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sábado, 28 de julho de 2012

Amor, Sexualidade e Casamento


Amor, Sexualidade e Casamento

No Espiritismo o problema do amor implica a relação direta do homem com Deus. Criador e criatura se religam no desenvolvimento humano da lei de adoração. Quanto mais o homem desenvolve as suas potencialidades existenciais, o seu potencial ôntico, mais ele se aproxima de Deus, mais o sente e mais o compreende. Nunca houve nem poderia haver um rompimento total e definitivo entre Criador e criatura. No próprio dogma da queda a expulsão do homem da face de Deus é apenas temporária. Por isso o Espiritismo é Religião, mas não é igreja. A diferença entre Igreja e Religião é a mesma que existe entre alma e corpo. O homem perde o corpo na morte, mas não perde a alma. A Religião anunciada por Jesus não possui corpo, é alma pura, que sobrevive por si mesma. No diálogo com a Mulher Samaritana Jesus desprezou o Templo de Jerusalém e o Templo do Monte Gerasin, referindo-se apenas à Religião Livre do Futuro. Porque a relação religiosa é puramente espiritual. A Religião não depende de formalismos, sacramentos, instituições e órgãos. É subjetiva e se define como o Amor a Deus. Essa relação direta exclui naturalmente todas as formas de discriminação, pois seu objetivo é a unidade. Quando uma criatura se liga a Deus, liga-se ao mesmo tempo a todas as criaturas e a todo o Universo, integra-se na realidade absoluta. Tudo o mais são coisas humanas, pertence à diáspora, ou seja, ao tempo do exílio, em que o homem se afastou de Deus. Esta simplificação da Religião só ocorre na máxima complexidade, que é o mergulho do homem em sua essência, proveniente de Deus e que é o próprio Deus em nós. Exemplifiquemos humanamente esta questão. Conta-se que um sábio indiano mandou três filhos estudar na Inglaterra. Quando voltaram diplomados perguntou ao primeiro: “O que é Deus”? O rapaz fez uma longa e confusa digressão a respeito. O segundo vacilou em sua explicação e disse que precisava estudar mais o assunto. O terceiro calou-se e seus olhos se encheram de estranha névoa luminosa. O pai disse aos três; por ordem das perguntas: “Você, meu filho, procurou Deus nas teologias e não conseguiu achá-lo; você, meu segundo filho, está tateando no escuro como um cego; e você, meu filho, que não me respondeu, encontrou Deus e nele mergulhou de tal maneira que não pode traduzi-lo em palavras. Você não perdeu tempo com as coisas exteriores e por isso foi o único que realmente aprendeu o que é Deus.
A contradição máxima complexidade e máxima simplicidade não é contradição, mas fusão. A complexidade infinita das coisas e dos seres no Universo aturde o homem que busca Deus, mas ao encontrá-lo o homem percebe de pronto que toda a complexidade se funde na Existência Única de Deus. É como o marinheiro que navegou por muitos mares, surpreso com as variedades e as diferenciações formais de todos eles, mas ao terminar a sua navegação constata que todos os mares não são mais do que o Grande Mar.
A religião em Espírito e Verdade é esse Mar Total em que todos mares e todas as águas se reúnem numa coisa só.
Todas as religiões nasceram da mediunidade, que é o fundamento de todas as religiões, que por sua vez se fundem na Religião em essência que é a Religião do Espírito ou o Espiritismo. Nela não se precisa de coisas específicas, pois todas as coisas se fundem numa só – o Amor a Deus.
Um jovem e uma jovem se amam e o amor que os atrai é o Amor de Deus nas criaturas. A bênção do amor já os ligou e eles não necessitam de palavras, ritos ou sacramentos para se unirem, pois unidos já estão. Se não houver amor entre eles, não estão unidos e de nada valerá a união formal por meios sacramentais. É por isso que no Espiritismo não há sacramentos nem formalismo algum, pois tudo depende, em todas as circunstâncias, da essência única – e única verdadeira – que é o Amor.
Mas o Espiritismo reconhece a necessidade humana de disciplinação social, e por isso recomenda apenas casamento civil. Ainda por isso o Espiritismo reconhece a necessidade do divórcio, pois no plano ilusório da matéria as criaturas se confundem e misturam sexualidade e desejo com o Amor. Jesus, respondendo aos judeus por que motivo Moisés permitia o divórcio, disse-lhes: “Por causa da dureza dos corações, mas no princípio não foi assim.” Kardec explica que no princípio da humanidade o amor era espontâneo, livre de injunções estranhas, e então não era necessário o divórcio. O Espiritismo não faz casamentos nem divórcios, nem as anulações de casamento que a Igreja faz, pois esses problemas pertencem às leis humanas. Da mesma maneira o Espiritismo não faz batizados – pois o batismo é do espírito – nem recomenda defuntos ou distribui bênçãos, pois todas essas coisas não são feitas pelos homens e sim por Deus. Todos os sacramentos e formalismos são substituídos no Espiritismo pela prece, que serve em todas as ocasiões da vida e da morte, pois é um momento de ligação do homem com Deus, o diálogo com o Outro, como queria Kierkegaard. Toda intervenção humana interesseira e venal é substituída pela serena confiança nas bênçãos gratuitas do Céu. Nesse ato humano de louvor ou de súplica, desprovido de aparatos exteriores, a presença da Divindade é o cumprimento da promessa de Jesus, sem nenhuma evocação formal. A solidariedade espiritual se revela no esforço de transcendência vertical das criaturas, conscientes da lei da sublimação. Não há fórmulas orais nem gestos, nem signos ou mitos na tranqüila vibração das consciências na intimidade de todos e de cada um.
A prece espontânea brota das profundezas do ser com a naturalidade de uma flor que desabrocha. Não é um ato da vontade, mas um aflorar do espírito. Não é uma ficha arrancada do arquivo da memória, mas um impulso do coração. As raízes latinas: prex, precis, determinaram no tempo, através de séculos e milênios, a forma leve e suave da palavra portuguesa prece, que soa nos lábios como um bater secreto de asas minúsculas. Prefere-se prece à oração, porque a primeira condiz e se harmoniza com o ato interior e invisível com que a alma se lança na transcendência. Há um mistério sutil nessa escolha intuitiva desse par de sílabas poéticas que repercutem nos corações como o perpassar de uma brisa entre pétalas. Não tentamos fazer poesia nem divagar, mas descobrir através de imagens e palavras, o imponderável do instante da prece.
Os que não se contentam com esse sopro do espírito, esse pneuma grego, esse frêmito inaudível, captado mais pela alma do que pelos ouvidos, preferindo orações extensas e grandíloquas, estão ainda imantados aos formalismos sacramentais. Nada revela mais claramente a natureza intimista da religião espiritual do que essa preferência espírita pela prece. Livrar a criatura do peso da matéria, para que ela possa elevar-se a Deus no silêncio de si mesmo é a finalidade da prece.
Do problema da prece temos de passar à questão sexual, o que não seria recomendável ainda há pouco tempo. O tabu sexual fechava todas as passagens a atrevimentos dessa espécie. As marcas da era fálica haviam aterrorizado o Cristianismo Primitivo, que teve de lutar tenazmente contra a depravação romana e do paganismo em geral. As epístolas de Paulo nos mostram o desespero do Apóstolo ante o comportamento animal dos conversos em certas igrejas, particularmente na de Corinto. Isso impediu o Apóstolo, já assustado com a corrupção grega e romana no próprio Judaísmo, a tomar uma atitude radical no tocante ao sexo. O falso conceito judeu da pureza (mais racial e religioso do que moral), provocava os seus brios de antigo Doutor da Lei contra o perigo da época. Das reações de Paulo e do puritanismo hipócrita dos fariseus teria de nascer uma era antifálica e anti-sensual, voltada para o extremo oposto da castidade forçada e do celibato sacrificial. Foi tão violenta essa reação que nem mesmo os exemplos de mentalidade aberta do Cristo puderam atenuá-la. Não somente o sexo, como instrumento de perdição, mas a própria sexualidade foram condenadas sumariamente. Por pouco a prática judaica da circuncisão, que alguns apóstolos mais afoitos, como Pedro, exigiam dos conversos pagãos, não se transformou na castração árabe dos haréns. É significativo o fato de Paulo, depois da circuncisão que praticou recusar-se a continuar circuncidado e até mesmo a batizar com água.
Houve também, como teria de haver, reações contrárias a essa posição extremada, com liberalidades também extremadas, que mais tarde resultariam no episódio dos Libertinos do Século XX, católicos e protestantes rejeitados pelas idéias renascentistas, precursores da fase atual de libertinagem que abalaram o mundo. A pornografia assustadora de hoje, que fomenta a indústria das perversões sexuais em revistas, jornais, cartazes, cinema e televisão, é por sua vez um novo eclodir da sensualidade sem freios, desvirtuando o sentido natural da sexualidade. São esses os balanços de um barco de loucos atirado à fúria de tempestades marítimas, à semelhança do Barco dos Mortos de Traven. A contra-reação da moral vitoriana inglesa nada mais fez do que preparar a sua própria explosão, na fase atual do homossexualismo europeu desenfreado, que parece vingar a prisão de Oscar Wild em Reading.
A sexualidade afrontada encontrou em Marcuse o seu defensor filosófico, mas em termos exagerados. Desde o século passado o Espiritismo colocou nos fundamentos de toda a realidade terrena a questão do princípio vital, elemento mantedor de toda a vida planetária. A sexualidade, que não é o sexo, mas a potência sexual geradora e mantenedora de vida, é a carga de energia vital do planeta, distribuída nos indivíduos de todas as espécies. Na era fálica essa força era cultuada mas não havia libertinagem nem pornografia nesse culto, pois não se considerava o sexo como pecado, mas como instrumento sagrado de reprodução da espécie. Na Suméria os casais se uniam nos altares dos templos, na presença de sacerdotes que os abençoavam para a fecundação. Esse senso da dignidade do sexo perdeu-se nas civilizações teocráticas, esmagado sob as condenações do gozo, que impediam a alma de alcançar a salvação. Marcuse tem razão ao defender a teoria das civilizações suicidas, que condenam o sexo e a ele se entregam na exclusiva busca do prazer, desenvolvendo a indústria aviltante do gozo sexual, que reduz o sexo a instrumento de loucura e perversão. A colocação espírita desse problema é clara e precisa como vemos no capítulo sobre a Lei de Reprodução, de O Livro dos Espíritos:
“As leis e costumes humanos que objetivam ou têm por efeito obstar a reprodução são contrários à lei natural?: Tudo o que entrava a marcha da Natureza é contrário à lei geral”.
Todas as espécies devem reproduzir-se, mesmo as que parecem daninhas. O equilíbrio mesológico se faz segundo as leis biomesológicas de cada área específica: o campo, o cerrado, a floresta, as águas, as cidades e assim por diante. Há espécies daninhas que são sobrevivências de formas em extinção ou mutação, para adaptações a condições novas que estão surgindo. Como Kardec adverte: o homem, que só vê um canto do quadro geral da Natureza, não pode julgar o todo e se confunde em suas apreciações da harmonia natural. No tocante à população humana do planeta, que hoje preocupa os homens e os governos, o Espiritismo sustenta a tese do equilíbrio natural, governado pelas leis naturais. Afirma que a Terra está longe de possuir a população a ela destinada e que o homem não tem capacidade para impedir a progressão populacional. O recente Congresso Demográfico Mundial da ONU, provou isso. Depois de vários dias de debates e defesa de teses absurdas, o Secretário Geral da ONU advertiu os congressistas de que, durante as discussões, milhões de crianças haviam nascido em todo o mundo. Era impossível deter o aumento populacional através das medidas propostas, algumas delas ridículas, como a de um cientista inglês que propunha medidas para reduzir o tamanho atual dos homens, reduzindo-os a homúnculos, para se conseguir mais espaço e diminuir as necessidades de alimentos. Por outro lado, vários cientistas colocaram o problema da chamada explosão demográfica e falta de alimentos em termos de crescimento local dos grandes centros urbanos e falta de controle da produção alimentícia, com esbanjamento de grandes produções por falta de transportes, ganância exagerada de lucros e transportes excessivamente caros de regiões produtoras distantes para as zonas consumidoras. Resta ainda considerar que todo crescimento populacional não é permanente, seguindo uma curva estatística de ascensão que depois decai, ajusta-se em linha regular ou entra em declínio. Tudo isso confirma a posição espírita. Escapa ao homem o controle biomesológico em todo o conjunto de áreas populacionais animais e humanas, de maneira que as intervenções humanas só servem para provocar desequilíbrios perigosos.
Passando desse problema para o de abstenção sexual e o de casamento e celibato, vamos novamente verificar o acerto do Espiritismo em sua posição firmada desde meados do século passado. O casamento representa uma conquista na evolução social, disciplinando as relações humanas com vistas à organização da família na estrutura mais ampla da sociedade. Se a maioria dos casamentos na Terra apresenta dificuldades e desajustes, isso decorre das condições inferiores do nosso mundo. O casal é uma unidade biológica que se forma por atração afetiva recíproca desenvolvida em vidas sucessivas ao longo da temporalidade, que é a larga e profunda esteira dos tempos sucessivos. A afetividade que o liga no presente é positiva, mas está geralmente carregada de cargas negativas, provenientes de situações não resolvidas, de compromissos e dívidas morais recíprocas. Formada a unidade, ela funciona como um dínamo-psiquismo que atrai as entidades comprometidas com o par nas existências anteriores. O par sozinho enleia-se nos sonhos de felicidade dos anseios de amor. Mas as interferências dos comparsas causa disritmias e atritos na harmonia do dínamo, muitas vezes desde o namoro e o noivado, prenunciando tempestades magnéticas. São os filhos que buscam a reencarnação e os parentes do par e outros compromissados que chegam, cobradores de dívidas afetivas e de compromissos rompidos. Não é Deus que determina essas situações embaraçosas, mas os próprios envolvidos em complôs remotos e o próprio par, motivo de ações negativas anteriores que, segundo a lei de ação e reação, formam o karma do grupo, ou seja, o conjunto de insolvências passadas, agora postas em resgate comum. (A palavra karma, de origem sânscrita, vem de arcaicas religiões indianas reencarnacionistas, mas é empregada no meio espírita por seu sentido prático e preciso). Se o casal se recusa a ter filhos os compromissados reagem com vibrações mentais e psíquicas negativas, quebrando a harmonia do dínamo e provocando distúrbios biopsíquicos no casal e até mesmo ocasionando a interferência de reencarnados compromissados com o par. São essas as causas da maioria das situações difíceis resultantes de casamentos felizes. Os casos de abortos provocados no passado constituem pesados compromissos a resgatar, e os casos de abortos recentes (sem necessidade clínica real), acumulam-se aos anteriores ou passam para débitos futuros. É por isso que os sentimentos de amor e respeito ao próximo constituem elementos defensivos da felicidade futura de todos nós. A partir deste quadro podemos compreender com mais clareza as situações dolorosas em que se precipitam muitos casamentos felizes, e que as religiões explicam assustadoramente como castigos divinos ou influências diabólicas. Todas essas ocorrências dependem exclusivamente de nossas relações humanas no passado e no presente. A consciência humana dispõe, em todos nós, dos recursos preventivos dessas situações. Nossa falta leviana de atenção às exigências e advertências da consciência respondem pelas situações negativas que criamos por nós mesmos, contra os nossos interesses evolutivos.

