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sábado, 13 de outubro de 2012

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno. " Sofredores" parte 2

NOVEL
O Espírito dirige-se ao médium, que em vida o conhecera.
“Vou contar-te o meu sofrimento quando morri. Meu
Espírito, preso ao corpo por elos materiais, teve grande di-

ficuldade em desembaraçar-se — o que já foi, por si, uma
rude angústia.
A vida que eu deixava aos 21 anos era ainda tão vigorosa
que eu não podia crer na sua perda. Por isso procurava
o corpo, estava admirado, apavorado por me ver perdido
num turbilhão de sombras. Por fim, a consciência do meu
estado e a revelação das faltas cometidas, em todas as minhas
encarnações, feriram-me subitamente, enquanto uma
luz implacável me iluminava os mais secretos âmagos da
alma, que se sentia desnudada e logo possuída de vergonha
acabrunhante. Procurava fugir a essa influência interessando-
me pelos objetos que me cercavam, novos, mas
que, no entanto, já conhecia; os Espíritos luminosos, flutuando
no éter, davam-me a idéia de uma ventura a que eu
não podia aspirar; formas sombrias e desoladas, mergulhadas
umas em tedioso desespero; furiosas ou irônicas
outras, deslizavam em torno de mim ou por sobre a terra a
que me chumbava. Eu via agitarem-se os humanos cuja
ignorância invejava; toda uma ordem de sensações desconhecidas,
ou antes reencontradas, invadiram-me simultaneamente.
Como que arrastado por força irresistível, procurando
fugir à dor encarniçada, franqueava as distâncias,
os elementos, os obstáculos materiais, sem que as belezas
naturais nem os esplendores celestes pudessem calmar um
instante a dor acerba da consciência, nem o pavor causado
pela revelação da eternidade. Pode um mortal prejulgar as
torturas materiais pelos arrepios da carne; mas as vossas
frágeis dores, amenizadas pela esperança, atenuadas por
distrações ou mortas pelo esquecimento, não vos darão
nunca a idéia das angústias de uma alma que sofre sem
tréguas, sem esperança, sem arrependimento.
Decorrido um tempo cuja duração não posso precisar, invejando os eleitos
cujos esplendores entrevia, detestando os maus Espíritos
que me perseguiam com remoques, desprezando os
humanos cujas torpezas eu via, passei de profundo abatimento
a uma revolta insensata.
Chamaste-me finalmente, e pela primeira vez um sentimento
suave e terno me acalmou; escutei os ensinos que
te dão os teus guias, a verdade impôs-se-me, orei; Deus
ouviu-me, revelou-se-me por sua Clemência, como já se me
havia revelado por sua Justiça.
Novel.”

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno. " Espíritos Sofredores"


