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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Uniões Enfermas


Se te encontras nas tarefas da união conjugal, recorda que ora a execução dos encargos em dupla é a garantia de tua própria sustentação.
Dois associados no condomínio da responsabilidade na mesma construção.
Dois companheiros compartilhando um só investimento.
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Às vezes, depois dos votos de ternura e fidelidade, quando as promessas se encaminham para as realizações objetivas, os sócios de base da empresa familiar encontram obstáculos pela frente.
Um deles terá adoecido e falta no outro a tolerância necessária.
Surge a irritação e aparece o ressentimento.
Em outras ocasiões, o trabalho se amplia em casa e um deles foge à cooperação.
Surge o cansaço e aparece o desapreço.
Hoje - queixas.
Adiante - desatenções e lágrimas.
Amanhã - rixas.
Adiante ainda - amarguras e acusações recíprocas.
Se um dos responsáveis não se dispõe a compreender a validade do sacrifício, aceitando-o por medida de salvação do instituto doméstico, eis a união enferma ameaçando ruptura.
*
Nesse passo, costumam repontar do caminho laços e afinidades de existências do pretérito convidando esse ou aquele dos parceiros para uniões diferentes. E será indispensável muita abnegação para que os chefes da comunhão familiar não venham a desfazer, de todo, a união já enferma, partindo no rumo de novos ajustes afetivos.
*
Entende-se claro que o divórcio é lei humana que vem unicamente confirmar uma situação que já existe e que, se calamidades da alma pendem sobre a casa, não se dispõe de outra providência mais razoável para recomendar, além dessa. Entretanto, se te vês nos problemas da união enferma e, principalmente se tens crianças a proteger, tanto quanto se te faça possível, mantém o lar que edificaste com as melhores forças do espírito.
Realmente, os casamentos de amor jamais adoecem, mas nos enlaces de provação redentora, os cônjuges solicitaram, antes do berço terrestre, determinadas tarefas em regime de compromisso perante a Vida Infinita. E, ante a Vida Infinita convém lembrar sempre que os nossos débitos não precisam de resgate, a longo prazo, pela contabilidade dos séculos, desde que nos empenhemos a solve-los em tempo curto, pelo crediário da paciência, a serviço do amor.
Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido. Caminhos de Volta. Espíritos Diversos. GEEM.

Pais


"E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:4.)
Assumir compromissos na paternidade e na maternidade constitui engrandecimento do espírito, sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o caráter divino.
Infelizmente, o Planeta ainda apresenta enorme percentagem de criaturas mal- avisadas relativamente a esses sublimes atributos.
Grande número de homens e mulheres procura prazeres envenenados nesse particular. Os que se localizam, contudo, na perseguição à fantasia ruinosa, vivem ainda longe das verdadeiras noções de humanidade e devem ser colocados à margem de qualquer apreciação.
Urge reconhecer, aliás, que o Evangelho não fala aos embriões da espiritualidade, mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis de receber-lhe o concurso.
Os pais do mundo, admitidos às assembléias de Jesus, precisam compreender a complexidade e grandeza do trabalho que lhes assiste. É natural que se interessem pelo mundo, pelos acontecimentos vulgares, todavia, é imprescindível não perder de vista que o lar é o mundo essencial, onde se deve atender aos desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram conferidos. Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confia às mãos, solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, criar os filhinhos e aperfeiçoá-los não é serviço tão fácil.
A maioria dos pais humanos vivem desviados, através de vários modos, seja nos excessos de ternura ou na demasia de exigência, mas à luz do Evangelho caminharão todos no rumo da era nova, compreendendo que, se para ser pai ou mãe são necessários profundos dotes de amor, à frente dessas qualidades deve brilhar o divino dom do equilíbrio.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 135.

Madalena

"Disse-lhe Jesus: Maria! - Ela, voltando-se, disse-lhe: Mestre!" - (JOÃO, capítulo 20, versículo 16.)
Dos fatos mais significativos do Evangelho, a primeira visita de Jesus, na ressurreição, é daqueles que convidam à meditação substanciosa e acurada.
Por que razões profundas deixaria o Divino Mestre tantas figuras mais próximas de sua vida para surgir aos olhos de Madalena, em primeiro lugar?
Somos naturalmente compelidos a indagar por que não teria aparecido, antes, ao coração abnegado e amoroso que lhe servira de Mãe ou aos discípulos amados...
Entretanto, o gesto de Jesus é profundamente simbólico em sua essência divina.
Dentre os vultos da Boa Nova, ninguém fez tanta violência a si mesmo, para seguir o Salvador, como a inesquecível obsidiada de Magdala. Nem mesmo "morta" nas sensações que operam a paralisia da alma; entretanto, bastou o encontro com o Cristo para abandonar tudo e seguir-lhe os passos, fiel até ao fim, nos atos de negação de si própria e na firme resolução de tomar a cruz que lhe competia no calvário redentor de sua existência angustiosa.
É compreensível que muitos estudantes investiguem a razão pela qual não apareceu o Mestre, primeiramente, a Pedro ou a João, à sua Mãe ou aos amigos. Todavia, é igualmente razoável reconhecermos que, com o seu gesto inesquecivel, Jesus ratificou a lição de que a sua doutrina será, para todos os aprendizes e seguidores, o código de ouro das vidas transformadas para a glória do bem. E ninguém, como Maria de Magdala, houvera transformado a sua, à luz do Evangelho redentor.
XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 92.

Hábitos Infelizes


Usar pornografia ou palavrões, ainda que estejam supostamente na moda.
Pespegar tapinhas ou cotucões a quem se dirija a palavra.
Comentar desfavoravelmente a situação de qualquer pessoa.
Estender boatos e entretecer conversações negativas.
Falar aos gritos.
Rir descontroladamente.
Aplicar franqueza impiedosa a pretexto de honorificar a verdade.
Escavar o passado alheio, prejudicando ou ferindo os outros.
Comparar comunidades e pessoas, espalhando pessimismo e desprestígio.
Fugir da limpeza.
Queixar-se, por sistema, a propósito de tudo e de todos.
Ignorar conveniências e direitos alheios.
Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do próximo.
Irritar-se por bagatelas.
Indagar de situações e ligações, cujo sentido não possamos penetrar.
Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessárias.
Contar piadas suscetíveis de machucar os sentimentos de quem ouve.
Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes.
Analisar os problemas sexuais seja de quem seja.
Deitar conhecimentos fora de lugar e condição, pelo prazer de exibir cultura e competência.
Desprestigiar compromissos e horários.
Viver sem método.
Agitar-se a todo instante, comprometendo o serviço alheio e dificultando a execução dos deveres próprios.
Contar vantagens, sob a desculpa de ser melhor que os demais.
Gastar mais do que se dispõe.
Aguardar honrarias e privilégios.
Não querer sofrer.
Exigir o bem sem trabalho.
Não saber agüentar injúrias ou críticas.
Não procurar dominar-se, explodindo nos menores contratempos.
Desacreditar serviços e instituições.
Fugir de estudar.
Deixar sempre para amanhã a obrigação que se pode cumprir hoje.
Dramatizar doenças e dissabores.
Discutir sem racionar.
Desprezar adversários e endeusar amigos.
Reclamar dos outros aquilo que nós próprios ainda não conseguimos fazer.
Pedir apoio sem dar cooperação.
Condenar os que não possam pensar por nossa cabeça.
Aceitar deveres e largá-los sem consideração nos ombros alheios.
XAVIER, Francisco Cândido. Sinal Verde. Pelo Espírito André Luiz. CEC.

