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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Vida e Valores (Educação religiosa dos filhos)

Vida e Valores (Educação religiosa dos filhos)

Nem sempre nós observamos que os nossos filhos são seres espirituais.
Nossos filhos são Espíritos. Não importa qual seja nossa crença, não importa se não tenhamos crença religiosa, o fato é que os nossos filhos são os filhos de Deus, emprestados aos nossos cuidados, durante um tempo mais ou menos longo na Terra.
Quando pensamos nisso, nos vem à mente a razão pela qual a Divindade situa esses filhos junto a nós. Situa Seus filhos junto a outros filhos que já estejam a mais tempo na encarnação.
Quando pensamos nisso, temos que levar em conta que há razões bastante ponderáveis, bastante plausíveis para que nós recebamos, por parte do Criador, um ou mais de Seus filhos sob os nossos cuidados.
A partir daí então, pensar o que é que Deus quer de nós com relação a esses filhos postos sob nossas mãos.
Sem qualquer dúvida, qualquer de nós que chega à Terra para uma nova existência, para uma nova experiência, ou se quisermos, para uma nova encarnação, vem com o propósito de evoluir. Como um aluno que vai cada dia à classe, cada dia volta à escola para ir complementando o aprendizado.
Ninguém consegue fazer o aprendizado de um curso inteiro numa única aula, num único mês, num único semestre, nem num único ano.
Por isso, quando nós olhamos para os nossos filhos, é bom que tenhamos essa percepção de que eles são nossos filhos biológicos, porque lhes demos um corpo físico. Mas, em realidade, eles são filhos de Deus como nós. Vieram do grande Rei, do grande Pai, do grande Senhor do Universo.
E, como nem sempre nós chegamos à Terra zerados, com relação aos valores atormentados que acumulamos, muitos chegamos cumulados de tormentos, de angústias, de problemas trazidos de outras existências, de fobias, de crimes, que precisamos acertar com a consciência.
Nossos filhos são assim. Muitas vezes são crianças inteligentíssimas, espertas, cheias de brilho, de viço, capazes de captar rapidamente tudo quanto nós lhes ensinamos e, às vezes, coisas que não lhes ensinamos.
O lado intelectual está maravilhoso, mas o que aprendemos dos bons anjos, dos Espíritos guias, é que a maior parte dos nossos filhos vêm à Terra para ajustar exatamente o que lhes faltou no passado, o lado moral, o lado espiritual, o lado ético.
Muitos deles têm muita facilidade de aprender coisas que mexam com o intelecto. Rapidamente aprendem música, aprendem a tocar instrumentos de ouvido, aprendem a cantar, são dançantes, bailarinos. Jogar, praticar esportes dos mais variados, tudo eles aprendem com muita facilidade.
Mas há um lado que relutam sempre. É o lado que se relaciona com as coisas de Deus.
É muito comum que as crianças não queiram ir à sua Igreja, ao Centro Espírita, à Sinagoga. É muito comum que as crianças reajam. E caberá aos pais não forçá-las de modo violento, mas persuadi-las, a partir de vários recursos, para que elas passem a gostar de participar dessa vida social religiosa da família.
Não sabemos, em realidade, de onde vêm nossos filhos. Jesus Cristo estabeleceu, ao conversar com Nicodemos, que o Espírito sopra onde quer. Nós não sabemos de que realidades eles vêm, nem para que realidades eles vão.
Por causa disso, vale a pena levar nossos filhos para a experiência da fé religiosa. Para a vivenciação da fé religiosa.
Como é que vamos fazer isto?
Aquela religião que nos alimenta, que nos nutre, que nos faz pessoas felizes... Essa mesma, vamos procurar oferecer aos nossos filhos.
Não importa se, mais tarde, quando se tornem independentes, eles mudem de crença, eles mudem de religião, eles adotem outro sistema filosófico de crer em Deus.
Mas, enquanto estiverem sob nossos cuidados, enquanto forem nossos dependentes, nós os levaremos para aquele ambiente, aquele espaço de crença, de cultivo das idéias Divinas que nos faz feliz, que nos alimenta, que nos nutre a alma.
Será importantíssimo que nós verifiquemos nesses Espíritos, nesses filhos nossos, aqueles seres que precisam urgentemente dessa luz religiosa.
Vale a pena pensar que, se os nossos filhos não são nossos filhos essencialmente, são os filhos e filhas da vida por si mesma, como disse o poeta Kalil Gibran.
Em linguagem religiosa, eles são os filhos de Deus emprestados aos nossos cuidados, para que saibamos reencaminhá-los.
* * *
Quando se fala em levar os filhos para a vida religiosa, é porque cabe aos pais redimensionar a vida desses filhos, reencaminhando esses Espíritos para Deus.
É natural pensar que nós encaminhamos nossos filhos para Deus por diversas estradas. Eles deverão aprender a estudar, aprender a aprender. Deverão ser boas pessoas, honestas, dignas criaturas mas, fundamentalmente, aprender elas próprias, nossas crianças, a manter contato com o Pai Criador.Aprender a se elevar através do pensamento. A desenvolver dentro de si a sua oração, a ter mais confiança nos poderes sublimes da vida.
Isso tudo é uma riqueza incomensurável que os pais podemos colocar na alma dos nossos filhos.
Mas, quando falamos em dar uma religião aos nossos filhos, é importante que não os transformemos em pessoas religiosistas, acostumadas a irem ao templo, como quem vai ao clube social.
Será importantíssimo que criemos nos nossos filhos a alma de religiosidade. Aquela reverência profunda e honesta ao Criador da vida.
Não importa qual seja essa crença, mas deverá ser uma crença que não possa ser desmentida pelos fatos, desmentida pelo progresso da Ciência. Porque, todas as vezes que ensinarmos aos nossos filhos coisas que logo mais a Ciência demonstrará em contrário, que os fatos do cotidiano os levem a entender diferente e a constatar diferente, eles deixarão de crer naquilo que nós lhes estamos apresentando. Também deixarão de crer em tudo quanto diga respeito à religião.
Vale a pena levar nossos filhos para uma religião amadurecida, cujos princípios estejam assentados nas Leis da Natureza, para o que as descobertas da Ciência, as vozes da Ciência sirvam de reforço, de embasamento, de instrumentalização.
Por isso, saber que nossos filhos são Espíritos nos ajuda muito, nessa proposta de orientá-los para o bem. Jamais apresentar a eles os maus exemplos de nossa conduta ou apresentar-lhes como bons exemplos os maus exemplos dos outros.
Levar nossos filhos a entender que o mau exemplo de alguém jamais deverá ser seguido por nós, por mais que esse alguém nos seja próximo, nos seja familiar, nos seja uma pessoa amiga.
Mas, o erro não pode servir de padrão para as nossas vidas. E é a partir disto, que nós verificaremos que o sentimento religioso é vida e, como Jesus Cristo nos veio dizer que nos trouxera vida abundante, será sempre importante vivenciar junto aos nossos filhos, esses princípios que queremos que eles aprendam, vivenciar junto a eles aquilo que queremos que eles vivenciem na sociedade, vivenciem junto aos outros.
Será um valor, um tesouro, uma herança que os nossos filhos jamais perderão.Vale a pena, dessa maneira, pensar na instrução religiosa. Levar nossos filhos ao templo. Ensinar aos nossos filhos a prática da oração. Mas, fundamentalmente, levá-los a vivenciar a prática do amor, a resistência ao mal, às tentações do mal, resistir a todas as intempéries morais que se abatem sobre a Terra.
Para isto, não basta freqüentar uma casa religiosa. É preciso ter aprendido a verdade ensinada por Jesus Cristo, seja qual for a interpretação, desde que esta interpretação nos eleve, nos amadureça, nos transforme em homens e mulheres de bem e os nossos filhos aos quais amamos tanto, serão convertidos igualmente em homens e mulheres de bem.
A religião não deve ser uma arma, uma esgrima com a qual digladiamos com os outros. E Jesus Cristo não pode ser transformado por nós, numa muralha divisória entre as criaturas. Jesus terá que ser um toldo de unidade, de fraternidade.
Se estivermos elegendo para nossos filhos uma educação não cristã, se estivermos nas práticas Muçulmanas, nas práticas do Judaísmo, do Taoísmo, do Budismo, não importa. Todas essas práticas levam à proposta do bem, induzem os indivíduos à prática do bem.
Por isso, será fundamental que trabalhemos com eles a importância da vivência do bem, não importa qual seja a religião.
Se formos cristãos, deveremos ter em Jesus Cristo o nosso Modelo, o nosso Padrão, o Guia da Humanidade. E, somente a partir dos Seus ensinamentos é que conseguiremos entender que o sentimento religioso é um sentimento de vida, e Ele, que veio para que tivéssemos vida em abundância, certamente veio nos ensinar a viver uma religiosidade abundante, uma religiosidade que, de fato, nos colocasse nos caminhos que nos endereçassem ao nosso Criador.
Educar os nossos filhos sob todos os aspectos, mas principalmente, ensinar-lhes a buscar no íntimo de si mesmos, a figura do nosso Pai Celeste.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 114, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 15 de junho de 2008.
Em 26.05.2008.

Flagelos naturais na Terra

 
                                                  Flagelos naturais na Terra

Emaranhados de acontecimentos
São sempre a marca da existência humana.
A humanidade, a vida e sua inana
A fustigarem nossos pensamentos.

Nosso planeta é muito novo ainda.
Sobre sua crosta é onde toda a gente
Constrói moradas e planta sementes,
Fazendo da Terra uma obra linda.

Sobre as camadas rígidas nós temos
Arranha-céus, viadutos, temos mares
Que são berços de vidas que, aos milhares,
São surpresa que empana o que sabemos.

Por ser novo, há matéria liquefeita
Na parte mais central da nossa Terra.
Tudo é tão grande, e coisa alguma aberra
Quando o planeta se move e se ajeita.

Na Terra temos emissões carbônicas
A perturbar toda a massa de ozônio.
Tudo se agita em grave pandemônio,
Quando se mexem as placas tectônicas.

Maremotos, terremotos, tufões,
Tissunames, vulcões e tempestades
Arrastam multidões, varrem cidades.
Há medo quando surgem furacões.

Urge um maior cuidado com a Terra,
P’ra que a consciência jamais nos condene.
Mas, a ganância por dinheiro, infrene,
Traz miséria, doença e a dor da guerra.

Quem cumpre sobre o mundo o seu dever,
E ama esse mundo, como ama o seu lar,
De alma feliz, é fatal acertar,
E um tempo novo faz por merecer.



Por que na Terra o Senhor nos situa,
Se o orbe é um locus cheio de aflições,
De tormentas e tantas destruições?
Só quem entende essas razões estua.

Quem vive sobre o mundo é porque deve
Às leis de Deus e precisa acertar
Os passos no bem, buscando expiar,
P’ra que entre angústia e lágrimas se eleve.

Quem deve às leis de Deus segue pendente
Das provações que surgem pela senda,
Até que própria luz o ser acenda,
P’ra iluminar a profundez da mente.

Ninguém viva em suspenso ou assustado,
A imaginar o próximo flagelo.
Vale viver nesse mundo tão belo,
Junto aos irmãos, crescendo lado a lado.

Segue vibrante e vive sem temores,
Chuvas, enchentes, tremores ou ventos
Nunca arrastam quem deles está isento,
Quem fez do bem seu canteiro de amores.

                          André Fernandes
Mensagem psicografada por Raul Teixeira, em 13.01.2010,
                                                            na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ.
Em 10.09.2010..

Nossos Filhos Especiais

Nossos Filhos Especiais

Qual deve ser o comportamento dos pais perante o filho que nasce portando deficiências físicas ou mentais? É possível desenvolver-se uma vida saudável ao lado dessas criaturas?
Embora as compreensíveis frustrações que costumam invadir a alma dos pais de filhos portadores de deficiências quaisquer, a certeza divina deve ser para eles o grande arrimo, o indispensável consolo.
Conscientes de que não há injustiçados pelas leis de Deus sobre a Terra, o problema com que seus filhos se acham assinalados está na pauta da lei de causalidade. Na certeza de que "o Pai não dá pedra ao filho que pede pão", reconhecerá que se essas crianças renasceram sob seus cuidados pater-maternais, é porque eles, os ajudaram na marcha dos equívocos, de múltiplas formas, ou porque prometeram no mundo espiritual dar-lhes amparo, orientação, mão amiga, a fim de que atravessassem as estradas das expiações com real aproveitamento das limitações.
Importante é que esses pais, com filhos seriamente limitados, por isto profundamente dependentes de cuidados, sensibilizem-se perante os filhinhos carentes e muito amados, interpretando-os como pedras preciosas que o Criador colocou sob seus cuidados, sob seus desvelos, de modo a transformá-las em gemas rutilantes, valiosas, glorificando a vida.
Pais existem que são levados pelas leis da vida ao sacrifício, profundamente doloroso, de atuarem junto a filhos com inclinações criminosas, outros viciosos, outros atormentados da sexualidade transformando a reencarnação num escândalo, e outros mais em que se reúnem todos esses infelizes traços. Como falar-se de problemas de filhos lesados biológica ou mentalmente, perto desses outros pais que têm herdeiros de corpos perfeitos, às vezes de linhas modelares, de almas corroídas e ações corrompidas, contudo?
Como cada pai e mãe defrontam seus compromissos ante as augustas leis de Deus? A vida junto aos filhos portadores de deficiência se mostrará tão normal quanto o permitam a maturidade e a visão do mundo que tenham; serão tão felizes quanto se sintam cooperadores de Deus, enquanto crescem, a seu turno, para o Grande Amanhã, quando se encontrarão em plenitude de saúde e harmonia com os filhos redimidos, sadios, felizes.

Espírito: Camilo
Psicografado por Raul Teixeira

Ao Médium Psicógrafo

Ao Médium Psicógrafo

Sob o clima da prece, arreda da mente qualquer preocupação.

Sustente o lápis, confiando.

Procure "ouvir" os pensamentos que ecoam nos seus...

Assim como o bom grão deve ser separado do joio, busque discernir o que seja útil daquilo que não trará benefício algum para você e para os que possam ler o que grafa no papel, impulsionado pela inspiração.

Não ofereça resistência, porque a dúvida não tem nenhuma razão de ser, quando apenas o Bem é a nossa preocupação primeira.

Se você indagar demasiadamente sobre a origem das idéias que fluem da sua mente, provavelmente elas passarão sem que consiga retê-las.

Não espere que o Espírito Amigo tome o seu braço por inteiro como se houvesse semelhante necessidade para que o intercâmbio se concretize.

Não raras vezes, preferimos atuar no campo das emoções e dos pensamentos, deixando a você a responsabilidade de vestir com os próprios recursos gramaticais o resultado da combinação de nossos esforços.

Ao erguer o lápis, pense em Jesus, procurando senti-lo no intimo da alma, porque assim se isolará das "formas pensamento" que vagueiam em busca de sintonia ...

Se algum espírito se aproximar de você, solicitando auxilio para endereçar algumas frases de consolo a um ente querido, coloque o escrúpulo de lado, nem receie a incompreensão de terceiros ou coisa que o valha, porque o seu compromisso não é com o mundo e, sim com a Verdade.

No exercício da psicografia, como em qualquer campo da mediunidade, o importante é a perseverança.

Certamente que você ainda não é um médium perfeito e talvez nem seja por agora o médium ideal, mas, com absoluta certeza, é o companheiro de que necessitamos para que possamos nos manifestar na exaltação da imortalidade.

Pára nós, você é muito importante.

Quanto possível, estude, alargando os horizontes da imaginação, porque assim os obstáculos entre nós diminuirão...

Nós também nos preparamos para trabalhar na mediunidade, porque, se cabe ao médium assimilar as nossas idéias, cabe a nós refletir com precisão o pensamento das Esferas Superiores, de onde promana toda a luz.

Meu irmão médium psicógrafo, a inconsciência tem o seu lado positivo, sem dúvida; no entanto é muito maior o saldo negativo, porquanto preferimos tê-lo como um instrumento ansioso por colaborar do que um "autômato" que nos cabe comandar...

Medite nisto.

E quando o lápis principiar a deslizar no papel, tenha a convicção de que estamos tutelando-lhe a tarefa, porque o Senhor determina que, onde uma voz se erga para, exaltar o Bem ou uma mão se movimente para colocá-lo em ação, aí estejamos em Seu nome.

Com o tempo, você acabará por observar que a renúncia e a abnegação, a disciplina e a dor, valeram a pena, porque você se transformou em pedra importante no edifício que ora se constrói na Terra, que é o Reino Celestial.

Autor Espiritual: Dr.Odilon Fernandes
Psicografado por Carlos Baccelli

Insensatez

Insensatez

"Sois vós tão insensatos que, tendo começado pelo espírito, acabeis agora pela carne?" - (Gálatas, cap. 3 - v.3)


Quando Paulo fez esta severa advertência aos gálatas, muitos estavam debandando da fé, entregando-se à sensualidade.

Estavam percorrendo o caminho de modo inverso, ou seja, após terem-se consagrado às coisas do espírito, acabavam por satisfazer as paixões da carne.

Comportamento insensato semelhante ao dos gálatas surpreendemos entre muitos cristãos da atualidade.

Após esforço imenso para domar inclinações de ordem inferior, entregam-se a elas, sem mais nem menos...

Depois de terem perseverado anos a fio, resistindo às tentações, desencantados por esta ou por aquela razão, consentem em satisfazê-las.

Após uma vida inteira de renúncia e exemplos nobilitantes, quase perto de triunfarem em definitivo, rendem-se aos prazeres transitórios da existência...

Depois de terem semeado, abandonam a lavoura no justo instante de colher, alegando que carecem de recuperar para o corpo o tempo cedido em vão ao espírito...

Que se passaria com os companheiros que sucumbiram sem semelhantes provas?! Teriam perdido a fé que depositavam nos frágeis ombros dos amigos que os decepcionaram?! Apoiavam-se na fraqueza dos homens, para caminhar adiante?!...

Certamente.

Se a penas se deixassem influenciar pelos exemplos do Cristo, haveriam de perseverar na virtude, porque somente os passos Dele são retos o suficiente para que não nos desviemos dos objetivos superiores que buscamos alcançar.

Quantos concentraram as suas esperanças nos homens acabaram por desapontar-se!...

A palavra de Paulo ainda nos alerta para a necessidade de vigilância diária, enquanto mourejamos no corpo físico, porque numa longa caminhada podemos tropeçar no derradeiro passo, assim como podemos perder o equilíbrio no últ imo degrau da escada que subimos.

Escrevendo a sua primeira Carta aos Coríntios, Paulo nos adverte no capítulo 10, versículo 12: "Aquele, pois, que pensar estar em pé, veja que não caia".

Escoremo-nos na humildade, em nossa jornada, sabendo que o caminho é cheio de tribulações, dificuldades, surpresas desagradáveis, armadilhas...

Conscientes de nossas necessidades íntimas, sigamos sempre à frente, estendendo-nos mãos fraternas, mas apoiados exclusivamente Naquele que nunca nos decepcionará.

Não cometamos a loucura de desprezar a felicidade inalterável que nos aguarda além, por alguns breves minutos de alegria no corpo que a morte reduzirá a pó.

Autor Espiritual: Irmão José
Psicografado por Carlos Baccelli

Cegueira

Cegueira
"Vim a este mundo para exercer um juízo a fim de que os que não vêem, vejam e os
que vêem, se tornem cegos."
João: IX - 39,
Cegos e cegos, há-os muitos em diferentes graus e estágios.
Significativas, pois, as palavras de Jesus, sob qualquer aspecto consideradas.
Uns são cegos por ignorância, outros por presunção.
Valiosas advertências fulgem, desse modo, em cada conceito evangélico, quando
meditado e incorporado à ação, transformando-se em dinâmica salutar de valia
inestimável.
Há o que jaz na cegueira física e o que padece de cegueira espiritual.O ignorante, na sombra em que se debate, expunge o mau uso do conhecimento.
O enfermo, na agonia que experimenta, repara as peças e implementos orgânicos
que a imprevidência destroçou.
O analfabeto, ao guante da limitação constritora, reflexiona sob as nuvens
pardas do pouco discernimento os prejuízos da nefanda utilização da cultura.
O padecente da miséria econômica exercita equilíbrio, como decorrência da
malversação dos valores de que fora mordomo.
Os limitados desta ou daquela ordem, os que não sabem quando erram, transitam em
compreensível cegueira e, graças à situação em que se encontram, recebem maior
dose de entendimento, melhores recursos para a recuperação, mais amplo ensejo de
equilíbrio......
Muito judiciosos os conceitos do Senhor.
Os que conhecem, no entanto, os regulamentos do dever; quantos dispõem da
cultura, da fé e da razão; aqueles que estão informados sobre o Estatuto da
Imortalidade; os que usam o verbo para orientar, escrevendo ou falando; os que
são veículos dos Desencarnados; todos os aquinhoados com a notícia do Evangelho
não se podem permitir enganos ou dissipações, estroinices ou desgovernos morais,
competição sensualista ou desgaste orgânico nas ilusões, porque tais se
encontram dotados da responsabilidade, que representa patrimônio valioso pelo
Senhor concedido por empréstimo, para superior aplicação a benefício de si
mesmos e das coletividades onde se encontram.
Os que vêem, têm menos justificativas quando erram, tropeçam e caem, do que
aqueloutros, os que não fruem da visão.
Convidado ao trabalho inapreciável da renovação da Terra, não te escuses,
relacionando dificuldades inexistentes ou problemas irreais.
Refunde propósitos, seleciona valores e não te detenhas. Assimilando as lições
preciosas através da comunicação dos Espíritos, clareia a senda com a luz da
ação enobrecida, porquanto os que vêem e não atuam, sofrerão cegueira, enquanto
os que agem, embora os percalços e limites que experimentam, verão.
Cegos e cegueira nestes dias marcham em consonância com as conquistas
tecnológicas, aumentando o número dos que não querem ver porque lhes não convém
enxergar, a fim de não mudarem a tônica enganosa da vida transitória que logo
mais se esfumará.
Perfeitamente necessário, portanto, que medites em profundidade e despertes em
definitivo porque sofre de "pior cegueira aquele que não quer enxergar." Assim,
abre os olhos e segue ditoso.

Livro: Celeiro de Bençãos
Joana de Angelis/ Divaldo

Sofredores

Sofredores
"O reino não é deste mundo."
JOÃO: 18-36.
Um sem número deles transitam, ainda, pelas faixas do instinto, adquirindo
melhores experiências para o sentimento.
Trazem na face os profundos sulcos da miséria em que rebolcam, assinalados pelo
desinteresse de progredir, e, assoberbados pelas prementes necessidades da
sensação, brutalizados, se demoram...
Expressiva quantidade expunge os equívocos em que se comprazeram, padecendo as
necessárias limitações de que precisam para avançar e crescer.
Outros tantos recebem as conseqüências da imprudência da atualidade mesma,
passando a sofrer as constrições a que fazem jus por indisciplina e leviandade.
Todos, porém, estão ansiosos por adquirir paz e sequiosos de encontrar socorro.
Passam e assinalam a senda com as pegadas da tristeza ou do desespero, como se
constituíssem infinita legião de desventurados.
Raros, somente, conseguem alcançar os valores da resignação e da fé, de modo a
sustentarem as forças debilitadas, nos sublimes requisitos da coragem em forma
de humildade e resistência na luta.
A larga maioria, sem os tesouros do amor que lhes falta, deixa-se arrastar às
trilhas do desconforto moral ou cai nos abismos da revolta em que se aniquilam,
demandando o túmulo em lamentável estado espiritual...
Não constituem, apenas, sofredores, os que estão nas fileiras dos colhidos pela
miséria econômica. Também os que experimentam enfermidades de vária ordem, os
que suportam aflições morais, os que aspiram a ideais nobilitantes e deparam
empecilhos, os que amam e não encontram resposta afetiva...
Sem dúvida mais sobrecarregados de agonias, e, todavia, convidados a avançar,
desdobrar recursos de progresso onde estejam e para onde sigam...
De alguma forma estás incurso no programa dos sofredores da Terra.
Ninguém se encontra em clima de exceção. Espírito algum vive em caráter
especial.
Sendo a Terra o "planeta das provas e expiações", os que nos vinculamos às suas
matrizes, constituindo a sua humanidade, estamos sob o crivo de mil necessidades que nos impelem a seguir, buscando libertação.
O sofrimento, pela nossa própria responsabilidade, faz-se o aguilhão que
desperta o espírito e o impele a marcha.
Enquanto o amor discretamente convida e inspira, a dor realiza esse mister
imediato, em chamado urgente para a realidade espiritual.
Por isso, os sofredores se encontram em regime de felicidade, enquanto os que
fomentam o sofrimento, comandam as condições que geram a dor e se constituem
fatores de aflição, transformam-se, verdadeiramente, em desventurados.
Faze, porém, a tua parte, a melhor que te está destinada.
Disse Jesus: "O meu reino não é deste mundo." No entanto, aqui se encontram os
recursos valiosos e inapreciáveis para a vida futura, na qual, libertado das
constrições afligentes, a felicidade será a plenitude do teu espírito, passando
o sofrimento a ser lembrança ditosa, graças ao qual conseguirás a vitória.

Livro : Celeiro de bençãos
Joana de Angelis/ Divaldo

Ironia

Ironia
Muitas as formas de destruir. Fácil a tarefa de desagregar. Rápida a aplicação
dos métodos anárquicos e demolidores.
O cristão, todavia, está convocado para o ministério nobrecido de edificar o bem
em toda parte, consolidando as possibilidades de serviço relevante, como faso
inicial para a elaboração de melhores dias.
Se este ajuda, mas se equivoca - desculpa e encoraja-o.
Se esse serve, porém perturba - compreende e estimula-o.
Se aquele ama, no entanto se agasta - tolera e anima-o.
Nem todos dispõem de possibilidade para produzir com esmero ou acertar com
segurança.
Em qualquer situação, cabe-te o dever de ser leal e sincero, gentil e sereno,
capaz de orientar sem desacreditar e erguer sem humilhar,
Ironizar é técnica infeliz de destruir. Se não te convém arrostar as
conseqüências do
gesto de censura, reproche ou advertência silencia a
ironia que fere e envenena,
Diante das coisas elevadas resguarda-te do sarcasmo, da zombaria, da hábil e
torpe ironia. Ela te conduzirá ao descrédito, enquanto supões desacreditar quem
ou o que ridicularizas.
Há tempo e situação para tudo.
Reserva, portanto, às questões do espírito as melhores horas e situações,
evitando avinagrar, denegrir este ou aquele companheiro, já infeliz em si mesmo,
que se não fará melhor face ao azedume que destiles.
Constrói o amor e o amor te dirá que, enquanto zombas, de ti zombam, mas se
amas, a ti também amam os irmãos necessitados e ignorantes que encontrarão
amparo e segurança em ti.