Capitulo IV
Espíritos Sofredores
O Castigo
Exposição geral do estado dos culpados por ocasião da entrada no mundo dos Espíritos, ditada à Sociedade Espírita de Paris, em outubro de 1860.
"Depois da morte, os Espíritos endurecidos, egoístas e maus são logo tomados de uma dúvida cruel a respeito do seu destino, no presente e no futuro. Olham em torno de si e nada vêem que possa aproveitar ao exercício da sua maldade — o que os desespera, visto como o insulamento e a inércia são intoleráveis aos maus Espíritos.
Não levantam o olhar às moradas dos Espíritos elevados, consideram aquilo que os cerca e, então, compreendendo o abatimento dos Espíritos fracos e punidos, se agarrarão a eles como a uma presa, utilizando-se da lembrança de suas faltas passadas, que eles põem continuamente em ação pelos seus gestos ridículos.
Não lhes bastando esse motejo, atiram-se para a Terra como abutres famintos, procurando entre os homens uma alma que lhes dê fácil acesso às tentações. Encontrando-a, dela se apoderam exaltando-lhes a cobiça e procurando extinguir-lhe a fé em Deus, até que por fim, senhores de uma consciência e vendo segura a presa, estendem a tudo quanto se lhe aproxime a fatalidade do seu contágio.
O mau Espírito, no exercício da sua cólera, é quase feliz, sofrendo apenas nos momentos em que deixa de atuar, ou nos casos em que o bem triunfa do mal. Passam no entanto os séculos e, de repente, o mau Espírito pressente que as trevas acabarão por envolvê-lo; o círculo de ação se lhe restringe e a consciência, muda até então, faz-lhe sentir os acerados espinhos do remorso.
Inerte, arrastado no turbilhão, ele vagueia, como dizem as Escrituras, sentindo a pele arrepiar-se-lhe de terror. Não tarda, então, que um grande vácuo se faça nele e em torno dele: chega o momento em que deve expiar; a reencarnação aí está ameaçadora... e ele vê como num espelho as provações terríveis que o aguardam; quereria recuar, mas avança e, precipitado no abismo da vida, rola em sobressalto, até que o véu da ignorância lhe recaia nos olhos.
Vive, age, é ainda culpado, sentindo em si não sei que lembrança inquietadora, pressentimentos que o fazem tremer, sem recuar, porém, da senda do mal. Por fim extenuado de forças e de crimes, vai morrer. Estendido numa enxerga (ou num leito, que importa?!), o homem culpado sente, sob aparente imobilidade, resolver-se e viver dentro de si mesmo um mundo de esquecidas sensações. Fechadas as pupilas, ele vê um clarão que desponta, ouve estranhos sons; a alma, prestes a deixar o corpo, agita-se impaciente, enquanto as mãos crispadas tentam agarrar as cobertas... Quereria falar, gritar àqueles que o cercam: — Retenham-me! eu vejo o castigo! — Impossível! A morte sela-lhe os lábios esmaecidos, enquanto os assistentes dizem: Descansa em paz!
E contudo ele ouve, flutuando em torno do corpo que não deseja abandonar. Uma força misteriosa o atrai; vê e reconhece finalmente o que já vira. Espavorido, ei-lo que se lança no Espaço onde desejaria ocultar-se, e nada de abrigo, nada de repouso.
Retribuem-lhe outros Espíritos o mal que fez; castigado, confuso e escarnecido, por sua vez vagueia e vagueiará até que a divina luz o penetre e esclareça, mostrando-lhe o Deus vingador, o Deus triunfante de todo o mal, e ao qual não poderá apaziguar senão à força de expiação e gemidos.
Jorge."
Nunca se traçou quadro mais horrível e verdadeiro à sorte do mau: será ainda necessária a fantasmagoria das chamas e das torturas físicas?

As Bases do transformar-se item 3

- O CONHECIMENTO DE SI MESMO
3 - O CONHECIMENTO DE SI MESMO

"Qual o meio prático mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal? Um sábio da antiguidade vos disse: 'CONHECE-TE A TI MESMO:" (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos. Pergunta 919.)
De modo geral, vivemos todos em função dos impulsos inconscientes que se agitam no nosso mundo interior. Manifestamos, sem controle e sem conhecimento próprio, nossos desejos mais recônditos, ignorando suas raízes e origens. O campo íntimo, onde os desejos são despertados nas mais variadas formas, encontra-se ainda muito vedado diante de um olhar mais profundo. Refletimos inconscientemente um sem número de emoções, pensamentos, atrações, repulsas, simpatias, antipatias, aspirações e repressões. Somos um complexo indefinido de sentimentos e idéias que, na maioria das vezes, brotam dentro de nós sem sabermos como e por quê.

Somos todos vítimas dos nossos próprios desejos mal conduzidos. Se sentimos dentro de nós uma atração forte e alimentamos um desejo de posse, não nos perguntamos se temos o direito de adquirir ou de concretizar aquela aspiração. Sentimos como se fôssemos donos do que queremos, desrespeitando os direitos do próximo. Queremos e isso basta, cusle o que custar, contrariando ou não a liberdade dos outros. O nosso desejo é mais forte e nada pode obstá-lo, esta é a maneira habitual de (ungirmos internamente). Agindo desse modo, interferimos na vontade dos que nos cercam e contrariamos, na maioria das vezes, os desejos daqueles que não se subordinam aos nossos caprichos. Provocamos reações, violências de parte a parte, agressões, discussões, desajustes, conflitos, ansiedades, tormentos, mal-estares, infelicidades.

Vemos constantemente os erros e defeitos dos que nos rodeiam e somos incapazes de perceber nossos próprios erras, tão ou mais acentuados que os dos estranhos. As nossas faltas são sempre justificadas por nós mesmos, com razões claras ao nosso limitado entendimento. Colocamo-nos sempre como vítimas. Os outros nos causam contrariedades e desrespeitos, somos isentos de culpa e apenas defendemos nossos direitos e nossa integridade própria.