Bem-aventurados os Que Têm Fechados os Olhos


NOTA. Esta comunicação foi dada com relação a uma pessoa cega, a cujo favor se evocara o Espírito de J. B. Vianney, cura d’Ars.
Meus bons amigos, para que me chamastes? Terá sido para que eu imponha as mãos sobre a pobre sofredora que está aqui e a cure? Ah! que sofrimento, bom Deus! Ela perdeu a vista e as trevas a envolveram. Pobre filha! Que ore e espere. Não sei fazer milagres, eu, sem que Deus o queira. Todas as curas que tenho podido obter e que vos foram assinaladas não as atribuais senão àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, volvei sempre para o céu o olhar e dizei do fundo do coração: "Meu Pai, cura-me, mas faze que minha alma enferma se cure antes que o meu corpo; que a minha carne seja castigada, se necessário, para que minha alma se eleve ao teu seio, com a brancura que possuía quando a criaste." Após essa prece, meus amigos, que o bom Deus ouvirá sempre, dadas vos serão a força e a coragem e, quiçá, também a cura que apenas timidamente pedistes, em recompensa da vossa abnegação.
Contudo, uma vez que aqui me acho, numa assembléia onde principalmente se trata de estudos, dir-vos-ei que os que são privados da vista deveriam considerar-se os bemaventurados da expiação. Lembrai-vos de que o Cristo disse convir que arrancásseis o vosso olho se fosse mau, e que mais valeria lançá-lo ao fogo, do que deixar se tornasse causa da vossa condenação. Ah! quantos há no mundo que um dia, nas trevas, maldirão o terem visto a luz! Oh! sim, como são felizes os que, por expiação, vêm a ser atingidos na vista! Os olhos não lhes serão causa de escândalo e de queda; podem viver inteiramente da vida das almas; podem ver mais do que vós que tendes límpida a visão!... Quando Deus me permite descerrar as pálpebras a algum desses pobres sofredores e lhes restituir a luz, digo a mim mesmo: Alma querida, por que não conheces todas as delicias do Espírito que vive de contemplação e de amor? Não pedirias, então, que se te concedesse ver imagens menos puras e menos suaves, do que as que te é dado entrever na tua cegueira!
Oh! bem-aventurado o cego que quer viver com Deus. Mais ditoso do que vós que aqui estais, ele sente a felicidade, toca-a, vê as almas e pode alçar-se com elas às esferas espirituais que nem mesmo os predestinados da Terra logram divisar. Abertos, os olhos estão sempre prontos a causar a falência da alma; fechados, estão prontos sempre, ao contrário, a fazê-la subir para Deus. Crede-me, bons e caros amigos, a cegueira dos olhos é, muitas vezes, a verdadeira luz do coração, ao passo que a vista é, com freqüência, o anjo tenebroso que conduz à morte.
Agora, algumas palavras dirigidas a ti, minha pobre sofredora. Espera e tem ânimo! Se eu te dissesse: Minha filha, teus olhos vão abrir-se, quão jubilosa te sentirias! Mas, quem sabe se esse júbilo não ocasionaria a tua perda! Confia no bom Deus, que fez a ventura e permite a tristeza. Farei tudo o que me for consentido a teu favor; mas, a teu turno, ora e, ainda mais, pensa em tudo quanto acabo de te dizer.
Antes que me vá, recebei todos vós, que aqui vos achais reunidos, a minha bênção. - Vianney, cura d'Ars. (Paris, 1863.)
NOTA. Quando uma aflição não é conseqüência dos atos da vida presente, devese- lhe buscar a causa numa vida anterior. Tudo aquilo a que se dá o nome de caprichos da sorte mais não é do que efeito da justiça de Deus, que não inflige punições arbitrárias pois quer que a pena esteja sempre em correlação com a falta. Se, por sua bondade, lançou um véu sobre os nossos atos passados, por outro lado nos aponta o caminho, dizendo: '“Quem matou à espada, pela espada perecerá", palavras que se podem traduzir assim: "A criatura é sempre punida por aquilo em que pecou." Se, portanto, alguém sofre o tormento da perda da vista, é que esta lhe foi causa de queda. Talvez tenha sido também causa de que outro perdesse a vista; de que alguém haja perdido a vista em conseqüência do excesso de trabalho que aquele lhe impôs, ou de maus-tratos, de falta de cuidados, etc. Nesse caso, passa ele pela pena de talião. É possível que ele próprio, tomado de arrependimento, haja escolhido essa expiação, aplicando a si estas palavras de Jesus: "Se o teu olho for motivo de escândalo, arranca-o."
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