Livro : Celeiros de Bençãos
Joana de Angelis/ Divaldo

O ADOLESCENTE E O NAMORO

O ADOLESCENTE E O NAMORO
Na fase da adolescência, a atração sexual é portadora de alta carga de
magnetismo.
Surge, inesperadamente, a necessidade de intercâmbio afetivo, que o
jovem ainda não sabe definir. Os interesses infantis são superados e as
aspirações acalentadas até então desaparecem, a fim de cederem lugar a
outras motivações, normalmente através do relacionamento interpessoal. Os
hormônios, amadurecendo e produzindo as alterações orgânicas, também
trabalham no psiquismo, desenvolvendo aptidões e anseios que antes não
existiam.
Nesse momento, os adolescentes olham-se surpresos, observam as
modificações externas e descobrem anseios a que não estavam acostumados.
São tomados de constrangimento numa primeira fase, depois, de inquietação,
por fim, de certa audácia, iniciando-se as experiências dos namoros.
Referimo-nos ao processo natural, sem as precipitações propostas pelas
insinuações, provocações e licenças morais de toda ordem que assolam o
mundo juvenil, conspirando contra a sua realização interior.
Estimulados por essa falsa liberdade, mentalmente
alertados antes de experimentarem as legítimas expressões do sentimento,
atiram-se na desabalada busca do sexo, sem qualquer compromisso com a
emoção, transtornando-se e perdendo a linha do desenvolvimento normal,
passo a passo, corpo e mente.
Prematuramente amadurecidos, perdem o controle da responsabilidade e
passam a agir como autômatos, vendo, no parceiro, apenas um objeto de uso
momentâneo, que deve ser abandonado após o conúbio, a fim de partir na
busca de nova companhia, para atender a sede de variação promíscua e
alienadora.
O namoro é uma necessidade psicológica, parte importante do
desenvolvimento da personalidade e da aprendizagem afetiva dos jovens,
porqüanto, na amizade pura e simples são identificados valores e descobertos
interesses mais profundos, que irão cimentar a segurança psicológica quando
no enfrentamento das responsabilidades futuras.
Trata-se de um período de aproximação pessoal, de intercâmbio
emocional através de diálogos ricos de idealismos, de promessas — que nem
sempre se cumprem, mas que fazem parte do jogo afetivo — e sonhos, quando
a beleza juvenil se inspira e produz.
As artes, em geral, a literatura, a poesia, a estética descobriram na
afetividade juvenil suas verdadeiras musas, que passaram a contribuir em favor
do enriquecimento da vida, através das lentes róseas dos enamorados. Todo
um mundo dourado e azul, trabalhado nas estrelas e no luar, no perfume das
flores e nos favônios dos entardeceres, aparece quando os jovens se
encontram e despertam intimamente para a afetividade.
O recato, a ternura, a esperança, o carinho e o encantamento constituem
as marcas essenciais desses encontros abençoados pela vida. As dificuldades
parecem destituídas de significado e os problemas são teoricamente de
soluções muito fáceis, convidando à luta com que se estruturam para os
investimentos mais pesados do futuro.
O desconhecimento do corpo e a inexperiência da sua utilização, nesse
período, cedem lugar a um descobrimento digno, compensador, que predispõe
aos relacionamentos tranqüilos, estimulantes.
Igualmente nesse curso do namoro se identificam as diferenças de
interesse, de comportamento psicológico, de atração sexual e moral, cultural e
afetiva.
O adolescente, às vezes, encantador, que desperta sensualidade nos
outros, no convívio pode apresentar-se frívolo, vazio de idealismo, desprovido
de beleza, que são requisitos de sustentação dos relacionamentos, e logo
desaparece a atração, que não passava de estímulo sexual sem maior
significado.
Quando o namoro derrapa em relacionamento do sexo, por curiosidade e
precipitação, sem a necessária maturidade psicológica nem a conveniente
preparação emocional, produz frustração, assinalando o ato com futuras
coarctações, que passam a criar conflitos e produzir fugas, gerando no mundo
mental dos parceiros receios injustificáveis ou ressentimentos prejudiciais.
Não raro, esses choques levam a práticas indevidas e preferências
mórbidas, que se transformam em patologias inquietantes na área do
comportamento sexual.
É natural que assim suceda, porque o sexo é departamento divino da
organização física, a serviço da vida e da renovação emocional da criatura, não
podendo ser usado indiscriminadamente por capricho ou por mecanismos de
afirmação da polaridade biológica de cada qual.
O indivíduo tem necessidade de exercer a função sexual, como a tem de
alimentar-se para viver. Não obstante essa função, porque reprodutora, traz
antecedentes profundos fixados nos painéis do Espírito, arquivados no
inconsciente, que não interpretados corretamente se encarregam de levá-lo a
transtornos psicóticos significativos.
O período do namoro, portanto, é preparatório, a fim de predispor os
adolescentes ao conhecimento das suas funções orgânicas, que podem ser
bem direcionadas e administradas sem vilania, mantendo o alto padrão de
consciência em relação ao seu uso.
As carícias se encarregam de entretecer compensações afetivas e
preencher lacunas do sentimento, traduzindo a necessidade do
companheirismo, da conversação, da troca de opiniões, do intercâmbio de
aspirações.
O mundo começa também a ser descoberto e programas são delineados,
nesse comenos afetuoso, tendo em vista a possibilidade de estar próximo do
ser querido e com ele compartir dores e repartir alegrias.
As dificuldades e conflitos íntimos, face à aproximação afetiva, são
debatidos e buscam-se fórmulas para superá-los e resolvê-los.
Um auxilia o outro e abrem-se os corações, pedindo auxílio recíproco.
Quando isso não ocorre, há todo um jogo de mentiras e aparências que
não correspondem à realidade, e cada um dos parceiros pretende demonstrar
experiências que não consolidou, e que se encontram na imaginação, como
decorrência de informações incorretas ou de usos inadequados, que exalta,
tornando-se agressivo e primário, sem a preocupação de causar ou não trauma
no parceiro.
Merece considerar, também, que nessa fase, o jovem desperta para as
suas faculdades paranormais, suas inseguranças e ansiedades estão em
desordem, propiciando, pela natural lei de causa e efeito, a aproximação de
antigos comparsas, que procedem de reencarnações passadas e agora se
acercam para darem prosseguimento a infelizes obsessões, particularmente na
área sexual.
Grande número de adversários espirituais é constituído de afetos
abandonados, traídos, magoados, infelicitados, que não souberam superar o
drama e retornam esfaimados de paixões negativas, buscando aqueles que
lhes causaram danos, a fim de se desforçarem, investindo, desse modo,
furiosos e cruéis, contra quem lhes teria prejudicado.
Esse é um capítulo muito delicado, que não pode ser deixado à margem,
merecendo análise especial.
Assim, o namoro preenche a lacuna da imaturidade e propicia renovação
psicológica e conforto físico, sem ardência de paixão, nem frustração amorosa
antes do tempo.

Livro: Adolescencia e vida.
Pelo Espírito de Joana de Angelis
Psicografado por Divaldo

Esperança constante

Esperança constante
O pessimismo é uma espécie de taxa pesada e desnecessária sobre o zelo que a responsabilidade nos impõe, induzindo-nos à aflição inútil.
Atenção, sim. Derrotismo, não.
Para que nos livremos de semelhante flagelo, no campo íntimo,
é aconselhável desligar o pensamento, muitas vezes, colado a detalhes ainda sombrios da estrada evolutiva.
Para que sustente desperto o entendimento, quanto à essa verdade, recordemos as bênçãos que excedem largamente às nossas
pequenas e transitórias dificuldades.
É inegável que o materialismo passou a dominar muita gente, perante
o avanço tecnológico da atualidade terrestre: contudo existem admiráveis multidões de criaturas, em cujos corações a fé se irradia por facho resplendente, iluminando a construção do mundo novo.
As enfermidades ainda apresentam quadros tristes nos agrupamentos humanos; no entanto, é justo considerar que a ciência já liquidou
várias moléstias, dantes julgadas irreversíveis, anulando-lhes o perigo
com a imunização e com as providências adequadas.
Destacam-se muitos empreiteiros da guerra, tumultuando coletividades; todavia, os obreiros da paz se movimentam em todas as direções.
Muitos lares se desorganizam; mas outros muitos se sustentam consolidados no equilíbrio e na educação, mantendo a segurança
entre os homens.
Grande número de mulheres se ausentam da maternidade; entretanto, legiões de irmãs abnegadas se revelam fiéis ao mais elevado trabalho feminino no Planeta, guardando-se na condição
de mães admiráveis no devotamento ao grupo doméstico.
Os processos de violência aumentam, quase que em toda parte;
ampliam-se, porém, as frentes de amorao próximo que os extinguem.
Anotando as tribulações que se desdobram no Plano Físico,
não digas que o mundo está perdido. Enumera as bênçãos de
Deus que enxameiam, em torno de ti.
E se atravessas regiões de trevas, que se te afiguram túneis de
sofrimento e desolação, nos quais centenas ou milhares de pessoas perderam a noção da luz, é natural que não consigas transformar-te
num sol que flameje no caminho para todos, mas podes claramente acender um fósforo de esperança.
Emmanuel
Livro: Atenção

CONFIA EM DEUS

CONFIA  EM  DEUS
Emmanuel 
Nunca percas a esperança, por pior a situação em que te vejas. E jamais condenes alguém que se haja embarafustado no labirinto da provação.
O momento mais áspero de um problema pode ser aquele em que se lhe descobre a solução. E, em casos numerosos, a pessoa que te parece mais censurável, no mais grave delito, será talvez aquela que menos culpa carregue na trama do mal que as sombras entreteceram.
Decerto haverá corrigenda para o erro nas trevas, pelos mecanismos da ordem, tanto quanto surgirá remédio para os enfermos pelos recursos da medicina.
Observa, no entanto, o poder misericordioso de Deus, nos menores distritos da Natureza.
A semente sufocada é a que te sustentará o celeiro.
A pedra colocada em disciplina é o agente que te assegura firmeza na construção.
Aflições e lágrimas são processos da vida, em que se te acrescentam as energias, a fim de que sigas à frente, na quitação dos compromissos esposados, para que se te iluminem os olhos, no preciso discernimento.
Nos dias difíceis de atravessar, levante-te para a vida, ergue a fronte, abraça o dever que as circunstâncias te deram e abençoa a existência em que a Providência Divina te situou.
Por maiores se façam a dor que te visite, o golpe que te fira, a tribulação que te busque ou o sofrimento que te assalte, não esmoreças na fé e prossegue fiel às próprias obrigações, porque se todo o bem te parece perdido, na face da tarefa em que te encontras, guarda a certeza de que Deus está contigo, trabalhando no outro lado.

 
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

CAPACETE DA ESPERANÇA

CAPACETE  DA  ESPERANÇA

Emmanuel
 
"Tendo por capacete a esperança na salvação."
- Paulo. I TESSALONICENSES, 5:8.
 
         O capacete é a defesa da cabeça em que a vida situa a sede de manifestação ao pensamento e Paulo não podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura do cérebro cristão, além do capacete da esperança na salvação.
         Se o sentimento, muitas vezes, está sujeito aos ataques da cólera violenta, o raciocínio, em muitas ocasiões, sofre o assédio do desânimo, à frente da luta pela vitória do bem, que não pode esmorecer em tempo algum.
         Raios anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças contrárias ao Evangelho salvador.
         A exigência de todos e a indiferença de muitos procuram cristalizar a energia do discípulo, dispersando-lhe os impulsos nobres ou neutralizando-lhe os ideais de renovação.
         Contudo, é imprescindível esperar sempre o desenvolvimento dos princípios latentes do bem ainda mesmo quando o mal transitório estenda raízes em todas as direções.
         É necessário esperar o fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que não perde a confiança nos grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes, com a mesma expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e beleza no jardim cheio de ramos nus.
         É imperioso reconhecer, todavia, que a serenidade do cristão nunca representa atitude inoperante, por agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e situações, em todas as particularidades do caminho.
         Por isso mesmo, talvez, o apóstolo não se refere à touca protetora. Chapéu, quase sempre, indica passeio, descanso, jazer, quando não defina convenção no traje exterior, de acordo com a moda estabelecida.
         Capacete, porém, é indumentária de luta, esforço, defensiva.
         E o discípulo de Jesus é um combatente efetivo contra o mal, que não dispõe de multo tempo para cogitar de si mesmo, nem pode exigir demasiado repouso, quando sabe que o próprio Mestre permanece em trabalho ativo e edificante.
         Resguardemos, pois, o nosso pensamento com o capacete da esperança fiel e prossigamos para a vitória suprema do bem.
 
Livro Fonte Viva.  Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier

Decálogo do Bom ânimo


Decálogo do Bom ânimo

Livro: Coragem - 08
André Luiz & Francisco Cândido Xavier
1- Dificuldades? Não perca tempo, lamuriando. Trabalhe.
2- Críticas: Nunca aborrecer-se com elas. Aproveite-as no que mostrem de útil.
3- Incompreensões? Não busque torna-las maiores, através de exigências e queixas. Facilite o caminho.
4- Intrigas? Não lhes estenda a sombra. Faça alguma luz com o óleo da caridade.
5- Perseguições? Jamais revida-las. Perdoe esquecendo.
6- Calúnias? Nunca enfurecer-se contra as arremetidas do mal. Sirva sempre.
7- Tristezas? afaste-se de qualquer disposição ao desânimo. Ore abraçando os próprios deveres.
8- Desilusões? Por que debitar aos outros a conta de nossos erros? Caminhe para frente, dando ao mundo e à vida o melhor ao seu alcance.
9- Doenças? Evite a irritação e a inconformidade. Raciocine nos benefícios que os sofrimentos do corpo passageiro trazem à alma eterna.
10-Fracassos? Não acredite em derrotas. Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você esta agora em seus melhor tempo, - o tempo de hoje, - no qual você pode sorrir e recomeçar, renovar e servir, em meio de recursos imensos.

ABUSO DE DROGAS

ABUSO  DE  DROGAS

Na véspera de nossa reunião, comentávamos, num grande grupo de amigos, o problema do abuso de drogas, que vai assumindo grandes proporções em nosso tempo. O assunto ficara em suspenso. Mas, na sessão pública da noite imediata, O Livro dos Espíritos nos deu a estudo a questão 950, levando-nos a analisar os caminhos difícies do suicídio. No encerramento de nossas tarefas, Emmanuel escreveu a página “Apoio no Lar”, ponderando quanto à importância do auxílio espiritual no lar, para que nos afastemos das induções ao suicídio ou à fuga de nossos compromissos.
 
APOIO  NO  LAR
Emmanuel
 
Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.
Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.
Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.
E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.
Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difícies em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.
Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.
A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.
Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranqüilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.
Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos.
Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.    

Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C. Xavier - Espíritos diversos
 

O padeiro desumano - Suicídio

O padeiro desumano - Suicídio

Revista Espírita, maio de 1862
Uma correspondência de Crefled (Prússia Rhenana), de 25 de janeiro de 1862, e inserto no Constitutionnel de 4 de fevereiro, contém o fato seguinte:
"Uma pobre viúva, mãe de três filhos, entra na padaria e pede, insistentemente, dar-lhe crédito de um pão. Ó padeiro recusa. A viúva reduziu seu pedido a meio pão, e por fim, a um pedaço de pão, somente para seus filhos famintos. O padeiro ainda recusa, deixa o lugar e entra atrás da padaria; a mulher, crendo não ser vista, se apodera de um pão e se vai dali. Mas o furto, imediatamente descoberto, é denunciado à polícia.
" Um agente vai à casa da viúva e a surpreende quando cortava pedaços de pão para seus filhos. Ela não nega o furto, mas se escusa sobre a necessidade. O agente da polícia, censurando a dureza do padeiro, insiste para que ela o siga ao escritório do comissário.
"A viúva pede somente alguns instantes para mudar de roupa. Ela entra no quarto de dormir, mas ali permanece por tanto tempo para que o agente, perdendo a paciência, se decida a abrir a porta: a infeliz estava por terra inundada de sangue. Com a mesma faca que acabara de cortar o pão para seus filhos ela havia posto fim aos seus dias."
Esta notícia, tendo sido lida na sessão da Sociedade, de 14 de fevereiro de 1862, foi proposta fazer a evocação dessa infeliz mulher, quando ela mesma veio se manifestar, espontaneamente, pela comunicação simples. Ocorre, freqüentemente, que Espíritos que estão em questão se revelem desta maneira; é incontestável que são atraídos pelo pensamento, que é uma espécie de evocação tácita. Sabem que se ocupa deles, e vêm; se comunicam, então, se a ocasião lhes parece oportuna, ou se encontram um médium de sua conveniência. Compreender-se-á, segundo isso, que não é necessário nem ter um médium, nem mesmo ser Espírita para atrair os Espíritos com os quais alguém se preocupa.
"Deus foi bom para a pobre desviada, e vem vos agradecer pela simpatia que consentistes me testemunhar. Pois bem! diante da miséria de meus pobres e pequenos filhos, me esqueci e falhei. Então me disse: Uma vez que és impotente para alimentar teus filhos e que o padeiro recusa o pão àqueles que não podem pagá-lo; uma vez que não tem nem dinheiro, nem trabalho, morra! Porque quando não estiverdes mais ali virão em sua ajuda. Com efeito, hoje a caridade pública adotou esses pobres órfãos. Deus nos perdoou, porque viu minha razão vacilar e meu desespero horrível. Fui a vítima inocente de uma sociedade mal, muito mal regulada. Ah! agradecei a Deus por vos ter feito nascer neste belo país da França, onde a caridade vai procurar e aliviar todas as misérias.
"Orai por mim, a fim de que possa logo reparar a falta que cometi, não por covardia, mas por amor maternal. Quanto vossos Espíritos protetores são bons! Eles me consolam, me fortalecem, me encorajam, dizendo que o meu sacrifício não foi desagradável ao grande Espírito, e que, sob o olhar e a mão de Deus, preside aos destinos humanos."
A POBRE MARY (Méd. Sr d'Ambel).
Em seguida a esta comunicação, o Espírito de Lamennais dá a apreciação seguinte sobre o fato em questão:
"Esta infeliz mulher é uma das vítimas de vosso mundo, de vossas leis e de vossa sociedade. Deus julga as almas, mas também julga os tempos e as circunstâncias: julga as coisas forçadas e o desespero; julga o fundo e não a forma; e ouso afirmá-lo, esta infeliz morreu não por crime mas por pudor, por medo da vergonha; é que ali onde a justiça humana é inexorável, julga e condena os fatos materiais, a justiça divina constata o fundo do coração e o estado da consciência. Seria a desejar que se desenvolvesse, entre certas naturezas privilegiadas, um dom que seria muito útil, não para os tribunais, mas para o adiantamento de algumas pessoas: esse dom é uma espécie de sonambulismo do pensamento que descobre, muito freqüentemente, coisas ocultas, mas que o homem, habituado à corrente da vida, negligencia e atenua por sua falta de fé. É certo que um médium desse gênero, examinando esta pobre mulher, teria dito: Esta mulher é bendita de Deus por que ela é infeliz, e esse homem é maldito por que ele recusou o pão. O Deus! quando, pois, todos os dons serão reconhecidos e colocados em prática? Aos olhos da justiça aquele que recusou o pão será punido, porque o Cristo disse: Aquele que dá o pão ao seu próximo, a mim mesmo o dá."
LAMENNAIS.(Méd. Sr. A. Didier)

SACUDIR O PÓ

SACUDIR  O  PÓ

Emmanuel

“E se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras,
saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó de vossos pés.”
– Jesus. (Mateus, 10:14)

Os próprios discípulos materializaram o ensinamento de Jesus, sacudindo a poeira das sandálias, em se retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse destinado apenas a gesto mecânico, não teríamos nele senão um conjunto de palavras vazias.
O ensinamento, porém, é mais profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.
Sacudir o pó dos pés é não conservar qualquer mágoa ou qualquer detrito nas bases da vida em face da ignorância e da perversidade que se manifestam no caminho de nossa experiência comum.
Natural é o desejo de confiar a outrem as sementes da verdade e do bem, entretanto, se somos recebidos pela hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável nos mantenhamos em longas observações e apontamentos, que, ao invés de conduzir-nos a tarefa a êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em torno de nós.
Se alguém te não recebeu a boa vontade, nem te percebeu a boa intenção, porque a perda de tempo em sentenças acusatórias? Tal atitude não soluciona os problemas espirituais. Ignoras, acaso, que o negador e o indiferente serão igualmente chamados pela morte do corpo à nossa pátria de origem? Encomenda-os a Jesus com amor e prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos. Há muito por fazer na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois, as más impressões e marcha alegremente.
Emmanuel

Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB.

BELARMINO BICAS-Suicida indireto por encolerizar-se e magoar-se

BELARMINO  BICAS

 Irmão X
Depois da festa beneficente, em que servíramos justos, Belarmino Bicas, prezado companheiro a que nos afeiçoamos, no Plano Espiritual, chamou-me à parte e falou, decidido:
- Bem, já que estivemos hoje em tarefa de solidariedade, estimaria solicitar um favor...
Ante a surpresa que nos assaltou, Belarmino prosseguiu:
- Soube que você ainda dispões de alguma facilidade para escrever aos companheiros encarnados na Terra e gostaria de confiar-lhe um assunto...
- Que assunto?
- Acontece que desencarnei com cinquenta e oito anos de idade, após vinte de convicção espírita. Abracei os princípios codificados por Allan Kardec, aos trinta e oito, e, como sempre fora irascível por temperamento, organizei, desde os meus primeiros contactos com a Doutrina Consoladora, uma relação diária de todas as minhas exasperaçãoes, apontando-lhes as causas para estudos posteriores... Os meus desconchavos, porém, foram tantos que, apesar dos nobres conhecimentos assimilados, suprimi, inconscientemente, vinte e dois anos da quota de oitenta que me cabia desfrutar no corpo físico, regressando à Pátria Espiritual na condição de suicida indireto... Somente aqui, pude examinar os meus problemas e acomodar-me às desilusões... Quantos tesouros perdidos por bagatelas! Quanta asneira em nome do sentimento!...
E, exibindo curioso papel, Belarmino acrescentava:
- Conte o meu caso para quem esteja ainda carregando a bobagem do azedume! Fale do perigo das zangas sistemáticas, insista na necessidade da tolerância, da paciência, da serenidade, do perdão! Rogue aos nossos companheiros para que não percam a riqueza das horas com suscetibilidades e amuos, explique ao pessoal na Terra que mau-humor também mata!...
Foi então que passei à leitura da interessante estatística de irritações, que não me furto à satisfação de transcrever: Belarmino Bicas – Número de cóleras e mágoas desnecessárias com a especificação das causas respectivas, de 1936 a 1956
1811           em razão de contrariedades em famíla;
906          por indispor-se, dentro de casa, em questão de alimentação e higiene;
1614           por altercações com a esposa, em divergência na conduta doméstica e social;
1801           por motivo de desgostos com os filhos, genros e nora;
11        por descontentamento com os netos;
1015           por entrar em choque com chefes de serviço;
1333           por incompatibilidade no trato com os colegas;
1012 em virtude de reclamações a fornecedores e logistas em casos de pouca monta;
614          por mal-entendidos com vizinhos;
315          por ressentimentos com amigos íntimos;
1089 por melindres ante o descaso de funcionários e empregados de instituições diversas;
615          por aborrecimentos com barbeiros e alfaiates;
777  por desacordos com motoristas e passageiros desconhecidos, em viagem de ônibus, automóveis particulares, bondes e lotações;
419          por desavenças com leiteiros e padeiros;
820          por malquistar-se com garções em retaurantes e cafés;
211          por ofender-se com dificuldades em serviços de telefones;
90        por motivo de controvérsias em casas de diversões;
815          por abespinhar-se com opiniões alheias em matéria religiosa;
217          por incompreensões com irmãos de fé, no templo espírita;
901            por engano ou inquietação, diante de pessoas imaginários ou da perspectiva de acontecimentos desagradáveis que nunca sucederam.
Total: 16.386 exasperações inúteis.
Esse, o apanhado das irritações do prestimoso amigo Bicas: 16.386 dissabores dispensáveis em 7.300 dias de existência, e, isso, por quatro lustros mais belos de sua passagem no mundo, porque iluminados pelos clarões do Evangelho Redivivo. Cumpro-lhe o desejo de tornar conhecida a sua experiência que, a nosso ver, é tão importante quanto as observações que previnem desequilíbrios e enfermidades, embora estejamos certos de que muita gente julgará o balanço de Belarmino por mera invencionice de Espírito loroteiro.
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Livro Cartas e Crônicas - Espírito Irmão X - Psicografia Francisco C. Xavier

ALCOÓLATRA

OBS do Blog : Este livro Vozes do Grande Além, é uma obra com fatos acontecidos nas Reuniões Mediúnicas que fora gravada, e transcrita em livro.
São depoimentos vivos que através de experiencias equivocadas de nossos irmãos nos trazendo as dores, sofrimentos, lamentações de terem tomados rumos contrários a Lei de Deus.
A reflexão desses fatos se  faz necessário para desfazermos os nossos equivocos enquanto é tempo...

ALCOÓLATRA
Joaquim Dias
Reunião da noite de 12 de janeiro de 1956.
Emocionadamente, o nosso grupo recebeu a visita de Joaquim Dias, pobre espírito sofredor que
nos trouxe o doloroso relato ,de sua experiência, da qual recolhemos amplo material para estudo e
meditação.
Alcoólatra!
Que outra palavra existirá na Terra, encerrando consigo tantas potencialidades para o crime?
O alcoólatra não é somente o destruidor de si mesmo. É o perigoso instrumento das trevas, ponte
viva para as forças arrasadoras da lama abismal.
O incêndio que provoca desolação aparece numa chispa.
O alcoolismo que carreia a miséria nasce num copinho.
De chispa em chispa, transforma-se .0 incêndio em chamas devoradoras.
De copinho a copinho, o vício alcança a delinqüência.
Hoje, farrapo de alma que foi homem, reconheço que, ontem, a minha tragédia começou assim...
Um aperitivo inocente...
Uma hora de recreio. . .
Uma noite festiva...
Era eu um homem feliz e trabalhador, vivendo em companhia de meus pais, de minha esposa e
um filhinho.
Uma ocasião, porém, surgiu em que tive a infelicidade de sorver alguns goles do veneno terrível;
disfarçado em bebida elegante, tentando afugentar pequeninos problemas da vida e, desde então,
converti-me em zona pestilencial para os abutres da crueldade.
Velhos inimigos desencarnados de nossa equipe familiar fizeram de mim seu intérprete.
A breve tempo, abandonei o trabalho, fugi à higiene e apodreci meu caráter, trocando o lar
venturoso pela taverna infeliz. .
Bebendo por mim e por todas as entidades viciosas que nos hostilizavam a casa, falsifiquei
documentos, matando meu pai com medicação indevida, depois de arrojá-lo à extrema ruína. .
Mais tarde, tornando-me bestial e inconsciente, espanquei minha mãe, impondo-lhe a enfermidade
que a transportou para a sepultura. .
Depois de algum tempo, constrangi minha esposa ao meretrício, para extorquir-lhe dinheiro,
assassinan- do-a numa noite de horror e fazendo crer que a infeliz se envenenara usando as próprias
mãos e, de meu filho, fiz um jovem salteador e beberrão, muito cedo eliminado pela polícia. . .
Réprobo social, colhia tão-somente as aversões que eu plantava.
Muitas vezes, em relâmpagos de lucidez, admoestava-me a consciência:
-Ainda é tempo! Recomeça! Recomeça!
Entretanto, fizera-me um homem vencido e cercado pelas sombras daqueles que, quanto eu, se
haviam consagrado no corpo físico à criminalidade e à viciação, e essas sombras rodeavam-me
apressadas, gritando-me, irresistíveis:
- Bebe e esquece! Bebe, Joaquim!
E eu me embriagava, sequioso de olvidar a mim mesmo, até que o delírio agudo me sitiou num
catre de amargura e indigência.
A febre, a enfermidade e a loucura consumiram-me a carne, mas não percebi a visitação da morte,
porque fui atraído, de roldão, para a turba de delinqüentes a que antes me afeiçoara.
Sofri-lhes a pressão, assimilei-lhes os desvarios e, com eles, procurei novamente embebedar-me.
A taverna era o meu mundo, com a demência irresponsável por meu modo de ser...
Ai de mim, contudo! Chegou o instante em que não mais pude engodar minha sede!...
A insatisfação arrasava-me por dentro, sem que meus lábios conseguissem tocar, de leve, numa
gota do liquido tentador.
Deplorando a inexplicável inibição que me agravava os padecimentos, afastei-me dos
companheiros para ocultar a desdita de que me via objeto.

Caminhei sem destino, angustiado e semi-louco, até que me vi prostrado num leito espinhoso de
terra seca. . .
Sede implacável dominava-me totalmente. . .
Clamei por socorro em vão, invejando os vermes do subsolo.
Palavra alguma conseguiria relatar a aflição com que implorei do Céu uma gota d’água que
sustasse a alucinação de minhas células gustativas...
Meu suplicio ultrapassava toda humana expressão. ..
Não passava de uma fogueira circunscrita a mim mesmo.
Começaram, então, para mim, as miragens expiatórias.
Via-me em noite fresca e tranqüila, procurando o orvalho que caía do céu para dessedentar-me,
enfim, mas, buscando as bagas do celeste elixir, elas não eram, aos meus olhos, senão lágrimas de
minha mãe, cuja voz me atingia, pranteando em desconsolo:
- Não me batas, meu filho! Não me batas, meu filho! . . .
Devolvido à flagelação, via-me sob a chuva renovadora, mas, tentando sorver-lhe o jorro, nele
reconhecia o pranto de meu pai, cujas palavras derradeiras me impunham desalento e vergonha:
- Filho meu, por que me arruinaste assim?' Arrojava-me ao chão, mergulhando meu ser na
corrente poluída que o temporal engrossava sempre, na esperança de aliviar a sede terrível, mas, na
própria lama do enxurro, encontrava somente as lágrimas de minha esposa, de mistura com,
recriminações dolorosas, fustigando-me a consciência:
- _Por que me atiraste ao lodo? e por que me mataste, bandido?
- De novo regressava ao deserto que me acolhia, para logo após me entregar à visão de fontes
cristalinas...
-Enlouquecido de sede, colava a boca ao manancial, que se convertia em taça de fel candente, da
qual transbordavam as lágrimas de meu filho, a bradar-me, em desespero:
- Meu pai, meu pai, que fizeste de mim?
Em toda parte, não surpreendia senão lágrimas... Arrastei-me pelos medonhos caminhos de minha
peregrinação dolorosa, como um Espírito amaldiçoado que o vício metamorfoseara em peçonhento réptil...
Suspirava por água que me aliviasse o tormento, mas só encontrava pranto...
Pranto de meu pai, de minha mãe, de minha esposa e de meu filho a perseguir-me implacável...
Alma acicatada por remorsos intraduzíveis, amarguei provações espantosas, até que mãos
fraternas me trouxeram à bênção da oração...
Piedosos enfermeiros da Vida Espiritual e mensageiros da Bondade Divina, pelos talentos da prece,
aplacaram-me a sede, ofertando-me água pura...
Atenuou-se-me o estranho martírio, embora a consciência me acuse...
Ainda assim, amparado por aqueles que vos inspiram, ofereço-vos o triste exemplo de meu caso
particular par escarmento daqueles que começam de copinho a copinho, no aperitivo inocente, na hora
de recreio ou na noite festiva, descendo desprevenidos para o desequilíbrio e para a morte. . .
E, em vos falando, com o meu sofrimento transformado em palavras, rogo-vos a esmola dos
pensamentos amigos para que eu regresse a mim mesmo, na escabrosa jornada da própria restauração.
Do livro Vozes do Grande Além. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.