Autor: J. Herculano Pires
Livro: Curso Dinâmico do Espiritismo

ALERGIA E OBSESSÃO

Nota do Blog:
Somos responsáveis por todos as nossas ações e pensamentos. Os nossos atos contrários as leis Divinas repercutem em nosso perispírito e consequentemente no corpo físico. Quando Jesus disse que iríamos pagar ceitil por ceitil  queria dizer também que nada escapa da lei.
O pensamento de ódio nos causa gastrite  nervosa, a inveja nos tira noites de sono são alguns exemplos de inúmeros que sofremos pelo pensamento fixo que chamamos de obsessão.
A edificação de valores morais  ensinado por Jesus, é a única porta que nos trará harmonia.

Negy

ALERGIA  E  OBSESSÃO

 Dias da Cruz
A noite de 15 de julho de 1954 trouxe-nos a alegria do primeiro contato com o Espírito do Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, distinto medido e denodado batalhador do Espiritismo, que foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no período de 1889 a 1895, desencarnado em 1937.
Tomando as faculdades psicofônicas do médium, pronunciou a palestra aqui transcrita, que consideramos precioso estudo em torno da obsessão.
Subordinando o assunto ao tema “alegria e obsessão”, elucida-nos sobre a maneira pela qual facilitamos a influenciação das entidades infelizes ou inferiores em nosso campo físico, desde as mais simples perturbações epidérmicas aos casos dolorosos de avassalamento psíquico. 
Quem se consagra aos trabalhos de socorro espiritual há de convir, por certo, em que a obsessão é um processo alérgico, interessando o equilíbrio da mente.
Sabemos que a palavra “alergia” foi criada, neste século, pelo médico vienense Von Pirquet, significando a reação modificada nas ocorrências da hipersensibilidade humana.
Semelhante alteração pode ser provocada no campo orgânico pelos agentes mais diversos, quais sejam os alimentos, a poeira doméstica, os polens das plantas, os parasitos da pele, do intestino e do ar, tanto quanto as bactérias que se multiplicam em núcleos infecciosos.
As drogas largamente usadas, quando em associação com fatores protéicos, podem suscitar igualmente a constituição de alérgenos alarmantes.
Como vemos, os elementos dessa ordem são exógenos ou endógenos, isto é, procedem do meio externo ou interno, em nos reportando ao mundo complexo do organismo.
A medicina moderna, analisando a engrenagem do fenômeno, admite que a ação do anticorpo sobre o antígeno, na intimidade da célula, liberta uma substância semelhante à histamina, vulgarmente chamada substância “H”, que agindo sobre os vasos capilares, sobre as fibras e sobre o sangue, atua desastrosamente, ocasionando variados desequilíbrios, a se expressarem, de modo particular, na dermatite atípica, na dermatite de contato, na coriza espasmódica, na asma, no edema, na urticária, na enxaqueca e na alergia sérica, digestiva, nervosa ou cardiovascular.
Evitando, porém, qualquer preciosismo da técnica científica e relegando à medicina habitual o dever de assegurar os processos imunológicos da integridade física, recordemos que as radiações mentais, que podemos classificar por agentes “R”, na maioria das vezes se apresentam, na base de formação da substância “H”, desempenhando importante papel em quase todas as perturbações neuropsíquicas e usando o cérebro como órgão de choque.
Todos os nossos pensamentos definidos por vibrações, palavras ou atos, arrojam de nós raios específicos.
Assim sendo, é indispensável curar de nossas próprias atitudes, na autodefesa e no amparo aos semelhantes, porquanto a cólera e a irritação, a leviandade e a maledicência, a crueldade e a calúnia, a irreflexão e a crueldade, a tristeza e o desânimo, produzem elevada porcentagem de agentes “R”, de natureza destrutiva, em nós e em torno de nós, exógenos e endógenos, suscetíveis de fixar-nos, por tempo indeterminado, em deplorável labirinto da desarmonia mental.
Em muitas ocasiões, nossa conduta pode ser a nossa enfermidade, tanto quanto o nosso comportamento pode representar a nossa restauração e a nossa cura.
Para sanar a obsessão nos outros ou em nós mesmos, é preciso cogitar dos agentes “R” que estamos emitindo.
O pensamento é força que determina, estabelece, transforma, edifica, destrói e reconstrói.
Nele, ao influxo divino, reside a gênese de toda a Criação.
Respeitemos, assim, a dieta do Evangelho, procurando erguer um santuário de princípios morais respeitáveis para as nossas manifestações de cada dia.
E, garantindo-nos contra a alergia e a obsessão de qualquer procedência, atendamos ao sábio conselho de Paulo, o grande convertido, quando adverte aos cristãos da Igreja de Filipos:
- “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é nobre, tudo o que é puro, tudo o que é santo, seja, em cada hora da vida, a luz dos vossos pensamentos.”
___________________
(1) O comunicante refere-se ao Espírito Meimei. – Nota do organizador