Aborto e Justiça Divina


"O aborto provocado, mesmo diante de regulamentos humanos que o permitem, é um crime perante as Leis de Deus. "- Emmanuel (Leis de Amor, Cap. XI)
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O Espírito Emmanuel nos fala deste hediondo crime:
"Todavia, um crime existe mais doloroso, pela volúpia de crueldade com que é praticado, no silêncio do santuário doméstico ou no regaço da Natureza... Crime estarrecedor, porque a vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. "(Religião dos Espíritos, Cap. 17)
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"A insensibilidade humana na prática do aborto cruel mostra quanto estamos distantes das Leis Divinas, ainda mais quando as instituições dos códigos humanos criam leis aprovando o direito à mulher de negar a continuidade da vida a um ser que está desenvolvendo-se dentro de seu próprio organismo. "
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"O aborto provocado destrói não somente o corpo do bebê, mas também o santuário divino das formas humanas na mulher."
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"O aborto provocado não será crime ante a Justiça Divina, quando se tem por finalidade salvar a vida da mãe, quando seu organismo não possuir condições de dar seqüência ao desenvolvimento fetal. Vejamos em "O Livro dos Espíritos" a Questão 359:"
"Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvara segunda?
"Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe."
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"As conseqüências imediatas do aborto delituoso logicamente se refletem, primeiro e em maior grau, no organismo fisiopsicossomático da mulher, pois abortar é arrancar violentamente um ser vivo do claustro materno. "
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"O centro genésico, que é o santuário das energias criadoras do sexo e tem sua contraparte na organização perispiritual da mulher, com a prática do aborto condenável sofre desequilíbrios profundos, ainda desconhecidos da ciência terrena. O Espírito André Luiz em seu livro "Evolução em Dois Mundos" descreve os resultados no mundo psíquico da mulher que comete o aborto delituoso: "
"É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de prudução a tempo certo ." (Evolução em Dois Mundos, Cap. XIV - Parte II)
*
"O crime do aborto não é simplesmente o de destruir um corpo que está se formando, mas também o de interferir no direito do Espírito reencarnante que realmente está dando vida ao feto, pois a partir do momento da concepção, o Espírito passa a atuar profundamente no crescimento do embrião. Analisemos o que nos esclarecem os Espíritos Superiores em "O Livro dos Espíritos" , na Questão 344: "
"Em que momento a alma se une ao corpo? "
"A união começa na concepção mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até o instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus. "
*
"Como na organização fetal existe um Espírito administrando o seu crescimento em simbiose mental com a mãe, em realidade já é o dono desse corpo em formação, e em sã consciência a mulher gestante não poderá dizer que é dona do feto e faz dele o que lhe aprouver, pois ela já está trabalhando em parceria com um Espírito, filho de Deus como ela mesma, e com os mesmos direitos de possuir um corpo e de voltar à Terra. "
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"A mulher que cometeu aborto delituoso passa a sofrer conseqüências desagradáveis imediatas em seu próprio organismo, seja pelo surgimento de enfermidades variadas ou pelos processos sombrios da obsessão, em virtude da antipatia nascida no Espírito reencarnante, que vê seu tentame frustrado. Meditemos nas explicações de Emmanuel: "
"O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para as mães?
Resposta - O aborto oferece funestas intercorrências para as mulheres que a ele se submetem, impelindo-as à desencarnação prematura, seja pelo cáncer ou por outras moléstias de formação obscura, quando não se anulam em aflitivos processos de obsessão. "(Leis de Amor, Cap. IV)
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"Deus nos deixa com o livre-arbítrio para decidirmos se cometeremos ou não o hediondo crime do aborto, uma vez que somos responsáveis pelos nossos próprios atos. Mas Deus não dá a ninguém o direito de eliminar a vida de um ser que está em formação no organismo materno, pois este direito somente Ele o possui. Quem está patrocinando o renascimento de qualquer criança, antes de tudo, é DEUS. "
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"A maior luz e a maior força de Amor na maternidade é a de DEUS. "
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"A organização física e os elementos genésicos femininos e masculinos são criação de DEUS e todo o processo e formação da criança no ventre materno está sob a diretriz de Suas Leis. A participação da mulher na maternidade não é absoluta, mas parcial, pois a maior pertence a DEUS. Nossos filhos, antes de tudo, são filhos de DEUS, como esclarece o Espírito Emmanuel: "
"A mãe terrestre deve compreender, antes de tudo, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. "(O Consolador , Pergunta 189)
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"Observamos que, no processo expiatório do aborto cruel, as conseqüências mais infelizes permanecerão sempre com a mulher, quando sua prática nasce de sua única decisão. O remorso virá, mais cedo ou mais tarde, cobrando o reajuste. E também as reações psíquicas negativas do Espírito que deveria ser o futuro filho são resultantes quase que naturais, após o extermínio intra-uterino. André Luiz assim descreve o estado íntimo do Espírito frustrado em sua reencarnação:
"Isso ocorre não somente porque o remorso se lhe entranhe no ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e de desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. (Evolução em dois Mundos , Cap. XIV - Parte II)
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"Retira-se violentamente o organismo fetal do ventre materno, eliminando a vida física, mas não se consegue destruir o Espírito reencarnante, o qual, muitas vezes, permanece profundamente arraigado à tessitura perispirítíca da frustrada mãe, provocando os desequilíbrios mentais e dis unções orgânicas as mais diversas."
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"Não podendo extinguir-se a simbiose psíquica com a mesma brevidade com que se elimina a vida em gestação no ventre materno, sua natureza de permuta magnética muda-se totalmente, porque o Espírito reencarnante transforma-se no seu mundo íntimo, que antes era de alegria e esperança, para as emoções traumatizadas de desapontamento, ódio e vingança, por não concordar com a destmição de seu organismo em formação. Geralmente são Espíritos sofredores com grandes problemas a enfrentar e resolver, a quem as mães insensíveis, em geral, devem muito em virtude dos compromissos afetivos espezinhados em vidas passadas, e que agora a bênção da reencarnação chama para o reajuste do destino."
"É preferível deixá-los reencarnar e ser para nós filhos-problemas, trazendo lutas incessantes para o lar, pois os sofrimentos serão muito menores do que se estivessem no mundo espiritual, cultivando perseguição implacável, pelos fios da obsessão atormentadora. Em manuel em o livro "Vida e Sexo" nos esclarece:"
"Se, porém, quando instalados na Terra, anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje - e isso ocorre bastas vezes, em todas as comunidades da Terra - inimigos recalcados que se nos entranham a vida Intima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimentos e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalho e inquietação. "(Vida e Sexo , Lição 17)
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"As conseqüências desagradáveis do aborto delituoso podem ser imediatas e a longo prazo, principalmente para a mulher, seja no seu corpo físico, na atual existência, seja na vida espiritual após a morte, e também na próxima encarnação. Já analisamos o problema da obsessão por parte do Espírito reencamante que não pôde ser um filho na Terra. Vejamos agora as enfermidades na organização física da mulher, tendo como causa a prática do aborto. Esses desequilíbrios, que têm começo nesta existência, seguirão por muito tempo na organização psicossomática da mulher que engendrou o aborto cruel. Os desajustamentos do centro genésico no penspírito da mulher irão refletir-se em enfermidades graves do corpo físico, ao longo da existência terrena: "
"Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que venha a cometer semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos estes com os quais muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. E, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais. "(Ação e Reação, Cap. XV)
*
"Na vida corpórea, dificilmente percebemos que nossas enfermidades são resultados positivos de nossos deslizes diante da Lei Divina, mas na Vida Espiritual cada Espírito vê, sente e vive em si mesmo os reflexos negativos de seus pensamentos enfermiços, emoções inferiores e ações criminosas, praticadas na existência humana irresponsável. A miséria moral se estampa perfeitamente no mundo mental e tem como conseqüência a desorganização e a deformidade do corpo espiritual. E o que acontece com as mulheres que praticaram o aborto com plena liberdade e consciência do que estavam fazendo, segundo as declarações de André Luiz: "
"O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. "(Evolução em Dois Mundos, Cap. XIV - Parte II)
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"Para a mulher que praticou o aborto, injustificadamente, os sofrimentos continuarão na próxima encarnação, através dos desequilíbrios psíquicos diversos, enfermidades do útero e a grande frustração pela impossibilidade de gerar filhos. Mesmo a mulher que praticou o aborto, após já ter concebido o primeiro ou o segundo filho, receberá, na próxima encarnação; os sintomas perturbatórios de seu crime, justamente depois do primeiro ou do segundo filho, período exato em que praticou o aborto na existência anterior. Diversos problemas que sofrem hoje as mulheres no exercício da maternidade têm suas causas profundas nos deslizes do passado, que hoje surgem no corpo físico como reflexo positivo da desorganização perispirítica."
"Em razão disso, nem sempre a mulher recupera a saúde, afetada por esses transtornos, somente com o uso de medicamentos e hábeis cirurgias da medicina terrestre, pois há que resgatar em si mesma, à custa de muitos sofrimentos, suportados com fé e abnegação, os crimes do ontem, para aprender a valorizar, respeitar e amparar a vida dos filhos que Deus temporariamente lhe entrega nas mãos."
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"Todos aqueles que induzem ou auxiliam a mulher na eliminação do nascituro possuem também a sua culpabilidade no ato criminoso: maridos ou namorados que obrigam as esposas, médicos que estimulam e o realizam, enfermeiras e parteiras inconscientes. Para a justiça humana, não há crime, nem processo, nem punição, na maioria dos casos, mas para a JUSTIÇA DIVINA todos os envolvidos no ato criminoso sofrerão as conseqüências sombrias, imediatas ou a longo prazo, de acordo com o seu grau de culpabilidade. Emmanuel nos esclarece bem isso:"
"O aborto oferece conseqüências dolorosas especiais para os pais? Resposta - Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores. "(Leis de Amor, Pergunta 04)
BARCELOS, Walter. Sexo e Evolução. FEB. Trechos extraídos do Livro Sexo e Evolução.

Aborto Delituoso


Nada que o justifique.
Infanticídio execrável, o aborto delituoso é cobarde processo de que se utilizam os espíritos fracos para desfazer-se da responsabilidade, incidindo em grave delito de que não poderão exonerar com facilidade.
Não obstante, em alguns países, na atualidade, o aborto sem causa justa - e como causa justa devemos considerar o aborto terapêutico, mediante cuja interferência médica se objetiva a salvação da vida orgânica da gestante - se encontre legalizado, produzindo inesperada estatística de alto índice, perante as leis naturais que regem a vida, continua a ser atentado criminoso contra um ser que se não pode defender, constituindo, por isso mesmo, dos mais nefandos atos de agressão à criatura humana...
Defensores insensatos do aborto delituoso, costumam alegar que nos primeiros meses nada existe, olvidando, que, em verdade, o tempo da fecundação é de somenos importância... A vida humana, em processo de crescimento, merece o mais alto respeito, desde que, com a sucessão dos dias, o feto estará transformado no homem ou na mulher, que tem direito à oportunidade da experiência carnal, por impositivo divino.
A ninguém é concedida a faculdade de interromper o fenômeno da vida, sem assumir penoso compromisso de que não se libertará sem pesado ônus...
Nenhum processo reencarnatório resulta da incidência casual de fatores que impelem os gametas à fecundação extemporânea. Se assim fora, resultaria permissível ao homem aceitar ou não a conjuntura.
Alega-se, também, que é medida salutar a legalização do aborto, em considerando que a sua prática criminosa é tão relevante, que a medida tornada aceita evita a morte de muitas mulheres temerosas que, em se negando à maternidade, se entregam a mãos inescrupulosas e caracteres sórdidos, que agem sem os cuidados necessários à preservação da saúde e da vida ...
Um crime, todavia, de maneira alguma justifica a sua legalização fazendo que desapareçam as razões do que o tornavam prática ilícita.
A vida é patrimônio divino que não pode ser levianamente malbaratado.
Desde que os homens se permitem a comunhão carnal é justo que se submetam ao tributo da responsabilidade do ato livremente aceito.
Toda ação que se pratica gera naturais reações que gravitam em torno do seu autor.
Examinando-se ainda a problemática do aborto legal, as leis são benignas quando a fecundação decorre da violência pelo estupro... Mesmo em tal caso, a expulsão do feto, pelo processo abortivo, de maneira nenhuma repara os danos já ocorridos...
Não raro, o Espírito que chega ao dorido regaço materno, através de circunstância tão ingrata, se transforma em floração de bênção sobre a cruz de agonias em que o coração feminil se esfacelou ...
A renúncia a si mesmo pela salvação de outra vida concede incomparáveis recursos de redenção para quem se tornou vítima da insidiosa trama do destino ...
Sucede, porém, que o sofredor inocente de agora está ressarcindo dívida, ascendendo pela rota da abnegação e do sacrifício aos páramos da felicidade.
Não ocorrem incidentes que estabeleçam nos quadros das Leis Divinas injustiça em relação a uns e exceção para com outros ...
O aborto, portanto, mesmo quando aceito e tornado legal nos estatutos humanos fere, violentamente, as Leis Divinas, continuando crime para quem o pratica ou a ele se permite submeter.
Legalizado, torna-se aceito, embora continue não moral.
*
Retornará à tentativa de recomeço na Terra o Espírito que foi impedido de renascer.
Talvez em circunstâncias mais grave para a abortista se dê o reencontro com aquele de quem gostaria de se libertar.
Vinculados por compromissos de inadiável regularização, imantam-se reciprocamente, dando início, quando o amor não os felicita, a longos processos de alienações cruéis e enfermidades outras de etiologia mui complexa.
Atende, assim, a vida, sob qualquer modalidade que se te manifeste.
No que diz respeito à porta libertadora da reencarnação, eleva-te, mediante a concessão da oportunidade dos Espíritos que te buscam, confiando em Deus, o Autor da Criação, mantendo a certeza de que se as aves dos céus e as flores do campo recebem carinhoso cuidado, mais valem os homens, não estando, portanto, à mercê do abandono ou da ausência dos socorros divinos.
Nada que abone ou escuse o homem pela prática do aborto delituoso, apesar do desvario moral que avassala a Terra e desnorteia as criaturas.
Todo filho é empréstimo sagrado que deve ser valorizado e melhorado pelo cinzel do amor dos pais, para oportuna devolução ao Genitor Celeste.
Não adies a tua elevação espiritual através da criminosa ação do aborto, mesmo que as dificuldades e aflições sejam o piso por onde seguem os teus pés ...
Toda ascensão impõe o encargo do sacrifício. O topo da subida, porém, responde com paz e beleza aos empecilhos que se sucedem na jornada. Chegarás à honra da paz, após a consciência liberada dos débitos e das culpas.
Matar, nunca!
FRANCO, Divaldo Pereira. Após a Tempestade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 12.

Educa


"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" Paulo (I Coríntios, 3:16)
Na semente minúscula reside o germe do tronco benfeitor.
No coração da terra, há melodias da fonte.
No bloco de pedra, há obras-primas de estatuária.
Entretanto, o pomar reclama esforço ativo.
A corrente cristalina pede aquedutos para transportar-se imaculada.
A jóia de escultura pede milagres do buril.
Também o espírito traz consigo o gene da Divindade.
Deus está em nós, quanto estamos em Deus.
Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.
Somente o coração enobrecido no grande entendimento pode vazar o heroísmo santificante.
Apenas o cérebro cultivado pode produzir iluminadas formas de pensamento.
Só a grandeza espiritual consegue gerar a palavra equilibrada, o verbo sublime e a voz consoladora.
Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso aperfeiçoamento.
Educa e transformarás a irracional idade em inteligência, a inteligência em humanidade e a humanidade em angelitude.
Educa e edificarás o paraíso na Terra.
Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 30.

Edificação do Reino


"O Reino de Deus está no meio de vós." - Jesus. (LUCAS, 17:21.)
Nem na alegria excessiva que ensurdece.
Nem na tristeza demasiada que deprime.
Nem na ternura incondicional que prejudica.
Nem na severidade indiscriminada que destrói.
Nem na cegueira afetiva que jamais corrige.
Nem no rigor que resseca.
Nem no absurdo afirmativo que é dogma.
Nem no absurdo negativo que é vaidade.
Nem nas obras sem fé que se reduzem a pedra e pó.
Nem na fé sem obras que é estagnação da alma.
Nem no movimento sem ideal de elevação que é cansaço vazio.
Nem no ideal de elevação sem movimento que é ociosidade brilhante.
Nem cabeça excessivamente voltada para o firmamento com inteira despreocupação do valioso trabalho na Terra.
Nem pés definitivamente chumbados ao chão do Planeta com integral esquecimento dos apelos do Céu.
Nem exigência a todo instante.
Nem desculpa sem-fim.
O Reino Divino não será concretizado na Terra, através de atitudes extremistas.
O próprio Mestre asseverou-nos que a sublime realização está no meio de nós.
A edificação do Reino Divino é obra de aprimoramento, de ordem, esforço e aplicação aos desígnios do Mestre, com bases no trabalho metódico e na harmonia necessária.
Não te prendas excessivamente às dificuldades do dia de ontem, nem te inquietes demasiado pelos prováveis obstáculos de amanhã.
Vive e age bem no dia de hoje, equilibra-te e vencerás.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 177.

TOLERÂNCIA E COERÊNCIA


 E - Cap. X - Item 21
Compreender e desculpar sempre, porque todos necessitamos de compreensão e desculpa, nas horas do desacerto, mas observar a coerência para que os diques da tolerância não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a desordem.
Disse Jesus: "amai os vossos inimigos".
E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.
Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora...
A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção, ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem, enquanto isso se nos torne possível.
Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...
A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar complicações aos próprios amigos, mas preferiu suportar-lhes a perseguição gratuita, ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas, quanto às obrigações que a responsabilidade do conhecimento superior lhes precoitua.
°°°
Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...
A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais elevada, mas preferiu agüentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.
Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...
A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que se lhe não golpeasse a obra nascente, mas preferiu silencia e partir, invocando o perdão da Providencia Divina para os próprios verdugos, ensinando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar por eles, sem, contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue crescimento com o nosso apoio.
°°°
Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos, demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que abraça a todos, mas não transigiu com o mal.
Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância sem coerência.
(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

O PASSE


 
 E - Cap. XXVI - Item 7

O passe não é unicamente transfusão de energias anímicas. É o equilibrante ideal da mente, apoio eficaz de todos os tratamentos.
Desânimo e tristeza, tanto quanto insatisfação e revolta, são síndromes da alma, estabelecendo distonias e favorecendo moléstias do corpo.
Se há saúde, esses estados de espíritos patrocinam desastres orgânicos; na doença equivalem a fatores predisponentes da desencarnação prematura.
Mas não é só isso.
Em todo desequilíbrio mental, as forças negativas entram mais facilmente em ação instalando processos obsessivos de duração indeterminada.
Se usamos o antibiótico por substância destinada a frustrar o desenvolvimento de microorganismos no campo físico, por que não adotar o passe por agente capaz de impedir as alucinações depressivas, no campo da alma?
Se atendemos à assepsia, no que se refere ao corpo, por que descurar dessa mesma assepsia no que tange ao espírito?
A aplicação das forças curativas em magnetismo enquadra-se à efluvioterapia com a mesma importância do emprego providencial de emanações da eletricidade.
Espíritas e médiuns espíritas, cultivemos o passe, no veículo da oração, com o respeito quem se deve a um dos mais legítimos complementos da terapêutica usual.
Certamente os abusos da hipnose, responsáveis por leviandades lamentáveis e por truanices de salão, em nome da ciência, são perturbações novas no mundo, mas o passe, na dignidade da prece, foi sempre auxilio divino às necessidades humanas. Basta lembrar que o Evangelho apresenta Jesus, ao pé dos sofredores, impondo as mãos.
 
 
(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

evangelho e educação

Emmanuel

Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

O perispírito

Emmanuel

Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organização que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de ação, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva ao santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.
Os “anjos caídos” não passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é  própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos no demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

Evangelho e simpatia

Emmanuel

Do apostolado de Jesus, destaca-se a simpatia por alicerce da felicidade humana.
A violência não consta da sua técnica de conquistar.
Ainda hoje, vemos vasta fileira de lidadores do sacerdócio usando, em nome dEle, a imposição e a crueldade; todavia, o Mestre, invariavelmente, pautou os seus ensinamentos nas mais amplas normas de respeito aos seus contemporâneos.
Jamais faltou com o entendimento justo para com as pessoas e as situações.
Divino Semeador, sabia que não basta plantar os bons princípios e sim oferecer, antes de tudo, à semente favoráveis condições, necessários à germinação e ao crescimento.
Certo, em se tratando do interesse coletivo, Jesus não menoscaba a energia benéfica.
Exprobra o comercialismo desenfreado que humilha o Templo, quanto profliga os erros de sua época.
Entretanto, diante das criaturas dominadas pelo mal, enche-se de profunda compaixão e tolerância construtivas.
Aos enfermos não indaga quanto à causa das aflições que os vergastam, para irritá-los com reclamações.
Aos enfermos não indaga quando à causa das aflições que os vergastam, para irritá-los com reclamações.
Auxilia-os e cura-os.
Os apontamentos que dirige aos pecadores e transviados são recomendações doces e sutis.
Ao doente curado do Tanque de Betesda, explica despretensioso:
_ Vai e não reincidas no erro para que te não aconteça coisa pior.
À pobre mulher, apedrejada na praça pública, adverte, bondoso:
_ Vai e não peques mais.
Não indica o inferno às vitimas da sombra. Reergue-as, compassivo, e acende-lhes nova luz.
Compreende os problemas e as lutas de cada um.
Atrai as crianças a si, compadecidamente, infundindo nova confiança aos corações maternos.
Sabe que Pedro é frágil, mas não desespera e confia nele.
Contempla o torvo drama do espírito de Judas, no entanto, não o expulsa.
Reconhece que a maioria dos beneficiários não se revelam à altura das concessões que solicitam, contudo, não lhes nega assistência.
Preso, recompõe e orelha de Malco, o soldado.
À frente de Pilatos e da Ántipas, não pede providências suscetíveis de lançar a discórdia, ainda mesmo a título de preservação da justiça.
Longe de impacientar-se com a presença dos malfeitores que também sofreram a crucificação, inclina-se amistosamente para eles e busca entendê-los e encoraja-los.
Á turba que o rodeia com palavrões e cutiladas envia pensamentos de paz e votos de perdão.
E, ainda além da morte, não foge aos companheiros que fugiram. Materializa-se, diante deles, induzindo-os ao serviço da regeneração humana, com o incentivo de sua presença e de seu amor, até ao fim da luta.
Em todas as passagens do Evangelho, perante o coração humano, sentimos no Senhor o campeão da simpatia, ensinando como sanar o mal e construir o bem. E desde a Manjedoura, sob a sua divina inspiração, um novo caminho redentor se abre aos homens, no rumo da paz e da felicidade, com bases no auxílio mútuo e no espírito de serviço, na bondade e na confraternização.
 
Livro “Roteiro”, psicografado por Francisco Cândido Xavier)

REENCARNAÇÃO, FAMÍLIA E SEXO


Através de 22 emissoras de televisão, sob o comando a TV-TUPI de São Paulo, o programa Flávio Cavalcanti apresentou, ao vivo, uma entrevista com o querido médium Francisco Cândido Xavier, em 14 de julho de 1974, qual apresentamos agora, resumidamente.
Após ser apresentado a toda a platéia presente e aos telespectadores de todo o Brasil pelo animador do programa, Chico Xavier disse em determinado momento, em agradecimento:
“Eu peço licença para dizer que esta medalha, este troféu assim tão brilhante, pertence à Doutrina Espírita da qual temos sido, até agora, o último dos últimos servidores”.
(Chico referia-se à Medalha Cinquentão, a ele ofertada pelo programa).
Sob intensa expectativa, seguiram-se as perguntas.
104 – CONHECIMENTO ANTECIPADO DA MORTE
P – O senhor admite que Emmanuel irá, quando chegar o momento, informá-lo antecipadamente do dia e da hora de sua morte?
R – Creio que ele reconhece a minha condição de criatura humana, frágil ainda; se o nosso Benfeitor Espiritual observar-me em condições adequadas para receber a notícia se, alarme, ele o fará. Mas, compreendendo decerto me abençoará com a caridade so silêncio.
105 – RELIGIÃO E TRANSFUSÃO DE SANGUE
P – Por motivos religiosos, neste confronto entre o direito à vida e a convicção religiosas, no caso do menino filho de Testemunha de Jeová que não permitiram a transfusão de sangue que o salvaria, com quem o senhor ficaria?
R – Notamos que os pais da criança estão ou estariam agindo com muita honestidade perante a fé que abraçam. Acreditamos que a Providência Divina podendo manifestar-se através de circunstâncias e através de ocorrências diversas terá induzindo a um outro pai, no caso, o Exmo. Sr. Juiz de Menores, a providenciar os recursos para o tratamento necessário à criança doente. (Aplausos).
106 – OS ESPÍRITAS E O MEDO DA MORTE
P – O Espiritismo diz que a morte é o começo de uma nova vida. Por que, então, muitos espíritas têm medo de morrer, inclusive o senhor?
R – essa notícia a meu respeito naturalmente é divulgada através daquela história, com a descrição que fiz de um dos problemas nossos numa viagem aérea. è verdade que tive muito medo da partida súbita para outro gênero de vida, mas também tive medo de quebrar a coluna e ficar impossibilitado para o trabalho. è que, efetivamente, nunca houve na terra esse ou aquele curso de preparação para a morte. Sempre  encaramos a desencarnação como sendo uma prova sem remédios ou uma dor irreversível. Isso impõe sérias complicações ao assunto. Através de existências numerosas, entramos sempre no Além com muitas dificuldades, e inibições, recapitulando de óbito em óbito, essa espécie de terror.
(*) Transcrita do “Serviço Espírita de Informações” – SEI – Rio de Janeiro (RJ) 27 de julho de 1974, sob o título “Chico Xavier no Programa Flávio Cavalcanti”.
107 – PERÍODO DE SONO
P – P Senhor dorme muito?
R – Durmo atualmente na média de 4 horas diárias, incluindo no total das minhas pausas de repouso de meia hora para tratamento dos olhos.
108 – ALIMENTAÇÃO
P – Come bem?
R – Almoço regularmente, incluindo a carne em meu prato comum. aliás sou uma pessoa natural.
109 – ESTADO DE SAÚDE
P – O Senhor está doente?
R – Tenho andado com alguma hipotensão, mas, estou em tratamento médico melhorando sempre.
110 – ATENDIMENTO SEMANAL
P – Quantas pessoas o senhor atende por semana?
R – Na atualidade, tenho contato com o público, em duas noites por semana: sextas e sábados, na média de 500 pessoas semanalmente com a repetição em mais ou menos vinte por cem, de alguns contatos pessoais com amigos e conhecidos sempre muito estimáveis.
111- OPERAÇÃO PLÁSTICA. PERMISSÃO
P – Nós temos no júri um cirurgião plástico, famoso aqui em são Paulo, o Dr. Oswaldo. O senhor seria capaz de se permitir uma operação plástica?
R – Desde que a plástica fosse para regenerar o aspecto de minha apresentação, acho que seria um dever meu, para não assustar o público, em meu relacionamento habitual. (Aplausos e risos).
112 – MENSAGEM AOS QUE SOFREM
P – O senhor sabe quem quando anunciamos que iríamos entrevistá-lo, várias penitenciárias do Estado e de outros Estados pediram autorização para que os aparelhos ficassem ligados até mais tarde, porque os presidiários gostariam de ouvi-lo e vê-lo.
Assim aconteceu com muitos hospitais, inclusive, com a Santa Casa de Misericórdia e vários outros nosocômios.
Enfermos de toda sorte, mosteiros, casa de freiras, asilos... Em todos esses lugares o senhor está sendo visto e ouvido agora. Chegou-nos, igualmente a noticia de que, em quase uma dezena de detenções, os aparelhos se encontram ligados, e os detentos pedindo uma palavra de carinho e de amor.
R – Isso me surpreende muito porque nada fiz para merecer essas atenções, nem tenho possibilidade ou dotes quaisquer para corresponder a tanta grandeza de alma. Em razão disso peço permissão aos nossos irmãos presidiários e aos caros amigos telespectadores para contar um pequeno episódio ocorrido meses atrás: Conheci em Uberaba, uma criança de seis anos que, costumeiramente, acompanhava a própria mãezinha à cidade de Igarapava e a cidades outras de nossa vizinhança, a procura de trabalho. Esse menino que se locomovia com muita dificuldade chamava-se Pedro. Demorou-se, perto de nós cerca de dois meses, freqüentando a beneficência da Comunhão Espírita Cristã. Certa vez, perguntei-lhe: “Pedro, o que é que você quer ser quando for homem feito?” Ele respondeu: “Tio Chico, quando crescer eu quero ajudar Deus a pintar as flores!”
Aquilo me enterneceu muito e eu disse: “então, você vai ser um grande artista”.No dia seguinte ao nosso diálogo, um veiculo em disparada atropelou o menino. Fui vê-lo, no colo materno, entre a expectativa da morte que se aproximava e o enternecimento que o garoto me suscitava ao coração, e perguntei-lhe: “Pedro, o que é que você quer agora? O papagaio de papel ou o carro de brincar de que você gosta tanto?
Ele me disse: “Tio Chico, eu quero... eu quero ajudar Deus...” Meu Deus, se todos nós andássemos no trânsito respeitando os sinais; se amássemos mais profundamente os nossos semelhantes ao guiar as nossas máquinas... Refiro-me a este episódio porque todas as crianças são nossos filhos, em todos os níveis sociais. Os Espíritos Benfeitores explicam sempre que as crianças são esperanças de Deus, que vieram até nós ajudando a Deus, colorindo por isso mesmo, a nossa vida d felicidade e paz.
Com referência ao assunto, rogo licença para lembrar aos amigos que nos emprestam atenção e bondade que nós todos também certas vezes, desrespeitamos os sinais vermelhos da lei e conseqüentemente entramos em grandes dificuldades, embora ninguém atropele ninguém por querer.
Em várias ocasiões, achamo-nos sob clima psicológico difícil.
Nossos irmãos nos presídios, em escolas de tratamento espiritual, são, como nós, filhos de Deus.
Jesus, quando nos recomendou entregar os nossos julgamentos aos juízes, para que não venhamos a julgar erradamente uns aos outros, compreendia, decerto que geralmente temos, digo isso de mim – determinado grau de periculosidade e que, em virtude disso, precisamos de misericórdia de todos.
Todos estamos presos a circunstâncias, a provações, problemas e lutas.
Quem de nós não está encerrado em alguma estreiteza, dentro dos nossos próprios sonhos e idéias na própria vida humana?
Com todo o nosso coração desejamos aos nossos irmãos, nos presídios, paz e amor, muita alegria, esperança, e também muito respeito à justiça, porque a violência não ajuda ninguém. (Aplausos).
Flávio Cavalcanti – Agora, cada um do júri fará uma pergunta a Chico Xavier. Por favor, aqui está o maestro Erlon Chaves, que deseja conhecer o senhor há longo tempo.
113 – CONSOLO A UM AFLITO
Erlon chaves – Este momento é muito importante para mim, porque eu tinha guardado comigo a idéia de pedir uma palavra sua de muito carinho com meu pai, que está doente. Aliás, está muito menos doente do que estava há dias atrás. E, quando Flávio falo dos presidiários, eu me lembrei de um caso que está acontecendo no Brasil. Meu pai vai entender, o assunto que exponho, pois ele me conhece bem, como eu o conheço, enfim, porque eu não peço uma palavra para ele e sim para esse rapaz, ao qual vou me referir.
Por motivos óbvios, eu não vou declinar-lhe o nome, mas vou contar o caso. Há dois anos atrás, um rapaz de 19 anos, por uma loucura da mocidade, armado com um revólver ed brinquedo, cometeu um assalto, auferido Cr$ 28,00, apenas para gastar num fim de semana. Depois disso, a vida dele andou, a polícia não o encontrou, e hoje, com 21 anos de idade, ele é um homem recuperado. mas aconteceu que a Justiça também andou e no Código Penal, assalto é punido com um mínimo de 4 anos. Ele está para ser preso. Porém, está recuperado. E como vai ser difícil a vida dele, a partir daí! Tomara que ele esteja nos vendo agora e principalmente tomara que ele ouça a sua palavra, Chico, de paz e de confiança.
Chico Xavier – Maestro Chaves, esperamos que ele, o rapaz a que o senhor se reporta de consciência edificada, quando à solução do problema, se considere tranqüilo e se submeta à magnanimidade da Justiça, na certeza de que os senhores juízes farão um pronunciamento favorável à dignidade com que ele comparecerá à barra dos tribunais.
Confiamos na Justiça, porque a Justiça traduz em si os desígnios Divinos e creio que uma consciência tranqüila nada tem a temer.
114 – ESPAÇO E TEMPO NO MUNDO ESPIRITUAL
Flávio Cavalcanti – Vamos chamar agora, para fazer uma pergunta, a jornalista Anik Malvil da “Última Hora”, São Paulo.
Anik Malvil – Está sendo um grande prazer conhecer o senhor. Como explica que as pessoas recém-falecidas possam se orientar, se elas não tem os mesmos pontos de referência de espaço e tempo, do mundo físico?
Chico Xavier – Os amigos espirituais têm nos esclarecido que, quando nos adestramos suficientemente, através da religião ou da meditação, para a Vida espiritual, fazemos um curso instintivo de reaprendizado de nossos controles, quando às noções de espaço e tempo, verificando-se, no Além mais ou menos, aquilo que acontece com a nossa chegada à Terra, através da reencarnação, quando despendemos, às vezes, seis a oito anos para tomar conhecimento das noções de espaço e tempo no Plano Físico, ao atravessarmos o período da primeira infância.
115 – OS PLANOS ESPIRITUAIS
Flávio Cavalcanti – Por gentileza, com a palavra o cirurgião plástico, Dr. Oswaldo.
Dr. Oswaldo – Inicialmente, eu quero expressar minha profunda admiração e respeito pelo senhor, por tudo aquilo que tem feito. eis a minha pergunta: muito se tem ouvido falar, especialmente por parte dos estudiosos da matéria, que o mundo espiritual é dividido em muitos planos. Fala-se, inclusive, em subplanos. Existe, realmente, essa distinção de planos na Vida Espiritual?
Chico Xavier – O nosso Emmanuel costuma dizer sempre que podemos observar isto nos próprios agrupamentos sociais da Terra. Conquanto convivamos uns com os outros, cada qual de nós pertence a determinada faixa cultural, sentimental, racial, e através dessas faixas, vamos efetuando a nossa auto-educação.
Isso existe naturalmente no Mundo Maior, dizem os nossos Amigos, como existe aqui também.
116 – REENCARNAÇÃO, FAMÍLIA E SEXO
Flávio Cavalcanti – Com a palavra, Lucinha Kauffman.
Lucinha Kauffman – A minha pergunta é sobre reencarnação. Gostaria de saber se ela se limita ao nosso grupo, porque, pelo que dizem alguns espíritas, a gente tem a impressão de que a reencarnação se faz quase sempre no mesmo grupo familiar. E também quero saber se o homem reencarna sempre como homem e mulher como mulher.
Chico Xavier – De um modo geral, até que venhamos a conseguir um grau maior de evolução, permanecemos jungidos ao nosso grupo familiar.
Quanto à reencarnação, do ponto de vista fixação morfológica, isso pode variar. O sexo pode ser modificado, para efeito de provação regenerativa ou para o desempenho de tarefas específicas por parte da criatura que retorna a Terra.
117 – FENÔMENOS COM O CORPO
Flávio Cavalcanti – Agora, vamos à pergunta de Nair Belo.
Nair Belo – Também eu tenho um grande prazer em conhecê-lo. Vou fazer uma pergunta que eu, há muito tempo, tenho vontade de saber. Os espíritas fazem e os não espíritas também, alguns na base da brincadeira, as tentativas de ação mediúnica com o uso do copinho. O verdadeiro espírita sabe que a comunicação desse modo é uma forma primária, de intercâmbio, não é?
Eu gostaria de perguntar se além de primária também é perigosa, porque eu tive uma experiência e acho muito perigosa.
Gostaria que o senhor me esclarecesse e a todos que assim procedem por brincadeira.
Chico Xavier – os Benfeitores Espirituais nos dizem que devemos sempre separar mediunidade de Doutrina Espírita, porque esta última veio-nos para disciplinar os fenômenos. Assim através do copinho, ser-nos-á possível entrar em contato com os espíritos amigos, mas, por vezes ainda não educados ou não sublimados, isto é, com criaturas desencarnadas muito próximas da nossa faixa de evolução, de modo que, sem a Doutrina Espírita, qualquer fenomenologia, inclusive a do copo, é capaz de suscitar dissabores, pelas experiências.
Flávio Cavalcanti – Então, não se deve brincar?...
Chico Xavier – É interessante não brincar.
118 – RENASCIMENTO, MOMENTO DA LIGAÇÃO. PAIS. DEFEITOS FÍSICOS.
Flávio Cavalcanti – Paulo Roberto, por gentileza.
Paulo Roberto – Eu quero fazer duas perguntas, embora resumidas numa só. Gostaria de saber se o feto, isto é, se a criança nascitura recebe espírito no momento em que é concebida ou no momento que nasce, e qual é a relação entre o pai, a mãe e o feto, ou seja a relação espiritual entre eles, porque eu quero chegar àquela pergunta: por que nascem crianças defeituosas, crianças retardadas? Há alguma relação com os pais?
Chico Xavier – Sim, na maioria dos casos, por que os pais possuem vínculos cármicos com o espírito renascente.
Com freqüência, criaturas que foram compelidas à morte violenta por nossa causa, ou à morte lenta por determinadas atitudes nossas, em especial as que recorrem ao suicídio, para se libertarem da nossa crueldade mental na Terra, não se afastam mentalmente de nós. Mesmo quando ausentes em Outros Planos da Vida, continuam vinculados a nós outros, particularmente quando não sabem exercer a faculdade do perdão.
Essas criaturas habitualmente, reencarnam na condição de nossos próprios filhos. E a posição do espírito, diante da vida fetal, varia muito, segundo a evolução de cada reencarnante ou segundo a tarefa com que venham ao nosso mundo.
Há, também, vinculações de outro amor, possibilitando o renascimento da criatura necessitada de apoio em lares pertencentes a corações amigos que os recebem com extremada abnegação.
Fora disso, no campo normal da reencarnação, temos a considerar os casos em que o espírito, por mérito conquistados, tem o direito de escolher o corpo em que atuará sobre a Terra junto dos pais à cuja bondade e nobreza já se imanizam, quase sempre, desde muito tempo.
Certos musicistas, por exemplo, ao reencarnarem, poderão merecer um sistema auditivo magnificante organizado com o qual se lhe facilite o discernimento dos sons.
Noutros aspectos isso ocorre com todos aqueles obreiros da cultura e do progresso, habilitados a influenciar milhares de pessoas.
Esses já conquistaram o poder de selecionar os recursos de que farão o uso preciso na existência Terrestre.
Quanto ao mais, a pergunta 344 e a respectiva resposta, contidas em “O Livros dos Espíritos” esclarece a questão da união da alma e do corpo, afirmando que essa união se dá na concepção e se completa no nascimento.
119 – REENCARNAÇÃO EM VEGETAIS
Flávio Cavalcanti – Por gentileza, Márcia de Windsor.
Mas, antes, o telespectador Antônio, aqui de São Paulo, pergunta se o senhor acredita que os vegetais sofram um processo de reencarnação? É possível um ser humano voltar reencarnado num vegetal?
Chico Xavier – Não, isso nós não podemos admitir porque seria um retrocesso. Ocorre que a evolução dos vegetais se verifica num plano ainda inabordável, especialmente para minha capacidade de compreensão. Mesmo que os espíritos quisessem me esclarecer sobre isso, eu não teria cérebro para registrar os esclarecimentos em todas as nuances desejáveis.
120 – PERDA DE SERES QUERIDOS
Flávio Cavalcanti – Márcia de Windsor, a sua pergunta.
Márcia de Windsor – Eu faço apenas uma pergunta, servindo de portadora da mesma. Uma senhora perdeu um filho há um ano e durante esse ano inteiro essa senhora tem chorado, tem penado dores incríveis, numa inconformação absoluta por essa perda. Ela, muito aflita, me pede que lhe pergunte se essas lágrimas, se toda essa dor, esse sofrimento podem prejudicar, de algum modo o seu filho.
Chico Xavier – Em outros casos semelhantes, temos recebido o esclarecimento de que essa dor, essa dor entranhada na alma inconformada daqueles que ficam, prejudica muito e às vezes, de maneira intensa, aos corações amados que nos precedem na Vida Espiritual. Seria tão bom que essa mãe generosa pudesse entregar o filhinho a Deus, de quem ela recebeu esse mesmo filho, a fim de protegê-lo e orientá-lo nesse mundo! E estamos certos de que ela procurando reencontrá-lo entre tantas outras crianças que ai estão necessitadas, rapazes mesmo que precisam de benfeitores paternais e maternais, essa abençoada mãezinha estará extinguindo a dor dela no caminho desse filho, que deve, naturalmente, se afligir.
Peçamos a deus para que ela tenha bastante serenidade e que, na condição de mãe, na grandeza maternal de todas as mães, ela possa continuar auxiliando e abençoando o filho que partiu no rumo da Vida Maior.
121 – MENSAGEM
Flávio Cavalcanti – Muito obrigado. Agora o senhor não há de estranhar as folhas nem o lápis, porque sei que só mesmo o senhor poderá resolver, tomada a resolução, porque o senhor me falou do meio ambiente, me disse das necessidades psíquicas, psicológicas...Eu gostaria de pedir ao senhor, que é amigo do Erlon e amigo de todos nós, que se possível for, psicografe uma mensagem para os doentes, os detentos, para a Penitenciária do Estado da Guanabara, para os estimados Velhinhos da Casa de são Luiz, da minha querida Dra. Rute Ferreira de Almeida, enfim, para todas as pessoas que sofrem.
Chico Xavier – Podemos ouvir um pouco de música?
Flávio Cavalcanti – Perfeitamente. Atenção por favor, ele precisa de música e de silêncio no ambiente.
(Há uma longa pausa, enquanto Chico psicografa, concentrado, várias folhas de papel enquanto se fazem ouvir os sons arpejados de um prelúdio.)
Flávio Cavalcanti – A mensagem já está pronta e o espírito pediu que o próprio médium leia a mensagem já que não deve caber a outra pessoa essa missão.
Nesse ponto da entrevista, Chico Xavier se levanta e faz em voz alta, a leitura da página psicografada:
SEMPRE AMOR
Se a provação te alcança,
Contempla a Natureza, alma querida e boa,
E encontrarás, na Terra, em toda parte,
O lar de luz que nos aperfeiçoa.
Dores? Dizes que as dores lembram trevas
Compelindo-te o sonho a persistir de rastros...
Fita o império da noite desvendando
A floresta dos astros.
Renúncia? Há quem afirme que a renúncia
É carga improdutiva para o amor...
Olha o brilhante arrebatado à pedra,
Esbanjando esplendor.
Sofrimento? Assevera a rebeldia
Que todo sofrimento é processo infecundo,
Mas a fonte filtrada entre os punhais da rocha
Acrescenta o conforto e a beleza do mundo.
Crises? Lembra o fragor da tempestade...
O campo grita ao furação violento...
Depois, o chão se alimpa e o Sol espalha
Mais Ouro e mais Azul no firmamento.
Sacrifício? Medita sobre o tronco
A tombar sem apoio a que se arrime...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime.
Morte? Se crês que a morte é o fim de tudo,
Qual abismo escavado abismo agressores,
Fita a semente nua a renascer do solo
Para ser planta nova e esmaltar-se de flores...
Escuta, alma querida! A vida é sempre amor
Do mais nobre caminho aos mais plebeus
E a presença da dor, em qualquer parte,
É uma bênção de Deus.
Maria Dolores
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel