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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O pecado e a atitude pecaminosa


"Tendes ouvido o que foi dito: Não adulterareis. Eu, porém, vos digo que todo o que põeseus olhos em uma mulher, para a cobiçar, já no seu coração cometeu adultério... E'necessário que haja escândalos, mas ai do homem por quem o escândalo vem."A atitude pecaminosa e o pecado consumado são igualmente passíveis de condenaçãopela soberana justiça do céu.Há capacidade para o mal, como há para o bem. O estado pecaminoso está incurso na leidivina, ainda mesmo que, por esta ou aquela circunstância, não se objetive o pecado.A justiça da Terra julga pelas aparências. A do céu julga segundo a reta equidade. Parao julgamento do mundo é mister que o mal se concretize para que exista e sejacondenado. Para o juízo divino, que penetra o âmago dos corações, não é istonecessário: ele constata o mal latente e o exprobra desde logo.E assim se explicam as palavras de Jesus: E' preciso que haja escândalo; mas aidaquele por quem vem o escândalo. Sim, é preciso que a maldade humana, oculta nospélagos insondáveis do Espírito, se manifeste, se mostre à luz do dia para que odelinqüente se reconheça como tal, e, suportando as conseqüências dolorosas do delito, secorrija e se converta. Enquanto a sujidade permanece escondida, o homem se julga puro;quando, porém, extravasa a lama pútrida que jazia acamada no fundo de sua alma, eledesperta para a realidade e se reconhece pecador. E' o que sucedeu com oMancebo, cuja paixão pelas riquezas mundanas Jesus tornou patente.Sendo a confissão da culpa o início da redenção, é preciso que haja escândalo, vistocomo o homem só se curva à evidência dos seus pecados quando estes se tornamostensivos, não lhe sendo mais possível dissimulá-los.Que importa que o adultério não se haja consumado, se ele existe no coração? Que importaque o homem mau não haja tirado a vida a ninguém, se ele é homicida de pensamento,se alimenta ódio contra seu próximo e se regozija com as alheias desventuras ?Quem diria que Judas seria capaz de vender a Jesus-Cristo por trinta dinheiros, senãoo mesmo Jesus, que sabia existir na alma cúpida daquele discípulo a avareza, a sedeinsaciável de ouro que, no dizer de Paulo, é a raiz de todos os males? Nesse caso,dir-se-á: porque, então, Jesus chamou Judas para o apostolado? Justamente porqueera preciso que o escândalo se verificasse, já em proveito da missão que Jesus vinhadesempenhar na Terra, já no do próprio Judas, cuja redenção teve início precisamenteapós a prática daquele crime de traição. O tremendo remorso de que se viu possuído éo atestado certo do despertar de sua consciência até ali mergulhada na embriaguez debastardas paixões.Noutro terreno menos grave, vemos Pedro, o apóstolo arrojado, cujo temperamentoardoroso tão bem se prestava a transmitir as mensagens do céu, negar três vezes o seuMestre, a despeito mesmo de haver sido por ele prevenido dessa prova pela qual deviapassar. A negação de Pedro foi, a seu turno, um escândalo; mas, era preciso  que assim sucedesse para que Pedro se acautelasse contra uma ralha de seu bondoso caráter.Jesus estava certo de que Pedro podia negá-lo; porem Pedro, a parte mais interessadano caso, ignorava que de tal fosse capaz. Após a consumação do ato pecaminoso, ficou-seconhecendo melhor; e, como é sabido, do conhecimento próprio depende a obra de nossoaperfeiçoamento. Pedro, no conceito de Jesus, era o mesmo, antes e depois da negação. Estafalta, ou melhor, a capacidade de praticar ou incorrer em tal gênero de pecado, já Jesus haviadescortinado no interior daquele apóstolo.De todos estes comentos ressalta grande e proveitosíssima lição de humildade, que convém assi-nalar. Do exposto, é forçoso concluir que existe em todos nós grandes falhas de caráter,muitas e variadas capacidades de pecar. Esta convicção, do que em realidade somos, há de nostornar mais benevolentes, menos descaridosos para com as quedas alheias. Veremos com olhosmais complacentes as vitimas do crime; e, — como os acusadores da mulher adúltera, aos quaisJesus forçou reconhecer as culpas próprias — não nos sentiremos com ânimo de atirar-lhes aprimeira pedra.

Livro: Em torno do Mestre- Vinícius

Coragem moral


Um dos requisitos exigidos por Jesus, como condição indispensável àqueles que pretendessemseguir-lhe as pegadas, é a coragem moral.Eu vos envio, disse ele aos discípulos, como ovelhas no meio de lobos. Esta frase é bastanteeloqüente e, por si só, define muito bem a posição dos cristãos na sociedade do século."Sereis entregues aos tribunais por minha causa. Suportareis perseguições, açoites e prisão. Ha-verá delações entre os próprios irmãos. Atraireis o ódio de todos. A vossa vida correrá iminenterisco a cada instante."Todavia, não temais, pois até os cabelos de vossas cabeças estão contados. Nenhum receiodeveis ter dos homens, cujo poder não vai além do vosso corpo. Se chamaram Belzebu ao donoda casa, quanto mais aos seus domésticos. Portanto, nada de temores: o que vos digo àpuridade proclamai-o dos eirados. Nada há encoberto que não seja descoberto; nada há oculto quese não venha a saber. Por isso, aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessareidiante de meu Pai celestial; e o que me negar diante dos homens, eu o negarei perante meu Paique está nos céus."Tais expressões são de clareza meridiana. Para ser cristão, é preciso coragem, ânimo forte, atitudevaronil. "Seja o teu falar: sim, sim; não, não". Não há lugar para composturas dúbias, indecisas,oscilantes. O crente em Cristo deve possuir convicção inabalável, têmpera rija, caráter positivo efranco.Entre as virtudes, não há incompatibilidades. >. mansuetude, a cordura e a humildade sãopredicados que podem (e devem) coexistir com a energia, com a intrepidez, com avaronilidade. Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, éinfinitamente justo.O caráter do cristão há de ser forjado de aço de Toledo e de ouro do Transvaal. Assim disseAmado Nervo: "Ouro sobre aço sejam a tua vontade e a tua conduta. Sobre o aço do teupensamento há de luzir o arabesco de ouro das formas puras e gentis. Ouro e aço será tua vida,serão teus propósitos, serão teus atos."Abulia indiferença e marasmo não são expressões de bondade. "Não és frio, nem quente;por isso, quero vomitar-te de minha boca." Passividade não é virtude. Entre o bem e o mal, averdade e a impostura, a justiça e a iniqüidade não .há lugar para acomodações, nem paraneutralidade. O cristão se define sempre em tais conjunturas, confessando o seu Mestre."Ninguém pode servir a dois senhores." Que relação pode haver entre Jesus e Baal? Dobraros joelhos diante de todos os tronos, só porque são tronos; curvar-se perante todos osCésares, só porque são Césares; afazer-se às tiranias e às opressões, anuir direta ouindiretamente às tranquibérnias e vilezas da época; pactuar, enfim, com a injustiça de qualquermaneira e por quaisquer motivos, é negar a Jesus-Cristo no cenáculo social. "Não sejaisescravos dos homens, nem das paixões; não sejais, igualmente, nem parasitas, nembajuladores, nem mendigos" — disse o grande educador Hilário Ribeiro em um dos seusexcelentes livros didáticos. Não se triunfa na vida, sem ânimo viril. E' a covardia moral que faz ohomem escravizar-se a outros homens; que o faz escravo de vícios repugnantes e depaixões vis e soezes. E' ainda por pusilanimidade e covardia que o homem bajula, mendiga ese torna parasita.Sem boa dose de coragem (quase ia dizendo de audácia), o homem não cumpre o dever e menosainda consegue sair-se airosamente das emergências difíceis da vida. O suicídio, seja por esteou por aquele motivo, é sempre um ato de covardia moral. A sentinela valorosa jamais abandonao posto que lhe foi confiado.Os altos problemas da Vida, consubstanciados na sentença evangélica — Sede perfeitos comovosso Pai celestial é perfeito — requerem ânimo forte e vontade irredutível para seremsolucionados. Não é fugindo aos perigos e às dificuldades que o homem há de vencê-las; éenfrentando-as.A coragem moral é a primeira virtude do homem de fé. Cumpre, porém, não confundir a verdadeiracoragem com as caricaturas de coragem, que se ostentam por toda a parte. Estas são burlescase vulgares, aquela é rara e cheia de nobreza. A coragem não consiste em atitudes violentas e  belicosas. Nada tem de comum com a temeridade. E' serena e íntima. Não se ostenta embracejos, ou gesticulações espetaculosas, nem em vozeios e frases ameaçadoras e ofensivas.Revela-se antes em suportar, do' que em repelir a ofensa recebida. Energia não significaagressividade. Ser franco não é ser ferino, nem, sequer, contundente.Quanto maior é a coragem, tanto mais calmo age o indivíduo. A consciência do valor próprio,aliada à fé no Supremo Poder, fêz o homem tolerante e sofrido, paciente e tranqüilo. Tal foi aatitude invariável de Jesus diante das conjunturas mais embaraçosas de sua vida terrena.Suportou todas as injúrias, todas as humilhações e iniqüidades que lhe foram infligidas,conservando imaculada e intangível a pureza do alto ideal por que se bateu até ao extremosacrifício.Tal é a coragem de que precisam revestir-se os seus discípulos de hoje, como souberam fazer osdiscípulos do passado. Saulo, antes de ser Paulo,
não denotou coragem nenhuma perseguindo, aprisionando econsentindo no assassínio dos primeiros adeptos do Cristianismo nascente.Saulo tinha às suas ordens gendarmes municiados; as altas autoridades civis e eclesiásticas lheconferiam poderes discricionários. Os perseguidos eram párias sociais, sem proteção, pobres edesarmados. A atitude de Saulo era daquelas que confirmam o velho brocardo: Quer conhecer ovilão? Ponha-lhe nas mãos o bastão.Após o célebre dia de Damasco, em que
Saulo  se transformou em Paulo, a vilania daquele seconverteu na coragem moral deste. De algoz, passou a ser vítima. A seu turno perseguido,tendo agora contra si as armas e o rancor das autoridades detentoras do poder; correndo osmaiores riscos, suportando prisões e açoites, afrontando a morte a cada momento, Paulo caminhaintrépido e destemido, na defesa da causa santa da justiça e da liberdade personificadas nocredo de Jesus.O extraordinário Apóstolo das gentes nos oferece, em si mesmo, exemplos da falsa e da legítimacoragem, antes e depois da conversão.Convertamo-nos, pois, nós os espíritas, os néo-cristãos, como se converteu Paulo.Provemos em nós mesmos, com a transformação radical de nosso caráter, a eficiência e o poderde Jesus-Cristo, como redentor da Humanidade, como libertador do homem, mediante oexemplo de coragem moral que nos legou como herança preciosíssima.

Livro : Em Torno do Mestre- Vinícius

O mordomo infiel

 O mordomo infiel
"Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este lhe foi denunciado como esbanjadorde seus bens. Chamou-o e perguntou-lhe: Que é isto que ouço dizer de ti? dá conta datua mordomia; pois já não podes mais ser meu mordomo. Disse o administrador consigo: Quehei-de fazer, já que meu amo me tira a administração? Não tenho forças para cavar, demendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei-de fazer para que, quando for despedido do meuemprego, me recebam em suas casas. Tendo chamado cada um dos devedores do seu amo,perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu amo? Respondeu ele: Cem cados de azeite.Disse-lhe, então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta. Depoisperguntou a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. Disse-lhe: Tomaa tua conta, e escreve oitenta. E o amo louvou o administrador iníquo, por haver procedidosabiamente; porque os filhos deste mundo são mais sábios para com sua geração do que osfilhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da iniqüidade, para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco,também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito. Se, pois, nãofostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras? E se não fostes fiéisno alheio, quem vos dará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores;porque ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou há-de unir-se a um e desprezar o outro.Não podeis servir a Deus e a Mamon." Personagens da Parábola: O amo ou proprietário: Deus.O mordomo infiel: o homem.Os devedores beneficiados: Nosso próximo.A propriedade agrícola: O mundo em que habitamos.Moralidade: o homem é mordomo infiel porque se apodera dos bens que lhe são confiados paraadministrar, como se tais bens constituíssem propriedade sua. Acumula esses bens, visandoexclusivamente a proveitos pessoais; restringe sua expansão, assenhoreia-se da terra cujacapacidade produtiva delimita e compromete. Enfim, todo o seu modo de agir com relação àpropriedade, que lhe foi confiada para administrar, é no sentido de monopolizá-la, segregá-la embenefício próprio, menosprezando assim os legítimos direitos do proprietário.Diante de tal irregularidade, o senhorio se vê na contingência de demiti-lo. Essa exoneração docargo verifica-se com a morte. Todo Espírito que deixa a Terra é mordomo demitido. A parábolafigura um, cuja prudência louva. E' aquele que, sabendo das intenções do amo a seu respeito ereconhecendo que nada lhe era dado alegar em sua defesa, procura, com os bens alheios aindaem seu poder, prevenir o futuro. E como faz? Granjeia amigos com a riqueza da iniqüidade, istoé, lança mão dos bens acumulados, que representam a riqueza do amo sob sua guarda, e, comela, beneficia a várias pessoas, cuja amizade, de tal forma, consegue conquistar.E o amo (Deus) louva a ação do mordomo (homem) que assim procede, pois esses a quem eleaqui na Terra beneficiara serão aqueles que futuramente o receberão nos tabernáculos eternos(paramos celestiais, espaço, céu, etc).O grande ensinamento desta importante parábola está no seguinte: Toda riqueza é iníqua. Nãohá nenhuma legítima no terreno das temporalidades. Riquezas legítimas ou verdadeiras sãounicamente as de ordem intelectual e moral: o saber e a virtude. Não assiste ao homem odireito de monopolizar a terra, nem de açambarcar os bens temporais que dela derivam. Seudireito não vai além do usofruto. Como, porém, todos os homens são egoístas e queremmonopolizar os bens terrenos em proveito exclusivo, o Mestre aconselha com muita justeza que, aomenos, façam como o mordomo infiel: granjeiem amigos com esses bens dos quais ilegalmentese apossaram.A parábola vertente contém, em suma, uma transcendente lição de sociologia, encerrando umlibelo contra a avareza e belíssima apologia da liberalidade e do altruísmo, virtudes cardeais doCristianismo .Obedecem ao mesmo critério, acima exposto, estes outros dizeres da parábola: Quem é fiel nopouco, também é fiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiaráas verdadeiras? E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Não podeis servir
  a dois senhores: a Deus e às riquezas.E' claro que a riqueza considerada como sendo
o pouco, como sendo a iníqua  e a alheia, é aquela que consiste nos bens temporais; e a riqueza reputada como sendo o muito, como sendo o frutoda justiça e que constitui legítima propriedade nossa, é aquela representada pelo saber, pelavirtude, pelos predicados de caráter, numa palavra, pela evolução conquistada pelo Espírito nodecurso das existências que se sucedem na eternidade da vida.A terra não constitui propriedade de ninguém: é patrimônio comum. E, como a terra, qualqueroutra espécie de bens, visto como toda a riqueza é produto da mesma terra. Ao homem édado desfrutá-la na proporção estrita das suas legítimas necessidades. Tudo que daí passa ouexcede é uma apropriação indébita.Não se acumula ar, luz e calor para atender aos reclamos do organismo. O homem serve-senaturalmente daqueles elementos, sem as egoísticas preocupações de entesourar.O testemunho eloqüente e insofismável dos fatos demonstra que o solo, quanto mais dividido eretalhado, mais prosperidade, mais riqueza e paz assegura aos povos e às nações.
"Radix omnium malorum est avaritia."

Felicidade



 Felicidade
Existe a felicidade? Será ficção ou realidade? Se não existe, porque tem sido essa a aspiração detodas as gerações através dos séculos e dos milênios? Já não seria tempo de o homem desiludir-se? Se existe, porque não a encontram os que a buscam com tanto empenho?Que nos responda o poeta:"A felicidade está onde nós a pomos; e nunca a pomos onde nós estamos".Eis a questão. A felicidade é um fato desde que a procuremos onde realmente ela está, isto é,em nós mesmos.O desapontamento de muitos com relação à felicidade, desapontamento que tem geradoincredulidade e pessimismo, origina-se de a terem procurado no exterior, onde ela não está;origina-se ainda de a suporem dependendo de condições e circunstâncias externas, quando todo oseu segredo está em nosso foro íntimo, no labirinto dos refolhos de nosso ser.O problema da felicidade é de natureza espiritual. Circunscrito à esfera puramente material,jamais o homem o resolverá. O anseio de felicidade que todos sentimos vem do Espírito, sãoprotestos de uma voz interior.O erro está em querermos atender a esses reclamos por meio das sensações da carne e dagratificação dos sentidos. Daí a insaciabilidade, daí a eterna ilusão! O fracasso vem da maneiracomo pretendemos acudir ao clamor do Espírito. Ao rufiar de asas, respondemos com oescarvar de patas.A idéia da felicidade é tão real como a da imortalidade: aquela, porém, como esta, diz respeito àalma, não ao corpo. Ao Espírito cumpre alcançar a felicidade que está, como a imortalidade, -emsi mesmo, na trama da própria vida, dessa vida que não começa no berço nem termina notúmulo. A felicidade, neste mundo onde tudo é relativo, não exclui o sofrimento. Mesmo na dor, afelicidade legítima permanece atuando como lenitivo.De outra sorte, sofrer durante certo tempo e ver-se, depois, livre do sofrimento, já não seráfelicidade? O doente que recupera a saúde e o prisioneiro que alcança a liberdade já não sesentem, por isso, felizes? A saudade que nos crucia, não se transforma em gozo quando,novamente, sentimos palpitar, bem junto ao nosso, o coração amado?Não é bom sofrer para gozar? E' assim que, muitas vezes, a felicidade surge da própria dorcomo a aurora irrompe da noite caliginosa.O descanso é um prazer após o trabalho; sem este, que significação tem aquele? Assim afelicidade. Ela representa o fruto de muitos labores, de muitas porfias e de acuradas lutas. Venceré alcançar a felicidade. Podemos, acaso, conceber vitória sem refregas? Quanto mais árdua é apeleja, maior será a vitória, mais saborosos os seus frutos, mais virentes os seus louros.Para a felicidade fomos todos criados. "Quero que o meu gozo esteja em vós, e que o vosso gozoseja completo." As graças divinas estão em nós, mas não as percebemos. A vida animalizada quelevamos ofusca o brilho da luz íntima que somos nós mesmos. Vivemos como que perdidos,insulados, ignorando-nos a nós próprios. Encontrarmo-nos e nos reconhecermos como realmentesomos — eis a felicidade. Fugirmos da espiritualidade é fugirmos de nós mesmos. Querendo fruirprazeres sensuais, adulteramos nossa íntima natureza, resvalando para o abismo dairracionalidade. Desse desvirtuamento vem a dor, dor que nos chama à realidade da vida e nosconduz à felicidade.A alegria de viver é conseqüência natural de um certo estado de alma, e significa viverprofundamente ."Eu vim para terdes vida e vida em abundância". A verdadeira vida é sempre cheia de alegria; éum dia sem declínio, um sol sem ocaso. O céu é a região da luz sempiterna. A ele não iremos pelaestrada ensombrada de tristezas, luto e melancolia. O caminho que conduz à felicidade, resolvendoos problemas da vida, é estreito: não é escuro, nem sombrio. Estreito, no caso, significa difícil, masnão lúgubre.A alegria de viver nasce do otimismo, o otimismo nasce da fé. Sem fé ninguém pode ser feliz. Semfé e sem amor não há felicidade.As virtudes são suas ancilas. Haverá felicidade maior que nos sentirmos viver no coração deoutrem? "Pai, quero que eles (os discípulos) sejam um em mim, como eu sou um contigo." A fusão de nossa vida em outra vida é a máxima expressão da ventura. O egoísmo é o seu grandeinimigo. Alijá-lo de nós é dar o primeiro passo na senda da felicidade.Sendo a felicidade resultante de uma série de conquistas, é, por isso mesmo, obra de educação.Através da auto-educação de nosso Espírito, lograremos paulatinamente a felicidade verdadeira.O reino de Deus — que é o do amor, da justiça e da liberdade — está dentro de nós, disseJesus com o peso de sua autoridade. Descobri-lo, torná-lo efetivo, firmar em nós o império dessereino, vencendo os obstáculos e os embaraços que se lhe opõem — tal é a felicidade.Para finalizar, concedamos a palavra a Leon Denis, o grande apóstolo da Nova Revelação:Como a educação da alma é o senso da vida, importa resumir seus preceitos em palavras:Aumentar tudo quanto for intelectual e elevado. Lutar, combater, sofrer pelo bem dos homens edos mundos. Iniciar seus semelhantes nos esplendores de verdadeiro e do belo. Amar a verdade ea justiça praticar para com todos a caridade, a benevolência tal é o segredo da FELICIDADE , tal é oDever, tal é a Religião que o Cristo legou a Humanidade.

Livro: Em torno do Mestre- Vinícius

Paciência não se perde


"Pela paciência possuireis as vossas almas."
E' muito comum ouvirmos esta exclamação: perdi a paciência! Como sabem, porém, que per-deram a paciência? Porque quando precisaram daquela virtude para se manterem calmos eserenos não a encontraram consigo, e, por isso, exasperaram-se, praticaram desatinos, proferiramimpropérios e blasfêmias?Só pelo fato de não encontrarem em seu patrimônio moral aquela virtude, alegam logo que aperderam. Como poderiam, porém, perder o que não possuíam?Será melhor que os homens se convençam de que eles não têm paciência, que ainda não alcança-ram essa preciosa qualidade que, no dizer do Mestre insigne, é a que nos assegura a posse denós mesmos:
Pela paciência possuireis as 
vossas
almas.
E não pode haver maior conquista que aconquista própria. Já alguém disse, com justeza, que o homem que se conquistou a si mesmovale mais que aquele que conquistou um reino. Os reinos são usurpados mediante o esforço e osangue alheio, enquanto que a posse de si mesmo só pode advir do esforço pessoal, da porfiaenérgica e perseverante da individualidade própria, agindo sobre si mesma.Todos esses, pois, que vivem constantemente alegando que perderam a paciência, confessaminvoluntariamente que jamais a tiveram. Paciência não se perde como qualquer objeto de uso oucomo uma soma de dinheiro. Os que ainda não lograram alcançá-la, revelam essa falhaprecisamente no momento em que se exasperam, em que perdem a compustura e cometemdespautérios. Quando, depois, o ânimo serena, o homem diz: perdi a paciência. Não perdeu coisaalguma; não tenho paciência é o que lhe compete reconhecer e confessar.Ás virtudes, esta ou aquela, fazem parte de uma certa riqueza cujo valor imperecível Jesus en-carece sobremaneira em seu Evangelho, sob estas sugestivas palavras: Granjeai aquela riquezaque o ladrão não rouba, a traça não rói, o tempo não consome e a morte não arrebata. Taisbens são, por sua natureza,, inacessíveis às contingências da temporalidade, e não podem,portanto, desaparecer em hipótese alguma. Constituem propriedade inalienável e legitimamenteadquirida pelo Espírito, que jamais a perderá.Não é fácil adquirirmos certas virtudes, entre as quais se acha a paciência. A aquisição dapaciência depende da aquisição de outras virtudes que lhe são correlatas, que se achamentrelaçadas com ela numa trama perfeita. A paciência — podemos dizer — é filha da humildade e irmã da fortaleza, do valor moral. O orgulho é o seu grande inimigo. A fraquezade Espírito é outro obstáculo à conquista daquele precioso tesouro. Todos os movimentosintempestivos, todo ato violento, toda atitude colérica são oriundos da suscetibilidade do nossoamor próprio exagerado. A seu turno, os desesperos, as aflições incontidas, os estados dealucinação, os impropérios e blasfêmias são conseqüências de fraqueza de ânimo ou debilidademoral. A calma e a serenidade de ânimo, em todas as emergências e conjunturas difíceis davida, só podem ser conservadas mediante a fortaleza e a humildade de Espírito. E' essacondição inalterável de ânimo que se denomina
paciência.
Ela é incontestavelmente atestadoeloqüente de alto padrão moral.Naturalmente, em épocas de calmaria, quando tudo corre ao sabor dos nossos desejos,
parece 
quepossuímos aquele preciosíssimo bem. Os homens, quando dormem, são todos bons e inocentes.E' exatamente nas horas aflitivas, nos dias de amargura, quando suportamos o batismo de fogo,que verificamos, então, a inexistência da sublime virtude conosco.No mundo, observou o Mestre, tereis tribulações, mas tende bom ânimo: eu venci o mundo.Como ele venceu, cumpre a nós outros, como discípulos, imitá-lo, vencendo também. Cristo é o su-blime modelo, é o grande paradigma. Não basta conhecer seus ensinamentos, é preciso praticá-los. Daqui a necessidade de fortificarmos nosso Espírito, retemperando-o nos embates cotidianoscomo o ferreiro que, na forja, tempera o aço até que o torna maleável e resistente.A existência humana é urdida de vicissitudes e de imprevistos. Tais são as condições quehavemos de suportar como conseqüências do nosso passado. A cada dia a sua aflição — reza oEvangelho em sua empolgante sabedoria. Portanto, cumpre nos tornemos fortes paravencermos. Fomos dotados dos predicados para isso. Tudo que eu faço, asseverou o Mestre,
vós também podeis fazer. Se nos é dado realizar os feitos maravilhosos do Cristo de Deus, porquepermanecemos neste estado de miserabilidade moral? Simplesmente porque temos descurado aobra de nossa educação. A educação do Espírito é o problema universal.A obra da salvação é obra de educação, nunca será demais afirmar esta tese.A religião que o momento atual da Humanidade reclama é aquela que apela para a educaçãosob todos os aspectos: educação física, educação intelectual, educação cívica, educação mental,educação moral.A fé que há-de salvar o mundo é aquela que resulta desta sentença: Sede perfeitos como vossoPai celestial é perfeito

Livro; Em torno do Mestre- Vinícius

POUCOS SÃO OS OBREIROS


“Muitos são os chamados,
mas poucos os escolhidos.”
(Dos Evangelhos)
No auge da sua missão terrena, Jesus Cristo, ao deparar com a inconstância dos
seus contemporâneos no trato das coisas do Espírito, exclamou: “a seara é grande,
mas poucos são os trabalhadores”, o que o fez suplicar ao Pai que enviasse novos
obreiros para o campo do trabalho.
Esse problema da falta de seareiros já se tomou crônico. Muitos Espíritos,
antes de reencarnarem na Terra, assumem compromissos no sentido de desenvolver
determinadas tarefas, entretanto, quando aqui estão, já reencarnados, empolgam-se
com as coisas do mundo e esquecem-se dos compromissos assumidos, principalmente
devido às dificuldades que freqüentemente se encontram no caminho.
A história registra as atividades de numerosos obreiros do Senhor, que
estiveram na Terra e aqui desenvolveram tarefas relevantes, entretanto não nos dá
conta de muitos outros que aqui vieram em missão e que, assoberbados pelas coisas
mundanas, desviaram-se do caminho delineado e deixaram a missão por realizar.
Isso se aplica, obviamente, às missões e tarefas que são desenvolvidas em
todos os setores de atividade humana, quer no terreno político, no social, no religioso,
no científico e em todos os demais.
Muitos condutores de povos, por exemplo, recebem a incumbência de unificar
nações, proporcionando-lhes paz, bem-estar e progresso; no entanto, aqui na Terra,
após terem conquistado esses objetivos, tornam-se orgulhosos opressores e vaidosos
tiranos, transformando-se em autênticos emissários do ódio e da vingança, antítese
perfeita daquilo que pretendiam realizar.
Numerosos chefes religiosos descem à Terra com a incumbência de
propugnarem pelo restabelecimento da Verdade. Como Espíritos desencarnados
animaram-se do propósito de contribuir para que a palavra divina fizesse morada em
todos os corações. Aqui reencarnados, tornam-se sistemáticos opositores das idéias
novas, inimigos figadais dos renovadores, passando a detestar tudo aquilo que venha
a solapar os princípios que defendem.
Apreciável contingente de Espíritos, quando obtêm do Alto a permissão para
aqui reencarnarem, premeditam socorrer a pobreza, enxugar lágrimas, suavizar dores,
principalmente dos pequeninos da Terra; no entanto, quando aqui renascem, tornamse
orgulhosos, egoístas e antifraternos, colocando suas conveniências pessoais acima
dos sofrimentos alheios, movendo-se exclusivamente no sentido de conquistar fama e
ouro; outros, antes de reencarnarem, predispõem-se a defender os menos favorecidos,
a propugnar pelo restabelecimento da justiça. Na Terra, entretanto, tornam-se
coniventes com o erro, com a injustiça situando seus interesses mais imediatos acima
de quaisquer princípios de eqüidade e de solidariedade.
Quando esteve na Terra, Jesus Cristo manteve contato com muitas pessoas que
desejavam segui-lo, as quais, ao tomarem conhecimento daquilo que era necessário
fazer, desistiram prontamente da idéia. Um moço rico que cumpria rigorosamente
todos os mandamentos, ao receber do Senhor um generoso convite para “vender tudo
quanto tinha e dar o dinheiro aos pobres”, retirou-se amargurado e cabisbaixo,
preferindo antes continuar a deleitar-se com as vantagens que a riqueza terrena
oferecia.
A Parábola do Festim das Bodas é bastante elucidativa. Nela deparamos com
diversas pessoas que receberam efusivo convite para tomarem parte num banquete
que simbolizava o Reino dos Céus. Todos se furtaram a comparecer, alegando várias
razões de natureza material, por isso o salão onde deveria se realizar o banquete ficou
vazio.
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Em seguida foi formulado um convite mais generalizado, extensivo aos coxos
e paralíticos e aos homens de todas as categorias. O salão ficou repleto, mas mesmo
assim o Senhor teve que afastar alguns que não haviam se revestido com as “vestes
nupciais”, que, não compreendendo o significado do chamamento, não haviam se
reformado interiormente, o que levou o Senhor a exclamar: “muitos são os chamados,
mas poucos os escolhidos”.
Anteriormente a Jesus Cristo, o generoso convite dos Céus foi formulado com
especialidade ao povo de Israel. Este não soube corresponder, preferindo antes
deleitar-se com a aspiração de conquistar a terra de Canaã. Mais tarde, face à recusa
dos judeus, os quais pela obstinação haviam perdido até a própria pátria, o convite foi
ampliado a todas as comunidades da Terra, mas mesmo assim o resultado não foi dos
mais promissores, pois “muitos continuam a ser os chamados, mas poucos os
escolhidos”

Padrões Evangélicos- Paulo Alves de Godoy

O CIRENEU E O SAMARITANO


“E constrangeram um certo Simão
Cireneu, pai de Alexandre e de Rufo, que
por ali passava, vindo do campo, a que
levasse a cruz.”
(Marcos, 15:21)
“E, quando saíam, encontraram um
certo homem cireneu, chamado Simão, a
quem constrangeram a levar a sua cruz.”
(Mateus, 27:32)
“Descia um homem de Jerusalém
para Jericó, e caiu nas mãos dos
salteadores, os quais o despojaram, e,
espancando-o, se retiraram, deixando-o
meio morto. E ocasionalmente descia pelo
mesmo caminho certo sacerdote; e, vendoo,
passou de largo. E de igual modo
também um levita, chegando àquele lugar,
e, vendo-o, passou de largo. Mas um
Samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé
dele, e, vendo-o, moveu-se de íntima
compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as
feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e
pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o
para uma estalagem e cuidou dele. E,
partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e
deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida
dele; e tudo o que de mais gastares eu to
pagarei quando voltar.”
(Lucas, 10: 30-35)
Embora o Cireneu tenha sempre sido tomado como paradigma para a ação de
se auxiliar, voluntariamente, o nosso próximo, o fato é que não houve espontaneidade
no ato, pois, segundo os evangelistas Marcos e Mateus, a ajuda de Simão foi
compulsória: ambos afirmam que houve constrangimento.
O Evangelho de João silencia sobre essa ocorrência. Lucas, por sua vez,
embora não falando em constrangimento, afirma que “tomaram um certo Simão,
cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse
após Jesus”, o que redunda na mesma coisa, pois os verbos usados na descrição

deixam transparecer que não houve iniciativa própria do Cireneu em querer auxiliar o
Mestre.
Longe de nós a idéia de querer subtrair a Simão Cireneu o mérito que lhe tem
sido concedido no decurso dos séculos, entretanto queremos apenas frisar que,
quando não há um impulso natural numa ação, o seu mérito fica sensivelmente
diminuído, e preferimos, quando se quer acenar com um paradigma para uma ação
espontânea, completa em todas as direções, sem limitações, que se tome como
bandeira a figura exponencial do Bom Samaritano.
O Samaritano, segundo a descrição de Lucas (10:30-35), encontrou o homem
moribundo à margem da estrada, moveu-se de íntima compaixão, prestando-lhe todo
o socorro que lhe havia sido negado pelo sacerdote e pelo levita que por ali haviam
passado: desceu do cavalo, fez curativos em seus ferimentos, deu-lhe alimento,
colocou-o sobre a sua cavalgadura, fazendo a caminhada a pé, devagarinho, até uma
pousada, onde propiciou-lhe todo o conforto, prontificando-se a indenizar o
hospedeiro por todos os gastos havidos e por aqueles que viessem a ser necessários.
O Samaritano ajudou realmente o ferido a levar a cruz dos seus sofrimentos.
Há, consequentemente, uma diversidade enorme entre as ações desenvolvidas
pelo Cireneu e pelo Samaritano, pois, enquanto na primeira houve constrangimento, a
segunda foi ampla, irrestrita, espontânea e partida do coração.
Tudo sugere que os algozes de Jesus Cristo, temendo que Ele viesse a
desfalecer na rude jornada rumo ao Calvário, sob o peso tremendo do madeiro
infamante, resolveram coagir o Cireneu a ajudá-lo, pois não queriam perder o
espetáculo adredemente preparado de ver o Senhor crucificado entre dois ladrões, o
que viria, segundo a interpretação dos interessados na sua morte, justificar. perante as
massas, aquele inqualificável homicídio.
A história nos dá conta de muitos casos de condenados que, acometidos de
enfermidades graves ou tentando o suicídio para fugir aos horrores do suplício, são
tratados com o máximo empenho e reintegrados em pleno gozo de saúde, para depois
serem submetidos às torturas do gênero de morte estabelecido na condenação.
Os fariseus, os escribas e os principais dos sacerdotes não toleravam a idéia da
morte física do Messias de modo prematuro; como decorrência, não trepidaram em
forçar o Cireneu, que vinha do campo, a secundar o Senhor no transporte da cruz,
pois só assim teriam a certeza de que o drama do Calvário seria consumado em todos
os pormenores.

Padrões Evangélicos- Paulo Alves de Godoy

ÉS MESTRE DE ISRAEL E IGNORAS ISTO?


“Não te maravilhes de ter dito: necessário vos é
renascer de novo.
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz:
mas não sabes donde vem. nem para onde vai, assim é
todo aquele que é nascido do Espírito.
“Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode
ser isso?
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és Mestre de
Israel e não sabes isto?”
(João. 3:7-10)
O velho Nicodemos, fariseu e principal entre os judeus, tomou conhecimento
das pregações que Jesus Cristo fazia em sua cidade e entusiasmou-se com algumas
idéias novas contidas na Revelação.
Uma velha dúvida dormitava em sua alma: “Como é possível o renascimento
de um Espírito em novo corpo?”. Por isso, deliberou procurar o Messias para que ele lhe dirimisse aquela dúvida.
O prestígio de Nicodemos entre os fariseus era grande, e isso fez com que repelisse a idéia de procurar o Mestre durante o dia, quando na companhia dos
apóstolos, ou no seio do povo. Não conseguindo sopitar a ânsia de que o seu Espírito estava possuído, de penetrar no âmago do dogma da Ressurreição, esposado pelos
judeus, resolveu procurar o Senhor altas horas da noite.
Ali chegando, saudou-o: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus,
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. Em seguida, ao travar-se um diálogo entre ambos, o velho fariseu sondou Jesus em torno
da dúvida que se aninhara em seu Espírito.
O Messias explicou-lhe então que “quem não renascesse da água (a água, entre os judeus, era sinônimo de matéria, de corpo) e do Espírito, não poderia entrar no reino dos Céus”. Quem não renascesse em Espírito, em novos corpos,
aprimorando-se através da aquisição de virtudes santificantes, no desenrolar das vidas sucessivas, jamais poderia enquadrar-se nas normas exigidas para a integração e vivência no estado consciencial conhecido por Reino dos Céus.
Mas o velho fariseu não compreendeu o ensinamento e redargüiu: “Como é possível um homem, sendo já velho, nascer de novo como criança?”, ao que Jesus
retrucou: “Tu és Mestre de Israel e não sabes isto?”
Os Mestres de Israel, os chamados Doutores da Lei, ou Escribas, quando do advento de Jesus, fizeram causa comum com os fariseus, e, com eles, se tomaram os
mais acirrados inimigos da Nova Revelação, pois não podiam conciliar a idéia de um humilde filho de carpinteiro falar-lhes das coisas de Deus com conhecimento de
causa e discorrer em torno das leis religiosas, que passaram a ser analisadas sob um novo prisma.
Nicodemos não estava preparado para entender Jesus, assim como também não o estava a maioria dos seus contemporâneos, principalmente os participantes da casta
privilegiada dos fariseus. Jesus veio revelar uma Doutrina aos pequeninos da Terra, o que levou o, numa explosão incontida de júbilo, a exclamar:
“Graças te dou, ó Pai, por teres revelado estas maravilhosas aos pequeninos da Terra, e as ocultado aos grandes e potentados”, A maior parte dos grandes e
potentados não estava preparada para assimilar aqueles ensinamentos ou perceber o sentido verdadeiro da missão desenvolvida pelo Mestre Nazareno, e Nicodemos
estava entre eles.
A exemplo do que sucedia naqueles tempos, existem na Terra muitos Nicodemos, que não percebem a luz da verdade, tornando-se autênticos cegos que
não querem ver, ou surdos que não querem ouvir. Muitos dos que se arrogam o título de Mestre, e que gostam “de ocupar os primeiros lugares e serem saudados em praça pública”, segundo o dizer judicioso dos Evangelhos, preferem manter-se recalcitrantes na observância de vãs tradições, defendendo velhos dogmas religiosos,refutando verdades novas que surgem de todos os quadrantes, mesmo que venham do Alto, oriunda dos nossos maiores da Espiritualidade.
Por isso, afirmou o Mestre enfático, diante da ignorância que Nicodemos demonstrava em torno da Lei da Reencarnação:
“Se vos falei das coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?

Padrões Evangélicos- Paulo Alves de Godoy

Allan Kardec e O Livro dos Espíritos

Allan Kardec e O Livro dos Espíritos

Outros estudiosos, lúcidos e sérios, empreenderam o tentame de interpretar o homem, elucidando os mistérios nos quais ele se encontrava oculto.
Através dos tempos foram realizadas pesquisas demoradas e aprofundada a sonda de averiguação no corpo ciclópico do conhecimento, buscando-se respostas.
Livros memoráveis foram escritos, abordando o fenômeno da vida e especialmente o ser pensante, significando um passo audacioso nas interpretações valiosas.
Ninguém, no entanto, logrou penetrar tanto nas causas geradoras da vida em si mesma conforme ele o conseguiu.
Sócrates contentou-se em ouvir o seu daimon.
Buda mergulhou em profundo silêncio, descobrindo a felicidade íntima.
Pitágoras construiu a sua escola de sabedoria iniciática em Crotona e transmitiu a técnica do conhecimento imortalista.
Os cristãos primitivos, que se celebrizaram pela busca e dedicação à verdade, defrontaram a Espiritualidade e apaziguaram-se.
Os santos da escatologia católica, em retiros, silêncios e sacrifícios, superaram-se, abrindo espaços para futuras experiências ditosas...
Dante Alighieri vislumbrou as paisagens post-mortem, fazendo grandioso legado à posteridade.
Allan Kardec, entretanto, encarou com coragem os fenômenos da vida e entregou-se por inteiro ao trabalho de demitizá-la dos tabus teológicos, das superstições da ingenuidade, dos arrazoados anticientíficos, que desfrutavam de cidadania cultural.
De princípio, sem parti pris, investigou com absoluta serenidade as manifestações mediúnicas, demandando as suas causas e procurando compreendê-las com o escalpelo da razão, fato após fato, buscando encontrar uma linguagem universal lógica, irrecusável, eliminando todas as hipóteses que não as enfrentassem com segurança.
Identificada essa causa, verificou a qualidade moral dos agentes propiciadores e suas consequências éticas profundas.
Refundiu, ante as sucessivas evidências, as conclusões estabelecidas de começo até quando confirmadas pela demonstração experimental que lhes concedeu legitimidade.
Restituiu a Deus a dignidade perdida ante a vulgar conceituação antropomórfica que os homens Lhe emprestaram e estudou as origens da vida, nos elementos espiritual e material, constitutivos do Universo, para proclamar o mecanismo da evolução num processo constante e irreversível, através das etapas sucessivas da reencarnação que atesta a Sabedoria Divina e propõe a todos os seres a fatalidade da perfeição relativa, que certamente alcançarão.
Passou pelo crivo da observação os antigos postulados religiosos e os analisou com os instrumentos de que dispunha, mediante a constante comunicação com os Espíritos, o que resultou na reformulação da ideia da morte, aniquilando em definitivo esse fantasma de que se utilizavam os fátuos das religiões e das crendices para concederem bênçãos e maldições ao talante da astúcia e do suborno mediante os bens perecíveis.
Allan Kardec situou Jesus no Seu devido lugar como o ser mais perfeito que Deus ofereceu aos homens para servir-lhes de modelo e guia, tornando-O o amigo e irmão mais sábio, que nos ensinou a técnica da felicidade, sem fugir, Ele mesmo, à exemplificação até o holocausto, justo e simples, mestre e companheiro de todas as criaturas.
Enquanto permaneciam os ditames impostos pela presunção dos teólogos, confundindo as leis civis, transitórias, com as leis divinas, Kardec apoiou-se na lei natural – o amor – para lecionar deveres e responsabilidades iguais para todos os homens, que são os construtores do próprio destino.
Perscrutou os problemas decorrentes da exploração do homem pelo homem e recordou a igualdade de direitos e deveres, eliminando todo e qualquer privilégio de casta, credo, posição social e econômica, concedendo à caridade, envilecida pelo pieguismo e adulteração de finalidade, o seu verdadeiro sentido paulino e social, que propicia o socorro ao carente, de imediato, quando for o caso, promovendo-o em seguida, a fim de realizar-se na comunidade onde vive.
Abriu as portas para a investigação paranormal, pioneiro que permanece insuperado, pedagogo e psicólogo exemplar, equilibrado em todas as colocações apresentadas, que fazem de O Livro dos Espíritos, por ele escrito com a cooperação dos Mentores da Humanidade, uma Obra ímpar, que desafia o segundo século de publicação sem sofrer qualquer fissura no seu conteúdo, num período em que todo o conhecimento sofreu contestação e alterou a face cultural da Terra.
O Livro dos Espíritos, desse modo, não é apenas a pedra angular sobre a qual se ergue a Doutrina Espírita, mas, também, é o tratado de robusta estrutura para orientar a Economia, a Sociologia, a Psicologia, a Embriologia, a Ética, então desvairadas, elucidando a Antropologia, a Biologia, a Fé, cujos fundamentos necessitavam da preexistência e sobrevivência do ser inteligente, que o Espiritismo comprovou e tornou acessível a todo examinador consciente e responsável.
Assim, sem O Livro dos Espíritos, com seus parâmetros soberanos e esclarecedores, não existe Doutrina Espírita, tanto quanto sem Allan Kardec não existiria esse colosso granítico demarcador da Humanidade, que é O Livro dos Espíritos, que o porvir bendirá, tornando-se manual iluminativo para as consciências do presente e do futuro.
Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
Em 03.01.2011.

Anencefalia

Anencefalia

Nada no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais diversificadas se apresentem.
O Espírito progride através das experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
*   *   *
É inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
... E quando a Humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
*   *   *
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece amiúde, se também o matarias.
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica
de 11 de abril de 2012, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em
Salvador, Bahia.
Em 14.04.2012.
 

Passeterapia

Passeterapia

Restituí a saúde aos doentes...
Mateus, 10:8.
 
A proposta de Jesus para que os seus discípulos se aplicassem ao ministério da cura das enfermidades, que afligem as criaturas humanas, encontra suporte abençoado na terapia através dos passes.
A transmissão da energia constituída por raios psíquicos-magnéticos está ao alcance de todas as criaturas que se queiram devotar à ação do bem.
O dom de curar  não constitui privilégio de ninguém, embora algumas pessoas sejam mais bem aquinhoadas dos recursos energéticos destinados a esse fim.
Desejando contribuir em favor da saúde do seu próximo, cabe ao interessado equipar-se dos recursos hábeis para o desiderato.
Inicialmente, o desejo sincero de servir torna-se-lhe fundamental para o empreendimento a que se propõe. Interessado em adquirir o conhecimento para lograr os resultados melhores, cabe-lhe conhecer a natureza humana, a constituição orgânica e os fulcros de energia no corpo físico bem como no espiritual, assim como as leis dos fluidos, desse modo, equipando-se com os elementos valiosos indispensáveis ao tentame.
Em seguida, torna-se necessária a consciência do contributo que deve oferecer, trabalhando os sentimentos da simpatia, da amizade e da compaixão, a fim de envolver o enfermo em ondas de energia favorável à sua recuperação.
Cuidados especais são-lhe imprescindíveis, tais como a higiene física e mental, mediante os hábitos superiores da oração e dos bons pensamentos, cultivando as ideias edificantes, reflexionando em páginas portadoras de conteúdos morais relevantes, para servirem de sustentáculo emocional ao equilíbrio.
A mente é a fonte geradora da energia que procede do Espírito e se transforma em ação. Todo e qualquer investimento inicia-se na sede da alma, transformando-se em ideia e corporificando-se em ato.
Pensar corretamente, cultivando os ideais do amor, da fraternidade e do bem, são a regra áurea para uma existência saudável e, portanto, para ser repartida em favor daqueles que se encontram em situação menos favorável.
Adotando atitudes morigeradas e evitando qualquer tipo de comportamento esdrúxulo ou carregado de misticismo, o passista deve manter-se sempre sereno e em condição de sintonia com os abnegados mentores do Mais Além.
A iniciativa do bem nasce no sentimento da criatura humana e encontra ressonância na Espiritualidade que, de imediato, se faz presente através de nobres Amigos dedicados ao labor da misericórdia e do progresso.
Naturalmente, à medida que o passista se afeiçoa à atividade e adquire autoconfiança, mais facilmente registrará as presenças dos nobres guias espirituais que passarão a supervisionar-lhe a tarefa, predispondo-se ao auxílio valioso com segurança por seu intermédio.
O passista é alguém que opta pelo edificante serviço de ajuda ao próximo por ocasião da sua problemática no campo da saúde. Mas, não somente pode ser útil no período de enfermidade, quanto também nos processos de revitalização de energia dos que estão mais debilitados, assim como na renovação de entusiasmo e de forças para o prosseguimento da jornada reencarnacionista.
De igual modo, favorece a solidariedade por meio da conversação edificante, do aconselhamento fraternal, ensejando, a quem necessite, diretrizes dignas para o feliz desiderato existencial.
Trabalhando-se emocionalmente e cada vez mais conscientizando-se da responsabilidade assumida, é imperioso esforçar-se para adquirir e multiplicar os bônus de energia que possa doar. Tal recurso é conseguido como decorrência natural do esforço que empreende e da dedicação ao serviço socorrista.
De bom alvitre também, ter em mente que a investidura curativa não o imuniza contra os agentes do mal, as contaminações, os desgastes, os fenômenos perturbadores, as possíveis obsessões, os transtornos do cansaço e do mal-estar...
Todo indivíduo encontra-se sujeito às intercorrências da jornada empreendida, não havendo regime de exceção, e caso houvesse daria lugar a procedimentos de injustiça nos divinos códigos, privilegiando uns em detrimento de outros.
O trabalho é o campo especial de desenvolvimento dos valores adormecidos no ser, que se agiganta na razão direta em que empreende as atividades de enobrecimento moral e espiritual,.Desse modo, a ginástica para o Espírito é o contínuo labor em benefício da autoiluminação.
Para bem desincumbir-se, portanto, do mister aceito espontaneamente, é necessário ao passista desfrutar de saúde, especialmente moral, tanto quanto psíquica, emocional e física, a fim de poder transmiti-la com eficiência aos necessitados que o busquem.
Sempre que experimente, porém, algum mal-estar ou qualquer outra sensação desagradável durante a operação socorrista, é justo considerar que algo se encontra desajustado nele próprio, Por certo, deve estar intoxicado pelos resíduos de vibrações negativas, por tentativas de perturbações provindas de fora, por obsessão instalando-se...
Cabe-lhe suspender de imediato o concurso fraternal e, mentalmente, em clima de calma, sem qualquer prática externa, concentrar-se, e, pelo pensamento, procurar eliminar as energias deletérias, expulsando-as das áreas em que se encontram localizadas, fazendo-as sair pelas extremidades inferiores...
Noutras circunstâncias, é de bom alvitre, antes da aplicação dos passes nos enfermos, fazê-la em si próprio através dos recursos mentais de que é portador.
A irrestrita confiança em Deus, conectando-se às Fontes da Vida, proporcionará a correta captação de forças psíquicas e fluídicas que serão transmitidas aos sofredores, auxiliando-os na necessária recuperação.
Em qualquer cometimento, portanto, de natureza espiritual, são indispensáveis o amor e a caridade como recursos transcendentes para os bons resultados do labor em desenvolvimento.
Conscientizando-se de que sempre transitará na faixa vibratória dos próprios pensamentos e atos, a manutenção dos valores otimistas e edificantes torna-se de vital significado.
Restituí a saúde aos enfermos – propôs Jesus – enfermos, que somos ainda quase todos, nEle, o Sublime Psicoterapeuta, encontramos o apoio necessário a fim de servirmos com abnegação, certos de que ao largo do tempo conseguiremos a saúde integral.
 
Manoel Philomeno de Miranda
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
da noite de 19 de janeiro de 2009, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 05.12.2011.
 
   

Vida e Valores (O repouso necessário)

Vida e Valores (O repouso necessário)

Na Terra nós estamos submetidos a várias leis: às leis que regem o mundo físico, à lei do magnetismo, à lei da atração gravitacional, às leis da eletricidade, todas as leis que movimentam o nosso mundo. São as leis físicas, digamos assim.
Mas, também estamos movidos às Leis Morais. Aquelas leis que regem o mundo da alma, o mundo da consciência, o nosso mundo da ética interna. E é exatamente nesse grande mundo das Leis Morais que vamos encontrar uma lei importantíssima para nossa vida na Terra. É a Lei do Trabalho.
Essa Lei do Trabalho nos leva a entender que toda a ocupação útil é trabalho. Naturalmente, toda ocupação útil tem que ser útil para o bem geral. Não se imagina uma coisa útil negativamente. É uma coisa útil que tem utilidade para todos, para nós e para todos.
Então, não é problema pensar que nós temos que trabalhar. Estamos na Terra e precisamos nos desenvolver.
O trabalho é uma forma importante com que a Divindade nos permite trocar os nossos conhecimentos, as nossas bagagens, as experiências que trazemos de outras existências corporais, aquilo que a alma armazenou em si.
Um é artista plástico, outro é cantor, outro é musicista, outro é engenheiro, outro é padeiro, outro é plantador, é lavrador, cada qual com sua habilidade.
Oferecemos isso à sociedade e a sociedade, em troca, nos recompensa com aquilo que chamamos salário, nosso soldo, nossa remuneração. Até aí tudo está bem.
O que não podemos esquecer é que, quando se perguntou aos Bons Espíritos, aos Guias da Humanidade, qual era o limite do trabalho, eles ripostaram dizendo que o limite do trabalho é o limite das forças.
O que nos leva a entender que nós vamos trabalhar até onde nosso corpo suporte, até onde nossa mente resista, até onde consigamos servir sem nos atormentar, sem nos aturdir.
Por isso então, se trabalhamos além daquilo que o corpo suporta, que a mente resiste, entramos numa onda de desgaste, de estiramento, que passamos a chamar de estresse.
Os estresses são sempre negativos porque nos levam a processos de fobias, de depressões, de emoções exacerbadas, de irritabilidade, de agressividade.
Os estresses são capazes de fazer verdadeiro pandemônio em nossas vidas.
Então a Divindade que é perfeita, a Inteligência Suprema do Universo, estabeleceu, ao lado da Lei do Trabalho, a Lei do Repouso.
É importante que tenhamos essa consciência de que não estamos no mundo apenas para trabalhar como workaolics, como criaturas viciadas em trabalho, neuroticamente envolvidas no trabalho e, se não trabalharmos, não seremos felizes.
Porque Deus estabeleceu que caberia a cada qual de nós respeitar os limites do seu corpo, respeitar os degraus de sua mente e partir para o repouso sempre que isso se fizesse necessário.
Então vale a pena sentir, vale a pena aquilatar o quanto nós estamos trabalhando para ganhar a vida, para ganhar dinheiro, para melhorar as nossas condições sócio-econômicas.
Mas não podemos descurar da nossa saúde física, da nossa saúde mental, do nosso equilíbrio espiritual. Nada de trabalharmos excessivamente, até entrarmos numa linha atormentadora de estresse. Não há nenhuma necessidade.
Precisamos trabalhar no limite das forças. E é por essa razão mesma que nós aprendemos que precisamos trabalhar e repousar.
A sociedade estabeleceu os dias úteis, aqueles dias em que nós trabalhamos afanosamente, e os dias de repouso, os feriados, o sábado e domingo.
A lenda bíblica diz que Deus criou o mundo em seis dias e que no sétimo dia teria descansado. Naturalmente não se pode pensar nessa questão de descanso por parte do Criador.
O que nós aprendemos é que esses seis dias da criação se referem aos períodos geológicos pelos quais o nosso planeta passou.
Mas uma coisa é verdade, tenha descansado ou não, o Criador nos conduz a trabalhar e repousar.
Porque nós temos uma limitação orgânica, temos uma capacidade própria. Se ultrapassarmos essa capacidade vamos sofrer, em termos mentais, um curto circuito.
Vamos sofrer em termos corporais um processo de debacle, de amolentamento, de enfermidades, de patologias decorrentes dessa excessiva exigência que possamos fazer ao nosso corpo físico.
Por isso, vale a pena pensar que se é da Lei Divina que tenhamos que trabalhar, se gostamos de trabalhar para ter a liberdade em nossa vida, ganhar nosso dinheiro, nosso próprio salário, não deveremos perder de vista, e não temos porque perder de vista a importância de descansar, de repousar. Mas ter o cuidado para que o nosso repouso não se equipare à preguiça.
Repouso e preguiça têm paredes contígüas.
* * *
Cada vez que nós pensamos nessa parede contígüa entre descanso e preguiça ou nessa cortina muito tênue entre uma coisa e outra, ficamos a imaginar como é que os Espíritos Superiores, os Espíritos Angélicos repousam. Ou será que não repousam?
Aprendemos com esses seres Superiores que a forma que as almas mais gabaritadas, mais iluminadas, aquelas que vão vencendo as diversas condições do mundo, as atrapalhações da Terra e as necessidades materiais, descansam de uma forma muito inusitada: mudando de atividades.
É comum que, aqui na Terra, entre nós, muita gente nos diga isso. Quando desejam descansar, trocam de atividades, e ao trocar de atividades relaxam a mente daquela pressão, daquela tensão que estavam vivendo antes.
Digamos que tenhamos um trabalho braçal, que nos cansa os músculos, que nos desgasta o corpo físico. Depois nós vamos ouvir uma música, vamos assistir a um filme, vamos disputar algum torneio mental de uma brincadeira ligeira, palavras cruzadas, uma leitura simples.
Aqueles que vivem com trabalho intelectual muito exigente e têm que ficar o tempo todo concentrados em textos, em livros, em correções de trabalhos, em maquetes, em projetos, ocupados com a mente ali detida, poderão fazer o contrário para descansar: jogar tênis, basquete, futebol, vôlei, ir à praia, correr, caminhar.
Então é importante que nós tenhamos uma saída bastante plausível para que a alma respire.
Há muita gente que trabalha nos seus escritórios durante a semana e, nos finais de semana, gosta de cuidar de jardins. São hobbys. Outros gostam de consertar sapatos, costurar, são outros hobbys.
E, a partir disso, vamos vendo quanto é que as criaturas conseguem gradativamente, depois do seu trabalho estafante, a bênção do descanso, do repouso.
Muita gente que, durante a semana inteira, come em restaurantes, se alimenta fora de casa, quando chega em casa, nos finais de semana ou num feriado, gosta de ir para a cozinha, liberar a secretária doméstica, liberar a esposa e o grande prazer relaxante é cozinhar.
Vamos encontrando as mais variadas, as mais diversificadas possibilidades da criatura descansar.
O que Jesus Cristo nos recomenda através das lições dos Imortais é que, para cada período trabalhado, nós possamos ter um período de repouso, de refazimento das forças físicas e mentais.
Há um livro notável de Allan Kardec, O Evangelho Segundo o Espiritismo, e nas suas páginas vamos achar a necessidade de cuidar do corpo e do Espírito.
Do mesmo modo que o corpo precisa ser bem acompanhado, bem cuidado, para que se preste àquela missão que nos trouxe à Terra, àqueles comprometimentos que nos trouxeram ao mundo, às lutas expiatórias, às nossas provações, ao nosso aprendizado e crescimento, também é importante que não descuidemos do Espírito.
Volta e meia assistir a um concerto, assistir a um teatro, a um balé, assistir a uma coisa que nos dê estesia à alma. Participar de uma exposição, visitar uma feira, uma bienal de livro, uma bienal de arte, seja o que for, mas que nós nos sintamos criaturas privilegiadas, arejadas por aquela dimensão que se apresentou para nós.
Por isso trabalhar é fundamental. O trabalho é a expressão de Deus entre nós.
Jesus Cristo ensinou que o Pai trabalha sempre, que Ele trabalha igualmente. Nada obstante, os Espíritos que respondem em Seu nome nos disseram que, ao lado da Lei do Trabalho, o contraponto é a Lei do Repouso.
Já que o trabalho é toda ocupação útil e que deveremos desenvolver essas ocupações úteis até o limite das forças, quando essas forças chegarem ao seu limite, é preciso buscar o repouso, dormir o número de horas que sejam suficientes para refazer o nosso corpo físico, sem que nisso esteja incursa a preguiça, a má vontade.
Se tivermos que levantar cedo para atender à nossa profissão, não há outro jeito, levantaremos cedo.
Mas, sempre que pudermos nos acomodaremos mais cedo, iremos dormir mais cedo, dando conta do tempo que o organismo precisa para se refazer.
E é desse modo, então, que a vida da Terra, a nossa experiência corporal no mundo, atrelando trabalho e repouso, nos levará a essa felicidade íntima de quem soube produzir, de quem soube crescer, sem se tornar suicida, na exploração indevida do próprio corpo.
Daí, vale a pena pensar que se Deus trabalha incessantemente, se Jesus Cristo, como Seu Filho Maior entre nós, trabalha também, cabe-nos nos servir do trabalho sem perder de vista as bênçãos do repouso físico.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 115, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 20.07.2008.
Em 25.08.2008.

Vida e Valores (Valorize seu dia: violência cotidiana)

Vida e Valores (Valorize seu dia: violência cotidiana)

É curioso notar como nos estarrecem as notícias que as mídias projetam em torno da violência.Em toda parte as notícias dos crimes, das guerras nos causam verdadeiro estupor.

É muito comum que as pessoas registrem tudo isto com uma certa dose de angústia, como se o mundo estivesse de mal a pior.

E, quando pensamos nessas questões da violência, que a televisão mostra, que as emissoras de rádio, que os jornais escritos apresentam; quando pensamos nessa violência que está nos filmes, nas telenovelas, que está em toda parte na sociedade, sentimos um aperto muito grande no coração.

Afinal de contas, que mundo é este? Em que mundo nós estamos vivendo?

Esta é uma pergunta crucial, porque quando nos perguntamos, que mundo é este, em que mundo estamos vivendo, não podemos esquecer que nós fazemos parte deste mundo. Não é um mundo lá fora, como se fôssemos dele independentes.

Este mundo no qual  estamos identificando tantas catástrofes de violência, tantas tragédias comportamentais, é o mundo que  estamos fazendo.

Por causa disso vale a pena nos perguntarmos: O que é que está acontecendo neste capítulo da violência no nosso cotidiano?

Não existe um único dia sequer que não tenhamos notícias de assassinatos, de homicídios, de estupros, de sequestros, de atentados em toda parte. Na sociedade mais próxima, onde estamos e na sociedade do mundo em geral. Parece que o ser humano adentrou caminhos nunca dantes trilhados.

Mas, isso não é bem verdade porque bastará que olhemos a História para percebermos que essa realidade da violência, nesses tempos que vivemos no mundo, é mais conhecida, mas não é uma coisa nova É mais divulgada, mas não é uma coisa recente.

Cabe-nos verificar de onde é que vem essa onda de violência tão terrível na nossa vida cotidiana.

É por causa disso que nos cabe ver como podemos fazer, agir, viver para dar conta desse quadro tão angustiante que aí está em nosso mundo.

Violência, violações, violar - todos esses verbos e substantivos expressam uma patologia da criatura humana. Expressam um tormento pelo qual passa o indivíduo.

Compete-nos identificar onde começa a violência e teremos surpresas muito curiosas ao percebermos, ao registrarmos que todo e qualquer processo de violência que explode na macrosociedade, que avança no mundo em geral, tem começo no indivíduo.

Sim, é no indivíduo que todo esse processo começa. Somos essencialmente portadores desse vírus da violência.

Quando pensamos nessa verdade, sentimos uma certa frieza na espinha, um calafrio que nos passa na espinha porque jamais imaginaríamos que toda essa onda de tormentos sociais, de sequestros, violências, mortes, estupros tivesse começo na nossa atitude pessoal.

Parece que estamos fazendo as coisas às escondidas, temos a sensação de que ninguém nos vê ou, muitas vezes, fazemos abertamente para que sejamos vistos. É a questão da adrenalina. Fazer alguma coisa errada no meio de tanta gente, produz uma adrenalina mas, ao mesmo tempo, indica um desequilíbrio.

É desse modo que a violência vai ganhando expressividade, que a violência vai se disseminando na sociedade em que vivemos. Ao pensarmos nessa disseminação da violência nos cabe cumprir aquilo que viemos à Terra fazer: dar boa conta da nossa administração existencial, dar boa conta de nossa vida, viver de tal modo que não sejamos nós os fatores pré-disponentes da violência. Que não carreguemos em nós essa força que promove a violência mas que consigamos, gradativamente, trabalhar num sentido oposto e verificar que a violência tem nascedouro em nós e, por isso, terá que encontrar seu término também em nós.

*   *   *

Se nos damos conta de que é no indivíduo que tem nascedouro a violência, fica muito mais explícita a sua origem e, naturalmente, a sua solução.

Em verdade,  todos precisamos nos dar conta dos quadros de violência dos quais fazemos parte.

A violência das palavras ásperas, das palavras grosseiras, a violência da pornografia. Falamos o que queremos como se todas as pessoas tivessem a obrigação de nos ouvir o verbo como a gente o queira expressar. E a vida não é bem assim. Se impomos a alguém ouvir-nos nas coisas ruins que queremos dizer,  estamos impondo às pessoas violentamente, as nossas ideias.

Se fazemos na nossa casa uma festa e porque estamos na nossa casa  ignoramos que os outros vizinhos também estão nas suas casas, fazemos barulho até a hora que  bem entendamos porque os outros terão que nos aceitar assim,  é violência. Porque se temos direito a fazer barulho em nossa casa, os nossos vizinhos têm direito a ter silêncio em suas casas.

Começamos a nos aperceber das atitudes violentas junto à família: o esposo machista, violento, grosseiro com a esposa; a esposa patologicamente feminista e que acha que a sua palavra tem que ser a última,  não ouve a mais ninguém; as agressões contra os filhos; a pancadaria; as brigas entre irmãos dentro de casa são aspectos os mais variados da violência no cotidiano.

Curioso é que não percebemos que isso é violência.

Parece-nos uma coisa muito normal, muito corriqueira nos agredirmos e depois, tudo parece voltar ao normal. Mas as coisas não voltam ao normal que estavam, nunca mais chegamos ao nível zero. Estamos sempre ajuntando lixo nas nossas relações.

E por causa disso mesmo a violência tem começo dentro de nós, estoura nas nossas relações, dentro de casa, no nosso trabalho, com as pessoas com as quais convivemos. Graças a isso é que, a cada dia, a violência urbana aumenta mais.

Parece que o problema da violência urbana é do Governo. Mas o governo da minha casa sou eu, o governo da minha rua sou eu, o governo do meu bairro somos nós.

Então, como fazer para mudar esse quadro que nos incomoda tanto?

Temos que apelar para esse processo de autoeducação. Precisamos aprender a voltar às origens da boa relação.

Saber o que falar perto de quem, respeitar senhoras, crianças, respeitar outras pessoas porque todas as vezes que nós dizemos o que queremos, diz o ditado popular,  ouvimos as coisas que não queremos e não gostamos.

Quando dizemos uma palavra de má qualidade, uma palavra de baixo calão, uma palavra indevida, instigamos a reação das pessoas, das que aceitam o que  dissemos e daquelas que se rebelam contra o que  dissemos.

É da microviolência, digamos assim, a violência do indivíduo, a violência de cada um que nasce a macroviolência.

É da nossa violência individual que advém a grande violência social, não tenhamos nenhuma dúvida.

Quando vemos, numa guerra, soldados se engalfinhando, a guerra não começou com os soldados, começou com cada um dos indivíduos que somaram energias envenenadas.

E essa energia envenenada, essas forças negativas vão impondo à sociedade o desbordar, o desaguar das nossas negatividades reunidas.

Muito mais do que podemos imaginar somos os agentes da violência no nosso cotidiano.

Muito mais do que podemos supor damos ensejo à violência urbana, comentando-a, divulgando-a, devorando essas notícias nos jornais, nas revistas que vendem a rodo o sangue pisado das vítimas sociais.

Quando começamos a fazer essas reflexões, quando partimos para esses entendimentos, agora parece que conseguimos encontrar a saída, a renovação pessoal, o esforço por nos apaziguar, o esforço por nos tranquilizar e fazer com que a cada dia, ao nosso redor, haja harmonia, haja paz.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 152,
apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da
Federação Espírita do Paraná. Programa gravado
 em julho de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 31 de maio de 2009.
Em 10.08.2009.