mestre recomendou
ser acumulado nos céus.
O
reino de Deus é, também, tirado, temporariamente, de seio das
famílias quando os seus componentes não vivem nas pautas da moral
da compreensão, do amor recíproco, preferindo antes
viverem chafurdados nos vícios e na intemperança, esquecidos da
reforma interior.
O
reino de Deus é tirado, provisoriamente, do coração do
homem, quando este se torna avaro, assassino, perdulário, dissoluto:
quando vive mergulhado nos vicíos terrenos; quando malbarata os seus
deveres fundamentais no recesso do lar, aniquilando seus próprios valores
morais e anulando os benefícios de mais uma vida terrena. Muitos homens
de Israel se arroganm ao título de Filhos do Reino, por se considerarem
mais puros que todos os outros homens, no entanto, o Mestre preceituou, enfático:
"Os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores,
em que haverá choro e ranger de dentes" Mateus 8:12).
Somente
através dos processos expiatórios as nações redimem-se,
predispondo-se a novas experiências de adaptação ao reino
de Deus. Somente pelos processos reencarnatórios as famílias e
o homem podem fazer jus a novas experiências no tocante à reimplantação
daquele reino em seus corações. Somente por intermédio
da reforma de base, da derrocada dos dogmas, da adaptação aos
postulados evangélicos, cingindo-se às práticas do amor
e do apego à verdade, as religiões poderão atrair a si,
novamente, o reino de Deus.
Paulo
Alves Godoy
Os quatro Sermões
Os quatro Sermões
VOLTARÁ O CRISTO?
Afirmam
solenemente os Evangelhos que a volta de Jesus Cristo será como o relâmpago
que sai do oriente e se mostra até ao ocidente (Mateus 24:27).
Sustentam
ainda os Evangelhos que o Mestre virá com grande poder e glória
e diante de tods as nações reunidas separará um dos outros,
como o pastor aparta dos bodes as ovelhas (Mateus, 25:31-32)
Estes
e outros trechos dos Evangelhos fizeram com que muitos homens passassem a acalentar
a idéia da volta de Jesus de forma corpórea, no chamado "Final
dos Tempos."
Não
haverá necessidade da volta do Messias da maneira como o fez há
vinte séculos, nem de qualquer outra forma, uma vez que os Espíritos
Superiores estão enviando Terra um aluvião de mensagens espirituais
que está suplementando a Revelação cristã a qual
já foi complementada há pouco mais de um século com o advento
da Terceira Revelação, consubstanciada na Doutrina Espírita.
Considerando-se
que o processo de revelação emanado do Alto não sofre solução
de continuidade, é óbvio que os Espíritos Superiores não
cessam nem cessarão de nos enviar novas mensagens e novos ensinamentos,
fazendo-o numa progressão geométrica à medida que os homens
vão evoluindo espiritualmente ou, pelo menos, capacitando-se para a assimilação
de novas verdades.
A
separação dos "bodes e das ovelhas" que simboliza os
recalcitrantes no mal e os bons, dar-se-á de forma harmoniosa, através
das vidas sucessivas sob a égide de Jesus.
Os
bons (as ovelhas) continuarão a viver na Terra, mas os maus recalcitrantes
(os bodes) daqui serão afastados; irão habitar mundos menos evoluídos,
onde guardarão a lembrança de terem perdido um paraíso.
Paulo
Alves Godoy
Os 4 Sermões
Os 4 Sermões
EVANGELHO E EDUCAÇÃO:"O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida..."
Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem
dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas
preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a
religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos
conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em
lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se
dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de
raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como
animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser
incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso
geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como
impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para
aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições
espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos
semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o
espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações
sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os
aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a
fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de
numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao
mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos
são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a
inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a
encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
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