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Instruções Psicofônicas.  Espíritos Diversos

A ORAÇÃO CURATIVA

A  ORAÇÃO  CURATIVA
Eustáquio
A reunião da noite de 11 de novembro de 1954 trouxe-nos a confortadora visita do Espírito de Padre Eustáquio.
Sacerdote extremamente consagrado ao bem, nosso amigo residiu, por alguns anos, em Belo Horizonte, onde, através de seu nobre coração e de sua mediunidade curadora, inúmeros sofredores encontraram alívio.
Sempre rodeado por verdadeira multidão de Infelizes, Padre Eustáquio foi o apóstolo das curas, das quais se ocuparam largamente os jornais de nosso País. E, continuando, além-túmulo, o seu ministério sublime, conforme a observação dos médiuns clarividentes de nosso grupo, compareceu às nossas preces acompanhado por uma pequena multidão de Espíritos conturbados e infelizes a lhe pedirem socorro.
O prezado visitante senhoreou as faculdades psicofônicas do médium com todas as características de sua personalidade, inclusive a mímica oratória e a voz que lhe eram peculiares quando encarnado.
Sua alocução, de grande beleza para nós, em vista da simplicidade em que foi vazada, é portadora de expressivos apontamentos com respeito à oração.
Meus amigos.
Que a paz do Cristo permaneça em nossos corações, conduzindo-nos para a luz.
Fui padre católico romano, naturalmente limitado às concepções do meu ambiente, mas não tanto que não pudesse compreender todos os homens como tutelados de Nosso Senhor.
A morte do corpo veio dilatar os horizontes de meu entendimento e agora vejo com mais clareza a necessidade do esforço conjunto de todas as nossas escolas de interpretação do Evangelho, para que nos confraternizemos com fervor e sinceridade, à frente do Eterno Amigo.
Com esse novo discernimento, visito-vos o núcleo de ação cristianizante, tomando por tema a oração como poder curativo e definindo a nossa fé como dom providencial.
O mundo permanece coberto de males de toda a sorte.
Há epidemias de ódio, desequilíbrio, perversidade e ignorância, como em outro tempo conhecíamos a infestação de peste bubônica e febre amarela.
Em toda parte, vemos enfermidades, aflições, descontentamentos, desarmonias...
Tudo é doença do corpo e da alma.
Tudo é ausência do Espírito do Senhor.
Não ignoramos, porém, que todos temos a prece à nossa disposição como força de recuperação e de cura.
É necessário orientar as nossas atividades, no sentido de adaptar-nos à Lei do Bem, acalmando nossos sentimentos e sossegando nossos impulsos, para, em seguida, elevar o pensamento ao manancial de todas as bênçãos, colocando a nossa vida em ligação com a Divina Vontade.
Sabemos hoje que outras vibrações escapam à ciência terrestre, além do ultravioleta e aquém do infravermelho.
À medida que se desenvolve nos domínios da inteligência, compreende o homem com mais força que toda matéria é condensação de energia.
Disse o Senhor: — «Brilhe vossa luz» — e, atualmente, a experimentação positiva revela que o próprio corpo humano é um gerador de forças dinâmicas, constituído assim como um feixe de energias radiantes, em que a consciência fragmentária da criatura evolui ao impacto dos mais diversos raios, a fim de entesourar a Luz Divina e crescer para a Consciência Cósmica.
Vibra a luz em todos os lugares e, por ela, estamos informados de que o Universo é percorrido pelo fluxo divino do Amor Infinito, em freqüência muitíssimo elevada, através de ondas ultracurtas que podem ser transmitidas de espírito a espírito, mais facilmente assimiláveis por intermédio da oração.
Cada aprendiz do Evangelho necessita, assim, afeiçoar-se ao culto da prece, no próprio mundo íntimo, valorizando a oportunidade que lhe é concedida para a comunhão com o Infinito Poder.
Para isso, contudo, é indispensável que a mente e o coração da criatura estejam em sintonia com o amor que domina todos os ângulos da vida, porque a lei do amor é tão matemática como a lei da gravitação.
Mentalizemos a eletricidade, por exemplo, na rede iluminativa. Caso apareça qualquer hiato na corrente, ninguém se lembrará de acusar a usina, como se o fluxo elétrico deixasse de existir. Certificar-nos-emos sem dificuldade de que há um defeito na lâmpada ou na tomada de força.
Derrama-se o amor de Nosso Senhor Jesus-Cristo para todos os corações, no entanto, é imprescindível que a lâmpada de nossa alma se mostre em condições de receber-lhe o Toque Sublime.
Os materiais que constituem a lâmpada são apetrechos de exteriorização da luz, mas a eletricidade é invisível.
Assim também, nós vemos o Amor de Deus em nossas vidas, por intermédio do Grande Mediador, Jesus-Cristo, em forma de alegria, paz, saúde, concórdia, progresso e felicidade; entretanto, acima de todas essas manifestações, abordáveis ao nosso exame, permanece o invisível manancial do Ilimitado Amor e da Ilimitada Sabedoria.
Usando imagens mais simples, recordemos o serviço da água no abrigo doméstico.
Logicamente, as fontes são alimentadas por vivas reservas da Natureza, mas, para que a água atinja os recessos do lar, não prescindiremos da instalação adequada.
A canalização deve estar bem disposta e bem limpa.
Em vista disso, é necessário que todas as atitudes em desacordo com a Lei do Amor sejam extirpadas de nossa existência, para que o Inesgotável Poder penetre através de nossos humildes recursos.
O canal de nossa mente e de nosso coração deve estar desimpedido de todos os raciocínios e sentimentos que não se harmonizem com os padrões de Nosso Senhor.
Alcançada essa fase preparatória, é possível utilizar a oração por medida de reajuste para nós e para os outros, incluindo quantos se encontram perto ou longe de nós.
Ninguém pode calcular no mundo o valor de uma prece nascida do coração humilde e sincero diante do Todo-Misericordioso.
Certamente as tinturas e os sais, as vitaminas e a radioatividade são elementos que a Providência Divina colocou a serviço dos homens na Terra.
É também compreensível que o médico seja indispensável, muitas vezes, à cabeceira dos doentes, porque, em muitas situações, assim como o professor precisa do discípulo e o discípulo do professor, o enfermo precisa do médico, tanto quanto o médico necessita do enfermo, na permuta de experiência.
Isso, porém, não nos impede usar os recursos de que dispomos em nós mesmos. E estejamos convictos de que, ligando o fio de nossa fé à usina do Infinito Bem, as fontes vivas do Amor Eterno derramar-se-ão através de nós, espalhando saúde e alegria.
Assim como há lâmpadas para voltagens diversas, cada criatura tem a sua capacidade própria nas tarefas do auxílio. Há quem receba mais, ou menos força.
Desse modo, conduzamos nossa boa-vontade aos companheiros que sofrem, suplicando a Infinita Bondade em favor de nós mesmos.
É indispensável compreender que a oração opera uma verdadeira transfusão de plasma espiritual, no levantamento de nossas energias.
Se nos sentimos fracos, peçamos o concurso de um companheiro, de dois companheiros ou mais irmãos, porque as forças reunidas multiplicam as forças e, dessa forma, teremos maiores possibilidades para a eclosão do Amparo Divino que está simplesmente esperando que a nossa capacidade de transmissão e de sintonia se amplie e se eleve, em nosso próprio favor.
Mentalizemos o órgão enfermo, a pessoa necessitada ou a situação difícil, à maneira de campos em que o Divino Amor se manifestará, oferecendo-lhes nosso coração e nossas mãos, por veículos de socorro, e veremos fluir, por nós, os mananciais da Vida Eterna, porque o Pai Todo-Compassivo e Jesus Nosso Senhor nunca se empobrecem de bondade.
A indigência é sempre nossa.
Muitos dizem «não posso ajudar porque não sou bom», mas, se já fôssemos senhores da virtude, estaríamos noutras condições e noutras esferas.
Consola-nos saber que somos discípulos do bem e, nessa posição, devemos exercitá-lo.
Movimentemos a boa-vontade.
Não temos ainda as árvores da generosidade e da compreensão, da fé irrepreensível e da perfeita caridade, mas possuímos as sementes que lhes correspondem. E toda semente bem plantada recolhe do Alto a graça do crescimento.
Assim, pois, para que tenhamos assegurado o êxito da nossa plantação de qualidades superiores, é preciso nos disponhamos a fazer da própria vida um canal de manifestação do Constante Auxílio.
Todos temos provas, dificuldades, moléstias, aflições e impedimentos, contudo, dia a dia, colocando nosso espírito à disposição do Divino Amor que flui do centro do Universo para todos os recantos da vida, desenvolver-nos-emos em entendimento, elevação e santificação.
Trabalhemos, portanto, estendendo a oração curativa.
A vossa assembléia de socorro aos irmãos conturbados na- sombra é uma exaltação da prece desse teor, porque trazeis ao vosso círculo de serviço aquilo que guardais de melhor e contais simplesmente com o Divino Poder, já que nós, de nós mesmos, nada detemos ainda de bom senão a migalha de nossa confiança e de nossa boa-vontade.
Em nome do Evangelho, sirvamos e ajudemos.
E que Nosso Senhor Jesus-Cristo nos assista e abençoe.
Do livro “Instruções Psicofônicas”. Espíritos Diversos. Psicografia de Francisco C. Xavier.
 

Liberdade com o Espiritismo

Liberdade com o Espiritismo

No seio do pensamento fulgente da Doutrina Espírita, todos achamos motivação para encetar os passos da nossa verdadeira libertação. Com Allan Kardec, o alcandorado amigo e ínclito Codificador do Espiritismo, torna-se menos complexa essa azáfama para a manumissão anelada. O mundo seria mais leve, e a vida humana mais fácil de ser vivida se conseguíssemos entender e usufruir a sonhada liberdade.
Libertar-se-ia a Ciência com o pensamento espírita se, ao encontrar o agente de tudo, o princípio inteligente do universo, o Espírito, se abstivesse de tudo atribuir somente aos fenômenos materiais, como princípio e fim de tudo. Verificaria, então,  quão rica e grandiosa seria a visão científica, a partir do enriquecimento trazido pela constatação e valorização consciente do horizonte espiritual.
Libertar-se-ia a Filosofia por meio do pensamento espírita, quando pousasse suas reflexões, fosse qual fosse a escola de pensamentos sustentada, na realidade do ser imortal, ao conceber que o pensamento é atributo da alma. A partir disso, se tornaria mais simples a compreensão de que tudo quanto existe no campo da matéria densa não passa das elaborações da mente, do psiquismo do ser espiritual. Entenderia o filósofo, sob a profunda luz espírita, que há um caminho menos agreste para a compreensão do ser e da existência, bem como o sentido de tudo isso, nos mundos disseminados pelos espaços.
Libertar-se-ia a Fé Religiosa ante o pensamento espírita, qualquer que fosse a sua linha interpretativa dos fenômenos da alma, ao observar seriamente e penetrar o conhecimento das leis da natureza, base em que se apoia a estrutura espírita. Destronaria  o interesse subalterno de dominação de consciências, valorizaria o trabalho de amadurecimento das consciências para a visão de Deus, o que aclararia a reflexão do crente para libertá-lo, por fim, da pieguice, do fanatismo, do fundamentalismo destrutivo.
Atido à grandeza do pensamento espírita, Allan Kardec presenteia a humanidade com a ensancha de estabelecer a libertação das criaturas, graças ao conhecimento da verdade, o que confirmaria o ensinamento do Cristo Jesus.
Se o conhecimento que estamos angariando na vida não nos é capaz de libertar da sombra generalizada, sombra do intelecto, sombra do sentimento, sombra da moral, algo está em equívoco. Ou esse conhecimento não é a expressão da verdade, ou, então, de nossa parte, não estamos assimilando devidamente seus conteúdos.
É hora de despertar, nessa fase aziaga da experiência humana. Estamos perante o extravasar de loucuras sem dimensão; achamo-nos diante das explosões do egoísmo; encontramo-nos submetidos a um tempo de graves pelejas provocadas por incontáveis almas aturdidas, infelizes em si mesmas, que pesam sobre o psiquismo terrestre, espalhando o seu infortúnio. É tempo de cuidados intensos para a inadiável marcha.
À frente de tudo isso, porém, raia o Sol portentoso do Espiritismo no cerne da Codificação de Kardec, que nos deverá aquecer e iluminar para a vitória, para a espiritual libertação.
Agora, quando rendemos ao Mestre de Lyon as justíssimas homenagens pela contagem desses dois séculos de seu último berço no mundo, sob os céus que cantavam as pautas da liberdade, da igualdade e da fraternidade, unimo-nos em oração para agradecer ao Criador por esse ensejo e por nosso júbilo, júbilo da família espírita do mundo, reunida em Paris.
Saudamos, pois, o Codificador, por haver-se tornado para nós o instrumento da liberdade que o Cristo anunciou para a humanidade inteira.
Com os mais cordiais votos de progresso e de paz, sou o servidor de todas as horas, o sempre amigo
  
                                                                              Gabriel Delanne.
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, por ocasião da sessão de encerramento do IV Congresso Espírita Mundial, em 05.10.2004, Paris-França.
Em 04.06.2010.

Reflexões sobre a calúnia

Reflexões sobre a calúnia

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana.
Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência.
Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado.
Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário.
Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade.
Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia.
Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo.
Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes.
A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade.
A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro.
Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la.
*   *   *
Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes.
Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade.
Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto.
Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento.
Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor.
Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti...
Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem...
Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem.
Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência.
Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem.
Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira.
Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso
Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos.
Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados...
Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação...
A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem.
*   *   *
Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação?
Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe?
Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?!
...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?!
Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração.
Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas.
Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.

Joanna de Angelis.
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco,na manhã de 29 de outubro de 2010, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.
Em 14.02.2011.
 
   

Agressividade

Agressividade

Vivem-se, na atualidade, os dias de descontrole emocional e espiritual no querido orbe terrestre.
O tumulto desenfreado, fruto espúrio das paixões servis, invade quase todas as áreas do comportamento humano e da convivência social.
Desconfiança sistemática aturde as mentes invigilantes, levando-as a suspeitas infundadas e contínuas, bem como a reações doentias nas mais diversas circunstâncias.
A probidade cede lugar à avareza, enquanto a simpatia e a afabilidade são substituídas pela animosidade contumaz.
As pessoas mal suportam-se umas às outras, explodindo por motivos irrelevantes, sem significado.
Explica-se que muitos fatores sociológicos são os responsáveis pelas ocorrências infelizes.
Apontam-se a fugacidade de todas as coisas, a celeridade do relógio, o medo, a solidão e a ansiedade, como responsáveis pela frustração dos indivíduos, gerando as situações agressivas que os armam de violência e de perversidade.
A cultura e a ética não têm conseguido acalmar os ânimos, deixando que a arrogância e a presunção enganosas tomem conta dos incautos que se lhes submetem docemente.
Os relacionamentos sem afetividade real, estimulados por interesses nem sempre nobres, tornam-se em antagonismos, em decorrência de alguma negativa que se torna oportuna e é direcionada ao outro.
A maledicência perversa grassa nos arraiais dos grupos, minando as bases frágeis das amizades superficiais, e, não poucas vezes, transformando-se em calúnias insidiosas. Mesmo entre as pessoas vinculadas às doutrinas religiosas libertadoras que se baseiam no amor e na caridade, no respeito ao próximo e no culto aos deveres morais, o vício infeliz permanece, destruidor.
Armando-se de mau humor, não poucos homens e mulheres externam o enfado ou os sentimentos controvertidos em que se consomem, dando lugar a situações vexatórias. Em mecanismo de transferência psicológica atiram os seus conflitos à responsabilidade dos outros, como se estivessem desforçando-se da inveja que experimentam em relação aos mesmos.
Aumenta, assustadoramente, a agressividade, nestes dias, nos grupos humanos, sem que haja um programa de reequilíbrio, de harmonização individual ou coletiva.
Trata-se de uma guerra  não declarada, cujos efeitos perniciosos atemorizam a sociedade.
As autoridades dizem-se atadas a dificuldades quase insuperáveis em razão do suborno, do tráfico de drogas, dos desafios administrativos, da ausência de pessoal habilitado para os enfrentamentos, falhando, quase sempre, nas providências tomadas.
Permanecem, desse modo, os comportamentos infelizes nos lares, nos educandários, nas vias públicas, no trabalho...
A agressividade é doença da alma que deve merecer cuidados muito especiais desde a infância, educando-se o iniciante na experiência terrestre, de forma que possa dispor de recursos para vencer a inferioridade moral que traz de existências transatas ou que adquire na convivência doentia da família...
*   *   *
A agressividade é herança cruel do medo ancestral, que remanesce no Espírito desde priscas eras.
Não diluído pela segurança psicológica adquirida mediante a fé religiosa, a reflexão, a psicoterapia acadêmica, a oração, domina os recônditos do sentimento e exterioriza-se de forma infeliz na agressividade.
A ausência dos diálogos domésticos saudáveis entre pais, filhos e cônjuges ou parceiros, que se agridem mutuamente, sempre ressentidos, extrapolam do lar em direção à via pública, transformada em campo de batalha, segue no rumo do local de trabalho, e até aos clubes de recreação, em contínuo destrambelho das emoções.
Nesse contubérnio afligente, Espíritos irresponsáveis e frívolos aproveitam-se das vibrações deletérias e misturam-se com esses combatentes perturbados, aumentando-lhes a ferocidade e estimulando-lhes os instintos inferiores.
O resultado são os crimes hediondos, asselvajados, estarrecedores, que aumentam o índice de maldade em razão da ingestão de bebidas alcoólicas, de drogas alucinantes e fatais...
A civilização contemporânea periclita nos seus alicerces materialistas, ameaçada pela agressividade e pelo desrespeito moral que assolam sem freio.
Sem dúvida, estudiosos do comportamento, educadores sinceros e devotados, religiosos abnegados, pensadores sensatos e sociólogos lúcidos vêm investindo os seus melhores recursos na construção da nova mentalidade saudável, em tentativas ainda não vitoriosas para a reversão do quadro aparvalhante, confiantes, no entanto, nos resultados futuros.
O progresso moral é lento e exige sacrifícios de todos os cidadãos que aspiram pela felicidade e pela harmonia na Terra.
As respeitáveis contribuições da Ciência e da Tecnologia, valiosas, sob qualquer aspecto consideradas, respondem por muitas modificações das estruturas ultramontanas, suprimindo a ignorância e o primitivismo. Nada obstante, também são usadas para o crime de várias denominações, especialmente através dos veículos da mídia: os periódicos, a Internet, a televisão, assim como o teatro e o cinema, com a sua complexa penetração nas massas, às vezes, usados vergonhosamente e sem qualquer controle, oferecendo campo de vulgaridades e informações que preparam delinquentes e viciosos...
A rigor, com as nobres exceções existentes, a sociedade moderna encontra-se enferma gravemente, necessitando de urgentes cuidados, que o sofrimento, igualmente generalizando-se, conseguirá, no momento próprio, oferecer a recuperação, o reencontro com a saúde após a exaustão pelas dores...