Esse comportamento é típico nos seres humanos e confirma o desconhecimento de nós mesmos, das reações e manifestações que habitam a intimidade do nosso eu, sede da alma. A grande maioria das criaturas humanas ainda se compraz na manifestação das suas paixões e não encontra motivos para delas abdicar em benefício de alguém; são os imediatistas, de necessidades mais elementares, com predominância das funções animais, como reprodução, conservação, defesa. Dentro dessa maioria, compreendemos claramente como hábitos mais evidentes e comuns a sensualidade, a gula, a agressividade, que, no ser racional, muitas vezes ultrapassam os limites das reações primitivas animais nos requintes de expressão, decorrentes daqueles três hábitos: ciúme, vingança, ódio, luxúria, violência. Podemos dizer que há, nesses tipos de indivíduos, a predominância da natureza animal, orgânica ou corpórea.

Uma pequena minoria da humanidade compreende a sua natureza espiritual, e como tal reflete um comportamento mais racional e menos impulsivo, isto é, suas necessidades já denotam aspirações do sentimento, algum esforço em conquistar virtudes e, assim, libertar-se dos defeitos derivados do egoísmo. Estamos todos, possivelmente, numa categoria intermediária, numa fase de transição de espíritos imperfeitos para espíritos bons e, portanto, ora nos comprazemos dos impulsos característicos do primeiro, ora buscamos alimentar o nosso espírito nas realizações do coração, na caridade, na solidariedade, no esforço de auto-aprimoramento. Vamos, assim, de modo lento, nas múltiplas existências, realizando o nosso progresso individual, elevando-nos na escala que vai do ser animal ao ser espiritual, alicerçando interiormente os valores morais.

Na resposta à pergunta 919-a, feita por Kardec aos Espíritos (O Livro dos Espíritos. Livro terceiro, capítulo XII. Da Perfeição Moral.), Santo Agostinho afirma: "O Conhecimento de Si Mesmo é, portanto, a chave do progresso individual". Todo esforço individual no sentido de melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal só pode ser realizado conscientemente, por disposição própria, distinguindo-se claramente os impulsos íntimos e optando-se por disposições que nos levam às mudanças de comportamento. Desse modo, "conhecer-se a si mesmo" é a condição indispensável para nos levar a assumir deliberadamente o combate à predominância da natureza corpórea.

E por quais razões o conhecimento próprio é o meio prático mais eficaz? Na Grécia, 400 anos antes de Cristo, Sócrates já assim ensinava. lissa sabedoria milenar ainda hoje é sobretudo evidente, e constitui o meio para evoluirmos. Não é compreensível que ao nos conhecermos estaremos a um passo de melhorar? Não se torna mais fácil, sabendo os perigos a que estamos sujeitos, afastarmo-nos
deles e evitá-los?
Ney Prieto Peres

As Bases do transformar-se item 2

2 - REFORMA ÍNTIMA EM SEIS PERGUNTAS
2 - REFORMA ÍNTIMA EM SEIS PERGUNTAS:

1ª - O que é a Reforma Intima?
A Reforma Intima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si.

2ª - Por que a Reforma íntima?

Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito.

3ª - Para que a Reforma Íntima?

Para transformar o homem e a partir dele, toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das últimas horas, pelos nossos testemunhos, respondendo aos apelos do Plano Espiritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.

4ª - Onde fazer a Reforma íntima?

Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas transformações se refletirão depois em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamento com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigos e, ainda, nos meios em que colaborarmos desinteressada-mente com serviços ao próximo.

5ª - Quando fazer a Reforma Intima?

O momento é agora e já; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

6ª - Como fazer a Reforma íntima?

Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é o ingresso numa Escola de Aprendizes do Evangelho, cujo objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo, porém com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer nossa Reforma Intima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.
Ney Prieto Peres

As bases do transformar-se


1 - ALLAN KARDEC ESTABELECE AS BASES

"A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: 'Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem', ou seja, fazer o bem e não fazer o mal. O homem encontra nesse principio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações."
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Introdução VI. Resumo da Doutrina dos Espíritos.)

Naquela Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, resumindo as suas bases fundamentais, o codificador, no final do item VI, expõe que os Espíritos "nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria, pelo desprezo para com as futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual. E que cada um de nós deve tornar-se útil, segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder, para oprimir o seu semelhante, viola a lei de Deus".
Eles ensinam, enfim, "que no mundo dos Espíritos, nada podendo estar escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; que a presença inevitável e em todos os instantes daqueles que prejudicamos é um dos castigos a nós reservados; que aos estados de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na terra".
Mas eles nos ensinam também "que não há faltas irremissíveis que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário, nas diferentes existências, que lhe permite avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, na via do progresso, em direção à perfeição, que é o seu objetivo final".

O que depreendemos dessa importante síntese constitui precisamente o roteiro deste opúsculo. De início procuramos evidenciar, trazendo aos níveis do consciente, as manifestações características da nossa natureza animal: os vícios e os defeitos que denotam a predominância corpórea. Depois, o conhecimento das virtudes que nos libertam, pelo seu cultivo, das futilidades mundanas, e nos predispõem a exercer o amor ao próximo, desenvolvendo, assim, a nossa natureza espiritual. Os meios práticos para exercitarmos as nossas faculdades, nos esforços que nos permitam progredir em direção à perfeição, é o que indicamos. A necessidade imperiosa de nos tornarmos úteis em todos os sentidos, levando a nossa contribuição ao próximo, cultivando o verdadeiro espírito da caridade desinteressada, está igualmente inserida.

São exatamente "os meios necessários" que desejamos colocar à disposição dos amigos interessados em realizar o seu desenvolvimento moral, entendendo que o mundo em que vivemos, longe da perfeição, está muito mais envolvido nos erros. Erros que são importantes, pois nos levam a distinguir a verdade, nas lições da experiência humana, e que nos permitem fazer as nossas escolhas, propiciando-nos o adiantamento progressivo na senda do espírito. Errar menos, ou ainda, evitar a repetição de erros anteriores, é uma preocupação que pode conduzir-nos a recuperar muito tempo já perdido. Esse também é um enfoque prioritário a objetivar, pois encontramo-nos todos na condição de ajustar nossos débitos, somando méritos, no avanço que carecemos. Na realidade, não é grande o esforço que precisamos desenvolver. Até com pouco trabalho poderemos vencer as nossas más tendências, mas o que nos falta é a vontade. Porém, essa vontade também podemos cultivar. E um dos métodos para isso é o da auto-sugestão, como veremos adiante.

As bases da Transformação Intima estão com Kardec, que eleva e dá cumprimento à moral de Jesus no "fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem". Regra universal de conduta, até mesmo para as menores ações, que nos deve pautar em nosso relacionamento. Os questionários de avaliação individual nos levam a refletir, trazendo à consciência os defeitos mais evidentes a serem corrigidos. A maioria destes defeitos é comum, e quase sempre acham-se ocultos sob a forma de torpezas inconscientemente sepultadas.

A auto-avaliação progressiva nos faz ver, periodicamente, o amadurecimento conquistado pelo próprio esforço em melhorar, proporcionando-nos o estímulo em continuar na remodelação de nós mesmos. Vencidas as primeiras dificuldades, a misericórdia do nosso Divino Criador já nos faz colher os primeiros frutos do nosso trabalho, nas manifestações das alegrias reconfortadoras do espírito.

Quem vem a se interessar pelo Espiritismo como curiosidade, e fica na constatação do intercâmbio e das manifestações dos espíritos, flutua na sua superfície; e quem se sente atraído pelas suas interpelações e busca no estudo informações sobre sua contribuição ao conhecimento da origem, natureza e destinação dos nossos espíritos, penetra nas camadas de suas bases; no entanto, aqueles, pelo que já sofreram e na ansiedade de preencher o espírito ávido de perfeição, sentindo em profundidade os seus ensinamentos, oferecem terreno sólido para a edificação progressiva da Doutrina dos Espíritos dentro de si mesmos, porque neles as transformações íntimas serão realizadas e neles o Espiritismo cumpre o seu verdadeiro papel de redentor da humanidade.

Portanto, se ainda não nos sentimos tocados em profundidade, e se nas nossas inquietações não estamos trazendo o conhecimento espírita para o terreno das mudanças no nosso comportamento, não estaremos aplicando a Doutrina em benefício da nossa própria evolução, e não poderemos, a rigor, ser reconhecidos como espíritas. Poderemos ser profundos conhecedores da sua filosofia ou meticulosos pesquisadores da sua ciência, o que nos conferirá apenas a condição de teóricos. Vivência, aplicação, exemplificação, transformação, eis as características do espírita autêntico; eis a base estabelecida por Allan Kardec.

Ney Prieto Peres

A COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS


Nas páginas dos chamados livros sagrados de todas as religiões, ressalta-se a comunicabilidade entre os seres corpóreos e incorpóreos. No Antigo Testamento, encontramos os livros dos "tretas, contendo vaticínios e ensinamentos de todos os matizes. E evidente que esses antigos profetas de Israel foram autênticos médiuns, que serviram de intermediários para a transmissão de uma série infindável de ensinamentos.
No Novo Testamento, reservamos também fatos insofismáveis, que comprovam o intercâmbio entre os Espíritos desencarnados, tal como a inundação a Maria e Isabel, em torno do nascimento de Jesus e de Batista; a profecia de Simeão, quando da apresentação do menino Jesus no templo; a confabulação de Jesus com os Espíritos de Elias e Moisés, no alto do Monte Tabor; a conversão de Saulo na Estrada de Damasco; as manifestações coletivas do Dia de Pentecostes e muitos outros fatos isolados, sucedidos com Paulo de Tarso, Estevão, João Evangelista, além de muitos outros. Toda essa gama de manifestações é prova conclusiva do intercâmbio existente entre os dois mundos - o dos encarnados e o dos desencarnados.

Existe, porém, no Antigo Testamento, uma lei legislada por Moisés, na qual o libertador dos hebreus proibiu, taxativamente, o intercâmbio com os chamados mortos. Essa ordenação tem servido de bandeira para os detratores do Espiritismo.

Entretanto cumpre aqui esclarecer que o Espiritismo, longe de desaprovar, aprova essa interdição, se levarmos em consideração as razões pelas quais ela foi implantada qual seja, a de coibir o intercâmbio com entidades espirituais para
mercantilismo, sem nenhuma edificação moral ou espiritual.

O Antigo Testamento é pródigo na afirmação de que Moisés se comunicava muito frequentemente com o Espírito de Jeová, deidade tribal dos antigos hebreus, no interior do Tabernáculo.

O que Moisés objetivou com a implantação dessa interdição foi pôr um paradeiro na ação de muitos médiuns menos escrupulosos, que invocam Espíritos sobre questões terra-a-terra, conveniências de negócios materiais e outras coisas. O Espiritismo também condena essa prática nociva, sob todos os aspectos.

Aqui cumpre ressaltar que Moisés aplaudia a comunicação com os Espíritos para fins nobilitantes. Certa vez, veio até ele um moço, com o objetivo de denunciar que dois homens — Eldad e Medad — estavam recebendo Espíritos no campo. Josué, que estava a seu lado, considerou isso uma insubordinação à lei, e pediu a Moisés que fosse puni-los. O grande legislador não tomou nenhuma atitude; pelo contrário, retrucou asperamente a Josué: "Que zelos são estes por mim? Oxalá todos profetizassem em Israel, e o Senhor lhes desse do seu espírito." Isso deixou bem evidenciado que Moisés aprovava a comunicação com os Espíritos, para fins nobres e sadios.

É lamentável que os que combatem o Espiritismo, lembrem-se apenas dessa proibição, fazendo vista grossa a muitas outras leis estabelecidas por Moisés e mesmo a algumas das quais ele serviu de intermediário, como foi o caso do Decálogo. Nessas leis, existe a proibição de fazer e prestar cultos a imagens, a esculturas, de trabalhar em dias de sábado; permitindo apedrejar filhos rebeldes e mulheres adúlteras e outras ordenações que não são obedecidas principalmente por algumas grandes religiões do mundo ocidental.

A comunicabilidade dos Espíritos é um dos postulados básicos do Espiritismo. Entretanto, Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns e em outras obras trata do assunto com abundância de detalhes. Vejamos o que afirma o Codificador em Obras Póstumas:

"As almas ou Espíritos dos homens que viveram na Terra constituem o mundo invisível no espaço que nos cerca. Resulta daí que, desde que há homens, há Espíritos, e que, se estes têm o poder de manifestar-se, devem tê-lo feito em todos os tempos. É o que provam a História e as religiões de todos os povos.

Ultimamente, porém, as manifestações dos Espíritos têm adquirido enorme desenvolvimento e maior autenticidade, sem dúvida, por querer a Providência curar a chaga da incredulidade e do materialismo por evidentes provas, permitindo aos que deixaram a Terra vir atestar sua existência e revelar-nos as condições felizes ou penosas em que vivem.

O mundo visível, sendo envolvido pelo invisível, com o qual vive em perpétuo contato, age incessantemente sobre ele e lhe recebe a reação. Esta reciprocidade é origem de uma multidão de fenômenos, considerados sobrenaturais se lhes ignorar as causas. A ação e reação de um sobre o outro, desses mundos, é uma das leis, uma das forças da Natureza necessária à harmonia universal, como, por exemplo, a lei da atração.
Se aquela força deixasse de agir, seria perturbada a ordem universal, como um mecanismo do qual se tirasse a rotação. Não têm, portanto, o caráter de sobrenatural, os fenômenos produzidos por semelhante força ou lei da Natureza, julgados tais por não se lhes conhecer a causa, como acontece com certos efeitos da luz, da eletricidade etc." (Obras Póstumas, Manifestações dos Espíritos, págs. 13 e 14).

Paulo A. Godoy

DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO


"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Consolador, para que fique convosco para sempre." (João, 14:16)
No capítulo (16:12-13), o mesmo evangelista escreveu: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis compreender agora. Mas quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas vos anunciará o que há de vir."

Desta forma, houve uma promessa de Jesus, de que em tempo adequado, quando os homens estivessem mais bem preparados, para assimilarem novas verdades, o Consolador, ou Espírito de Verdade, viria para reafirmar tudo o que Ele havia ensinado e muito mais.

Algumas teologias corroboram a promessa que, com a explosão mediúnica do Dia de Pentecostes, cumpriu-se de Jesus, somente com a diferença de que, em vez de uma falange de Espíritos Puros, as teologias proclamam que foi a descida do Espírito Santo.
Cumpre aqui esclarecer que, naquele tempo, não se falava em Espírito Santo, mas em Espírito de Deus, Santo Espírito e "Spiritum Bonum".

A crucificação de Jesus Cristo ocorreu na véspera da Páscoa, ou 50 dias antes do Dia de Pentecostes. Segundo o livro dos Atos dos Apóstolos, os Espíritos manifestantes passaram a apregoar os ensinamentos de Jesus em outros idiomas.
Esses ensinamentos já eram do conhecimento dos apóstolos e de muitos dos discípulos presentes, não se acrescentando nenhuma novidade no que tange à revelação cristã.

Se algumas semanas ou meses antes, os apóstolos não estivessem preparados para compreender como o poderiam estar em tão curto espaço de tempo?

Segundo a pregação do apóstolo Pedro, o que aconteceu no Dia de Pentecostes foi o cumprimento do vaticínio do profeta Joel, de que "o Espírito seria derramado sobre toda a carne".
Nesse dia, línguas repartidas, como se fosse de fogo, pousaram sobre a cabeça dos apóstolos, desenvolvendo suas mediunidades principalmente a poliglota, possibilitando-lhes as pregações dos ensinamentos do Mestre em outras línguas, principalmente aos estrangeiros de várias nações, que estavam em Jerusalém.

Nada de descida do Espírito Santo. O que aconteceu foi o desenvolvimento coletivo da mediunidade dos apóstolos, desrespeitando, assim, até a ordenação de Moisés, que proibia o intercâmbio entre Espíritos encarnados e desencarnados; pelo contrário, este fato provou que esse entrelaçamento entre os dois mundos — o visível e o invisível - sempre ocorreu em todas as épocas da Humanidade.

O advento do Consolador, ou do Espírito de Verdade, aconteceu realmente, mas foi quase 20 séculos após, com a revelação do Espiritismo, numa época com que a Humanidade já estava mais preparada para assimilar novas verdades, e quando podiam ser derrubados os dogmas e as deturpações que foram agregados ao Cristianismo no decurso dos séculos.
Paulo A. Godoy

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 06

 
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 05

 
 
Usamos as comparações acima citadas, para te dizer de algo excelente, para te dizer do avanço da razão, aprimorada na seqüência do tempo e pelas bênçãos de Deus: queremos falar da intuição, que será a faculdade comum do futuro, por enquanto latente em todos os seres. É ela o veículo divino capaz de orientar todas as criaturas e fazê-las felizes, filha do progresso espiritual, nascida no amanhecer das almas, ao despertarem para a luz, para o entendimento das leis espirituais. Essa intuição, no seu princípio se chamava instinto, dominando animais e homens nos seus primeiros passos. E se os homens primitivos já possuíam em suas consciências a idéia de Deus e viviam em tribos espalhadas pela Terra, sem condições de comunicação entre si, qual a origem dessa consciência de um Poder Supremo? E se não existe causa sem efeito, nem efeito sem causa, essa causa será, certamente, esse Deus que tanto amamos, que fala a tudo e a todos da Sua existência, pelos processos compatíveis com os que devem e precisam escutar a Sua voz dentro da alma.