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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

REENCARNAÇÕES ACIDENTAIS?



Na edição 286 desta revista publicamos na seção de Cartas um interessante questionamento feito por nossa leitora Edaci Giacomin Gonçalves, de Porto Alegre-RS, a respeito do tema reencarnações acidentais, uma expressão utilizada por Adenáuer Novaes no livro “Reencarnação”.

Por reencarnações acidentais Adenáuer Novaes entende os casos em que a fecundação não estava prevista e a união sexual foi fortuita. Um determinado Espírito que esteja próximo ao casal será atraído pelo óvulo fecundado. Mecanismos automáticos encarregar-se-ão de propiciar lições de aprendizagem de que o Espírito, nessa circunstância, necessite. Nesses casos, estariam incluídas as reencarnações oriundas de estupros e acidentes semelhantes.

Consultado por um de nossos colaboradores, Adenáuer Novaes escreveu-nos o seguinte:

“O questionamento da leitora é pertinente. O senso crítico é desejável em tudo que se refira ao conhecimento. A análise a respeito das reencarnações ‘acidentais’ deve contemplar a questão do livre-arbítrio. Os atos humanos nem sempre são programados com antecedência, graças à liberdade de escolha que foi atingida a essa altura da evolução do Espírito. É pouco provável que haja Espíritos à espera de cada possibilidade decisória.

Se considerarmos, por exemplo, o estupro como uma escolha do indivíduo doente que o pratica, temos que considerar também que, do outro lado, sua vítima teria a probabilidade de sofrê-lo, mas não o determinismo de que iria acontecer. Será que haveria, antecipadamente, um Espírito desencarnado à espera de que o fato ocorresse? Não seria considerar que há um determinismo? Prefiro considerar que, num plano menor, trata-se de um ‘acidente’. Num plano maior, divino, não há acidentes.

É também possível considerar que um casal possa mudar seus planos, aceitando a encarnação de um Espírito sem que tenha sido planejado recebê-lo anteriormente. Esse novo filho seria fruto do livre-arbítrio de ambos, portanto, não planejado previamente. O contrário, isto é, a redução do número de filhos, também poderia ocorrer. Vale considerar que os casos de separação dos casais também promovem mudanças no planejamento reencarnatório, provocando ‘acidentes’. Desconheço discussão sobre o assunto em outras obras.”

*

De fato, não existe nenhuma obra espírita confiável que utilize a expressão “reencarnação acidental”, que nos parece ter sido utilizada pelo confrade em face da pobreza do nosso idioma. “Acidental” seria, de acordo com a explicação dada por ele mesmo, um termo oposto a “planejado”. Além disso, Adenáuer reconhece, como estudioso que é, que num plano maior “não há acidentes”.

Antes de redigir este texto, ouvimos quase duas dezenas de articulistas e estudiosos espíritas que colaboram habitualmente com nossa revista. O que abaixo se vai ler é, portanto, uma síntese da pesquisa que fizemos e das considerações enviadas por nossos colaboradores.

As leis da genética encontram-se, segundo Emmanuel (O Consolador, pergunta 35), presididas por numerosos agentes psíquicos que a ciência da Terra está longe de formular. Esses agentes psíquicos são, muitas vezes, movimentados pelos mensageiros do plano espiritual, encarregados dessa ou daquela missão junto às correntes da profunda fonte da vida. A conjugação entre o campo espiritual e o campo físico não se faz por acaso e está na dependência de múltiplas condições, a maioria delas absolutamente desconhecida.

Entende Dr. Jorge Andréa (Encontro com a Cultura Espírita, págs. 91 a 95) que nenhum Espírito chegará ao processo reencarnatório sem uma atração específica com sua futura mãe. O mergulho na reencarnação só se dará quando a sintonia entre mãe e futuro filho estiver praticamente indissolúvel. Qualquer que seja a qualidade do reencarnante, haverá sempre com a mãe correlação de causas, onde ambos lucrarão sempre, no sentido evolutivo, quer os mecanismos se exteriorizem nas faixas do amor ou do ódio. O Espírito reencarnante, com o seu campo específico de energias, fará a seleção do espermatozoide pelas contingências de suas irradiações, adquirindo e construindo o futuro corpo de acordo com as suas necessidades.

Reencarnações se processam, muitas vezes, sem qualquer consulta aos que necessitam de segregação em certas lutas no plano físico, providências essas comparáveis às que assumimos no mundo com enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes convém no espaço de tempo em que se lhes perdura a enfermidade ou em que se mantenham sob as determinações da justiça. São os problemas especiais, em que a individualidade renasce de cérebro parcialmente inibido ou padecendo mutilações congênitas, ao lado daqueles que lhe devem abnegação e carinho. Incapazes de eleger o caminho de reajuste, pelo estado de loucura ou de sofrimento que evidenciam, semelhantes enfermos são decididamente internados na cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim, repontando de lares faustosos ou paupérrimos, contrariando, por vezes, até certo ponto, os estatutos que regem a hereditariedade, por representarem dolorosas exceções no caminho normal. (Evolução em dois Mundos, 1a  Parte, cap. XIX, pág. 150.)

Não existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório na Terra. Cada entidade reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte parecerem iguais. Os Espíritos inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo monoideísmo tiranizante, entram em simbiose fluídica com as organizações femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual ou o fenômeno de “ovoidização”, sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino, em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente que, após desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos a que obedece, tão logo encontre o favor ambiental. Entre ambas as classes, porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e esmero de previsão.  (Evolução em dois Mundos, 1a  Parte, cap. XIX, pp. 152 e 153.)

A planificação para a reencarnação é quase infinita e obedece a critérios que decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de cada candidato. Na generalidade, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande maioria dos Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções evolutivas. Ao lado desse automatismo das leis da reencarnação, há programas e labores especializados para atendimento de finalidades específicas. Os candidatos em nível médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências terrenas, requerem a oportunidade, empenhando nisso os melhores propósitos e apresentando os recursos que esperam utilizar, a fim de granjearem a bênção do recomeço, na bendita escola humana. Examinados por hábeis e dedicados programadores, que recorrem a técnicas especiais de avaliação das possibilidades apresentadas, são eles submetidos a demorados treinamentos, de acordo com o serviço a empreender,  com  vistas ao bem-estar da Humanidade,  após o que são selecionados os melhores, o que reduz a margem de insucesso. Os que não são aceitos, voltam a cursos de especialização para outras atividades, especialmente de equilíbrio, com que se armam de forças para vencer as más inclinações defluentes das existências anteriores que se malograram, bem como para  a aquisição de valiosas habilidades que lhes repontarão, futuramente, no corpo como tendências e aptidões. (Temas da Vida e da Morte, Reencarnação -- Dádiva de Deus, pp. 13 e 14.)

De acordo com a ficha pessoal do candidato, é feita, concomitantemente, pesquisa sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos, providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, se os futuros genitores já estão reencarnados, ou diretamente, quando for um plano elaborado com antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem, primeiro, na Erraticidade, de onde partem já com a família adredemente estabelecida. Executada a etapa de avaliação das possibilidades e a aproximação com a necessária anuência dos futuros pais, são meticulosamente estudados os mapas genéticos de modo a facultarem, no corpo, a ocorrência das manifestações físicas como psíquicas, de saúde e doença, normalidade ou idiotia, lucidez e inteligência, memória e harmonia emocional, duração do cometimento corporal e predisposições para prolongamento ou antecipação da viagem de retorno, ensejando, desse modo, probabilidades dentro do comportamento de cada aluno à aprendizagem terrena. “Fenômenos de determinismo são estabelecidos com  margem a alternâncias decorrentes do uso do livre-arbítrio, de modo a permitir uma ampla faixa de movimentação com certa independência emocional em torno do destino, embora sob controles que funcionam automaticamente, em consonância com as leis do equilíbrio geral.” Travam-se debates entre o futuro reencarnante e seus fiadores espirituais, expondo-se as dificuldades a enfrentar e os problemas a vencer, nascendo daí a euforia e a esperança em relação ao futuro. É assim que, em clima de prece, entre promessas de luta e coragem, sob o apoio de abnegados Instrutores, o Espírito mergulha no oceano compacto da psicosfera terrena e se vincula à célula fecundada, dando início a novo compromisso. Os que o amam, na Espiritualidade, ficam expectantes e interessados pelos acontecimentos, preocupados pelos sucessos que ocorrerão, e buscarão interceder nas horas graves, auxiliando nos momentos mais difíceis, encorajando sempre... (Temas da Vida e da Morte, Reencarnação -- Dádiva de Deus, pp. 14 e 15.)

Dotado de expressiva capacidade plasmadora, o perispírito registra todas as ações do Espírito através dos mecanismos sutis da mente que sobre ele age, estabelecendo os futuros parâmetros de comportamento, que serão fixados por automatismos vibratórios nas reencarnações porvindouras. Intermediário entre a alma e o corpo físico, por ele se processam as imposições da mente sobre a matéria e os efeitos dela em retorno à causa geratriz. Captando o impulso do pensamento e computando a resposta da ação, a ele se incorporam os fenômenos da conduta atual do homem, assim programando os sucessos porvindouros, mediante os quais serão aprimoradas as conquistas, corrigidos os erros e reparados os danos destes últimos derivados. Constituído por campos de força muito especiais, o perispírito irradia vibrações específicas portadoras de carga própria, que facultam a perfeita sintonia com energias semelhantes, estabelecendo áreas de afinidade e repulsão de acordo com as ondas emitidas. Desse modo, quando o Espírito é encaminhado, por ocasião da reencarnação, aos futuros genitores, no momento da fecundação o gameta masculino vitorioso esteve impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante, que naquele espermatozoide encontrou os fatores genéticos de que necessitava para a programática a que se deve submeter. A partir desse momento, os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registos perispirituais, vão organizando o corpo que o Espírito habitará. Como é certo que, em casos especiais, há toda uma elaboração de programa para o reencarnante, na generalidade, os automatismos vibratórios das Leis de Causalidade respondem pela ocorrência, que jamais tem lugar ao acaso. Todo elemento irradia vibrações que lhe tipificam a espécie e respondem pela sua constituição. Espermatozoides e óvulos, em consequência, possuem campo de força específico, que propele os primeiros para o encontro com os últimos, facultando o surgimento da célula ovo. Por sua vez, cada gameta exterioriza ondas que correspondem à sua fatalidade biológica, na programação genética de que se faz portadora. (Temas da Vida e da Morte, Pensamento e perispírito, pp. 35 e 36.)

Concluindo, reproduzimos uma das perguntas propostas ao conhecido escritor Hermínio Correa de Miranda em uma entrevista  publicada pelo CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo, que o leitor pode ver na internet clicando neste link

 - http://geal-ba.blogspot.com.br:

Como se dão as reencarnações regidas pelo automatismo? Esta situação abrange os casos de reencarnação forçada que os Espíritos de pouca luz unidos em falanges impõem a seus subjugados?

Hermínio Correa Miranda: “Há reencarnações com um componente de compulsoriedade, obviamente em benefício da entidade reencarnante. O livro Prontuário da Obra de Allan Kardec, de Deoclécio de Demócrito, recomenda ler, sobre este aspecto, a Questão 262, em O Livro dos Espíritos. Recorro, ainda, ao Indicador Espírita, compilado por outro meticuloso e competente confrade, João Gonçalves. Veja o que contém o verbete número 2155: ‘Reencarnações se processam muita vez sem qualquer consulta aos que necessitam segregação em certas lutas no plano físico, qual enfermos e criminosos que, pela própria condição ou conduta, perderam temporariamente a faculdade de resolver quanto à sorte que lhes convém. Incapazes de eleger o caminho de reajuste, são decididamente internando na cela física como doentes isolados sob assistência precisa. Vemo-los, assim, repontando de lares faustosos ou paupérrimos, ao lado daqueles que lhe devem abnegação e carinho, contrariando por vezes até certo a hereditariedade, por representarem dolorosas exceções no caminho normal.’ São indicadas, nesse verbete, as seguintes fontes de consulta: Evolução em Dois Mundos, Entre a Terra e o Céu, Missionários da Luz, Nosso Lar, No Mundo Maior, Obreiros da Vida Eterna, todos de André Luiz e mais: Autodescobrimento - uma busca interior, de Joanna de Ângelis e, ainda, As Mil Faces da Realidade Espiritual, de Hermínio C. Miranda, bem como Nascer e Renascer (?) e, finalmente, O Problema do Ser, de Léon Denis. Sobre a segunda parte de sua pergunta, lembro meu artigo ‘O médium do Anti-Cristo’ (Reformador, março e abril de 1976), no qual é examinada a hipótese de reencarnações de um mesmo grupo de entidades em torno de Adolf Hitler.”

 

 

 

 

FONTE : ASTOLFO O. OLIVEIRA FILHO EDITOR DA REVISTA ELETRÔNICA O CONSOLADOR

 

              http://www.oconsolador.com.br/ano6/292/oespiritismoresponde.html

RENOVAÇÃO


As revelações dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos
mais edificantes.
Para as inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas sublime
incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do ambiente mental que
lhes é próprio.
Se a civilização exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas
surjam sobre o solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a
eliminação de todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao
apostolado do progresso.
A Humanidade atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a
floresta escura, povoada de monstruosidades.
Se nos fundamentos evolutivos da organização planetária encontramos os animais préhistóricos,
oferecendo a predominância do peso e da ferocidade sobre quaisquer outros
característicos, nos alicerces da civilização do espírito ainda perseveram os grandes
monstros do pensamento, constituídos por energias fluídicas, emanadas dos centros de
inteligência que lhes oferecem origem.
Temos, assim, dominando ainda a formação sentimental do mundo, os mamutes da
ignorância, os megatérios da usura, os iguanodontes da vaidade ou os dinossauros da
vingança, da barbárie, da inveja ou da ira.
As energias mentais do habitantes da Terra tecem o envoltório que os retém à superfície
do Globo. Raros são aqueles cuja mente vara o teto sombrio com os raios de luz dos
sentimentos sublimados que lhes fulguram no templo íntimo.
O pensamento é o gerador dos infracorpúsculos ou das linhas de força do mundo
subatômico, criador de correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou
morte, segundo a vontade que o exterioriza e dirige. E a moradia dos homens ainda está
mergulhada em fluidos ou em pensamentos vivos e semicondensados de estreiteza
espiritual, brutalidade, angústia, incompreensão, rudeza, preguiça, má-vontade, egoísmo,
injustiça, crueldade, separação, discórdia, indiferença, ódio, sombra e miséria...
Com a demonstração da sobrevivência da alma, porém, a consciência humana adquire
domínio sobre as trevas do instinto, controlando a corrente dos desejos e dos impulsos,
soerguendo as aspirações da criatura para níveis mais altos.
Os corações despertados para a verdade começam a entender as linhas eternas da
justiça e do bem. A voz do Cristo é ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica
da alma.
Quem acorda converte-se num ponto de luz no serro denso da Humanidade, passando a
produzir fluidos ou forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra
para a conquista da vida cósmica no grande futuro.
Em verdade, pois, nobre é a missão do Espiritismo, descortinando a grandeza da
universalidade divina à acanhada visão terrestre; no entanto, muito maior é muito mais
sublime é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento da
própria Terra, a fim de que o Planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.

Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel

Mediunidade Intuitiva



Sábado à tarde. Um pedido de orientação me fez chegar mais cedo ao Célia Xavier. A jovem não havia entrado em detalhes, apenas queria conversar sobre
mediunidade. A pergunta era: como eu posso ter certeza que sou médium?

Se fosse uma mediunidade de vidência ou audiência, a pergunta seria: será que eu não sou louca? Mas tratava-se de uma mediunidade que Kardec classifica
como intuitiva.

Mediunidade intuitiva é uma classificação que cabe em uma gama diversa de manifestações. Embora Kardec estivesse tratando de médiuns escreventes quando tocou no assunto (O Livro dos Médiuns, cap. XV.), sua definição se aplica também a médiuns falantes, de pressentimentos, pintores, entre outros.

A descrição da faculdade é simples. O médium percebe o conteúdo do que vai escrever ou falar antes do fenômeno acontecer, e movimenta o lápis ou a garganta de vontade própria. Como não há nenhuma interferência do espírito comunicante nas vias motoras do médium, não há mudança de caligrafia ou de entonação de voz, a menos que o médium assim o deseje (e o faça por conta própria, muitas vezes para se sentir mais seguro).

O problema dos médiuns intuitivos é a distinção entre seus próprios pensamentos e os pensamentos oriundos dos espíritos. Há faculdades em que a percepção dos espíritos é nítida e semelhante à percepção dos órgãos
dos sentidos. O mesmo não se dá com a intuição. O médium tem razões para crer que o pensamento não foi criado por ele, mas também não sente segurança para afirmar que é oriundo de um espírito, e em caso afirmativo, hesita quanto à fidelidade do que está escrevendo.

A mediunidade intuitiva é um conjunto de sugestões espirituais registradas pelo pensamento/sentimento do intermediário que é traduzido, interpretado e registrado por ele.

Para se ter noção da precariedade da comunicação intuitiva, faça uma vivência. Peça a um amigo para lhe contar, sem citar nomes, um episódio que aconteceu com ele, em ritmo de narrativa, pegue um lápis e vá anotando da forma possível o que ele diz. Compare o resultado final com uma gravação daquilo que ele narrou. Como se saiu?

Imagine agora uma situação em que você não é capaz de ouvir claramente, em que as idéias são percebidas com dificuldade, é necessário manter a concentração sobre o conteúdo, sem dispersar-se e as suas próprias emoções
alteram a comunicação com a fonte. Estas são algumas das dificuldades deste tipo de mediunidade.

Kardec estava atento a este tipo de situações quando escreveu sobre o assunto. Acostumado a trabalhar com médiuns mecânicos e semimecânicos, ele assim se
refere à mediunidade intuitiva:

“Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de fazer-se. (...)”

Uma observação que Kardec faz quanto ao mecanismo desta faculdade é o que se pode chamar de criação simultânea. O médium não cria o texto em sua
mente e organiza as idéias para, a seguir, redigir. O pensamento “nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos
conhecimentos e capacidades do médium”. (O Livro dos Médiuns, parágrafo 180)

Quatro elementos identificadores se encontram, portanto, no texto kardequiano: a falta de impulsos mecânicos, a voluntariedade da escrita mediúnica, a criação
simultânea das idéias do texto e a presença de conhecimentos e informações que podem estar além das capacidades do médium.

Mesmo encontrando estas quatro características (e a última é muito importante para a identificação de um médium intuitivo), ainda assim o produto desta mediunidade é passível de mescla com as idéias pessoais do intermediário. Isto fez com que os espíritos dissessem a Kardec a seguinte frase sobre os médiuns intuitivos:

“São muito comuns, mas muito sujeitos a erro, por não poderem, muitas vezes, discernir o que provêm dos Espíritos e o que deles próprios emana”. (O Livro dos Médiuns, parágrafo 191)

Este tipo de faculdade desaponta bastante os que desejam ver fenômenos definitivos, que dão evidências da vida após a morte. Parece-se com o garimpo manual, descarta-se muita areia para encontrar uma ou outra pepita de ouro verdadeiro. O curioso é que os céticos ficam a dizer: “só vejo areia”, e quando surge o ouro vociferam “quem sabe este charlatão não o colocou aí quando nos
distraímos”.

Eu expliquei aos poucos estas informações à jovem, que me pareceu um pouco desapontada no final da conversa. Talvez ela tenha sido incentivada a escrever o
que lhe ocorria, mas não tenha surgido nada em seu texto que atenda ao quarto critério de Kardec. Tudo indica que continuou em dúvida.

Com o surgimento da Psicologia Analítica, a distinção entre mediunidade intuitiva e animismo ficou ainda mais difícil. Jung afirmou que alguns fenômenos psicológicos nos quais a pessoa se sente um expectador, são frutos da fantasia ou da imaginação ativa; esta última, uma manifestação de arquétipos do inconsciente coletivo, mas isto é assunto para um outro artigo.

Blog Espiritismo Comentado

REFLEXÕES DE ANO NOVO




Os conceitos abaixo, coletados por Carlos Antônio Baccelli, biógrafo de Chico,  valem por uma verdadeira declaração de princípios ético-espirituais.
Como o próprio nome indica, esses conceitos nos levam a profunda reflexão.

Ei-los:

“Anotei o que Chico nos disse, certa vez”, registra Baccelli: “Estamos numa doutrina de muitos contatos... Temos oportunidade de fazer muitos amigos... O trabalho a ser desenvolvido é imenso... Temos a crença na imortalidade, o intercâmbio com os irmãos desencarnados, o conhecimento do evangelho... A visão que o Espiritismo nos proporciona da Vida é maravilhosa... Compreendemos a função da dor e adentramos a causa das provações humanas... Oramos, sabendo que a prece é o nosso fio de ligação com Deus... As nossas perspectivas para o futuro da Humanidade são as melhores... A nossa fé é um tesouro!... Mas, se somos muito requisitados, se temos muitos envolvimentos doutrinários, muitas tarefas, compromissos, mediunidade, não podemos nos esquecer de que o momento do testemunho é uma hora extremamente solitária... A vivência cotidiana do Evangelho é pessoal; nem os espíritos poderão substituir-nos, quando formos chamados à aplicação de tudo quanto já sabemos, ou, pelo menos, supomos saber... Este é o problema fundamental do espírita – a sua própria renovação! O espírita que não se melhora, não está assimilando a Doutrina. Dizem que eu tenho escrito muitos livros... Tudo é obra dos espíritos amigos. De fato, tenho recebido muita coisa, mas Emmanuel tem me ensinado que nenhum livro que eu possa ter recebido ou que venha a receber vale pelo que eu esteja fazendo de minha própria vida... Tenho visto tantos médiuns preocupados em escrever, em publicar livros... Tudo muito justo – devemos fazer pela divulgação da Doutrina o que pudermos; no entanto, depois de tantos livros publicados, digo a vocês que a minha luta maior continua sendo comigo mesmo... Tantos conflitos entre os companheiros de ideal, tantas disputas, tanta cizânia... Ora, após a desencarnação, só poderemos recorrer às nossas próprias obras... Os benfeitores espirituais, por mais queiram, nada poderão fazer para nos alterar a realidade... No Espiritismo, ninguém faz mais do que aquele que se esforça para viver conforme crê – ou seja, colocando em prática a lição... As ações são minhas, mas os livros pertencem aos espíritos! Não posso reivindicar a obra de Emmanuel para mim . Eu não fiz nada! O médium não passa de instrumento... Dei apenas do meu tempo, e muito pouco: poderia ter dado mais, dormido menos, me preocupado menos com os outros, mormente com aqueles que sempre criticaram as minhas imperfeições no trabalho dos espíritos... Tenho receio de ver a minha ficha no Mundo Espiritual... Não vou pedir para ver coisa alguma... Se eu puder continuar trabalhando, renderei graças! A Misericórdia Divina há de me possibilitar continuar rastejando para a frente... Rastejando, sim, mas para a frente!... Não posso mais pensar em retrocesso... Então, eu não compreendo tanta vaidade, tanta pretensão .. Vamos preocupar-nos com os outros, mas para auxiliar... ”


Fonte:
Do Livro O APÓSTOLO DO SÉCULO XX - CHICO XAVIER - Weimar Muniz de Oliveira - Edição FEEGO.

Resolução para o Ano Novo



Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Somos tangidos por fatos e problemas a exigirem a manifestação de nossa vontade em todas as circunstâncias.

Muito embora disponhamos de recursos infinitos de escolha para assumir gesto determinado ou desenvolver certa ação, invariavelmente, estamos constrangidos a optar por um só caminho, de cada vez, para expressar os desígnios pessoais na construção do destino.

Conquanto possamos caminhar mil léguas, somente progredimos em substância avançando passo a passo.

Daí, a importância da existência terrena, temporária e limitada em muitos ângulos porém rica e promissora quanto aos ensejos que nos faculta para automatizar o bem, no campo de nós mesmos, mediante a possibilidade de sermos bons para os outros.

Decisão é necessidade permanente.

Nossa vontade não pode ser multipartida.

Idéia, verbo e atitude exprimem resoluções de nossas almas, a frutificarem bênçãos de alegria ou lições de reajuste no próprio íntimo.

Vacilação é sintoma de fraqueza moral, tanto quanto desânimo é sinal de doença.

Certeza no bem denuncia felicidade real e confiança de hoje indica serenidade futura.

Progresso é fruto de escolha.

Não há nobre desincumbência com flexibilidade de intenção.

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...

Se a eventualidade da sementeira é infinita, a fatalidade da colheita é inalienável.

Guardas contigo tesouros de experiências acumulados em milênios de luta que podem crescer, aqui e agora, a critério do teu alvitre.

Recorda que o berço de teu espírito fulge longe da existência terrestre.

O objetivo da perfeição é inevitável benção de Deus e a perenidade da vida constitui o prazo de nosso burilamento, entretanto, o minuto que vives é o veículo da oportunidade para a seleção de valores, obedecendo a horário certo e revelando condições próprias, no ilimitado caminho da evolução.
[Decisão, E - Cap. XXIV - Item 15]

Afora tu mesmo, ninguém te decide o destino...


Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Da obra: Opinião Espírita

OS DEFEITOS DOS NOSSOS IRMÃOS


Nos ensinamentos de Jesus em M t 7: 1-5 em que adverte quanto ao hábito de julgar o próximo, deu-nos o seguinte exemplo:
- "Por que vês tu, pois, argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho?
Ou como dizes a teu irmão: deixa-me tirar-te do teu olho um argueiro, quando tu tens no teu uma trave?
Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o argueiro do olho do teu irmão".
É hábito bastante generalizado notarmos os defeitos dos nossos semelhantes, sem atinarmos com os nossos próprios erros e falhas.
No dizer de Jesus, é muito comum vermos um cisco no olho do nosso irmão e não sentirmos a trave que está em nosso próprio olho.
No tocante a esse trecho, o Mestre nos recomendou que procuremos remover os empecilhos que estão em nossos próprios olhos e, então, com o olho agora bom poderemos ver as qualidades boas que adornam os nossos irmãos.
O orgulho e a inveja têm sido a fonte geratriz de muitos males dessa natureza.
Muitas pessoas, não podendo conformar-se com as qualidades nobres que notam nos outros, ou que se salientam neles, em vez de procurarem ver nessas pessoas um paradigma, envidando esforços para igualá-las, preferem denegri-las apontando falhas irrisórias, quando na realidade possuem outras maiores em profusão.
Os acusadores de Israel que perseguiram a mulher adúltera a fim de apedrejá-la, viram a falha que ela havia cometido, mas nenhum deles se preocupou em ver antes a montanha de iniqüidades e defeitos que portavam no coração.
Eles viram o cisco no olho da mulher, mas não notaram as traves que tinham nos olhos.
Somente após ter Jesus proferido o sentencioso: "quem não tiver pecados, atire a primeira pedra", eles puderam sentir a extensão dos defeitos que eles próprios possuíam, resolvendo então abandonar a idéia de apedrejar a pobre mulher.
Paulo Alves Godoy

Os quatro Sermões de Jesus

A QUESTÃO DO JEJUM


O significado geral da palavra jejum é abstinência, ausência do elemento que entra em nós, ou do elemento que deveria viver conosco.

Há o jejum do alimento, da água, da roupa, e até daqueles que conviviam conosco, mas de nós se ausentaram por qualquer motivo, ou deles nos ausentamos. Nos tempos farisaicos, o jejum era um dos preceitos máximos da Lei. Os fariseus e escribas usavam muito do jejum. Em geral, os judeus eram jejuadores. Julgavam que a religião consistia em não comer e não beber, ou em não comer e não beber isto ou aquilo. A religião daquela gente consistia em comida e bebida e não na prática da caridade, no amor a Deus.

João Batista, homem de autoridade singular, obedecia o preceito judaico do jejum, mas pregava o batismo do arrependimento das faltas. Queria certamente mostrar aos judeus que, submetendo-se aos preceitos judaicos, não era um herege; portanto sua palavra deveria ter autoridade e ser recebida com amor, com boa vontade, e ser executada tal como era ordenada.
Os discípulos de João forçosamente haviam de seguir as pegadas do seu Mestre. Demais, João Batista e seus discípulos não traziam missão alguma religiosa. Seu único escopo, ou, por outra, a exclusiva tarefa que lhe fora confiada, resumia-se em aparelhar o caminho para Jesus passar, em apresentar o Messias ao público, mostrar às gentes o "Cordeiro de Deus", o Agnus Dei, como dizia ele "qui tolle pecoata mundi". As relações de João com Jesus foram passageiras. Descoberto o Cristo, pela Revelação que João havia recebido do Alto:

"Este é meu Filho Amado, ouvi-o", o Profeta do Deserto seguiu o seu rumo, até ser preso e degolado. Jesus, ao contrário, foi o grande missionário e sua missão consistia numa embaixada de Amor e de Verdade; Ele tinha que plantar no mundo uma Árvore Nova, a Árvore da Vida, e precisava suplantar toda mentira, toda falsidade, todas as convenções, todos os preceitos humanos que mantinham a aparência de religião, para que a sua Doutrina não fosse sufocada por esses espinhos.
E o jejum era um desses mandamentos que o sectarismo judaico fazia prevalecer com aparência religiosa. Como poderiam seus discípulos sentir ausência do que não estava ausente? Como poderão os convidados jejuar enquanto o noivo se acha com eles sentado à mesa, servindo-os de finas iguarias e deliciosos manjares? E que oração precisavam mais fazer os seus discípulos, se o Representante de Deus se achava junto deles, dando-lhes ainda muito mais do que precisavam?

O que teriam os discípulos de rogar, de pedir a Deus? Estando eles com o Mestre, assim como os convivas à mesa com o noivo, só lhes cabia ouvir os ensinos que o Senhor lhes dava e se alegrarem com Jesus, como os convidados para um banquete se alegram com o dono da casa e procuram corresponder às gentilezas que lhes são feitas.

Chegariam, porém, dias em que lhes seria tirado o "noivo"; então, nesses dias, não poderiam deixar de jejuar. Num banquete não se jejua, porque o dono das bodas proporciona aos convidados todos os comestíveis e bebidas que possam satisfazer os convivas.

Pela mesma forma, não podem jejuar os que convivem em companhia de Jesus, pois assim como o "noivo" dá aos convidados os comestíveis que alimentam o corpo, Jesus dá los seus "chamados" o alimento que vivifica a alma e a conserva para a Vida Eterna. Jejum implica a falta de alguém ou de alguma coisa. Quem está com Jesus não pode sentir falta de quem quer que seja, nem de coisa alguma.
Mesmo um amigo, um parente que se tenha de nós separado pela morte, se nós estivermos de verdade com Jesus, fácil nos será reatarmos as relações com esse parente ou com esse amigo, direta ou indiretamente. O jejum é sinal de tristeza, de inapetência, de desânimo da vida, e aqueles que se esforçam por estar com Jesus, que cultivam os seus ensinos, estudando-os com amor, não podem jejuar: comem e bebem como faziam os discípulos do Senhor.
Resta-nos dizer algo sobre o último trecho da passagem evangélica, mas os leitores encontrarão a explicação dos odres e dos remendos no livro: "Parábolas e Ensinos de Jesus" (verificar no Ícone Parábolas). Pela concordância dos Evangelistas, vemos mais que Levi é o próprio Mateus, escritor do primeiro Evangelho contido no Novo Testamento.
Cairbar Schutel
Livro: O Espírito do Cristianismo

EVANGELHO E ALEGRIA


Grande injustiça comete quem afirma encontrar no Evangelho a religião da tristeza e da
amargura.
Indubitavelmente, o sacerdócio muita vez impregnou o horizonte cristão de nuvens
sombrias, com certas etiquetas do culto exterior, mas o Cristianismo, em sua essência, é
a revelação da profunda alegria do Céu entre as sombras da Terra.
A vinda do Mestre é precedida pela visitação do anjos.
Maria, jubilosa, conversa com um mensageiro divino que a esclarece sobre a chegada do
Embaixador Celestial.
Nasce Jesus na manjedoura humilde, que se deslumbra ao clarão de inesperada estrela.
Tratadores rústicos são chamados por um emissário espiritual, repentinamente
materializado à frente deles, declarando-se portador das “notícias de grande alegria” para
todos o povo. No mesmo instante, vozes cristalinas entoam cânticos na Altura,
glorificando o Criador e exaltando a paz e a boa-vontade entre os homens.
Começam a reinar o contentamento e a esperança...
Mais tarde, o Mestre inicia o seu apostolado numa festa nupcial, assinalando os júbilos da
família.
Como que percebendo limitação e estreiteza em qualquer templo de pedra para a sua
palavra no mundo, o Senhor principia as suas pregações à beira do lago, em pleno
santuário da natureza. Flores e pássaros, luz e perfume representam a moldura de sua
doutrinação.
Multidões ouvem-lhe a voz balsamizante.
Doentes e aleijados tocam-se de infinitas consolações.
Pobres e aflitos entrevêem novos horizontes no futuro.
Mulheres e crianças acompanham-no, alegremente.
O Sermão da Montanha é o hino das bem-aventuranças, suprimindo a aflição e o
desespero.
Por onde passa o Divino Amigo, estabelece-se o contentamento contagiante.
Em pleno campo, multiplica-se o pão destinado aos famintos.
O tratamento dispensado pelo Mestre aos sofredores, considerados inúteis ou
desprezíveis, cria novos padrões de confiança no mundo.
Desdobra-se o apostolado da Boa Nova, no clima da alegria perfeita.
Cada criatura que registra as notas consoladoras do Evangelho começa a contemplar o
mundo e a vida, através de prisma diferente.
Surge-lhe a Terra por bendita escola de preparação espiritual, com serviço santificante
para todos.
Cada enfermo que se refaz para a saúde é veículo de bom ânimo para a comunidade
inteira.
Cada sofredor que se reconforta constitui edificação moral para a turba imensa.
Madalena, que se engrandece no amor, é a beleza que renasce eterna, e Lázaro, que se
ergue do sepulcro, é a vida triunfante que ressurge imortal.
E, ainda, do suor sangrento das lágrimas da cruz, o Senhor faz que flua o manancial da
vida vitoriosa pra o mundo inteiro, com o sol da ressurreição a irradiar-se para a
Humanidade, sustentando-lhe o crescimento espiritual na direção dos séculos sem-fim.

Livro: Roteiro
Chico Xavier/ Emmanuel