Instala-se, desse modo, lentamente, o período da paz, da brandura, da fraternidade.
Sofrido, o ser humano ver-se-á compelido a fazer a viagem de volta às questões simples e afáveis, à amizade e à ternura, qual filho pródigo de retorno ao lar paterno após as extravagantes experiências que se permitiu.
Que se não demorem esses dias, que dependerão do livre-arbítrio dos indivíduos em particular e da sociedade em geral, embora o progresso seja inevitável, apressando-se ou retardando-se em razão das opções humanas.
*   *   *
A agressividade ingeliz é doença passageira, embora os grandes danos que produz, cedendo lugar à pacificação.
Torna dócil a tua voz, nestes turbulentos dias de algazarra, e gentis os teus gestos ante os tumultos e choques pessoais...
Com sua sabedoria ímpar, Jesus assinalou: Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.1
Suavemente permite que a mansidão domine os territórios das tuas emoções, substituindo esses infelizes mecanismos da inferioridade moral pelos abençoados valores da verdade.
Joanna de Ângelis.
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 15 de março de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
 Em 24.05.2010.
 

Vínculos familiares( Livro : Renovando Atitudes)

Vínculos familiares

Capítulo 4, item 18( Evangelho Segundo o Espiritismo)
“... Afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos sentidos não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não há de duráveis senão as afeições espirituais...”
(Capítulo 4, item 18.)

A rigor, família é uma instituição social que compreende indivíduos ligados entre si por laços consangüíneos.
A formação do grupo familiar tem como finalidade a educação, implicando, porém, outros tantos fatores como amor, atenção, compreensão, coerência e, sobretudo, respeito à individualidade de cada componente do instituto doméstico.
Com o Espiritismo, porém, esse conceito de família se alarga, porque os velhos padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado, cedem lugar a um clã familiar de visão mais ampla de vivência coletiva, dentro das bases da reencarnação. Por admitir que os laços da parentela são preexistentes à jornada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos caem por terra, em face da possibilidade de as almas retornarem ao mesmo domicílio, ocupando roupagens físicas conforme as necessidades evolutivas.
As afeições reais do espírito sobrevivem à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas, nutrindo-se cada vez mais de mútuas afinidades, enquanto que as atrações materiais, cujo único objetivo são as ilusões passageiras e os interesses do orgulho, extinguem-se com a ―causa que os fez nascer.
Assim, vemos famílias que adotam a ―eliminação quase total da vida particular. A atenção é focalizada de forma exclusiva no grupo familiar, cujos
integrantes vivem neuroticamente uns para os outros. Bloqueiam seus direitos à própria vida, à liberdade de agir e de pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual, para se ocuparem de cuidados improdutivos e alienatórios entre si. Vi-vem uns para os outros numa ―simbiose doentia.
Os elementos que vivem presos a esse relacionamento de permuta egoísta afirmam para si mesmos: ―Se eu me sacrifico pelo outro, exijo que ele se dedique a mim. Não se trata de caridade, e sim de compromissos impostos entre dois ou mais indivíduos de juntos viverem, visando ao ―bem-estar familiar‖. Na verdade, não estão exercitando o discernimento necessário para enxergar a autêntica satisfação de cada um como pessoa.
Não nos referimos aqui ao companheirismo afetivo, tão reconfortante e vital à família, mas a uma postura obrigatória pela qual indivíduos se vigiam e se encarceram reciprocamente.
Encontramos também outras famílias que não se formaram por afeições sinceras; fazem comparações e observam características de outras famílias que invejam e que buscam copiar a qualquer custo: são as chamadas ―alpinistas sociais
Procuraram formar o lar afeiçoadas a modelos de elegância e a peculiaridades obstinadas de afetação social, moldando o recinto doméstico ao que eles idealizam a seu bel-prazer como ―chique.
Vestem-se à imagem dos outros, comparam carros, móveis, gostos e comidas; negam a cada membro, de forma nociva, a verdadeira vocação, tentando sempre copiar modos de viver que não condizem com suas reais motivações.
Há ainda outras agremiações familiares denominadas ―exibicionistas, em que os membros do lar se associam para suprir a necessidade que nutrem de ser vistos, ouvidos, apreciados e admirados. Ajudam-se mutuamente, ressaltando uns a imagem dos outros e focalizando áreas que podem ser valorizadas pelo social, como, por exemplo, a beleza física ou o recurso financeiro.
As pessoas vaidosas desse tipo familiar, quando bem sucedidas ou conceituadas, alimentam exibição sistemática diante dos outros, como forma de compensação ao orgulho de que estão revestidas.
Assim considerando, os laços de família formados em bases de fidelidade,
amor, respeito e dedicação perdurarão pela Eternidade e serão cada vez mais fortalecidos. Os espíritos simpáticos envolvidos nessas uniões usufruem indizível felicidade por estar juntos trabalhando para o seu progresso espiritual. ―Quanto às pessoas unidas pelo único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra: a morte as separa sobre a Terra e no céu,28 conforme nos certifica literalmente o texto de ―O Evangelho Segundo o Espiritismo.

28 O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 4º item 18

A arte da aceitação( Livro Renovando Atitudes)

A arte da aceitação

Capítulo 5, item 13
“O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre...”
“... contentar-se com sua posição sem invejar a dos Outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação...”
(Capítulo 5, item 13.)

Aceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e realizar satisfatoriamente nossa transformação interior.
Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, conseqüentemente, não depararemos com a realidade.
A propósito, muitos de nós fantasiamos o que poderíamos ser, não convivendo, porém, com nossa pessoa real. Desgastamos dessa forma uma enorme energia, por carregarmos constantemente uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes.
A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, à qual se soma o estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm um considerável ―coeficiente evolutivo, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porquanto aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias a seu amadurecimento e
desenvolvimento espiritual.
Quando não enfrentamos os fatos existenciais com plena aceitação, criamos quase sempre uma estrutura mental de defesa. Somos levados a reagir com ―atitudes de negação, que são em verdade molas que abrandam os golpes contra nossa alma. São consideradas fenômeno psicológico de ―reação natural e instintiva‖ às dores, conflitos, mudanças, perdas e deserções e que, por algum tempo, nos alivia dos abalos da vida, até que possamos reunir mais forças, para enfrentá-los e aceitá-los verdadeiramente no futuro.
Não negamos por ser turrões ou teimosos, como pensam alguns; não estamos nem mesmo mentindo a nós próprios. Aliás, ―negar não é mentir, mas não se permitir ―tomar consciência da realidade.
Talvez esse mecanismo de defesa nos sirva durante algum tempo; depois passa a nos impedir o crescimento e a nos danificar profundamente os anseios de elevação e progresso.
Auto-aceitação é aceitar o que somos e como somos. Não a confundamos como uma ―rendição conformada, e que nada mais importa. De fato, acontece que, ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa rivalidade com nós mesmos. A partir disso, ficamos do lado da nossa realidade em vez de combatê-la.
Diz o texto: ―O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre. Aceitação é bem uma maneira nova de ―encarar as circunstâncias da vida, para que a ―força do progresso encontre espaços e não mais limites na alma até então restrita, pois a ―vida terrestre nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo e com os outros no contexto social em que se vive.
Aceitar-se é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos ―donos da verdade e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a nós mesmos, sendo o que realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios.
Em vista disso, concluímos que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade
necessária para admitir realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos.

Amar não sofrer( Livro: Renovando Atitudes)

Amar não sofrer

Capítulo 5, item 26

“Perguntais se é permitido abrandar as vossas próprias provas: essa questão leva a esta: é permitido àquele que se afoga procurar se salvar? Àquele que tem um espinho cravado, de o retirar?...”
“... contentai-vos com as provas que Deus nos envia, e não aumenteis sua carga, às vezes tão pesada...”
(Capítulo 5, item 26.)
Sofremos porque ainda não aprendemos a amar; afinal, a lei divina nos incentiva ao amor, como sendo a única forma capaz de promover o nosso crescimento espiritual.
Os métodos reais da evolução só acontecem em nós quando entramos no fluxo educativo do amor. Sofrer por sofrer não tem significado algum, pois a dor tem como função resgatar as almas para as faixas nobres da vida, por onde transitam os que amam em plenitude.
Temos acumulado inúmeras experiências nas névoas dos séculos, em estâncias onde nossas almas estagiaram, e aprendido invariavelmente que só repararíamos nossos desacertos e equívocos perante a vida através do binômio ―dor-castigo.
Nas tradições da mitologia pagã, aprendemos com os deuses toda uma postura marcada pela dor. A princípio, os duelos de Osíris, Sete Hórus, do Antigo Egito. Mais além, assimilamos ―formas-pensamentos das desavenças e vinganças entre Netuno e Júpiter no Olimpo, a morada dos deuses da Grécia.
Por outro lado, não foi somente entre as religiões idólatras que incorporamos essas formas de convicção, mas também nos conceitos do Velho Testamento, onde
exercitamos toda uma forma de pensar, na exaltação da dor como um dos processos divinos para punir todos aqueles que se encontravam em falta.
A palavra ―talião significa ―tal, do latim ―talis, definida como a ―Lei de Talião, ou seja, ―Olho por olho, dente por dente.18 Significa que as criaturas deveriam ter como castigo a dor, ―tal qual fizeram os outros sentir. Constatamos, assim, a idéia de que se tinha do poder divino era caracterizada por atributos profundamente punitivos.
Já afirmava: ―e Deus na sua ira lhes repartirá as dores;19 o Gênesis, em se referindo aos castigos da mulher: ―multiplicarei os teus trabalhos e em meio da dor darás à luz a filhos.20 São algumas dentre muitas assertivas que nos levaram a formar crenças profundas de que somente o sofrimento era capaz de sublimar as almas, ou reparar negligências, abusos e crimes.
No ―Sermão do Monte, Jesus Cristo se refere à Lei de Talião revogando-a completamente: ―Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se alguém te bater na face direita, apresenta-lhe também a outra.21 Longa foi a estiagem dos métodos conetivos pela dor, contudo o Mestre instalou na Terra o processo da educação pelo amor. Apesar de Jesus ter invalidado a lei do ―tal crime, tal castigo, ela ainda prevalece para todos os seres humanos que não encontraram no amor uma forma de ―viver e pensar. Realmente, durante muito tempo, a dor terá função dentro dos imperativos da vida, estimulando as pessoas às mudanças e às renovações, por não aceitarem que o amor muda e renova e, portanto, utiliza-se dos ―cilícios mentais, como meios de suplícios e tormentos, para se autopunirem, pondo assim em prática toda sua ideologia de ―exaltação à falta-punição.
Crenças não são simplesmente credos, máximas ou estímulos religiosos, mas também princípios orientadores de fé e de idéias, que nos proporcionam
18 Êxodo 21:24. 19 Jó 21:17. 20 Gênesis 3:16. 21 Mateus 5:38 e 39.
direção na vida. São verdadeiras forças que poderão limitar ou ampliar a criação do bem em nossa existência.
Mudar para o amor como método de crescimento, reformulando idéias e reestruturando os valores antigos é sairmos da posição de vítimas, mártires ou pobres coitados, facilitando a sintonização com as correntes sutis e amoráveis dos espíritos nobres que subiram na escala do Universo, amando.
Podemos, sim, ―sutilizar nossas energias cármicas, amando, ou ―desgastá-las penosamente, se continuarmos a reafirmar nossas crenças punitivas do passado.
Reforçar o ―espinho cravado ou não retirá-lo é opção nossa. Lembremo-nos, porém, de que idéias arraigadas e adotadas seriamente por nós tendem a motivar-lhes a própria concretização.

Livro: Renovando Atitudes
Pelo Espírito: Hammed
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto